Geografia biblica parte 5

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Geografia Política da Terra Santa
 
Sumário: Introdução. I - Os primeiros habitantes da Terra Santa. II - A origem dos hebreus. III - Os povos vizinhos da Terra Santa no tempo da conquista. IV - A Terra Santa no tempo de Josué e dos juízes. V -O Reino Unido. VI - O cisma israelita. VII - O cativeiro assírio e o babilônico. VIII - A restauração de Israel.
 
INTRODUÇÃO
 
A Terra Santa é a região mais visada pelas superpotências. Localizada no centro do globo, constitui-se no ponto mais estratégico do mundo. Em todas as épocas despertou a gana dos conquistadores e serviu de palco para as mais sangrentas batalhas. Esse minúsculo país é, politicamente, um barril de pólvora. Tanto nos tempos bíblicos, como hoje, Israel é o mais nevrálgico tópico da história. Sua geografia política, por conseguinte, mistura-se com a própria dor da humanidade.
 
A geografia política da Terra Santa passou por inúmeras alterações. Israel é, sem dúvida alguma, o país que mais sofreu mudanças em termos de fronteira. Haja vista que, atualmente, não obstante os seus 40 anos de existência, teve os seus limites diversas vezes alterados em conseqüência da agressividade dos países árabes. Km todas essas vicissitudes, contudo, vislumbramos a mão de Deus sobre esse povo.
 
I - OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA SANTA
 
Antes de Josué conquistar a Terra Prometida, habitavam-na vários povos cananeus. Enumera-os Moisés: "Quando o Senhor teu Deus te tiver introduzido na terra, a qual vais a possuir, e tiver lançado fora muitas gentes de diante de ti: os heteus, e os girgaseus. e os amorreus, e os cananeus, e os fereseus, e os heveus, e os jebuseus, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que tu" (Dt 7.1).
 
Essas nações eram de origem camita. Independentes, marcavam-nas exacerbada belicosidade. Foram vencidas, entretanto, pelos exércitos de -Josué. Suas cidades fortifi-cadas não resistiram ao ímpeto dos israelitas.
 
Os povos cananeus ofendiam a Jeová constantemente com os seus grosseiros pecados. Foram, por causa disso, desalojados da terra que mana leite e mel. Os filhos de Is-rael foram exortados, com severidades, a não lhes seguir os pérfidos exemplos.
 
II - A ORIGEM DOS HEBREUS
 
Os hebreus são descendentes de Sem, filho mais velho de Noé. A nação israelita identifica-se, perfeitamente, com sua ascendência. Haja vista que o anti-semitismo é voltado apenas contra os judeus, apesar de os árabes serem da mesma família.
 
A nação hebréia começou com um caldeu chamado Abrão. Nascido por volta do ano 2.000 a.C. Aos 75 anos de idade, tem ele uma profunda experiência espiritual. Aparece-lhe Deus e dirige-lhe estas palavras: "Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai. para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e aben-çoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.1-3).
 
Assim nasceu a nação israelita. Nasceu durante as peregrinações dos patriarcas. Nasceu no deserto e entre espinhos. Nasceu em terras estrangeiras. Hoje, entretanto, floresce

como a palmeira!
 
III          - OS POVOS VIZINHOS DA TERRA SANTA NO TEMPO DA CONQUISTA
 
Além das sete nações cananéias mencionadas, Israel foi obrigado a conviver com outros povos - aguerridos, idolatras e belicistas. Essas gentes causaram muitos transtornos à progênie de Abraão. De quando em quando, violavam as fronteiras israelitas e escravizavam tribos inteiras.
 
Eis os principais povos que sobreviveram às investidas dos exércitos de Josué: filisteus, amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, edomitas, fenícios e sírios. Escreve o pastor Enéas Tognini: "Estas nações e povos, que rodeavam Israel, serviam de termômetro para regular a temperatura espiritual dos filhos de Jacó: quanto mais perto de Deus andavam, mais poder tinham e seus territórios eram dilatados; afastavam-se do seu Senhor, Deus os abandonava: ficavam sem proteção: chegavam os inimigos e subjugavam o povo e conseqüentemente, se apossavam de seus territórios."
 
