Roteiro do Sermão
- Introdução
- A Teoria e a Teologia da Pregação
- O Que é um Sermão Monólogo
- Vantagens e Desvantagens do Sermão Monólogo
- Passos na Preparação do Sermão Monólogo
- Como e Onde Usar o Sermão Monólogo
- Exemplos de Sermões Monólogos
8.
Referências Bibliográficas
Introdução
Tenho saudades de um tempo em que nem
mesmo sonhei ou vivi. Falo do tempo em que o espírito profético se apoderava de
homens distintos, e estes por suas bocas assumiam a missão desafiadora,
denunciadora de seu proclamar alvissareiro ou fatídico. Não quero, porém,
levantar uma bandeira de saudosismo ou utopia; preocupo-me tão somente com a
realidade de meu povo, do meu tempo e da minha igreja. Esta conjuntura
desconexa, complicada e até mesmo desgovernada. Falo de um tempo de dores, mãos
ressequidas, terra desolada, sede de Deus, sede de justiça. Falo de um povo
brasileiro que é cheio de fé, de fibra e de coragem, povo meu, pátria minha,
gente nossa.
Tenho saudades, e neste contexto
sentimental clamo a Deus que derrame em cada coração pastoral este espírito
profético de modo que não cessemos de falar por aqueles sem voz, sem rumo, sem
paz, sem terra, sem pão. E como numa prece diuturna derramo a minha alma
pedindo a IAHWEH que me conceda a oportunidade de ver em mim como também na
vida de tantos outros profetas deste solo brasileiro o Dom da Profecia. Tenho
saudades de homens que lêem o presente compreendendo o sentido profundo da
palavra de Deus, no contexto histórico que Deus os chamou para serem
testemunhas. Comprometidos somente com o que Deus tem para oferecer mediante a
necessidade do povo.
Tenho saudades de homens livres,
descondicionados dos oportunismos, sem qualquer apego ou relações diplomáticas.
Desvinculados de quaisquer interesses que possam servir de empecilho ou motivo
para terem suas bocas fechadas. Homens que não têm medo de que suas cabeças
estejam a prêmio ou que sejam servidas em bandejas. Não dados ao
superficialismo, ao medo e nem tampouco preocupados com os conformistas que os
julguem rebeldes. Falo de homens apregoadores da mesma liberdade que possuem.
Tenho saudades de homens que escandalizem a hipocrisia religiosa de nosso
tempo. Homens que provoquem crises nas instituições desordenadas, homens que
elevem sua voz em nome do amor, da paz e da justiça divina. Homens que tenham
autoridade de Deus e que sejam capazes de clamar altissonantemente contra todos
os escândalos.
Tenho saudades de homens que sabem
ficar quietos. Homens que não jogam palavras ao vento, não falam à toa. Reduzem
ao essencial as suas intervenções e o seu silêncio se torna tão inquietador
quanto os seus discursos. Homens comprometidos com a Palavra divina e com os
efeitos que ela provoca. “Bocas de IAHWEH”. Tenho saudades de homens que
observam os fatos e deixam que a sua proclamação nasça desta sincera
contemplação. Homens contemplativos honestamente comprometidos com a causa que,
por sua vontade, em consonância com os desígnios de Deus, abraçaram. Homens
dedicados à oração e este contato fidedigno tornar-se-á um canal ilimitado de
bênçãos e de proclamações reais para um tempo que se chama hoje.
Como ministros
batistas brasileiros militantes ou aspirantes, precisamos nos preocupar em
incorporar este espírito profético tão necessário hoje como nos tempos idos do
povo de Israel. Como, também, se faz necessário marcharmos em busca da
implantação do reino de Deus em cada agreste, beco ou viela, denunciando a dor,
a fome, a injustiça, a opressão, a imoralidade, e exaltando o nome sobremodo
excelente de Deus, o Senhor da criação, justo em sua essência. Senhor, tenho
saudades dos profetas. Homens humildes, alguns boieiros e lavradores, homens
sinceros, corajosos, destemidos. Falo de Isaías, Ageu, Habacuque, Sofonias,
Daniel, Naum, Oséias, Amós, e tantos outros que tu usaste na intenção de
comunicar os teus desejos. Faze, ó Senhor, que João, Antônio, Ricardo, Joaquim,
Carlos, e tantos outros de nosso tempo vivam como reais “Bocas de Iahweh”!
Amém!
Capítulo 2
Capítulo 2
A Teoria e a Teologia da
Pregação
A – A Arte de Pregar
O pregador é um porta-voz de Deus
entre os homens. Percebe-se no seio de nosso Brasil batista um certo
descontentamento no que diz respeito à qualidade das mensagens e sermões
proclamados. Há algum tempo ouço reclamações de que muitos pregadores proferem discursos
cansativos e monótonos ou até mesmo, pela falta do que falar gastam todo o
tempo desenvolvendo-se na arte de contar estórias e anedotas. Esta situação,
que é agravante, obriga aqueles que se preocupam com a arte de pregar a
pensarem em alguns recursos essenciais para a proclamação eficiente da mensagem
do Evangelho.
I
– Um Primeiro Recurso Para uma Proclamação Eficaz é Conhecer a Mente de Deus.
O pregador é aquele que conhece a
mente de Deus. A arte da homilética ou o ato de saber fazer um sermão não torna
o pregador um porta-voz de Deus. A pregação não é algo que se faz ou se prepara
no dia anterior. O pregador pode conhecer a mente de Deus através da comunhão
com Ele. Esta comunhão implica andar com Deus, ter o companheirismo com o Senhor,
manter uma intimidade com Ele, sondá-lo através da oração sincera e efetiva.
O pregador pode conhecer a mente de
Deus através de uma vida de meditação. Para os ocidentais é muito difícil a
prática da meditação. Meditar então é um verdadeiro desafio para a proclamação
eficaz, pois grandes são as obras e as realizações divinas. A meditação é uma
disciplina devocional que exige, e muito, dos pregadores, mas que lhes
proporciona momentos de intensa inspiração e recursos fantásticos para a
proclamação da mensagem. Pois da contemplação surgem idéias e considerações
profundas acerca das verdades bíblicas e de seus ensinos. Quando começamos a
meditar iniciamos um melhor conhecimento de Deus, de seus desejos e de sua
mente.
O pregador pode conhecer a mente de
Deus através de uma vida de estudo e pesquisa sobre a Palavra de Deus. As
pessoas não querem ouvir suas opiniões sobre os vários assuntos ou temas
possíveis. Elas querem ouvir Deus falar através do pregador. A Palavra deve ser
lançada sobre o povo e nunca voltará vazia. O pregador poderoso nas Escrituras
tem às mãos excelente equipamento de trabalho. A essência e centro das
Escrituras é Cristo, e a proclamação baseada no bom conhecimento da mente
de Deus é poderosa e cristocêntrica. O pregador deve ser fortalecido no
conhecimento da Palavra de Deus, e isto depende de pesquisa, estudos e muita
reflexão. O conhecimento apurado da mente de Deus, faz com que a mensagem seja
bibliocêntrica e, desta forma, pela sua inerrância, isenta os pregadores de correrem
o risco de se apoiarem em argumentos infundados.
II
– Um Segundo Recurso Para uma Proclamação Eficaz é Estar Cheio do Espírito
Santo de Deus.
A questão do Espírito Santo precisa
ser entendida de modo que como profeta você não oprima ou limite à atuação do
Espírito Santo de Deus. Há uma necessidade de vibração, mas sem qualquer
ligação com o Pentecostalismo. O importante é que podemos vibrar, pois
conhecemos a Deus e estamos plenos de seu Espírito. Esta é a condição pessoal
de sucesso na proclamação. Um homem pode derrubar a importância do que ele
prega, tanto quanto ser capaz de pregar com entusiasmo. Se um homem não é
tocado pela graça maravilhosa de Cristo em sua própria alma, por certo ele
falará de forma fria e vazia acerca da mais tremenda realidade.
E se um homem não for fervoroso de
espírito, certamente discursará a respeito da salvação como se ela fosse um
assunto de pequeno interesse. Este enchimento ou plenitude do Espírito Santo se
alcança através da busca da pureza e da santidade. Quando o pregador começa a
buscar a Deus, a primeira reação é a noção de pecado. A entrada na presença de
Deus permite que o Espírito Santo inicie uma operação limpeza onde os pecados
são revelados, confessados, perdoados e abandonados. E a comunhão com o
Espírito Santo se torna íntima e o desejo de conhecer a Deus mais intenso.
