Geografia biblica parte 2

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Israel, palmilhando a Terra Santa
 
Sumário: Introdução. I - A história de Israel começa no Crescente Fértil. II - Vamos a Israel?
 
INTRODUÇÃO
 
Quando lemos a Bíblia, deparamo-nos com centenas de nomes de lugares da Terra Santa, onde desenvolveu-se a maravilhosa História da Salvação. Movidos por irreprimível curiosidade, desejamos conhecer tudo isso "in loco". Nem sempre, porém, é possível fazê-lo.
- E por que não visitá-los, então, espiritualmente?
 
Apelemos, pois, à Geografia Bíblica. Nas asas de suas minuciosas e exatas descrições, voemos a Israel. Palmilhemos os lugares percorridos pelos patriarcas, profetas e apóstolos. Divisemos, em cada mapa, o meigo Salvador. Km cada acidente geográfico, a relevância do amor de Deus.
 
I - A HISTÓRIA DE ISRAEL COMEÇA NO CRESCENTE FÉRTIL
 
O Crescente Fértil, não obstante sua vital importância à História da Salvação, é um insignificante retângulo localizado na Ásia Ocidental. Encerrando uma área de 2.184.000 km , representa apenas a 234ª parte da superfície da Terra. Essa região estende-se em forma semicircular entre o Golfo Pérsico e o Sul da Palestina.
 
A história dessa região pode ser resumida em uma série de lutas entre os habitantes das serranias e as tribos nômades do deserto. Todos queriam apossar-se dessas fertilíssimas terras. O lado oriental dessas místicas paragens serviu de berço à humanidade e de cenário à primeira civilização. Em suas grandes depressões, ascenderam e caíram os impérios dos amorreus, assírios, caldeus e persas.
 
No Crescente Fértil, conhecido, também, como Mesopotâmia (literalmente "entre rios"), floresceram duas grandes civilizações: ao norte, a Assíria; ao Sul, a Babilônia ou ('aldeia. Os rios Tigre e Eufrates cercam esse misterioso território, ocupado, atualmente, pelo Iraque. O Jardim do Éden, segundo a narrativa bíblica, localizava-se nas nascentes de ambos os rios.
Foi em Ur dos Caldeus, uma das mais progressistas e desenvolvidas cidades do
 
Crescente Fértil, que teve início a história de Israel. Tudo começou com a chamada de
Abraão, o pai do povo escolhido.
 
II - VAMOS A ISRAEL?
 
A partir de agora, portanto, voaremos à Terra Santa. Será uma viagem muito interessante. Percorreremos planícies. Visitaremos cidades. Entraremos em Jerusalém, a cidade do Grande Rei. Mergulharemos no rio Jordão. Subiremos aos montes. Enfim, à semelhança dos espias de Josué, reconheceremos o solo sagrado, do qual mana leite e mel.


O solo sagrado por excelência
 
 
Sumário: Introdução. I - Nomes de Israel. II - Localização. III - Limites bíblicos.
 
IV - Limites atuais.
 
INTRODUÇÃO
 
Uma nação paupérrima territorialmente, assim é Israel, um dos menores países do mundo. Em seu exíguo solo, entretanto, desenrolou-se todo o nosso drama espiritual. Terra mística e abençoada, serviu de berço a patriarcas, profetas, juizes, reis, sábios e justos. Guardada pelo Todo-poderoso, acolheu em seus áridos regaços o Salvador da humanidade.
 
Não obstante suas acanhadas possessões geográficas. a Terra Santa sempre foi um pomo de discórdia entre os homens. Localizada no centro do globo, torna-se, a cada dia, mais polêmica. Todos preocupamo-nos com o seu futuro. Em seu amanhã, está o nosso porvir!
 
Com a criação do Estado de Israel, em 1948, a herança abraâmica centrou-se, mais visivelmente, em nossos estudos escatológicos. Divisamos, no renascimento do minúsculo país semita, a aproximação da volta de Cristo.
 
Vale a pena, portanto, conhecer a geografia das terras pisadas pelo meigo .Jesus.
 
Israel é o solo sagrado por excelência.
 
I - NOMES DE ISRAEL
 
Tanto na história sagrada, como na secular, a Terra de Israel recebeu várias designações. Cada nome por ela recebido encerra um drama vivido pelo povo de Deus. Des-de a Era Patriarcal até os nossos dias, as mais variadas nomenclaturas têm sido dadas ao território israelita. Para os hebreus, entretanto, o seu sagrado solo nunca deixará de receber esse carinhoso tratamento: Terra Prometida.
 
1 - Canaã
 
Após a dispersão da humanidade, ocorrida quando da construção da Torre de Babel, os descendentes de Canaã. filho de Cara e neto de Noé, fixaram-se nas terras que seriam entregues a Abraão. Isso ocorreu há mais de dois mil anos antes de Cristo. Nessas paragens, conhecidas por sua fertilidade e riquezas naturais, os cananeus multiplicaram-se sobremaneira.
 
Esse país, a partir de então, passou a ser conhecido como Canaã, o mais antigo nome do território israelita. Eis o significado literal desse nome: "habitantes de terras baixas". Tendo em vista essa etimologia, concluímos: os cananeus adoravam as planícies!
 
Os descendentes de Canaã, depreendemos das Sagradas Escrituras, dominavam do Mediterrâneo ao rio Jordão.
 
Com o passar dos séculos, Canaã passou a ter uma conotação poética. Lembra esse nome aos judeus, "...uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel" (Ex 3.8).
 
2 - Terra dos Amorreus
 
O território que Deus entregou aos judeus era conhecido na antigüidade, também como Terra dos Amorreus. Essa designação é encontrada tanto no Antigo Testamento, como nos escritos profanos. E um dos mais antigos nomes da Terra Santa.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O solo, depois de irrigado, transforma-se em um autêntico jardim
 
 
3    - Terra dos He breus
 
De conformidade com a árvore genealógica de Sem, os israelitas são descendentes de Héber. O território judaico, por esse motivo, era conhecido, ainda como Terra dos Hebreus. Nesses rincões, os santos patriarcas forjaram a nacionalidade hebraica e deram corpo e colorido ao seu idioma.
 
A palavra hebreu, entretanto, segundo alguns exege-tas, pode significar, de igual modo, "o que vem do outro lado, ou do além". Trata-se de uma referência à peregrinação abraâmica, de Ur a Canaã. Todavia, preferimos a primeira explicação, por estar mais de acordo com os reclamos da língua hebraica.
 
4    - Terra de Israel
 
Sob o comando de Josué, os israelitas tomaram Canaã, no Século XV a.C. A partir de então, passaram as possessões cananéias a ser designadas desta forma: Terra de Israel. Não há nomenclatura tão apropriada como essa! Ela encerra a maioria das promessas divinas a Abraão e compreende a essência das realizações terrestres do Milênio.
 
Esse é o nome mais comum da Terra Santa. Encontramo-lo, com freqüência, no Antigo Testamento. Constitui-se, ainda, em um perpétuo memorial: Esse território é de propriedade permanente do povo de Israel! Quer os gentios admitam ou não, a terra que mana leite e mel pertence à progênie abraâmica.
 