IV - A TERRA SANTA NO TEMPO DE JOSUÉ E DOS JUÍZES
 
Moisés morreu aos 120 anos de idade, sem introduzir os israelitas em Canaã. Essa incumbência seria entregue a um bravo e destemido general, chamado Josué. Destacando-se sempre em todas as suas missões, era o sucessor natural do grande legislador e guia espiritual dos hebreus.
 
Sob o seu comando, os exércitos de Israel conquistaram a terra que mana leite e mel. A guerra pela posse dessas terras durou, aproximadamente, 14 anos: de 1.404 a 1.390 a.C. Durante esse período, os batalhões cananeus iam caindo um após outro. Nenhuma força militar gentíli-ca era capaz de suportar o ímpeto dos israelitas.


 
Terminado o conflito, Josué procedeu à divisão das terras conquistadas. Rubem, Gade e a meia tribo de Manasses ficaram com a Transjordânia. Os territórios ocidentais foram distribuídos a estas tribos: Naftali, Aser, Zebu-lom, Issacar, Manasses Ocidental, Efraim, Benjamim e Dã. Judá e Simeão são contemplados com os territórios do Sul.
Os levitas, segundo determinação do Senhor, não herdaram quaisquer possessões.
 
Tribo sacerdotal, coube-lhes 48 cidades espalhadas entre os termos de seus irmãos.
 
Registra a Bíblia o passamento de Josué: "E depois destas coisas sucedeu que Josué, filho de Num, o servo do Senhor, faleceu, sendo da idade de cento e dez anos. E sepultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Sera, que está no monte de Efraim, para o norte do Monte de Gaás. Serviu pois Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.29-31).
 
Com o desaparecimento do grande general e de seus auxiliares, os israelitas esqueceram-se do Senhor e começaram a curvar-se ante as tolas divindades cananéias. Ta-manha decadência espiritual tornou-os vulneráveis. Sem mais contarem com a proteção de Jeová, sofreram os mais impiedosos ataques dos povos vizinhos.
 
O período dos juizes, por conseguinte, é um dos mais tristes da história hebréia. Nos termos de Israel, reinava grande anarquia. As tribos, por causa de suas diferenças internas, não conseguiam unir-se para enfrentar o inimigo comum. No entanto, quando acossados por vorazes algozes, clamavam, e o Senhor os ouvia.
 
Misericordioso, o Todo -poderoso suscitava juizes que os libertavam de seus verdugos. Mas, tão logo morria o libertador eles tornavam a cair na apostasia. E, novamente, caíam em desgraça. Esse círculo vicioso durou até a monarquia. Na era da judicatura, que durou em torno de 330 anos, quatro palavras faziam parte do dia-a-dia do povo eleito: pecado, opressão, arrependimento, e livramento.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa das fronteiras da antiga Palestina

Israel teve 13 juizes. O último deles foi Samuel. Nessa época, havia muita terra a ser conquistada. Os hebreus, todavia, não completaram a tarefa iniciada por Josué.
 
V - O REINO UNIDO
 
Samuel é chamado, com muita razão, de fazedor de Reis. Ele representa a transição entre a judicatura e a monarquia. Por seu intermédio, foram escolhidos os dois primeiros reis de Israel. Sua influência é tão grande que, mesmo depois de morto, seus ideais continuaram a dirigir a história israelita.
 
Samuel foi o iniciador do Reino Unido que durou 120 anos - de 1044 a 924 a.C. Ungido pelo piedoso profeta, Saul unifica as doze tribos e inicia uma guerra de
 
libertação. Seu objetivo: dilatar as fronteiras de Israel e destruir os temíveis filisteus. No princípio, obtém sucessos. Contudo, por causa de suas ambições, começa a infringir os mandamentos do Senhor.
 
Saul é rejeitado. Em seu lugar é ungido Davi, filho de Jessé. O humilde pastorzinho de Judá, após derrotar o gigante Golias, alcança grande popularidade. Suas façanhas, porém, angariam-lhe o ódio e o desafeto do rei.
 
Depois de o monarca benjamita ter tombado no campo de batalha, Davi assenta-se no trono de Israel. Nos primeiros oito anos de seu governo, reina somente sobre Judá. As outras tribos, no entanto, resolvem submeter-se ao corajoso soberano judaíta.
 