O pregador cheio do Espírito Santo
prega com entusiasmo aquilo que ele crê, sua mensagem toca os corações dos que
o ouvem e lhes permite aplicá-la às suas vidas. Nestes tempos de provas a
necessidade sentida é exatamente de pregadores que abram os seus corações e
permitam ao Espírito Santo de Deus aquecê-los, dando-lhes zelo, entusiasmo e
paixão, pois um pregador sem entusiasmo não fará muito em favor da obra da proclamação
do Evangelho. Porém, se o pregador equacionar o entusiasmo com a convicção de
que, pelo poder de Deus, tem a fé que vence o mundo, conseguirá falar de uma
forma tão fervorosa que não haverá espaços para possíveis contestações.
O pregador cheio do Espírito Santo não
é um entusiasta ou um artista que encena textos e lhes dá vida. O seu
entusiasmo é natural, sem exageros, pois reflete genuinamente aquilo que a
mensagem proclamada tem feito na vida do próprio pregador, e envolve os
ouvintes que por sua vez sentem o desejo de experimentá-la na extensão de sua
eficácia. O pregador eficiente depende de sua relação com o Espírito Santo que
lhe proporciona a inteligência necessária, a convicção bem dosada, a alma
devidamente aquecida pela paixão em relação aos perdidos, e a dedicação
constante no ato de proclamar a mensagem.
III
– Um Terceiro Recurso Para uma Proclamação Eficaz é Preparar Bem Suas
Mensagens.
Uma boa mensagem precisa de tempo
hábil para ser preparada de modo que este tempo capacite o pregador. Uma
mensagem bem preparada contextualiza a Bíblia atendendo as necessidades do
povo. E para tanto o pregador deve conhecer a vida do povo. O ofício de
atualizar a mensagem reflete a capacidade do pregador em transmitir as verdades
eternas do Evangelho dentro de níveis alcançáveis segundo a realidade de cada
povo em cada época.
Stafford North em seu livro Pregação:
homem e método, diz o seguinte: “todo homem deve levar para o seu trabalho
certo equipamento básico. O campeão de pulo deve ter pernas ágeis, o violinista
dedos hábeis, o estivador braços robustos, e o salva-vidas olhos argutos”1. A
cultura não é tudo mais um pregador fiel e dedicado no preparo de seus sermões
será muito útil para a causa de Deus, se cuidar também de seu preparo
intelectual. Desde que o trabalho do pregador é praticamente mental, ele
precisa ter facilidade para aprender idéias e retê-las. Mas nenhum pregador que
não goste de estudar poderá alcançar sucesso.
O pregador precisa, pois como porta-voz
do Senhor Deus se apropriar de tal tarefa, saltando com pernas ágeis os montes
da preguiça, dedilhando e folheando as páginas do saber a fim de que levante os
braços da competência e com os olhos espirituais enxergue os momentos certos e
as mensagens apropriadas. O pregador não deve ser apenas acima da média quanto
à sua capacidade mental, mas deve interessar-se pelas pesquisas intelectuais.
Sua mente é a sua ferramenta básica, e ela deve ser suprida com amplo
conhecimento e ajustada com uma compreensão perceptiva da Palavra de Deus, de
modo que lhe seja possível comunicar bem a mensagem ao receptor.
A boa comunicação, utilizando-se dos
métodos escolásticos e vivenciais, surge como um grande requisito para que o
pregador seja entendido quando fala. Uma boa mensagem implica o bom uso da voz
e também a utilização correta do veículo de comunicação, a linguagem, de modo
correto. Uma boa mensagem se destina a toda a comunidade e nunca a uma pessoa
somente. Uma boa mensagem não é bonita e sim tocante. Não é composta de
plástica e formas agradáveis, mas de poder espiritual. Não é proclamada para
distrair cérebros, mas transformar vidas. O pregador deve construir uma boa
mensagem de joelhos e não nos joelhos. A oração é a ligação que podemos ter com
o canal ilimitado de experiências com Deus e por certo inspirações valiosas.
B – O Conceito Bíblico de Pregação
“A pregação é aquele processo único
pelo qual Deus, mediante Seu mensageiro escolhido, se introduz na família
humana e coloca pessoas perante Si, face a face. Sem essa confrontação a
pregação não é verdadeira”2. Já no pensamento de Blackwood pregação significa
“verdade divina através da personalidade ou a verdade de Deus apresentada por
uma personalidade escolhida, para ir ao encontro das necessidades humanas”3. A
função profética, ou a pregação, é um serviço oferecido a Deus e revelado na
prática de anunciar a vontade, o amor e o zelo de Deus pelo seu povo.
Dentre as tarefas que caracterizam o
ministério pastoral, na perspectiva e realidade batista brasileira, a função de
proclamar a palavra de Deus é prioritária. Com este alvo no coração ingressei,
pela graça de Deus, nas lides pastorais em 1991. Ao fazer uma retrospectiva
percebo que muitas foram às horas gastas nesta tarefa, mas também descubro que
um número bem maior de horas foram utilizadas para outras tarefas
administrativas, denominacionais e eclesiásticas. Isto sempre me incomodou,
pois estou consciente que o Ministério da Palavra é basicamente caracterizado
pela proclamação da palavra de Deus. Talvez a razão de sermos tão atarefados
por nossas igrejas ou de buscarmos como polivalentes o envolvimento em várias
áreas é a ausência de uma convicção clara sobre a importância da função
profética no ministério pastoral.
E na ausência desta convicção perdemos
a perspectiva divina de prioridades e não executamos bem o nosso ministério. Os
apóstolos quando do crescimento da igreja viram-se atarefados e estabeleceram
prioridades, delegando responsabilidades(Atos 6:1-7). E nós por que não
seguimos este belo exemplo? Desejo construir no seu coração a certeza de que
ainda hoje o Senhor que nos chamou para o Ministério da Palavra quer que a
proclamação de Suas verdades seja uma função que realizemos com todo o nosso
esforço e que obedeça as Suas próprias prioridades.
Pretendo fazer com que você reflita
sobre o tempo em que vivemos, repleto de pregoeiros que entitulam-se “profetas”
e que nada têm a ver com esta sublime tarefa. Penso também em ajudá-lo a fazer
do seu ministério profético algo estimulante para você, prático para os seus
ouvintes e que produza glória, honra e louvor a Deus. Desejo que esta abordagem
produza uma confrontação do movimento “profético” atual com a Palavra de Deus
afim de que seja possível compreender o que significa falar de fato em nome de
Deus. Creio que isto lançará luz sobre o povo de Deus para que este não se
permita ser conduzido por “profetas” não autorizados a falar em nome de Deus,
uma vez que não O conhecem, não O servem, nem proclamam Sua vontade.
A
– A Etmologia e Sua Implicações
Compreender o significado das palavras
é base fundamental para que o processo de ensino-aprendizagem se realize. Nesta
etapa da pesquisa empreenderemos esforços neste sentido e por isso o desafio a
não depender somente das informações esboçadas aqui. Busque uma ampliação de
seus conhecimentos e lembre-se o aprendizado está disponível e as fontes
primárias ou não são diversas.
Profeta
= aquele que não fala a sua própria mensagem, ele age conscientemente, tem
liberdade dentro de certos limites de apresentar a mensagem conforme lhe
convém. “O profeta é para Deus o que Arão era para Moisés, quer dizer, o seu
porta-voz ou mensageiro aos terceiros”4.
Navi
= é a palavra hebraica mais usada para designar a pessoa do profeta ou sua
função e significa profetizar, chamar ou proclamar(ativo). Ser
profeta e ser chamado para proclamar(passivo). É
bom lembrar que várias figuras na história de Israel receberam o título de navi
como por exemplo: Abraão(Gênesis 20.7); Moisés(Deuterômio 34.10) e Arão(Êxodo
7.1).
Roeh
= vidente. O profeta é também conhecido como aquele que vê aquilo que outras
pessoas não vêem. Em 1 Samuel 9.9 encontra-se um auxílio para que seja feita
uma distinção entre Navi e Roeh ou Rozeh. “O vidente tem a capacidade de
revelar segredos ocultos e eventos futuros. No caso dele, ressaltam-se as
visões, ao passo que no caso do profeta, enfatizam-se as palavras(Isaías
30.10)5.
Isha
Elohim = “homem de Deus”. Este título expressa a estreita associação da pessoa
com Deus. Esta “estreita relação dos profetas com Deus é expressa
igualmente pelo nome ‘homem de Deus’, que quase só aparece nas narrativas
sobre Samuel, Elias e Eliseu(ver 1 Samuel 2.27; 9.6; 2
Reis 17.18; 4.9)”6.