Após o cisma do reino salomônico, essa nomenclatura passou a designar, apenas, as terras ocupadas pelas 10 tribos do Norte, comandadas pelo idolatra e profano Jeroboão. Com os exílios, a Terra de Israel torna-se um nome esquecido. Durante mais de dois mil anos, o território israelita recebeu as mais vexatórias alcunhas. No entanto, com a criação do moderno Estado de Israel, todo o escárnio que pesava sobre os descendentes de Jacó foi tirado. Hoje, quando viajamos àquelas sagradas paragens, dizemos embevecidos: "Vou à 'Ferra de Israel."
 
5    - Terra de Judá
 
Depois de vencer os cananeus, .Josué passou a dividir a Terra da Promessa. Coube à tribo de Judá. uma herança localizada no Sul dessas inebriantes possessões. O território herdado pelo mais intrépido e bravo filho de Israel ficou conhecido como Terra de .Judá.
 
Contudo, após o cisma do reino davídico, ocorrido no ano 931 a.C, essa designação passou a incluir, também, as terras ocupadas pela tribo de Benjamim.
 
Terminado o cativeiro babilônico, em 538 a.C. o povo de Judá retorna à sua herança,


sob o comando de Zorobabel. Inspirados pela liderança eficaz de Neemias, pela erudição de Esdras, pelo zelo sacerdotal de -Josué e pelo fervor profético de Ageu e Zacarias, os judeus reorganizam-se nacionalmente.
 
A partir desse renascimento parcial da soberania hebraica, as possessões abraâmicas passaram a ser designadas como Terra de Judá. E, seus habitantes, conseqüentemente, começaram a ser chamados de judeus.
 
6    - Terra Prometida
 
No Século XX a.C, Deus fez a seguinte promessa a Abraão: "Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã" (Gn 12.1-4).
 
Com essa sublime promessa de Deus a Abraão, o território israelita passou a ser conhecido como Terra Prometida. Esse nome, poético e trágico, evoca as mais elevadas recordações na peregrina alma do povo escolhido. Por causa desse chão de promessas, os israelitas, há mais de dois mil anos longe de seu lar, instalam-se em sua terra e provam estar a bênção abraâmica mais atual do que nunca.
 
7    - Terra Santa
 
Zacarias, um dos mais escatológicos profetas do Antigo Testamento, vaticinou: "Exulta, e alegra-te. ó filha de Sião. porque eis que venho, e habitarei no meio de ti. diz o Senhor. E naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo: e habitarei no meio de ti. e saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou a ti. Então o Senhor possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá .Jerusalém" (Zc 2.10-12).
 
Não obstante as guerras, os embates políticos e os conflitos sociais, Israel é conhecido como a Terra Santa. Os judeus veneram-na como o solo de seus antepassados e o terreno de sua milenar esperança. Têm-se os cristãos como o berço do Salvador e o regaço da regeneração da raça humana. Para os árabes, trata-se de um campo etéreo e permeado de mistérios celestiais.
 
Em pleno alvorecer do Terceiro Milênio, milhares de caravanas judaicas, cristãs e árabes rumam à Terra Santa. Nenhum outro país é tão místico quanto Israel! Visitá-lo constitui-se no sonho de milhões de seres humanos.
 
8    - Palestina
 
Israel é conhecido, também, como Palestina. Esse nome é oriundo da palavra Filistia, que designava a faixa de terra habitada pelos antigos filisteus, localizada no Sudeste de Canaã, ao largo do mar Mediterrâneo. Esse povo era ferrenho inimigo dos hebreus e causou muitas dificuldades aos primeiros monarcas israelitas.
 
No período neo-testamentário, o historiador Flávio Josefõ cognominou todo o território israelita de Palestina. Desde o domínio romano até a fundação do Estado de Israel, em 12 de maio de 1948, a terra dos judeus era conhecida em todo o mundo como Palestina. Atualmente, contudo, o nome de Israel tornou-se. novamente, predominante.
 
II - LOCALIZAÇÃO
 
A Terra de Israel está localizada no continente asiático, a 30* de latitude Norte. Em toda a sua extensão ocidental, é banhada pelo mar Ocidental. Tendo em vista o seu


posicionamento estratégico, constituiu-se, segundo Oswaldo Ronis, "num centro de gravidade para o mundo e as civilizações da antigüidade."
 
Acrescenta Ronis: "Do ponto de vista comercial, ficava na rota obrigatória do tráfego entre o Oriente e o Ocidente, bem como entre o Norte e o Sul; e, do ponto de vista político, igualmente passagem inevitável dos exércitos conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se interessavam por sua conquista e fortificação. Daí as devastações sofridas pela Palestina em repetidas ocasiões da sua história."
 
III - LIMITES BÍBLICOS
 
Ao norte, limita-se a Terra de Israel com a Síria e a Fenícia. Ao leste, com partes da Síria e o deserto arábico. Ao sul, com a Arábia. A oeste, com o mar Mediterrâneo.
 
Esses limites, entretanto, variavam de acordo com as tendências políticas e os movimentos militares de cada época. Constantemente, os israelitas tinham o seu território alargado ou diminuído. No tempo de Salomão, por exemplo, as fronteiras de Israel dilataram-se consideravelmente. Depois de sua morte, contudo, as possessões hebraicas foram diminuindo, até serem absorvidas pelos grandes impérios.
 
IV - LIMITES ATUAIS
 
O moderno Estado de Israel limita-se ao norte, com o Líbano; a leste, com a Síria e a Jordânia; ao sul, com o Egito; e, a oeste, com o mar Mediterrâneo. De exíguas dimensões, sua área não chega a 22.000 km. Como já dissemos, é um dos menores países do mundo.
 
No entanto, as fronteiras do território hebraico foram sobremodo alargadas durante a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em junho de 1967. Depois desse conflito, os limites is-raelenses foram dilatados em aproximadamente 400 por cento.
 
 
 
 
 
 
 
 
Planícies da Terra Santa
 
Sumário: Introdução. I - Planície do Acre. II -Planície de Sarom. III - Planície da Filístia. IV -Planície de Sefelá. V - Planície do Armagedom. VI -Outras planícies.
 
INTRODUÇÃO
 
Os geógrafos modernos, de modo geral, dividem a Terra de Israel em cinco principais planícies: Acre, Sarom, Filístia, Sefelá e Armagedom. Um conhecimento mais de-talhado desses lugares faz-se necessário, em virtude de sua importância na História Sagrada. Lancemos mão, portanto, de um importante ramo da Geografia para conhecê-los melhor.
 
"Topografia" significa, literalmente, descrição de um lugar ou de uma região. Essa palavra é formada por dois termos gregos: "topos" - região e "gráphein" - descrever. Essa ciência ocupa-se da medida e representação geométrica de uma determinada porção da superfície do globo.
 
Seu principal objetivo é fornecer dados para a confecção de cartas geográficas. Gerhard Kremer, conhecido como Mercator, criou, no Século XVI, os postulados
básicos dessa ciência.


I - PLANÍCIE DO ACRE
 
A planície do Acre fica no extremo Noroeste da costa israelense, e estende-se até o monte Carmelo. Em toda a sua extensão, bordeja a baía do Acre.
 
Essa região, cujo nome em hebraico é "Akko", e significa areia quente, compreende uma faixa de terra que cerceia as montanhas localizadas entre a Galiléia, o Mediterrâneo, o Sul de Tiro até a Planície de Sarom. Essas terras são irrigadas pelos rios Belus e Quisom. O solo dessa área é muito fértil, com exceção da parte praiana, cujas areias são demasiadamente quentes.
Quando da divisão de Canaã, a Planície do Acre coube à tribo de Aser (Js 19.25-28).
 