Davi consegue aumentar suas fronteiras e derrotar os inimigos de seu povo. Em seus 40 anos de reinado, dedica-se completamente à guerra. No final de sua vida, tenta construir um templo ao Deus de Israel, mas é desestimulado pelo profeta Nata. Essa incumbência seria entregue ao seu sucessor.
 
O reino de Salomão foi marcado por uma invejável paz interna e externa. A prosperidade era a tônica de seu governo. Com a sua proverbial e inigualável sabedoria, transforma Israel na maior potência do Oriente Médio. As nações vizinhas submetem-se ao cetro davídico.
 
Em conseqüência de sua política expansionista e faraônica, o filho de Davi empobrece a nação israelita, principalmente as tribos da região setentrional. Tanto o Tem-plo, como o palácio, exigiam vultosos impostos do povo, que já estava cansado de tanta opressão. E, o que dizer de seu harém que, segundo alguns estudiosos, possuía 30 mil mulheres? Isto porque, cada uma de suas 700 mulheres e 300 concubinas podia ter até 30 damas de companhia.
 
O final de Salomão foi triste. Não obstante sua grande sabedoria e inimitável glória, desaparece entre as brumas de sua idolatria e formidáveis excessos.
 
Sucede-lhe no trono o seu filho Roboão. Moço folgazão e tolo, não atende às reivindicações do povo. Desprezando o conselho dos assessores de seu pai, resolve oprimir ainda mais a combalida e azeda nação hebraica. Em uma demente demonstração de força não baixa os impostos nem melhora as condições de vida de seus irmãos.
 
VI - O CISMA ISRAELITA
 
Aproveitando-se dessa situação caótica, Jeroboão assume a liderança das tribos descontentes. E, assim, em 923 a.C, o Reino de Israel divide-se. As tribos de Judá e Benja-mim permanecem fiéis à dinastia davídica. Entretanto, as do Norte, encabeçadas por Efraim, formam um novo reino.
 
As duas facções, a partir de então, ficaram conhecidas, respectivamente, como Israel e Judá. Acerca do cisma israelita, escreve Antônio Neves de Mesquita: "O império, que Salomão tinha erigido com tanto gáudio, estava à beira do abismo. Não só o desprezo de

Roboão às aspirações do povo constituía motivo relevante para modificação na política fiscal, mas também as sementes de discórdia interna deviam ser contornadas. A união entre as tribos fora mais fictícia que real. Havia entre o Norte e o Sul profundas desinteligências geradas pela situação favorável que os sulistas gozavam por sua proximidade com a capital política e religiosa, como também por motivo puramente geográfico. Os nortistas eram meio internacionalistas, mais frios para a religião', menos patriotas e pouco afeiçoados aos reis. Em contato direto com os fenícios, os sírios e outros povos do norte, sentiam menos as influências centralistas. Enquanto ocupava o trono um homem como Salomão, era natural que a união persistisse; depois seria difícil manter esta união e solidariedade política. Seria preciso que um grande e hábil político subisse ao poder, para manter unidos os elementos desintegralizadores. Este homem não era Roboão."
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reino dividido entre as tribos do Norte e as do Sul
 
Com grande precisão, Mesquita fala, agora, sobre as pretensões dos efraimitas: "A tribo de Efraim era a tribo líder do Norte, enquanto a de Judá era líder do Sul. Estas rivalidades, tanto tribais como geográficas, foram sopitadas, enquanto o trono foi ocupado por monarcas da envergadura de Davi e de Salomão. Depois tudo se definiu e as diferenças

apareceram. Às ambições destas tribos, acrescentem-se as circunstâncias, tanto geográficas como culturais, que determinavam as diferenças entre o povo, e teremos a explicação do panorama conhecido pelos leitores da Bíblia. Dentro deste pequeno território encontravam-se quase todas as variedades de clima, flora e fauna. A população variava na proporção das diferenças climatéricas. A leste do Jordão ficava a terra dos pastores, onde continuavam a dominar os beduínos. Nos vales, a oeste do mesmo Jordão, ficavam os agricultores, enquanto que nas cidades das fronteiras do Oeste, junto às grandes estradas, havia um princípio de comércio bem desenvolvido. Enquanto isso, em volta do mar da Galiléia, alinhavam-se as vilas de pescadores. Havia, pois, todos os tipos de civilização, desde o tipo pastoril nomádico, o agricultural e o comercial, até o de pescadores. A população era uma mistura de interesses variados, e somente a sua topografia, exposta a todos os perigos, podia realizar o milagre de sua unidade, constituindo Israel um regime centralizado e militar. Quando acontecia que uma dinastia se tornava fraca, um homem forte e valente tomava o trono. Daí ter sido a história de Israel do Norte de sangue e de rebeliões, com assassinatos, em que aventureiros, saídos tanto do exército como de outras camadas, assaltavam o trono e estabeleciam precárias dinastias. Com tal heterogeneidade, era de se esperar que uma oportunidade espreitasse a ruptura dos laços que uniam o Norte ao Sul."
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa da divisão natural da Palestina antiga
 