Podemos resumir esta etapa usando as
palavras de Brown: “O profeta do Antigo Testamento é um proclamador da Palavra,
a quem Deus vocacionou para advertir, para exortar, para consolar, para ensinar
e para aconselhar; tendo vinculações exclusivamente com Deus, desfrutando, portanto,
de uma liberdade que não tem igual”.7 No Antigo Testamento o pregador era
profeta (navi). Assim, o profeta era o homem que se sentia chamado por Deus
para uma missão especial, em que a sua vontade se subordinava à vontade de
Deus, que lhe era comunicada por inspiração direta. Embora o pregador seja no
máximo um “vaso de barro”, por meio do qual Deus se revela a outros, é, não
obstante, o ponto vivo de contato entre Deus e aqueles que Ele procura salvar
“pela loucura da pregação”(1 Coríntios 1.21).
De acordo com a ótica neotestamentária
o profeta é aquele que, movido pelo Espírito de Deus, recebe e transmite por
inspiração divina a mensagem do Senhor ao povo, especialmente as verdades
relacionadas com o Reino de Deus e com a salvação dos homens, o profeta é
aquele que fala por outro, todos os mensageiros de Deus são profetas, mas este
dom ministerial, de que o apóstolo Paulo fala, não pertence a todos os
mensageiros de Deus. O ministro-profeta deve interpretar a presença de Deus nos
eventos que acompanham o Evangelho, e os desígnios de Deus nos eventos.
O profeta, neste sentido, é o pregador que compreende
claramente a beleza e a universalidade do Evangelho e tem o dom de apresentá-lo
ao povo com tanta persuasão, tanto amor e zelo que os ouvintes entendam que ele
não é apenas um propagandista, mas o expoente divinamente autorizado para
esclarecer os eventos que acompanham os efeitos da mensagem do Evangelho, não
somente para o indivíduo como também para a sociedade, para o governo e para as
nações.8
Entendo que o ministro-profeta recebe
algumas características dos profetas do Antigo Testamento. Por isso creio como
ministros devemos ser profetas de nosso tempo. Vivendo a realidade de cada dia,
sacudindo a morosidade e o conformismo, e evitando que a igreja, agente
beneficiador de Deus aos homens, caminhe doente e inoperante. A missão
profética deve resumir-se numa prática ministerial condizente com as
necessidades do povo em cada contexto e circunstâncias em que ele se encontre.
O profeta defronta-se com as hostilidades, desconfianças e incompreensões. E
nenhuma destas dificuldades em hipótese alguma devem servir de meios
silenciadores ao reclamo que Deus deseja que exista em nossa boca.
Sendo pois o ministério profético
constituído dos elementos da pregação e do evangelismo, entende-se que sua
ocupação é querigmática. O ministro tem a função primordial de apascentar o
povo de Deus. E isto pode ser realizado por intermédio da pregação da Palavra,
de seu exemplo pessoal, pela demonstração de afeto pelo povo de Deus, pela
criação de circunstâncias que favoreçam o atendimento espiritual ao povo de
Deus, pelo uso adequado da autoridade, pelo viver humilde, tornando-se um
símbolo da causa a que vem servindo. Sendo assim o pastor evangeliza no
púlpito, nos momentos de encontros de aconselhamento, através de palestras e
estudos, hospitais, presídios.
B
– A Pregação e o Pregador
Entendemos que condição fundamental
para o exercício da proclamação é ser chamado para proclamar. Deus chama,
separa, capacita, sustenta e envia o pregador. Nesta relação pregação e
pregador aprendemos que existem muitos enfoques que poderíamos contemplar.
Creio que também são relevantes na vida pessoal do pregador os aspectos
devocional, emocional, conjugal e social.
I
– Aspectos de Uma Chamada Divina
Assim como você, Moisés teve uma
chamada divina que mudou o rumo de sua existência(Êxodo 3.1-12). É claro que
tal chamada revela-se com características particulares no que tange a situação
histórica, motivações e propósitos que precisam ser levados em consideração. O
nosso objetivo então é aprender algumas lições desta chamada que podem ser
aplicadas às demais que Deus tem feito e fará aqueles que ele deseja usar no
cumprimento dos seus propósitos. O primeiro aspecto da chamada divina é que
Deus nos chama para um relacionamento pessoal(v.4). Medite por alguns instantes
sobre a sua experiência de descoberta de Deus e de sua conversão: que fato ou
detalhe você destacaria? Assim como Moisés foi chamado para ter um
relacionamento pessoal com o Senhor nós também o fomos.
Se por um lado a chamada é divina, por
outro ela é pessoal. Deus se revela a Moisés e o chama pelo próprio nome. Do
meio da chama que não consumia o espinheiro, Moisés ouviu a voz de Deus que o
chamou pelo nome duas vezes. Esta insistência em chamá-lo pelo nome denota
urgência. Moisés é desafiado a manter-se numa posição de reverência diante da
presença e da revelação que o próprio Deus fizera de si mesmo(v.5), “Moisés
escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus”(v.6), e este gesto indica que
um cristão para ser usado por Deus deve ser reverente para com as coisas
sagradas. Irreverência desqualifica e incompatibiliza um homem para ser um
instrumento de Deus.
Se uma chamada divina é pessoal isto
implica que a resposta deve ser pessoal. É claro que no verso 4 Moisés ainda
não tinha idéia do que Deus exigiria dele, mas ainda assim ele está disponível
ao Senhor dizendo: “eis-me aqui”. Durante o processo da chamada o vemos obedecendo
atentamente às instruções divinas. E mesmo quando ele coloca objeções ao
chamado dizendo que: 1) não tinha capacidade para confrontar o Faraó(v.11); 2)
não tinha crédito diante do povo de Israel(v.13); 3) não sabia falar
direito(4.10). Estas contribuem para o fortalecimento das convicções que o
levaram a responder a chamada.
O segundo aspecto da chamada divina é
que Deus nos chama para uma vida de santidade e temor(vv.5-6). Para Moisés foi
dada a ordem de tirar as sandálias. E a nós? O que o Senhor quer que tiremos?
Que influência a santificação pode ter no exercício de sua chamada? Se cremos
que o Senhor nos chamou para a salvação precisamos adicionar a este o chamado
para uma vida de santificação. Que recursos o Senhor coloca a nossa disposição
para que alcancemos o nível de santidade ideal? Sim nós somos abençoados porque
o Senhor nos deixou a sua Palavra e o seu Santo Espírito. Sim esta Palavra que
pregamos turbinada pela unção do Espírito deve exercer sua primeira e maior
influência em nós mesmos.
Sim amados a chamada divina indica
claramente que Deus nos chama para uma vida de temor(v.6). Qual é a perspectiva
que você tem acerca do temor de Deus em sua vida? Você é capaz de recordar e
mencionar pelo menos um verso bíblico que valorize o temor ao Senhor ou que
fale dos benefícios do temor no ministério de um servo de Deus? O autor de
Provérbios nos dá uma dica ao dizer que “...o temor do Senhor é o princípio de
toda a sabedoria; e o conhecimento do santo é o entendimento”(9.10). Temer é
respeitar ou reverenciar a Deus, reconhecendo sua grandeza e santidade. Temer a
Deus não quer dizer simplesmente medo de Deus, mas respeito, amor, obediência e
adoração a Ele.
O terceiro aspecto da chamada divina é
que o Deus que nos chama é providencial(v.7). Não cremos em coincidências e sim
na providência divina. Deus estava atento às aflições do seu povo cativo e
oprimido pelos egípcios. Quis a providência divina que Moisés fosse o
homem(instrumento) de Deus para levar adiante a missão(tarefa) de libertar o
povo de suas dores e sofrimentos. Isto nos faz lembrar o diálogo de Jesus e os
discípulos onde o foco da abordagem era o número insuficiente de obreiros
diante de uma seara branca pronta para a colheita(o que parece ser o problema
hoje). Qual foi a solução apresentada por Jesus? Os cristãos devem orar, rogar,
pedir ao Senhor da seara que envie obreiros.
Você é chamado para ser um instrumento
através de quem Deus quer providenciar a palavra de consolo, conforto,
confronto e salvação para os que carecem do amor divino. Deus providencia os
obreiros, os recursos e tudo o que é necessário para que os seus propósitos
sejam realizados. Da mesma maneira que Moisés seria um símbolo da providência
divina liderando o povo rumo à terra prometida, para Moisés Deus também
providencia todos os recursos naturais e sobrenaturais para que este realize
bem as tarefas necessárias à sua chamada. Querido irmão, o mesmo Deus que chama
providencia, prepara todas as coisas necessárias para o bom andamento da obra.