Os aseritas, todavia, não conseguiram desalojar os cananeus que ali habitavam.
 
II - PLANÍCIE DE SAROM
 
Sarom não é nome semítico. O seu significado evoca poesia e pensamentos idílicos: Zona de Bosques e Bosques de Terebinto. A planície que leva esse memorável nome lo-caliza-se entre o Sul do monte Carmelo e Jope. Com uma extensão de 85 km, sua largura varia entre 15 e 22 km.
 
Na antigüidade, essa região era conhecidíssima em virtude de seus pântanos palúdicos e traiçoeiros bosques. O seu solo, entretanto, era coberto de lírios e outras flores exóticas. Ante esse selvagem esplendor, cantou a esposa: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales. Ao que respondeu o esposo: - Qual lírio entre os espinhos, tal é a minha amiga entre as filhas" (Ct 2.1,2 - ARA).
 
Os pântanos e charcos da Planície de Sarom foram drenados recentemente pelo governo israelense. Essa área, atualmente, constitui-se num dos mais ricos distritos agrícolas do Estado de Israel. Seus bosques de frutas cítricas são famosos em todo o mundo. Nesse aprazível recanto, podem ser encontradas quatro flores vermelhas de grande beleza: anêmona, botão-de-ouro, tulipa e papoula.
 
A formosura e esplendor de Sarom é comparada pelo profeta Isaías à glória do Líbano, (Is 35.2).
 
III - PLANÍCIE DA FILÍSTIA
 
Situada entre Jope e Gaza, no Sudoeste de Israel, a Planície da Filístia tem 75 quilômetros de comprimento e, de largura, 25. Nessa faixa de terra, habitavam os aguerridos filisteus, inimigos mortais do povo israelita.
 
Fértil, essa região era abundante em cereais e frutas. Os seus figos e oliveiras eram muito apreciados. Nesse território, localizavam-se as cinco principais cidades filis-téias: Gaza,' Ascalom, Asdode, Gate e Ecrom. Não eram propriamente cidades, mas, indevassáveis fortalezas. Nessa planície, ficava, ainda, o Porto de Jope, muito importante para os israelitas do Antigo Pacto. Neste século, os sionistas resolveram reativá-lo, tendo em vista o crescimento da economia israelense.
 
IV - PLANÍCIE DE SEFELÁ
 
Situada entre a Filístia e as montanhas da Judéia, a Planície de Sefelá é caracterizada por uma série de baixas colinas. A fertilidade de seu solo é bastante notória; as colheitas de trigo, uva e oliva são abundantes.
 
O significado hebraico de Sefelá - terras baixas ou maus baixas - realça bem a topografia dessa planície. Ela nos lembra mais uma faixa de terra do que uma planície propriamente dita. Eis como o pastor Enéas Tognini a classifica: "... um altiplano rochoso que corre da costa, rumo SE, penetrando até a fronteira da tribo de Judá..."


Sefelá serviu de lar aos patriarcas Abraão e Isaque por longos anos. E, por tratar-se de uma região política e economicamente muito importante, foi motivo de não poucas discórdias e guerras entre israelitas e filisteus.
 
Apesar de sua importância estratégica e de suas peculiaridades geográficas, o seu nome só é encontrado no livro apócrifo de primeiro Macabeus 12.38. No Antigo Testa-mento, recebe outras designações.
 
V - PLANÍCIE DO ARMAGEDOM
 
Essa planície recebe, também, estes nomes: Jezreel ou Esdraelom. Por causa de sua extensão e aspectos característicos, várias passagens bíblicas tratam-na de vale. A maioria dos geógrafos bíblicos, entretanto, prefere classificá-la de planície mesmo.
 
Armagedom encontra-se na confluência de três vales, dos quais o mais importante é - Jezreel. Localizada entre os montes da Galiléia e os de Samaria, essa planície (a maior de Israel) é insuperável em sua formosura. Suavemente. alarga-se em direção do Carmelo até repousar nos montes Líbanos.
 
Em seu livro. Geografia Bíblica, Oswaldo Ronis fornece-nos mais algumas informações acerca desse escatológico lugar: "No ângulo suleste da planície, fica o local da antiga e importante cidade fortificada de Jezreel. que foi a capital do reino do Norte no tempo de Acabe e Jezabel. Para o leste desta cidade, desce o vale de Jezreel até atingir o - Jordão na altura de Bete-Seã. De modo que a cidade empresta o seu nome tanto à planície que se estende para o noroeste como ao vale que toma a direção leste."
 
A planície do Armagedom é uma das áreas mais estratégicas de Israel. Constitui-se numa via de comunicação natural entre a cidade de Damasco e o mar Mediterrâneo. No período veterotestamentário, serviu de palco a renhidos combates. Essa sangrenta arena é atravessada, longitutinalmente, de leste a oeste, pelo rio Kishon que desemboca no Mediterrâneo.
 
Armagedom está ligado a um grande embate escatoló-gico. O evangelista -João gizanos, sinteticamente, o maior dos confrontos: "E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom" (Ap 16.16). Nessa planície, o povo de Deus sofrerá as mais lancinantes dores de sua história. -Jesus Cristo, todavia, escolheu esse lugar para reconciliar-se com os filhos de Israel. Quando isso ocorrer, os israelitas livrar-se-ão, para sempre, de seus algozes.
 
VI - OUTRAS PLANÍCIES
 
Deparamo-nos, na Terra de Israel, com outras planícies, tais como as de Jerico, Dotam, Moabe, Genezaré, etc. Mas, por serem pequenas, não são muito importantes no contexto histórico-bíblico.
 
 
 
 
 
 
 
Vales da Terra Santa
 
Sumário: Introdução. I - Vale do Jordão. II - Vale de Jezreel. III - Vale de Açor. IV- Vale de Aijalom. V-Vale de Escol. VI - Vale de Hebrom. VII - Vale de Si-dim. VIII - Vale de Siquém. IX - Vale de Basam. X -Vale de Moabe.


INTRODUÇÃO
 
Israel é uma terra abundante em vales. Antes da conquista de Canaã, Moisés esclarece ao povo israelita: "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egi-to, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales: da chuva dos céus, beberás as águas" (Dt 11.10 e 11).
 
No Novo Dicionário da Bíblia, explica-nos A.R. Millard: "Na Palestina, onde a chuva cai somente durante certo período do ano, a paisagem é recortada por muitos vales estreitos e leitos de riachos (ou wadis), que só exibem água durante a estação chuvosa (em hebraico, nahal; no árabe, iradi). Freqüentemente, pode ser encontrada água subterrânea nesses wadis. durante os meses de estio. (Cf. Gn 26.17,19.) Os rios perenes atravessam vales e planícies mais largos (no hebraico, emeq, biq'ã), ou então cortam gargantas estreitas através da rocha. O vocábulo hebraico 'shephèlâ' denota terreno baixo, especialmente a planície costeira; 'gay' é termo hebraico que significa simplesmente rale.
 
Vale, segundo o mestre Aurélio, é uma depressão alongada entre montes ou quaisquer outras superfícies. Essa palavra é bastante comum no Antigo Testamento. Encontramo-la 188 vezes nas escrituras hebraicas. No Novo Testamento, contudo, é mencionada apenas uma vez. É claro que não poderemos estudar todos os vales da Terra Santa. Deter-nos-emos nos principais.
 