VII - OS CATIVEIROS ASSÍRIO E BABILÔNICO
A cisão enfraqueceu ambas as facções, principalmente a nortista. As relações entre os

reinos de Israel e Judá nem sempre foram amistosas. De quando em quando uniam-se para combater um inimigo comum. Na maioria das vezes, contudo, estavam em guerra.
 
Com o passar do tempo, a identidade nacional e religiosa entre os israelitas e judaítas torna-se cada vez mais fraca. Seguindo orientação do idolatra e inescrupuloso Jeroboão, os moradores do Israel setentrional não desciam a Jerusalém para adorar. Esse ciumento soberano, temendo perder os seus súditos, fechou suas fronteiras. Para conquistar o respeito e a amizade dos israelitas, construiu-lhes dois bezerros de ouro. E, a partir de então, ele fica conhecido como "o rei que fez Israel pecar".
 
Depois de Jeroboão, teve Israel mais 18 reis. Todos eles trilharam os caminhos da idolatria e da impiedade. Com o culto a Baal, introduzido por uma meretriz chamada Jezabel, o povo corrompeu-se completamente.
 
Não podendo suportar tanta apostasia, o Senhor entregou as tribos do Norte aos inumanos e selvagens assírios. No ano de 722 a.C, as forças de Nínive invadem Israel e levam cativos os filhos de Jacó. Inicia-se o cativeiro assírio, que deixaria profundas seqüelas na nação hebraica.
 
Depois da destruição do Reino de Israel, Judá sobreviveu ainda por mais de 135 anos. A maior parte desse tempo, contudo, pagou pesados tributos à Assíria. Com a as-censão de Babilônia, começa a ruína do Reino do Sul.
 
Em 605 a.C, tropas babilônicas invadem Judá. Tem início o Cativeiro Babilônico que, segundo Jeremias, duraria 70 anos. O Templo é destruído pelos exércitos de Nabu-codonozor em 587 a.C. Na capital do novo império, os judeus progridem. Alcançam elevados postos na administração iniciada por Nabopolassar. Daniel, por exemplo, tornou-se o mais influente conselheiro da realeza.
 
Terminado o período de 70 anos, parte dos filhos de Judá retorna à Terra Santa. Centenas de milhares, todavia, permanecem no exílio. Vagando de nação em nação, sofrendo injustas perseguições e injustificáveis preconceitos, tornam-se errantes. Sua diáspora já dura mais de 25 séculos.
 
VIII - A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
 
Após os exílios assírio e babilônico, a nação hebraica ficaria distante de Sião por mais de 2.500 anos. Houve, é claro, alguns períodos de independência e glória, princi-palmente na era macabéia, mas foram esporádicos e não contaram com a participação da totalidade do povo.
 
O advento do férreo Império Romano, conforme já dissemos, marca o fim da restauração nacional iniciada por Esdras, Neemias, Zorobabel e pelos profetas Ageu e Zaca-rias. Os judeus, ao tentarem sacudir o jugo romano, são dispersados por todas as nações do mundo, onde sofreram e sofrem terrivelmente.
 
-  Qual a razão de seu sofrimento? - Sem dúvida alguma, a rejeição de seu Messias. Em meio a povos estranhos, os filhos de Israel foram humilhados, e aterrorizados.
 
Seus sofrimentos, aliás, foram vaticinados por Moisés:
 
"O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás. Nação feroz de rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço. E comerá o fruto dos teus animais, e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará grão, mosto, nem azeite, criação das tuas vacas, nem rebanhos das tuas ovelhas, até que tenha consumido; e te angustiará em todas as tuas portas, até que venham cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; e te angustiará em toda a tua terra que te tem dado o Senhor teu Deus; e comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu Deus, no

cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão.
 