O quarto aspecto da chamada divina é
que Deus nos chama com propósitos bem definidos(v.10). Para que Deus tem
chamado você? A sua tarefa de anunciar as boas novas é prioritária? Assim como
Moisés sentiu-se incapaz é natural que nos sintamos também. Uma coisa é certa
nenhum servo de Deus, em qualquer tempo, jamais foi idôneo para a realização da
obra para qual Deus o tem chamado. A capacitação vem de Deus, de sua presença e
instrução, e do poder que lhe outorga. Jamais deixemos de aceitar um desafio de
Deus alegando sermos pequenos e humildes e não termos capacitações. Antes
entreguemos nossas vidas em suas mãos. Sejamos apenas instrumentos. Não
resistamos. Antes, cumpramos os propósitos divinos em nossas chamadas.
Moisés soube desde cedo qual era o
propósito de seu chamado. O que ele deveria falar e a quem deveria transmitir
as ordens e os decretos divinos. É necessário que tenhamos clareza de
pensamento e ação acerca dos propósitos que Deus estabelecido para cada um de
nós no que tange ao chamado. Gostaria de propor um exercício: descreva numa
sentença o seu chamado. “ O propósito de Deus para a minha vida
é................................................................
........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................”
O quinto aspecto da chamada divina é
que Deus nos chama e nos acompanha em nossos ministérios(v.12). O Senhor não
nos abandona no exercício de nossa vocação ministerial. Ele está presente
conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Como esta certeza de que
Deus nos acompanha pode ser útil no exercício da função proclamadora? Não há
necessidade de sentirmos medo, solidão, abandono ou preocupação pois Senhor
está ao nosso lado. Louvado seja Deus porque nos fortalece, revigora, socorre e
auxilia de modo que podemos cumprir com fidelidade o chamado que temos recebido
do Senhor. Você e eu não precisamos ter medo dos faraós que surjam em nosso
caminho, nem tão pouco dos mares, desertos e perigos.
A chamada divina é pessoal,
providencial, santa, proposital e garante sua presença ao nosso lado. É bom que
saibamos que de uma maneira ou de outra os propósitos do Senhor são realizados.
Se rejeitamos o seu chamado os maiores prejudicados somos nós mesmos. Se
porventura o atendermos tenhamos em mente de que seremos apenas instrumentos.
Deus é quem faz a obra e o único que deve ser exaltado. Não basta conhecer as
características do chamado divino é necessário atendê-lo e realizarmos nossa
tarefa de modo agradável. Para tanto dependamos da graça de Deus.
II
– O Cultivo de Uma Vida Devocional
Um grande pilar do ministério pastral
e especialmente na função proclamadora é o hábito de cultivar uma vida
devocional constante e segura. Percebe-se que a necessidade desta vida
devocional segura é notada nos conselhos de Paulo ao jovem Timóteo uma vez que
ele deveria conservar a sã doutrina de modo que fosse capaz de defender a
comunidade dos ataques dos falsos mestres9. Quando pensamos nos envolvimentos
da vida devocional do pregador, somos levados a concluir que o fato de ser
chamado pastor ou de ser ordenado, não lhe constituí este santo ofício.
É necessário se sentir pastor, ser
consciente da missão e seus comprometimentos. Daí a necessidade da existência
deste hábito devocional de modo que o mesmo o impulsione e o capacite a ser o
líder espiritual e o pregador com a autoridade do Senhor que age em
benefício da comunidade cristã. Sabemos que existem pastores que o são de fato
mas não têm o controle ou a liderança espiritual da igreja sobre os seus
ombros. Como também cremos que muitos são líderes, pregadores, administradores,
educadores e que o cultivo da vida devocional é útil a estes a fim de que sejam
fortalecidos pela Palavra do Senhor.
A vida devocional constante é útil no
processo de alimentar o rebanho. A comunidade deseja ser alimentada
espiritualmente e anseia que o seu pastor tenha um conhecimento e contato
fidedignos com a grande fonte que é Deus. Quando lançamos os nossos olhares
contemplativos para o momento presente percebemos que este é um problema sério,
o povo anela por bons ministros e especialmente proclamadores comprometidos com
a Palavra de Deus. Esta agravante faz com que o cultivo de uma vida devocional
seja realçada e ainda podemos dizer que ela é o bálsamo que recupera as forças
e as cargas espirituais do líder que tem como meta alimentar o seu rebanho tão
carente e fustigado pelas dificuldades e desafios desta vida.
Portanto, deve o pregador cultivar este
hábito devocional, lendo a Bíblia devocional e diariamente. Deixando que
o Espírito Santo de Deus fale por meio de sua Palavra no profundo de seu ser.
Deixando que esta provoque profusas e profundas transformações. Deve também
meditar e ler livros que tragam enlevo espiritual e alento para o seu coração.
E como um complemento basilar, a oração que é capaz de permitir um pleno
conhecimento de Deus. Sem uma vida de oração é impossível adquirir a maturidade
espiritual tão necessária para a liderança espiritual sadia, levando aos pastos
verdejantes e as águas tranqüilas, o rebanho de Deus confiado a nós
pastores-pregadores.
Não preciso dizer que estão são
situações que exigem tempo, dedicação e muito esforço por parte dos que aspiram
esta excelente obra. As questões e os desafios do ministério devem ser
alinhadas mas tendo sempre Deus como prioridade. Você precisa cuidar mais de
sua vida devocional? A sua leitura bíblica tem sido tecnicamente para preparar
sermões? E as orações? Quantas vezes elas são dirigidas ao trono da graça
para pedir ao Pai misericórdia em face da sua limitação e indignidade de ocupar
um púlpito. Você tem um refúgio onde pode desfrutar de tempo e intimidade com o
Senhor? Quanto tempo gasto em tarefas e atividades que só tem trazido cansaço e
frustrações? É isso aí colega Deus quer que separemos um tempo para o cultivo
da vida devocional! Certamente esta semeadura dará os frutos correspondentes?
Você crê nisto? Então pratique!
III
– O Equilíbrio da Vida Emocional
Nas suas diversas facetas o ministério
do pastor-pregador desencadeia uma série variada de circunstâncias onde são
necessárias qualidades emocionais em perfeitos níveis de equilíbrio. Mudanças
repentinas podem ocorrer na execução do seu ofício, um exemplo seria celebrar
um culto de gratidão por um aniversário e logo em seguida envolver-se com uma
atividade do funeral de um irmão que acabara de falecer. Creio que muito dos
pastores já tiveram que experimentar este intercâmbio de ambientes e emoções.
Como líder o pastor deve procurar se equilibrado emocionalmente. Uma vez que
está a frente de pessoas que dependem de sua sensatez, do seu equilíbrio e de
sua imparcialidade10.
O controle emocional surge então como
uma virtude elementar. Cada um se conhece, pelo menos é o que esperamos, mas o
líder deve procurar entender os que estão ao seu redor, deve evitar ser
acometido de raiva. Em hipótese alguma deve agir sob pressão ou perder a
autoridade. Deve ser o líder um homem amoroso e gentil. E como nos necessitamos
de nos apropriarmos destas virtudes nos relacionamentos com todos os níveis e
classes de pessoas na igreja. A exemplo do Pastor por excelência devemos ser
humildes. A humildade só é possível para os que são grandes, pois o objetivo do
líder é ser exemplo para os irmãos.
IV
– A Harmonia na Vida Conjugal
A família é o primeiro núcleo social
perfeito. A verdadeira célula desse organismo que se chama sociedade. Em seu
estado completo de desenvolvimento consta de três sociedade elementares e rudimentares:
a sociedade conjugal ou matrimonial, a sociedade paterna, e a sociedade
senhorial11. Tenho percebido em nossos dias tantos nos nossos arraiais como no
seio de nossa sociedade secular, que esta célula tem sido atacada por uma série
de valores absurdos e obsoletos e que, como conseqüência disto, formam-se
pessoas despreparadas em todos os sentidos e lançam-se tais seres à vida, como
quem lança um frágil objeto contra uma forte onda do mar.
É necessário que tenhamos consciência
de que estamos enfrentando uma avalanche de conflitos conjugais e o
homem-pastor-pregador deve tomar cuidado com a integridade de sua família,
dando aos seus queridos, uma boa estrutura amorosa, financeira, social e
permitindo assim que o seu lar inspire a vida dos lares que estejam ligados ao
seu direta ou indiretamente. Não precisamos reiterar que uma condição bíblica
apresentada pelo Novo Testamento é que o pastor deve governar bem a sua casa e
assim sendo torna-se apto para administrar, liderar e governar a igreja de
Jesus Cristo. O que fazer então neste tempo de tantos lares mal formados ou em
situação deplorável? Clamemos ao Senhor pela transformação de nossos lares nos
oásis onde muitos observarão e se aproximarão para encontrar o alento.