I - VALE DO JORDÃO
 
Eis o maior vale de Israel. Começa no sopé do monte Hermom (no Norte) e vai até o mar Morto (no Sul). O território israelita, portanto, é cortado, longitudinalmente, pelo vale do Jordão, cenário de importantíssimos acontecimentos na vida do povo de Deus.
 
Constituindo-se de uma grande fenda geológica, esse portentoso vale, em seu ponto inicial, tem uma largura de 100 metros. Alarga-se, porém, pouco a pouco, nas proximidades do mar da Galiléia, chega a três quilômetros; e, nas imediações do mar Morto, a 15. Depois, no entanto, começa a estreitar-se novamente.
 
Nesse vale, corre o rio Jordão, onde Jesus foi batizado. O Jordão é, ainda, o mais profundo vale de toda a Terra: encontra-se a 426 metros abaixo do nível do mar Mediter-râneo.
 
Netta Kemp de Money fornece-nos mais algumas informações sobre o vale do Jordão: "Seu solo, em parte argiloso e arenoso, interrompe-se por penhascos de greda gris e inumeráveis pedras de forma fantástica, que imprimem àquela paisagem um ar um tanto triste e desolador. Grande parte deste vale, todavia, é de uma fertilidade exuberante e todo suscetível de cultivo. O vale do Jordão não constituía antigamente barreira intransponível, mas dificultava a comunicação e o livre tráfego entre as tribos irmãs em ambos os lados."
 
II - VALE DE JEZREEL
 
Não podemos confundir o vale de Jezreel com a planície de mesmo nome. A confusão, no entanto, existe. Ela ocorre em conseqüência da inexatidão de certos autores.
 
O vale de Jezreel começa nas nascentes do ribeiro de Jalud e termina no vale do Jordão, nas cercanias de Bete-Seã. Nas proximidades desse vale, localiza-se a moderna cidade de Zerim.
 
III - VALE DE AÇOR
 
O pecado de Acã trouxe sérios prejuízos a Israel. Em conseqüência desse delito, os exércitos hebraicos sofreram irrefragáveis derrotas. A maldição só deixou o arraial dos


israelitas com o apedrejamento do reticente pecador.
 
A punição, de acordo com o livro de Josué, deu-se no vale de Açor: "Então Josué e todo o Israel com ele tomaram a Acã, filho de Zerá, e a prata, e a capa, e a cunha de ouro, e a seus filhos, e a suas filhas, e a seus bois, e a seus jumentos, e as suas ovelhas, e a sua tenda, e a tudo quanto tinha; e levaram-nos ao vale de Açor. E disse Josué: Porque nos turbastes, o Senhor te turbará a ti este dia. E todo o Israel o apedrejou com pedras, e os queimaram a fogo, e os apedrejaram com pedras, até ao dia de hoje; assim o Senhor se tornou do ardor da sua ira: pelo que se chamou o nome daquele lugar o vale de Açor, até o dia de hoje" (Js 7.24-26).
 
Nesse vale, localizado entre as terras de Judá e Benjamim, ficavam as fortalezas de Midim, Secacá e Nibsam. Açor, informa o Novo Dicionário da Bíblia, é o primeiro nome locativo a ser mencionado no rolo de cobre de Qum-ram.
 
IV - VALE DE AIJALOM
 
O Vale de Aijalom foi palco de um dos maiores milagres já presenciados por qualquer ser humano. Foi nessa região que, por uma ordem de Josué, o Sol deteve-se sobre os amorreus, possibilitando às forças israelitas, estrondosa vitória. Nesse mesmo lugar, no Século II a.C, Judas Ma-cabeu obteve decisivo triunfo sobre as forças de Antíoco Epífanes, tirano grego da Síria.
 
Aijalom localiza-se nas imediações de Sefelá, a 24 quilômetros a noroeste de Jerusalém. Com 18 quilômetros de comprimento e nove de largura, esse vale abrigou, no ano 70 de nossa era, as tropas romanas, comandadas pelo general Tito. Desse vale, os romanos saíram para destruir Jerusalém e o Templo. Localiza-se, nessa área, atualmente, a cidade de Yalo, onde há importantes indústrias.
 
V - VALE DE ESCOL
 
Uma região fértil e abundante em vinhedas. Assim é o vale de Escol. John Davis fornece-nos mais algumas informações acerca desse lugar de fartura: "... celebrizou-se pela exuberância de vinhedos, produtores de dulcíssimos cachos. Ignora-se se este nome era já conhecido antes dos tempos de Moisés. Como quer que seja, Hebrom relembrava aos israelitas o local onde os espias enviados por Moisés para reconhecer a terra, cortaram o famoso cacho de uvas, que dois deles trouxeram enfiado em uma vara."
 
O vale de Escol, localizado nas proximidades de Hebrom, continua a ser famoso pela sua singular fertilidade. Atualmente, rende consideráveis divisas ao Estado de Israel, com suas uvas, romãs e figos.
 
Escol, em hebraico, significa cacho.
 
VI - VALE DE HEBROM
 
Durante suas constantes e árduas peregrinações, o piedoso patriarca Abraão fixou-se, certa feita, no Vale de Hebrom, onde fica um lugar chamado Manre. Teve, o nosso pai na fé, nessas paragens, ricas experiências espirituais. Nessas tão abençoadas terras, o amigo de Deus construiu um altar; recebeu a divina promessa de que, não obstante sua avançada idade, ainda teria um filho, e, intercedeu pelos concupiscentes sodomitas.
 
O vale de Hebrom serviu também de sepulcro à família patriarcal. Na silente sepultura de Macpela, repousam os ossos dos primeiros ancestrais do povo escolhido. E, de conformidade com o historiador Flávio Josefo, os corpos dos patriarcas tribais encontram-se, de igual modo, nesse repousante solo.
Localizado a 30 quilômetros a sudoeste de Jerusalém, o vale de Hebrom está a quase


mil metros acima do nível do Mediterrâneo. Com os seus 30 quilômetros de comprimento, guarda muitos resquícios da era patriarcal como, por exemplo, o famoso Terebinto de More.
 
VII - VALE DE SIDIM
 
No vale de Sidim, localizado na extremidade meridional do mar Morto, ficavam as impenitentes cidades de Sodoma e Gomorra. Nesse lugar, a coligação de Quedorlao-mer defrontou-se com os exércitos dos cinco reis. A intervenção de Abraão, nesse combate, foi decisiva. O piedoso patriarca mostrou que, além de homem de fé, era, também, um intrépido guerreiro.
 
Nessa região, havia muitos poços de betume, segundo informa-nos Moisés no livro de Gênesis 14.3-8. Recentemente, a arqueologia, com o auxílio de outras ciências, en-controu, no vale de Sidim, vestígios de antiqüíssimas cidades. De acordo com as pesquisas científicas, esses povoados foram destruídos por uma grande explosão. Uma vez mais, a veracidade das Escrituras Sagradas é corroborada pela ciência.
 