"Quanto ao homem mais mimoso e mui delicado entre ti, o seu olho será maligno contra o seu irmão, e contra a mulher de seu regaço, e contra os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem; de sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe
 
ficou de resto no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. E quanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicada nunca tentou por a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra seu filho. e contra sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saíram dentre os seus pés, e por causa de seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas" (Dt 28.49-57).
 
Prossegue o grande profeta, prevendo os sofrimentos dos judeus em suas diásporas: "E será que, assim como o Senhor se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra da qual tu passas a possuir. E o Senhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até a outra extremidade da terra: e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais: ao pau e à pedra. E nem ainda entre as mesmas gentes descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso: porquanto o Senhor ali te dará coração tremente e desfalecimento dos olhos, e desmaio da alma.
 
"E a tua vida como suspensa estará diante de ti; e estremeceres de noite e de dia, e não crerás na tua própria vida. Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo de teu coração, com que pasmarás, e pelo que verás com os teus olhos. E o Senhor te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito: Nunca jamais o verás: e ali sereis vendidos por servos e servas aos vossos inimigos; mas não haverá quem vos compre" (Dt 28.63-68).
 
Durante a sua peregrinação, Israel sofreu os mais duros revezes. Judeus foram massacrados em todas as partes do mundo. E, nos anos que precederam ao estabelecimento do moderno Estado judaico, Hitler ordenou a matança de seis milhões de israelitas. Foi o mais bárbaro crime da História.
 
Entretanto, no final da Segunda Guerra Mundial, a nação hebraica conscientizou-se de sua peculiar situação.
 
Somente uma pátria na Palestina, dar-lhe-ia a segurança necessária à sua sobrevivência. E, após muitas batalhas diplomáticas, o Estado de Israel começa a existir a partir de 12 de maio de 1948.
 
Cumpria-se, assim, a profecia de Isaias: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; ante que lhe viesse as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal cousa? quem viu cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? mas Sião esteve de parto e já deu á luz seus filhos" (Is 66.7,8).
 
Desde a proclamação de sua independência, Israel tem enfrentado diversos conflitos bélicos: em 1948, a Guerra da Independência; em 1956, a Guerra de Suez; em 1967, a Guerra dos Seis Dias; em 1973, a Guerra do Yom Kippur; e, em 1982, a Guerra do Líbano. Em todos esses embates, entretanto, as forças judaicas têm saído vencedoras, porque o Senhor dos Exércitos está ao seu lado.
 
Cumpre-se à risca, pois, este vaticínio de Amos: "E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus" (Am 9.15).
 
A nação israelense, com o seu renascimento e progresso, tem um grande significado para nós. 0 pastor Abraão de Almeida, um dos maiores especialistas em assuntos judaicos,

escreve: "Com o cumprimento das profecias, Deus nos está mostrando sua fidelidade a Israel, e à Igreja, fidelidade que deve induzir todos os povos a temê-lo. Por isso, o salmista registrou: 'Tema toda a terra ao Senhor, temam-no todos os moradores da Terra, porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu. 0 Senhor desfaz o conselho das nações, quebranta os intentos dos povos. O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração. Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança.' Notem que o Senhor desfaz o conselho das nações, quebranta o intento dos povos. Nenhuma das muitas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Israel prosperou ou prosperará, pois o Senhor frustra todas as decisões que contrariem sua Palavra. Também têm sido quebrantados os maus intentos dos inimigos de Israel, como o Egito de Nasser, a União Soviética, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) etc."
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prossegue o pastor Abraão de Almeida: "O retorno final de Israel, a reconstrução das suas cidades antigas e o reflorestamento do país indicam que estamos vivendo nos últimos tempos. A Bíblia diz que a Palestina seria assolada até o fim (Dn 9.26), mas que, ao término do cativeiro, os israelitas reedificariam as cidades assoladas e nelas habitariam, plantariam vinhas, beberiam o seu vinho e fariam, pomares e lhes comeriam os frutos (Am 9.14)."
 
Portanto, estejamos vigilantes, porque a volta de Cristo concretiza-se dia após dia. Que a nossa oração seja: "Paz sobre Israel!"


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