Quando a crise invade a família não
resta outra alternativa a não ser a posição correta dos outros membros em
atitude de oração e fé, na busca do reequilíbrio espiritual, moral e material
do lar em crise. É preciso buscar a harmonia. Reconhecemos que a família como
uma instituição, está sujeita à crises e estas fazem parte do plano evolutivo,
isto porque não há crescimento de consciência, nem crescimento de dons divinos
herdados se não exercitarmos estas crises e dificuldades no meio das
contradições e choques de existência, submetendo-se à existência e ao crivo de
nosso discernimento.
Quando recordamos os moldes bíblicos
para o comportamento familiar harmonioso, e estes expressos nos termos do amor
sacrificial(maridos), da submissão voluntária(esposas), e da obediência(filhos).
Percebemos que tanto o pastor como a esposa e filhos têm responsabilidades a
cumprir de modo que a harmonia se efetue e tenham o compromisso com a
perpetuidade nos níveis físico, moral, social e espiritual. Entendo que o
pastor-pregador jamais deve colocar a sua família em segundo plano. Um outro
aspecto é que a sua família ditará os moldes de comportamento para as demais
famílias da igreja. A sua família precisa de amor, dedicação, cuidado, saúde,
educação, diversão e tantas outras coisas comuns à vida social.
V
– Implicações Éticas de sua Vida Social
Quando folheamos as noções bíblicas
registradas nas epístolas pastorais quanto às implicações éticas da vida social
do pastor-pregador somos impelidos a desenhar alguns moldes desse relacionamento.
Estas noções podem ser divididas em relação aos níveis diferentes de pessoas e
classes sociais. Deve o obreiro ter condições de relacionar-se com os idosos,
respeitando-os e tendo amor nas exortações e cuidado. Semelhantemente com as
viúvas cuidando de fazer as distinções e aplicações dos princípios cristãos e
filantrópicos que dizem respeito ao trato e ao cuidado com esta classe tão
marginalizada.
Deve manter uma certa eqüidistância
entre as classes evitando preferir uns mais do que os outros. Cuidar para que
nas situações de zelo pastoral, aconselhamento e proclamação não se envolva
também nas emoções e sentimentos pessoais de modo que não sofra calúnias ou
injúrias de ordem moral. Deve tratar a todos com distinção. No relacionamento com
os jovens e as crianças temos a incumbência de ser exemplo fiel e digno da
estatura de varão perfeito, aprovado, objetivando inspirar e direcionar às suas
vidas. É importante manter um bom relacionamento com os vizinhos da igreja de
modo que inspiremos confiança e credibilidade. O pastor-pregador precisa ser um
exímio conhecedor de sua comunidade interna(igreja) como também de sua
comunidade externa(moradores das regiões circunvizinhas) e deste modo ter
condições de aplicar à palavra as reais necessidades do povo.
O pastor-pregador que exerce uma
liderança e ministério equilibrados pode elevar e muito o conceito que as
cadeias sociais maiores e mais complexas porventura tenham. Num tempo repleto
de maus exemplos de atuação pastoral, somos obrigados a recuperar a imagem
denegrida de uma missão excelente. O pastor-pregador-cidadão tem a obrigação de
cumprir com os seus deveres e encargos sociais e levar a igreja a agir de modo
que seja irrepreensível na sua conduta. Desde a sua família, até o mais complexo
grupo social o seu comportamento ético e social deve ser o mais ajustado
possível. Pois como líder espiritual e proclamador da Palavra de Deus precisa
ser um bom exemplo a ser seguido.
C
– A Pregação e a Palavra
A Bíblia foi escrita por 40 homens,
aproximadamente. Esses homens eram especiais apenas num sentido: foram
ajudados pelo Espírito Santo a escrever as palavras de Deus. Essa é a
razão porque, apesar de ter sido escrita por homens, a Bíblia é chamada a
"Palavra de Deus”. De acordo com 2 Pedro 1.21, houve alguém que motivou os
homens a escreverem a Palavra de Deus. Algumas vezes o Espírito Santo disse ao
escritor exatamente o que ele deveria escrever. Leia, a propósito, Jeremias
36. O verso 2 ordena: "Toma o rolo dum livro, e escreve nele todas
as palavras que te hei falado contra Israel......”. Ao ler Lucas 1.3 e
Apocalipse 1.1-11, percebe-se que o escritor foi guiado a buscar e a
instruir-se, através do Espírito Santo, de tudo que deveria escrever.
Isso implica dizer que Deus atuou de varias maneiras, a fim de que a sua
mensagem fosse revelada ao Homem.
A Bíblia é a palavra inerrante de
Deus. “O efeito mais excelente da inspiração é a assim chamada inerrância da
Sagrada Escritura. Esta qualidade segue-se necessariamente ao conceito de
Inspiração”12. Inerrante assim como infalível são duas palavras usadas para
definir a doutrina da Inspiração. O que estas palavras comunicam está
intimamente ligado ao pensamento do autor e do leitor13, ou seja, os conceitos
precisos ou os desajustes sobre inerrância surgem da compreensão do sentido das
palavras. Inerrância denota a liberdade de divagação ou afastamento da verdade
14. Viertel cita Young que define a inerrância das Escrituras afirmando que
“cada asserção da Bíblia é verdadeira, quer a Bíblia se refira ao que se deve
crer(doutrina) ou como devemos viver(ética), ou se narra acontecimentos
históricos”15.
O conceito de inerrância que predomina
entre os que discutem este tema nos faz compreender que a “inerrância só é própria
as afirmações, aos juízos, do autor inspirado, e não a tudo que se encontra de
qualquer maneira na Bíblia”16. Uma vez que a verdade divina na Bíblia nos é
transmitida por homens, os quais, embora estando sob o influxo da inspiração
divina, permaneciam homens de seu tempo; e é somente através desta realidade
humanamente condicionada que nos é possível ter acesso à verdade de Deus17.
Gosto da definição sobre inerrância do ICBI: “sendo total e verbalmente dada
por Deus, a Escritura é sem erro ou defeito em todo o seu ensinamento, não o é
menos com respeito ao que diz sobre os atos de Deus na criação, sobre os
eventos da História humana, e sobre suas próprias origens literárias, do que no
seu testemunho da graça divina de Deus na vida dos indivíduos”18.
I
– O Valor da Palavra de Deus
Não estou preocupado nesta abordagem
com as informações técnicas, quero abrir o meu coração e dizer que creio na
Bíblia como a Palavra de Deus que não falha, que transforma, que edifica, que
corrige, que instrui para a salvação. Uma vez que a palavra de Deus
(Escrituras) é perfeita o seu papel na capacitação do homem perfeito é central.
Meu desejo é destacar algumas implicações desta perfeição das Escrituras na
construção do homem de Deus preparado para toda a boa obra à luz do raciocínio
do apóstolo Paulo em 2 Timóteo 3.4-17. Como seria se Deus não falasse? Creio
que muitas das dúvidas que tinha antes de conhecer a Bíblia ainda permaneceriam
me incomodando. Aprendi a ler com cinco anos e já nesse período tive acesso às
informações contidas nas Sagradas Escrituras. O cristianismo existe por causa
das verdades reveladas na Bíblia. Neste livro Deus comunica todas as revelações
necessárias para se alcançar a salvação e a maturidade cristã.
- A Palavra na Formação do Caráter (vv.14-15).
De posse destes versos quais foram as
fontes de influência na formação do caráter de Timóteo? Os filhos
necessariamente não se convertem só porque aprendem as Escrituras. É necessário
andar próximo do Deus da Palavra; é necessário cultivar o hábito de valorizar e
amar o Senhor; é necessário praticar os ensinos bíblicos. O valor da palavra
foi sedimentado na vida do jovem Timóteo pelo modelo de cristão marcado na vida
de sua mãe. O caráter do Jovem Timóteo deveria ser marcado por que tipo de fé?
Sim ele e nós precisamos de um fé genuína, autêntica, sem falsificações. Daí
para que o caráter cristão seja formado em nos faz-se necessário constante
perseverança e aplicação.