Hodiernamente, o Vale de Sidim é aridificado, sem vida. Nos dias de Ló, contudo, parecia o próprio Éden. Merril F. Unger compendia estes interessantes dados acerca dessa singular região da Terra Santa: "Em algum tempo, por volta da metade do século XXI a.C., o vale de Sidim com suas cidades foi subvertido por uma grande conflagração (Gênesis 19.23-28). Essa região é mencionada como 'cheia de poços de betume' (Gênesis 14.10), e depósitos de petróleo podem ainda ser encontrados nela. Toda a região está na longa linha quebrada que formava o vale do Jordão, o mar Morto e o Arabá. Através da história, ela tem sido palco de terremotos, e embora a narrativa bíblica registre apenas os elementos miraculosos, a atividade geológica foi, sem dúvida, um fator partícipe. O sal e o enxofre nativos nessa área, que é agora uma região queimada de óleo e asfalto, foram misturados por um terremoto, resultando em violenta explosão, ü sal e o enxofre ascenderam aos céus, tornando-o rubro com o seu calor, de forma que, literalmente, choveu fogo e enxofre sobre toda a planície (Gênesis 19.24,28). A narrativa da mulher de Ló ter sido transformada em uma estátua de sal pode certamente ser relacionada com a grande massa de sal existente no vale Jebel Usdum ('Montanha de Sodoma'), monte de uns oito quilômetros de comprimento, que se estende de norte a sul, na extremidade sudoeste do mar Morto. Em algum lugar sob as águas do lago cujo nível sobe lentamente, ao sul. nas vizinhanças desse monte, poderão ser encontradas as Cidades da planície. Nas épocas clássicas e neo-testamentárias, as suas ruínas ainda eram visíveis não tendo sido cobertas pelas águas."
 
O vale de Sidim, portanto, é uma séria advertência à raça humana: de Deus não se escarnece, porque tudo o que o homem semear isso também ceifará.
 
VIII - VALE DE SIQUÉM
 
Certa vez, durante o seu ministério terreno. -Jesus sentou-se à beira do Poço de Jacó. E, com sua inconfundível e serena voz, falou do Reino de Deus a uma pobre e sedenta samaritana. Daquele inefável diálogo, surgiu um grande avivamento entre os desprezados samaritanos.
 
-   Onde fica o Poço de Jacó? - No Vale de Siquém. Com os seus 12 quilômetros de comprimento, de seu solo explode exuberante vegetação. Por causa de suas inúmeras nascentes, pode ser comparado aos mananciais da eternidade.
 
O vale de Siquém foi o primeiro lar do patriarca Abraão. Nesse lugar, cujo nome significa ombro em hebraico, Jacó armou a sua tenda, ao voltar de Harã; Diná foi deflorada pelo imprudente príncipe Siquém; Simeão e Levi cometeram grande chacina para vingar a irmã; e o governador José foi sepultado.


Nesse vale, localizado entre os montes Gerizim e Ebal, no centro de Israel, fica a moderna cidade de Nablus.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa dos vales israelenses
 
IX - VALE DE BASAM
 
Segundo Oswaldo Ronis, o vale de Basam não é citado nas Sagradas Escrituras. Suas referências limitam-se à literatura profana. Ronis acrescenta: "provavelmente trata-se do vale por onde corre o rio Yarmuque, no Nordeste da Palestina."
 
X - VALE DE MOABE
 
É     o vale de Moabe o mais dilatado dos três vales que desembocam na planície moabita. Localizada a nordeste do mar Morto, essa região era habitada pelos incestuosos filhos de Ló, que muitos danos causaram aos israelitas.
 
Tentando impedir o avanço do povo de Deus, os moa-bitas colocaram tropeços em seu arraial. Em conseqüência da contumácia de Moabe, determinou o Senhor: "Nenhum


amonita nem moabita entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do Senhor eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar" (Dt 23.3-4).
 
Moisés morreu em Moabe. Dessas terras, o maior legislador do Antigo Testamento avistou Canaã. E, então, com a serenidade própria dos anjos, adormeceu.
 
Não obstante amaldiçoados, a misericórdia alcançou os filhos de Moabe por intermédio de Rute. Virtuosa e cheia de fé, essa moabita teve o singular privilégio de ser uma das ancestrais de nosso Senhor Jesus Cristo. A história de Rute é uma das mais belas páginas de amor da literatura universal.
 
Nessa região, foi encontrada a famosa Pedra Moabita. Descreve-a Orlando Boyer: "Uma pedra de basalto negro, encontrada no ano de 1868 nas ruínas de Dibom, antiga ci-dade moabita. É o maior documento encontrado até agora, fora da Bíblia, que trata da Palestina, antes de Cristo. Sua inscrição difere muito pouco do hebraico. Esta pedra dá um relatório da guerra de Mesa, rei de Moabe, contra Onri, Acabe e outros reis de Israel."
 
 
 
 
 
 
 
Planaltos da Terra Santa
 
Sumário: Introdução. I - Planalto Central. II Planalto Oriental.
 
INTRODUÇÃO
 
Em Israel, há dois grandes planaltos: o Central e o Oriental. O primeiro é, praticamente, uma continuação dos famosos montes Líbanos; sai do centro do país em dire-ção norte-sul. O segundo é considerado pela maioria dos geógrafos um apêndice do Ante-Líbano; segue a mesma direção do anterior.
 
Ambos os planaltos têm uma altitude média que varia entre 700 a 1.400 metros.
 
O que é um planalto? Deixemos a definição por conta de mestre Aurélio: "Grande extensão de terreno plano ou pouco ondulado, elevado, cortado por vales nele encaixados.
 
I - PLANALTO CENTRAL
O Planalto Central compreende os planaltos de Naftali, Efraim e Judá.
 
1.    Planalto de Naftali.
 
Localiza-se no Norte da Galiléia. Nessa região, habitavam os naftalitas, famosos por sua coragem. No entanto, por causa da fragilidade de suas fronteiras, sofriam constantes ataques por parte de potências hostis.
 
2.    Planalto de Efraim.
 
Compreende a área de Samaria. Depois do cisma israelita, ocorrido em 931 a.C, essa região passou a ser a capital política do Reino do Norte.
 
3.    Planalto de Judá.
 
Situado no Sul, esse planalto é ladeado por Betel e Hebrom. Esse território coube aos descendentes do mais extraordinário filho de Jacó, o audacioso Judá.


II - PLANALTO ORIENTAL
 
Localizado no Oriente do Jordão, o Planalto Oriental, de igual modo, possui três importantes planaltos: Basam, Gileade e Moabe.
 
1.    Planalto de Basam.
 
Conhecido, também, como Auram, situa-se entre o Sul do monte Hermom e o Rio Yarmuque. No tempo de Josué, essa fértil região estava sob o controle de Ogue, que foi derrotado, fragorosamente, pelos israelitas. Essas terras, abundantes em trigo e pasto para gado, passaram ao domínio da tribo de Manasses.
 
2.    Planalto de Gileade.
 
Fica entre Yarmuque e Hesbom. Esse planalto é cortado pelo Rio Jaboque. Sua fertilidade é também notória. O bálsamo dessa região era bastante apreciado no período veterotestamentário. Pergunta o profeta Jeremias: "Porventura não há ungüento em Gileade? ou não há lá médico?" (Jr 8.22).
 
3.  Planalto de Moabe.
 
Essa região é bastante rochosa. No entanto, entrecor-tam-a vicejantes pastagens.
Localização: ao leste do rio Jordão e Mar Morto, prosseguindo até o rio Arnon.
 
 
 
 
 
 
 
Montes da Terra Santa
 
Sumário: Introdução. I - Montes palestínicos: 1. Montes de Judá. 2. Montes de Efraim. 3. Montes de Naftali. II - Montes transjordanianos: 1. Montes de Moabe. 2. Montes de Basã. 3. Montes de Gileade. III -Monte Sinai.
 
INTRODUÇÃO
 
Inspirado pelo Espírito Santo cantou Davi, o suave salmista: "Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre. Como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para sempre" (Sl 125.1,2).
 