A fonte de formação divina no caráter
cristão deve-se ao fato de que o autor das Escrituras é Deus e elas estão
impregnadas de conceitos e ensinos que marcam o caráter divino. Como é o
caráter de Deus? Este Deus reto e santo pretende conduzir-nos a obediência pois
sabe que em obedecê-lo recuperaremos o tempo e as oportunidades perdidas em
conseqüência do pecado. Você sabe o significado do nome Timóteo? Este nome
significa “que honra a Deus” e a vida deste irmão nos mostra que ele fez jus ao
nome. O conselho dado é de que a formação do caráter está intimamente ligada ao
permanecer no padrão estabelecido na Palavra de Deus. A palavra padrão
(hupotupósis) denota um esboço geral ou planta usada por um artista, ou, na
literatura, o rascunho que forma a base de uma exposição mais plena. A
orientação recebida era que Timóteo deveria agarrar-se firmemente ao modelo da
verdade que tanto Paulo quanto a sua avó e sua mãe lhe haviam ensinado,
especialmente no tocante à fé e o amor que Jesus Cristo lhe oferece.
O cristão que reconhecendo o valor da
inerrância das Escrituras desejar ter o seu caráter bem formado por ela não
pode abrir mão da Iluminação produzida pelo Espírito Santo e ao estudá-la deve
contar com esta parceria espiritual, além do que deve também desenvolver um
constante trabalho de análise do seu próprio viver de modo que sua vida não se
desvie do perfil desejado por Deus. E esta análise demanda coerência,
concordância, esforço, zelo, cuidado, daquele que tem o propósito de honrar ao
Senhor na totalidade da sua existência. “Paulo refere-se ao Antigo Testamento,
uma vez que o Novo Testamento recém começava a ser escrito, e somente no
final do primeiro século da era cristã começaria a ser reconhecido como
Escritura. Mas, ainda que Paulo faça estas colocações em relação ao Antigo
Testamento, elas também valem para o Novo Testamento, pois os apóstolos falaram
movidos pela mesma submissão ao Espírito de Deus(2 Coríntios 2.17; 4.1; 2 Pedro
1.16-21).”19
2.
A Natureza das Escrituras (v.16).
O que o verso 16 diz sobre a natureza
das Escrituras? Se por um lado o verso em questão ao mencionar a expressão
“toda Escritura” faz alusão aos livros do Antigo Testamento. O Cânon20 nos
permite, pela graça de Deus, considerar também os preceitos dos livros do Novo
Testamento. O Cânon é fundamental para a nossa fé. Inspiração = Autoridade =
Proclamação Autorizada. Se o homem não é capaz de crer na natureza divina das
Escrituras, como se submeterá aos seus ensinos? Ainda que Deus tenha utilizado
homens para o registro de sua revelação isto não diminui o valor nem a autoridade
da mesma. Os que argumentam contra a inerrância defendem que o “homem é
falível, logo o que ele escreve é falível”21; não vejo dificuldades no fato de
homens (aproximadamente 40)terem sido instrumentos na transmissão das verdades
e vontade eterna de Deus.
A inspiração sugere que a Bíblia é a
mensagem de Deus para todas as pessoas. A humanidade pode experimentar a
benéfica realidade da transformação oferecida por Deus através da aplicação dos
princípios bíblicos no viver cotidiano. Então, homens e mulheres, jovens e
crianças estão ao alcance das Escrituras assim como elas estão ao alcance deles
também. Uma vez que a Bíblia é a mensagem de Deus para a humanidade aplica-se
sobre os que a conhecem a responsabilidade de conduzir outros ao mesmo conhecimento.
Você está envolvido em algum programa de ensino da palavra a alguém? Que método
você está usando? Qual semeadores de esperança devemos espalhar a boa notícia
que Deus tem preparado para a humanidade. A Bíblia distingue-se de todas as
demais obras literárias por ser transparente e preciosa: sua denúncia
desmascara indistintamente a todos, inclusive os próprios escritores
bíblicos22.
- A Utilidade das Escrituras (v.16).
Qual a utilidade das Escrituras em sua
vida? A utilidade das Escrituras é desenvolvida neste verso em pelo menos
quatro dimensões que veremos mais adiante. “A escritura é tal baliza para a
salvação, porque sua procedência é peculiar. Paulo afirma que toda Escritura é
inspirada por Deus”23. Mais uma vez quero destacar que a utilidade das
Escrituras está intimamente ligada ao conceito de inerrância. Se o leitor crê
de fato que a Bíblia é a palavra infalível de Deus está apto então a desfrutar
ou submeter-se ao crivo da utilidade das Escrituras em sua vida. Você crê que a
Bíblia é a palavra infalível de Deus? No meu modo de avaliar este verso a
utilidade das Escrituras no permite considerá-la como agente de transformação:
No ensino da verdade = didaskalia = o
ensino só acontece quando há uma mudança de comportamento. Tanto o Antigo
quanto o Novo Testamentos são pastoravelmente úteis para o ensino, como fonte
positiva da doutrina cristã. Na Grande Comissão temos uma tarefa(Mateus
28.18-20). Sim a tarefa consiste em ensinar os novos discípulos de Jesus
a guardar tudo o que os discípulos já maduros têm aprendido do Mestre. O
ministério pastoral deve ter a finalidade de ensinar a viver a vida.
Na Convicção do pecado = repreensão =
elenromai = a Escritura tem a capacidade de convencer-nos de que somos
pecadores. À luz de João 16 compreendemos que o Espírito Santo, agente da
inspiração, exerce um ministério sobre nossas vidas. Que ministério é esse? Sem
a ajuda da Palavra eu não posso ser um bom cristão(Hebreus 3.13). A idéia desta
etapa é que as Escrituras são úteis porque refutam o erro e repreendem o
pecado24.
Na Correção de Erros = Eis o milagre
de corrigir pessoas. Eis a tarefa de colocar o trem novamente nos trilhos. A
correção envolve reparar, consertar erros, colocando em ordem a nossa casa. A
Bíblia nos mostra como podemos nos corrigir: à luz do verso 14 a idéia é de
permanecer ou voltar ao padrão aprendido com Jesus. Para a correção ocorrer com
mais precisão é necessário aplicar a Bíblia onde há feridas. Correção ocorre e
existe “para convencer os mal orientados dos seus erros e colocá-los no caminho
certo outra vez”25.
Na Educação da Justiça = Instruir =
Educar = paideia. Tornar um filho com as mesmas qualidades que o pai tem. Você
é filho de Deus? As qualidades de Deus são encontradas na sua vida? A Bíblia
existe para que nos melhoremos o nosso comportamento. A maioria dos cristãos
continuam ignorantes da palavra de Deus. O crescimento no conhecimento da
palavra de Deus leva a sabedoria. Aí o homem amadurece para a salvação e a fé
torna-se profunda em Cristo. Depois de aprendida a palavra repreende e corrige
o curso da vida. A Escritura nos capacita para a obra e nos leva a perfeição:
são as instruções de Deus.
- O Propósito Final das Escrituras (v.17)
“Esta palavra inspirada por Deus serve
ao seu propósito eterno, ela ensina, repreende e corrige, auxiliando-nos a
nadar contra a correnteza deste mundo. Ela é um instrumento pedagógico de Deus
que quer educar na justiça, capacitar o homem de Deus, a fim de que seja apto
para toda boa obra”26. Qual é na sua opinião a função específica da palavra de
Deus? A função específica das Escrituras envolve a produção de um servo de Deus
capacitado, útil, habilitado, treinado para toda boa obra que Deus quer que
façamos. Por que muitos irmãos não trabalham na obra de Deus? Respostas: A
Bíblia não está chegando no seu alvo. O milagre não está acontecendo. O crente
não cresceu nas Escrituras.
A Bíblia tem como propósito tornar o
cristão uma pessoa perfeita, madura. Ela equipa e adequa o homem para que enfrente
todas as situações e seja vitorioso. A firmeza é uma operação constante que
emana da natureza da sua experiência e de seu caráter espiritual em ser
equipado mediante as Escrituras. As Escrituras são o meio pelo qual Deus
comunica tanto a salvação como também a santificação. Leitura, ensino, pregação
e meditação sobre as escrituras deve produzir líderes hábeis para operar boas
obras.
Ao concluir desejo afirmar que optei
por abrir o coração e a Bíblia porque creio na inspiração e utilidade das Escrituras.
Não ignoro os questionamentos que circundam a questão da inerrância e a opção
por esta abordagem não consiste numa fuga da realidade ligada a mesma. No meu
entender o fato de crer na inerrância das Escrituras produziu um estímulo maior
no desenvolvimento das idéias aqui expostas. Valho-me da afirmação de Wesley
para dar termo esta etapa: “Pois, se houvesse qualquer erro na Bíblia, poderia
haver mil. Se houver algum engano nesse livro, ele não veio do Deus da
verdade”27.
II
– Os Contrastes do Ministério Cristão(1Coríntios 4)
1
– Missão e Recompensa no Ministério(1-5)
“Vocês nos devem tratar como
servidores de Cristo, que foram encarregados de administrar a realização dos
planos secretos de Deus. O que se exige de quem tem essa responsabilidade é que
seja fiel ao seu Senhor. Mas para mim não tem a menor importância ser julgado
por vocês ou por um tribunal humano. Eu não julgo nem a mim mesmo. A minha
consciência está limpa, mas isso não prova que sou, de fato, inocente. Quem me
julga é o Senhor. Portanto, não julguem ninguém antes da hora; esperem o
julgamento final, quando o Senhor vier. Ele trará para a luz os segredos
escondidos no escuro e mostrará as intenções que estão no coração das pessoas.
Então cada um receberá de Deus os elogios que merece”.
1) Os homens devem nos considerar
como(1): a) Ministros de Cristo = “remador inferior” = servos que trabalhavam
na parte de baixo de um grande navio(posição de humildade). b) Despenseiros dos
Mistérios de Deus = “superintendente”, administrador dos escravos, homem
de confiança do seu senhor. Sua posição era de responsabilidade. c) A tarefa do
servo de Cristo que administra a proclamação da revelação divina deve ser
realizada com humildade, obediência e responsabilidade já que ele está encarregado
de realizar os planos de Deus. Como os homens te consideram? É assim que
eles nos vêem?
2) Dos despenseiros requer-se(2): a)
Fidelidade a Jesus Cristo seu Senhor. b) Ser alguém digno de confiança deve ser
o objetivo de cada cristão e muito mais ainda do pregador(1 Pedro 4.10). A quem
compete julgar o trabalho dos ministros de Cristo(3,4)? a) Esse julgamento não
é de propriedade de uma comunidade religiosa(3). b) Esse julgamento não é de
propriedade de uma instituição de poder constituído(3). c) Esse julgamento não
é de propriedade do próprio ministro de Cristo: porque não somos imparciais e
mesmo que a consciência esteja limpa não significa que sejamos justos ou
inocentes. d) Esse julgamento é de propriedade do Senhor(4).
2
- A Pedagogia do Ministério(6-13)
“Meus irmãos e minhas irmãs, é para
instruir vocês que eu tenho aplicado essas lições a mim mesmo e a Apolo. Usei
nós dois como um exemplo, para que vocês aprendam o que quer dizer o ditado:
"Obedeça ao que está escrito." Ninguém deve se orgulhar de uma pessoa
e desprezar outra. Quem é que fez você superior aos outros? Por acaso não foi
Deus quem lhe deu tudo o que você tem? Então por que é que você fica todo
orgulhoso como se o que você tem não fosse dado por Deus? Pelo que parece,
vocês já têm tudo o que precisam! Já são ricos! Vocês já se tornaram reis, e
nós, não! Que bom se vocês fossem reis de verdade, para que nós pudéssemos
reinar junto com vocês! Porque me parece que Deus pôs a nós, os apóstolos, no
último lugar.
Somos como as pessoas condenadas a
morrer em público, como espetáculo para o mundo inteiro, tanto para os anjos
como para os seres humanos. Por causa de Cristo nós somos loucos, mas vocês são
sábios por estarem unidos com ele. Nós somos fracos, e vocês são fortes; vocês
são respeitados, e nós somos desprezados. Até agora temos passado fome e sede.
Temos nos vestido com trapos, temos recebido bofetadas e não temos lugar certo
para morar. Temos nos cansado de trabalhar para nos sustentar. Quando somos
amaldiçoados, nós abençoamos. Quando somos perseguidos, agüentamos com
paciência. Quando somos insultados, respondemos com palavras delicadas. Somos
considerados como lixo, e até agora somos tratados como a imundície deste
mundo”.
1) A necessidade de ensinar com a
própria vida(6). a) A vida do ministro deve ser usada como exemplo vivo dos
ensinos ministrados. b) A motivação para este exemplo vivo reside no amor ao
irmão. c) Deste modo os que nos ouvem crerão no que estamos falando. d)
Respeitarão os que falam pela coerência e fugirão da soberba. Me permita ser
indiscreto: você é capaz de pregar sobre algo que ainda não vive ou pratica?
Tenho aprendido a pedir permissão a minha congregação para falar a ela sobre um
assunto que ainda não pratico e creio que esta atitude tem sido coerente e os
meus irmãos aprendem a lição da transparência.
2) A necessidade de abandonar o
orgulho(7). O homem de Deus não pode ser orgulhoso. Não podemos ser afetados
pela síndrome do pavão. Este animal belíssimo que tem uma plumagem encantadora
e que dizem não olha jamais para suas patas que geralmente estão enlameadas,
coberta de barro. Talvez ele nos ensine que não somente os nossos pés são
de barro mas que toda a nossa existência é pó. Eu os desafio a olharem para dentro
do coração e descobrirem se o orgulho está alojado em algum canto. Não podemos
ceder ao orgulho porque tudo o que temos ou somos é obra de Deus.
3) A necessidade de fazer sentir a
necessidade dos líderes(8). a) Os irmãos em Corinto sentiam-se auto-suficientes.
Fortes = satisfeitos. Não sentiam falta de nada. Por que? Ricos = reinar.
Indica que os coríntios sentiam-se seguros e sem carências. Esta
auto-suficiência estava longe de ser progresso na vida e na fé cristã. b) Os
coríntios, como alguns cristãos contemporâneos, proclamavam sua independência
dos líderes eclesiásticos. Eles declaravam que sem o auxílio dos ministros
chegaram lá. Onde? Eles afirmavam que tinham alcançado um posição que nem mesmo
os apóstolos reivindicavam. c) De fato este crescimento é o objetivo do líder
espiritual em relação aos seus irmãos na fé. Mas eles ainda não haviam
alcançado e precisam descer do orgulho e seguir o exemplo dos seus
líderes.
4) A necessidade de empenhar-se no
trabalho(9). a) Ao invés de reclamar, o pastor-pregador, deve reconhecer a
posição que Deus o colocou. Amados Deus nos colocou em último lugar(lá trás na
fila). Amados Deus nos colocou numa posição de “condenados a morte”. Amados
Deus nos fez “espetáculo” ao mundo, tanto aos homens como aos anjos. b) Ao
invés de ficar querendo mudar esta “situação” devemos cumprir e bem a nossa
tarefa. Faça o seu trabalho com diligência. Não fique ostentando as glórias e
os louvores pelo exercício do seu ministério de proclamar a vontade de Deus.
Agradeça a Deus porque ele tem confiado a você tão sublime e nobre tarefa.
5) A necessidade de esclarecer as
diferenças(10-13). a) Os ministros somos loucos por causa de Cristo(10). O
mundo não nos ama nem nos compreende pois é incompatível com o Senhor. Os
irmãos as vezes se acham sábios de mais para dar ouvidos ao que pregamos. b) Os
ministros somos fracos(10). Os irmãos na grande maioria das vezes querem
confrontar-nos pois julgam que são mais forte do que nós. c) Os ministros somos
desprezíveis(10). Quantas vezes somos humilhados, desprezados? Você consegue
comprar a crédito sem burocracia e sem desconfianças? Os irmãos se acham
ilustres, iminentes, gloriosos. Isto te afronta? A mim também!
d) Os ministros somos afetados no
exercício de nossa vocação por várias provações(11-13). Padecendo fome e sede.
Não tendo vestimentas adequadas e suficientes. Sendo tratados com rudeza e
discriminação. Não tendo lugar fixo para morar em face das mudança
ministeriais. Afadigamo-nos com o trabalho excessivo. Recebendo injúrias(ultrajes)
e reagindo de bom coração e boas palavras. Sendo perseguidos e suportando os
perseguidores. Sendo caluniados(difamados) mas suplicando e exortando os
caluniadores. e) Ainda que os cristãos queiram ocupar um lugar de destaque, não
devemos ter ilusões quanto ao lugar reservado para nós neste mundo(13).
3
– O Apelo do Ministro(14-21)
“Não estou escrevendo essas coisas
para envergonhar vocês, mas para ensiná-los como se vocês fossem meus próprios
filhos queridos. Mesmo que vocês tivessem milhares de mestres na fé cristã, não
poderiam ter mais de um pai. Pois, quando levei a vocês o evangelho, eu me
tornei o pai de vocês na vida que vivem em união com Cristo Jesus. Portanto, eu
peço que sigam o meu exemplo. Por isso estou enviando para vocês Timóteo, que é
meu querido e fiel filho no Senhor. Ele vai ajudá-los a lembrarem dos caminhos
que sigo na nova vida que tenho em união com Cristo Jesus, caminhos esses que
ensino em todas as igrejas. Alguns de vocês ficaram orgulhosos, certos de que eu
não iria visitá-los. Porém, se o Senhor quiser, eu vou visitá-los logo. Então
vou saber o que esses orgulhosos são capazes de fazer e não somente o que eles
são capazes de dizer. Pois o Reino de Deus não é coisa de palavras, mas de
poder. O que é que vocês preferem: Que eu vá até vocês com um chicote ou com o
coração cheio de amor e bondade?”