Por que Davi, em um de seus mais belos salmos, refere-se, aos montes?
 
Os montes sempre exerceram fortíssima influência sobre o espírito do povo de Deus. Nessas elevações, vislumbravam os israelitas a magnitude divina. Foi no Sinai, aliás, que os hebreus adquiriram seu corpo doutrinai. Outras experiências espirituais tiveram eles nesses acidentes geográficos, bastante comuns em Israel.
 
O pastor Enéas Tognini compendia estas importantíssimas lições sobre a orografia da Terra Santa: "Israel passou 400 anos no Baixo Egito, cujas terras são planas, onde não chove, pois confina com o medonho deserto do Saara. Esse povo passaria, sob o comando de Moisés, para Canaã. terra de montes e vales, e onde a chuva é abundante no inverno. Os montes exerceram poderosa influência no povo que cantou em sua poesia ou prosa os cumes e as elevações. A importância dos montes na Bíblia é muito grande. As tábuas da Lei foram dadas por Deus a Moisés num monte; Arão morreu num monte; também Moisés; a bênção e


a maldição foram proclamadas em montes; João Batista nasceu nas montanhas; Jesus nasceu na região montanhosa da Judéia; sua grande batalha com o Diabo foi num monte; num monte foi o seu maior sermão; transfigurou-se num monte; agonizou num monte; foi crucificado num monte; e sepultado e ressurrecto num monte, e, ainda, ascendeu ao Céu de um monie, e mais: voltará, colocando seus pés no monte das Oliveiras."
 
O que é um monte; Recorramos à definição de John Davis: "Elevação natural da terra. Aplica-se geralmente a uma eminência, mais ou menos saliente, menor do que a montanha, e maior do que um outeiro. Estes nomes têm valor relativo; às vezes a mesma elevação é designada, em alguns lugares por monte e em outros por montanha. Monte é a tradução do hebraico 'Gibah', e do grego 'Bounos'".
 
I - MONTES PALESTÍNICOS
 
Estudaremos, nessa primeira parte, os montes de Judá, de Efraim e de Naftali. Nessas saliências, os israelitas presenciaram grandes acontecimentos e deles participaram. Atualmente, essas elevações servem-lhes de solene memorial: recordam-lhes os intrépidos juízes; os altivos reis; os piedosos profetas; os judiciosos mestres do povo. etc.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mapa das montanhas da antiga Palestina
 
1 - Montes de Judá
 
Os montes de Judá localizam-se ao Sul dos montes de Efraim. Constituem-se de uma série de elevações, entre as quais há herbosos vales, por onde correm riachos que deságuam


nos mares Morto e Mediterrâneo. Eis os mais notórios montes de Judá: Sião, Moriá, Oliveiras, e o da Tentação.
 
1.1 - Monte Sião
 
Localizado na parte Leste de Jerusalém, o monte Sião ergue-se ali soberano e altivo. Com aproximadamente 800 metros de altura, ao nível do Mediterrâneo, é a mais alta montanha da cidade Santa. Designa-o desta forma o profeta Joel: "E vós sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade; estranhos não passarão mais por ela" (Jl 3.17).
 
O Monte Sião era habitado pelos Jebuseus. Davi, entretanto, ao assumir o controle político-militar de Israel, resolveu desalojá-los. A partir de então, aquela singular elevação passou a ser a capital do Reino de Israel. Em virtude de sua posição privilegiada, era uma fortaleza natural para a cidade de Jerusalém.
 
Mais tarde, ordenou Davi fosse levada a arca da aliança a Sião. Por causa disso, o monte passou a ser considerado santo pelos hebreus. Décadas mais tarde, com a remoção da sagrada urna ao Santo Templo, Sião passou a designar, também, a área compreendida pela Casa do Senhor. E, não foi muito difícil a própria Jerusalém ser chamada por esse abençoado nome.
 
No Monte Sião encontra-se a sepultura do rei Davi. Em uma das lombadas dessa memorável área, localiza-se um cemitério protestante, onde está sepultado o renomado arqueólogo Sir Flinders Petri.
 
Após o Exílio Babilônico, os judeus começaram a identificar-se, com mais intensidade, com a mística Sião. Na luxuriante e soberba Babilônia, eles lembravam-se desse nome e derramavam copiosas lágrimas. Nos tempos modernos, foi criado um movimento, visando à criação do
 
Estado de Israel, cujo nome é Sionismo. Essa designação reflete bem o amor dos judeus por sua terra.
 
A Igreja de Cristo é considerada a Sião Celestial, repleta de justiça e habitada por homens, mulheres e crianças comprados pelo sangue do Cordeiro.
1.2 - Monte Moriá
 
Moriá é sinônimo de sacrifício e abnegação. Nesse monte, o patriarca Abraão passou a maior prova de sua carreira espiritual. Premido pelo Todo-poderoso, preparava-se para sacrificar seu filho, seu único filho Isaque, quando ouviu este brado: "Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse-lhe o anjo do Senhor|: Não estendas a mão contra o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único" (Gn 22.11,12). Continua a narrativa: "Então levantou Abraão os seus olhos; e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho" (Gn 22.13).
 
Localizado a leste de Sião, e Monte Moriá tem uma altura média de 800 metros ao nível do Mediterrâneo. De forma alongada, sua parte mais baixa era conhecida como Ofel. No tempo de Abraão, Moriá não designava propriamente um monte, mas uma região.
 
Mil anos após a era patriarcal, Salomão construiu o Templo nessa elevação. A Casa do Senhor, entretanto, foi destruída por Nabucodonozor, em 587 a.C. Reconstruída no tempo de Esdras e Neemias, foi novamente destruída pelo general Tito, no ano 70 de nossa era. Atualmente, sobre esse monte, encontra-se a Mesquita de Ornar, um dos lugares mais sagrados para os muçulmanos.
 
O que significa Moriá? O professor Zev Vilnay, citado por Enéas Tognini, explica:
"Os sábios de Israel perguntaram: - 'Por que este monte se chama Moriá?' - Porque vem da


palavra 'Mora', que, em hebraico, significa temor. Desta montanha o temor de Deus percorreu a terra toda. Outra versão diz que vem de 'ora', que quer dizer luz, pois quando o Todo-poderoso ordenou: 'Haja luz', foi do Moriá que pela primeira vez brilhou a luz sobre a humanidade."
 
Hoje, Moriá poderia ser chamado "Montanha das Lágrimas". Do Templo, restou apenas uma muralha na qual judeus de todo o mundo choram seu exílio e suas amarguras. O Muro das Lamentações é o último resquício da glória passada de Israel.
 
1.3. - Monte das Oliveiras
 
O Monte das Oliveiras situa-se no setor oriental de Jerusalém. O Vale do Cedrom separa-o do monte Moriá. Esse monte, denominado "Mons Viri Galilaei", compõe uma cordilheira, sem muita expressão, com aproximadamente três quilômetros de comprimento.
 
Na parte ocidental do Monte das Oliveiras, fica o Jardim do Getsêmani. Nos dias do Antigo Testamento, essa sagrada elevação era coberta de oliveiras, vinhedos, figueiras e uma série de outras árvores frutíferas e ornamentais. A fertilidade dessa região é proverbial e secular, haja vista que, depois do exílio babilônico, a Festa dos Tabernáculos foi realizada com os ramos das árvores do Olivete.
 
No Jardim do Getsêmani, Jesus enfrentou um dos mais dolorosos momentos de seu ministério. Envolto na sombra da noite, clamou. Pressionado pelos nossos pecados, chorou. Ali, seu corpo foi esmagado por causa das nossas transgressões. 1.4 - Monte da Tentação
 
Logo após o seu batismo, foi Jesus levado a um monte, onde passou 40 dias. Em completo jejum por 40 dias, foi tentado pelo Diabo; teve fome depois de terminar o jejum e sofreu a solidão. Essa elevação, que serviu de claustro ao Salvador, é conhecida como o monte da Tentação.
 
Distante 20 quilômetros a leste de Jerusalém, esse monte fica a quase 1000 metros acima do nível do mar. Sua altura, contudo, não ultrapassa a 300 metros, por encontrar-se no profundo terreno do vale do Jordão. Caracterizado por ingrata aridez, possui inúmeras cavernas, onde os monges refugiam-se para meditar.
 
Na realidade, as Sagradas Escrituras não declinam o nome do monte onde o Senhor foi tentado. Entretanto, o Monte da tentação é o único que corresponde ao cenário onde Cristo travou uma de suas mais decisivas batalhas.
 
2 - Montes de Efraim
 
A região montanhosa de Efraim abrange a área ocupada pelos efraimitas, pela metade dos manassitas e por uma parcela dos benjamitas. Conhecemos essa área, também por estes nomes: monte de Naftali. monte de Israel e monte de Samaria. Essa área é classificada, geograficamente, como Planalto Central.
 
Eis os mais importantes montes de Efraim: Ebal e Ge-rizim. Sobre ambos os montes, foram pronunciadas as maldições e as bênçãos sobre os filhos de Israel. Ambas as elevações, testemunham os visitantes, formam um anfiteatro, com perfeita acústica.
 
2.1 - Monte Ebal
Do Ebal foram pronunciadas as maldições. Localizado no Norte de Nablus, seu solo
 
é   aridificado e com muitas escarpas. Tem 300 metros de altura e fica a mais de mil metros acima do Mar Mediterrâneo.
 
Jotão proclamou seu célebre apólogo do cume desse monte. E, dessa engenhosa maneira, incitou Israel a lutar contra o usurpador Alimeleque.
 
Tanto o Ebal, como o Gerizim, ocupam posição estratégica. Para se alcançar qualquer parte da Terra Santa, há de se passar, necessariamente, por ambos os montes "Ebal" significa, em hebraico, pedra.


2.2 - Monte Gerizim
 
Ao contrário do Ebal, o monte Gerizim é coberto por reconfortante vegetação. A altura dessa elevação é de 230 metros. Com relação ao nível do Mediterrâneo, está situado a 940 metros de altitude. Nesse monte, foram abertas muitas cisternas para captar águas da chuva.
 
Após o exílio babilônico, os samaritanos, instigados por Sambalá, construíram um templo sobre o Gerizim. Visavam tirar a glória do Templo reconstruído por Esdras e Neemias. Em 129 a.C, o lugar de adoração dos samaritanos seria destruído por João Hircano.
 
Recentemente, Salcy descobriu reminiscências desse espúrio santuário. Conforme descreve esse laborioso arqueólogo, o templo dos samaritanos era rico e suntuoso.
 
O Monte (gerizim, atualmente é conhecido como Jebel et-Tor. E. continua sendo o lugar de adoração dos samaritanos. Segundo dizem, foi nesse monte que Abraão pagou o dízimo a Melquisedeque. Eles acreditam, também, que foi nesse lugar que Isaque seria sacrificado pelo piedoso pai dos hebreus.
 
3 - Montes de Naftali
 
Essa designação abarca todo o conjunto montanhoso do Norte da Terra Santa. Abrange a região da Galiléia. Quando da conquista de Canaã, esse território foi destinado às tribos de Aser, Zebulom, Issacar e Naftali. Os naftalitas ficaram com uma área mais extensa. Em virtude disso, essas terras passaram a ser conhecidas como Naftali.
 
Eis os quatro mais importantes montes dessa região: Carmelo, Tabor, Gilboa e
Hatim.
 
3.1 - Monte Carmelo
 
Travou-se no Carmelo um dos mais renhidos combates entre a fé e a idolatria. Cheio do Espírito Santo, Elias desafiou várias centenas de profetas de Baal. A vitória, é claro, coube ao profeta do Senhor. Esse monte, em virtude dessa confrontação, é símbolo de prova e fogo.
 
O Carmelo não é propriamente um monte. Faz parte, na realidade, de uma cordilheira de 30 quilômetros de comprimento. Sua largura oscila entre 5 a 13 quilômetros, a começar do Mediterrâneo em direção ao Sudeste do território israelita. O ponto mais elevado dessa serra não atinge 600 metros. O duelo de Elias com os falsos profetas deu-se exatamente no cume do monte Carmelo.
 
No lado Norte dessa cordilheira, passa o rio Quisom, onde os vassalos de Baal foram exterminados. Oswaldo Ronis acrescenta-nos mais alguns detalhes acerca do Carmelo: "Este é o único monte que se destaca do planalto central na direção oeste, formando um promontório ao sul da planície do Acre (Accho ou Asher) e é a única parte do território da palestina que avança mar Mediterrâneo adentro, formando, ao Norte, a baía do Acre onde se localiza a cidade de Haifa. Note-se que este monte ou serra forma uma barreira entre as planícies Esdraelom, ao norte e Sarom ao sul, apresentando em seus flancos inúmeras caver-nas que, pela sua conformação interna, parece (algumas) terem sido habitadas. Uma delas é conhecida como a 'Gruta de Elias' , que hoje é um santuário muçulmano."
 
3.2 - Monte Tabor
 
Localizado também na Galiléia, o Tabor tem 320 metros de altura. Trata-se de um monte solitário, plantado na luxuriante Esdraelom. Visto do Sul, lembra-nos um se-micírculo. Dista a apenas 10 quilômetros de Nazaré e a 16 do mar da Galiléia. Situa-se a 615 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo.
De seu cume podem-se avistar magníficas paisagens. A alma poética dos hebreus


embevecia-se com os maravilhosos quadros vislumbrados desse monte. O Tabor, por esse motivo, era comparado ao monte Hermom.
 
O Tabor é muito importante no Antigo Testamento. Em suas cercanias, os exércitos de Débora e Baraque combateram as forças de Sísera. Mais tarde, Gideão, nessa mesma área, colocou em fuga os batalhões dos midianitas.
 
Nos dias de Oséias, foi construído um santuário pagão sobre o monte Tabor, contra o qual clamou o santo profeta: "Ouvi isto, ó sacerdotes, e escutai, ó casa de Israel, e escutai, ó casa do rei, porque a vós pertence este juízo, visto que fostes um laço para Mizpá, e rede estendida sobre o Tabor" (Os 5.1).
 
Tempos mais tarde, foi construída uma cidade no topo desse monte. Em 218 a.C., Antíoco a conquistou e transformou-a em uma fortaleza. O Tabor seria cenário, ainda, de vários conflitos entre romanos e judeus. O historiador Flávio Josefo, por exemplo, fortificou uma determinada área desse monte. Dessas fortificações, sobraram, somente, trechos de um muro.
 
A partir do Século III de nossa era, renomados teólogos começaram a ventilar esta hipótese: A transfiguração do Cristo deu-se no Monte Tabor. Visando perenizar esse importantíssimo momento da vida terrestre de Jesus, a mãe de Constantino Magno, Helena, ordenou fossem construídos três santuários: um para Jesus, e os outros dois
 
para Moisés (representante da Lei) e Elias (representante dos profetas).
 
Hoje, todavia, acredita-se que a transfiguração ocorreu nas encostas sulinas do monte Hermom.
 
O Tabor, atualmente, é chamado de Jabal al-Tur pelos árabes. Os israelenses continuam a tratá-lo de Har Tãbhôr.
 
3.3 - Monte Gilboa
 
Com 13 quilômetros de comprimento e com uma largura que varia entre 5 a 8 quilômetros, o Monte Gilboa está localizado no Sudeste da planície de Jezreel. Sua forma é alongada. Situa-se a 543 metros de altitude.
 
Em Gilboa, que significa fonte borbulhante em hebraico, morreram o rei Saul e seu filho Jônatas, quando combatiam os incircuncisos filisteus. A fatalidade inspirou este cântico davídico: "Vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia sobre vós, nem sobre vós, campos de ofertas alçadas, pois aí desprezivelmente foi profanado o escudo dos valentes, o escudo de Saul, como se não fora ungido com óleo" (2 Sm 1.21).
 
As colinas do Gilboa são conhecidas, hodiernamente, como Jebel Fukua.
3.4 - Monte Hatim
 
Localizado nas proximidades do mar da Galiléia, o monte Hatim compõe o chamado Cornos de Hatim. Sua altitude não ultrapassa os 180 metros. É um lugar bastante atrativo. De seu topo, pode-se avistar o Mar da Galiléia. Seus dois picos principais têm a aparência de chifres.
 
Acredita-se ter sido esse o monte, do qual Cristo pronunciou o célebre Sermão da Montanha. O Hatim é conhecido, de igual modo, como o Monte das bem-aventuranças.
 
II - MONTES TRANSJORDANIANOS
 
Os montes transjordanianos são conhecidos, também, como Montes do Planalto. Eis as suas principais elevações: Gileade, Basam, Pisga e Peor.
 
1    - Monte de Gileade
 
Trata-se de um conjunto montanhoso. Vai do Sul do Rio Yarmuque ao mar Morto. Gileade é dividido pelo Ribeiro de Jaboque, onde Jacó lutou com o Anjo do Senhor. Essa


foi a primeira região conquistada pelos israelitas e coube à tribo de Gade. O profeta Elias é originário dessa terra. No tempo de Jesus, esse território era conhecido como Peréia.
 
O nome dessa localidade surgiu com o encontro entre Jacó e Labão. Designou-a, o primeiro, assim: Jegar-Saaduta. E, o segundo, Galeed. Ambas as nomenclaturas significam montão do testemunho.
 
Essa região, na antigüidade, era famosa pela sua fertilidade. De seu solo, explodiam o trigo, cevada, oliveira e legume. O seu bálsamo era procuradíssimo. Hoje, esse território está em poder da Jordânia. Para os judeus ortodoxos, entretanto, Gileade é a eterna possessão dos filhos de Israel.
 
2    - Monte de Basam
 
Basam é um dilatado e fertilíssimo conjunto de montanhas. Ao norte, limita-se com o monte Hermom. Ao leste, com a região desértica da Síria e da Arábia. A Oeste, com o Jordão e o mar da Galiléia. E, ao sul, com o Vale do Yarmuque.
 
Assim refere-se Davi a esse monte: "O monte de Deus é como o monte de Basam, um monte elevado como o monte de Basam" (Sl 68.15).
 
As terras do Basam, por causa de sua fertilidade, constituem-se um celeiro para Síria e o Estado de Israel. Na era veterotestamentária, essa região estava coberta de cedros e carvalhos. E, em suas viscejantes pastagens, eram apascentados numerosos rebanhos.
 
Nos dias de Abraão, o monte de Basam era habitado pelos temidos refains, um povo constituído de homens de elevada estatura. O último soberano dessa nação foi executado pelos israelitas. Trata-se de Ogue, cuja cama media aproximadamente quatro metros de comprimento e quase dois de largura.
 
Essa área foi destinada, por Moisés, aos manassitas.
 
3    - Monte Fisga
 
Do cimo do monte Pisga, contemplou Moisés a Terra Prometida: "Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Je-rico; e o Senhor mostrou-lhe toda a terra, desde Gileade até Dã. Assim morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor" (Dt 34.1 e 6).
 
O Pisga está localizado na planície de Moabe. Dista 15 quilômetros do Leste da foz do rio Jordão. Moisés vislumbrou o solo da promissão de uma altura de 800 metros. O monte Pisga é conhecido, também, como Nebo. Alguns autores, contudo, dizem haver, nessa região, dois montes: o Pisga e o Nebo.
 
4    - Monte Peor
 
O monte Peor está localizado nas imediações do Nebo. Em hebraico, "Peor" significa abertura. Nesse monte era adorado o imoral Baal-Peor.
 
Do monte Peor, tentou Balaão amaldiçoar os filhos de Israel. No entanto, seus esforços foram em vão. Como último recurso para prejudicar a marcha dos israelitas, indu-ziu-os a participar das sensuais cerimônias de adoração de Baal-Peor. Não fosse a ação pronta e enérgica de Moisés, os hebreus teriam se corrompido completamente. Desse la-mentável episódio, falaria mais tarde o grande legislador: "Os vossos olhos têm visto o que Deus fez por causa de Baal-Peor: pois a todo o homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor teu Deus consumiu no meio de ti" (Dt 4.3).
 
III - MONTE SINAI
O Sinai constitui-se de uma península montanhosa, localizada entre os golfos de Suez


e Acaba. Nessa região, Deus apareceu a Moisés e o comissionou a libertar Israel do jugo faraônico. Da sarça ardente, clamou o grande Jeová: "Eu sou o que sou". Em frente a esse monte, ficaram os israelitas acampados por quase um ano. Nesse santo lugar, o Senhor entregou a Lei aos filhos de Israel (Êx 19 e Nm 10).

 

Conhecido também como Horebe, o monte Sinai serviu de refúgio a Elias. Nele, o profeta, o ardente profeta de Jeová, pôde esconder-se da perversa Jezabel. "Sinai", segundo os exegetas, significa sarça ardente, fendido ou rachado. Dizem alguns ser esse nome uma evocação a Sin, deusa da Lua. Nas Sagradas Escrituras, esse monte recebe três diferentes designações: Monte Sinai. Horebe e Monte de Deus.

 

Essa sagrada elevação tem uma forma triangular. Seus vértices superiores repousam nos territórios asiático e africano. Ao Leste, é banhada pelo Golfo de Acaba. Ao Ocidente, pelo Golfo de Suez. A área da Península do Sinai mede 35.000-. Nessa região, podemos encontrar três zonas geológicas: Cretácea, Arenística e Granítica.

 

Apesar de aridificado, esse território tem os seus encantos particulares. Os montes erguem-se soberanos e altivos. Queimadas pelo Sol, as areias mostram-se multicolo-ridas. A vegetação é sobremodo escassa, tornando a sobrevivência humana praticamente impossível. Os oásis são uma raridade. Em alguns locais, contudo, vislumbram-se verdes vales, em virtude da água, que provém da neve de alguns altos picos. Nesses lugares, os anacoretas encontram repouso e silêncio para a sua meditação.

 

O Sinai pertencia ao Egito. No entanto, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel capturou toda essa região. Segundo a Palavra de Deus, a região do Sinai pertence, de fato, aos israelitas.

 

 

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