1) O ministro deve apelar aos irmãos
no sentido de ajudá-los(14). A sua tarefa de proclamação e ensino tem como meta
maior ajudar as suas ovelhas a serem mais comprometidas com o Senhor Jesus. Não
basta apenas pregar e preciso fazer isto de modo correto e produtivo. Assim
devemos: a) evitar envergonhar os irmãos ou humilhá-los enquanto pregamos sobre
os problemas ou falhas. b) tratá-los como filhos amados. Criticar com amor.
Assumindo a condição e a posição de pai espiritual. c) Admoestar e
repreendê-los pelos erros cometidos. Assim faria o Senhor se estivesse em nosso
lugar e não podemos fugir ao padrão dEle.
2) O ministro deve demonstrar o seu
afeto aos seus irmãos(15). É claro que as oportunidades para demonstrar afeto
pelos membros da igreja e ouvintes são diversas mas não podemos esquecer deste
detalhe quando estamos pregando. a) Pedagogo = aquele escravo que levava a
criança à escola e geralmente cuidava dela. b) Ainda que os coríntios tivessem
outros pedagogos nenhum deles poderia substituir o pai espiritual e nenhum
deles poderia desenvolver o afeto que Paulo tinha por eles. O pastor-pregador
deve assumir a condição de pai espiritual e revelar seu amor paternal às
ovelhas. Querido irmão você realmente ama às suas ovelhas?
3) O ministro deve desafiar os irmãos
a serem seus imitadores(16). Que responsabilidade gigantesca! Mas não podemos
fugir dela porque faz parte do nosso chamado além pregar também ser modelo,
exemplo para os fiéis. a) É claro que não se trata de ganhar seguidores para
nós mesmos e sim conduzi-los com firmeza e segurança ao Senhor Jesus. b) Imitar
a mim que imito a Cristo. Podemos chamar este princípio de mimetismo = o
fenômeno de tomarem vários animais a cor e a configuração dos objetos em cujos
meios vivem. Esta tarefa exige que cada um de nós busque a cada dia uma
semelhança cada vez maior com o Senhor a fim de que os nossos irmãos possam
seguir-nos com segurança.
4) O ministro deve estimular o
discipulado tendo ele mesmo discípulos(17). A pregação é um dos recursos usados
no processo mas não é o único. Você e eu precisamos compartilhar tempo e
experiências com os irmãos a fim de que sejam discipulados. a) O discipulado
exige amor do discípulo para com o mestre. b) O discipulado exige
fidelidade ao Senhor Jesus. c) O discipulado exige conhecimento das pegadas de
Jesus. d) O discipulado exige ensino doutrinário compatível com os ensinos do
Mestre. e) O discipulado baseia-se no princípio da continuidade da obra(Paulo
enviou Timóteo).
5) O ministro deve confrontar os
irmãos que estão no erro(18-20). Me parece que alguns pregadores gostam mais
desta parte da tarefa da proclamação e andam diariamente com o “chicote da
Palavra” e não equilibram o seu ministério de pregação com os outros
importantes objetivos da pregação. a) Aqueles irmãos envaidecidos(orgulhosos)
pensavam e diziam que Paulo não ousava encará-los. Você tem algumas ovelhas
assim? b) Paulo procura confirmar o seu desejo de brevemente estar com
eles e a confrontação haveria de ocorrer(18). c) A base para não seria as
palavras e sim o poder de Deus(19). Estariam os opositores de Paulo, ou os
nossos, habilitados pelo poder de Deus? O que você acha(20)?
6) O ministro deve ter alternativas no
seu trabalho terapêutico(21). A pregação da Palavra tem esta função de corrigir
e consertar o que está errado. O pastor-pregador não pode perder de vista os
importantes resultados que a Palavra que ele prega produz na vida dos ouvintes.
a) Paulo deveria “ir com vara” = com severidade, pronto para puni-los e
repreendê-los. b) Mas também deveria “ir com amor e espírito de mansidão” = com
disposição branda de falar-lhes ao coração. c) Os irmãos deveriam escolher o
método pois ambos funcionariam desde que eles estivessem dispostos a recebê-lo
com a autoridade espiritual para tal tarefa.
III
– Os Dons Espirituais e a Ordem no Culto(1 Coríntios 14)
1
- A superioridade da proclamação(1-25).
1) O dom importante é o da
profecia(proclamação autorizada da mensagem divina)(v.1). “Portanto, sigam pelo
caminho do amor, enquanto colocam o coração nos dons do Espírito. O maior dom
quem você podem almejar é a capacidade de falar as mensagens de Deus”. Os
cristãos devem buscar uma vida de amor(1 Coríntios 13). É direito do cristãos
zelar pelos dons espirituais. E dentre estes o prioritário deve ser o da
proclamação. O profeta do Novo Testamento não é um mero pregador, mas um
pregador inspirado através do qual o Novo Testamento foi escrito e novas
revelações foram dadas para a nova dispensação(vv.29,20).
- O dom de línguas é um dom menor por ser ininteligível(v.2). “O homem que fala numa ‘língua’ não se dirige a homens(pois ninguém compreende uma só palavra do que diz), mas a Deus; ele está falando segredos espirituais somente em seu espírito”. Não fala aos homens porque é uma linguagem que não é conhecida. Não fala para si mesmo porque quem fala também não entende. Fala somente a Deus, porque em Espírito fala mistérios. O que fala em línguas edifica-se a si mesmo.
3) O dom da profecia é útil a
todos(vv.3-4). “Mas aquele que prega a palavra de Deus está utilizando aquilo
que fala para edificar a fé dos homens, animá-los ou consolá-los. O que fala
numa ‘língua’ edifica sua própria alma, mas o que prega edifica a igreja”. O
dom de profecia é útil porque auxilia na: edificação, exortação e consolação
dos crentes.
- Para que o dom de línguas edifique a igreja é necessário que haja intérprete(v.5). “Aliás, eu gostaria que todos vocês falassem em ‘línguas’, mas preferiria que todos pregassem a palavra de Deus. Pois aquele que prega a palavra realiza um trabalho maior do que aquele que fala em ‘línguas’, a menos, é claro, que este último interprete suas palavras para o benefício da igreja”. Paulo desejava que os irmãos em Corinto falassem em línguas mas o seu desejo era maior no sentido de que eles proclamassem a mensagem divina. Por que esta preferência? A proclamação da vontade do Senhor revelada nas páginas da Bíblia produz edificação enquanto que o falar em línguas só edifica a comunidade se houver um intérprete. O que isto aponta ou indica sobre a questão do uso do dom de línguas em nossa comunidade atualmente?
- O importante no uso do dons espirituais é a edificação(v.6). Pois, meus irmãos, suponham que eu vá até vocês falando em ‘línguas’. Que bem lhes faria se não pudesse dar alguma revelação da verdade, algum conhecimento das coisas espirituais ou alguma mensagem da parte de Deus ou algum ensino sobre a vida cristã?” Mais uma vez Paulo situa o dom de línguas numa posição menor em relação à edificação da igreja. A revelação da vontade de Deus aos irmãos é proveitosa para a edificação. A ciência ou conhecimento espiritual também o é. A proclamação das verdades divinas é proveitosa para a edificação(edifica, exorta, consola). O ensino(doutrina) que receberam de Jesus e lhes foi transmitido por Paulo é proveitoso para a edificação.
- Ilustrações sonoras que nos ajudam(vv.7-9). “Mesmo no caso de objetos inanimados capazes de produzir sons, tais como a flauta e a harpa, quem poderá dizer que melodia está sendo entoada se as notas não forem tocadas nos devidos intervalos? Se as notas da corneta não forem claras, quem receberá o alerta? Assim, no caso de vocês, se não produzirem com sua ‘língua’ sons compreensíveis, como alguém poderá saber de que vocês estão falando? Seria o mesmo que falar a um auditório vazio!” O que o Apóstolo quer nos ensinar com essas ilustrações? Os sons dos instrumentos de sopro devem distinguir-se dos sons dos instrumentos de cordas e aí temos a linguagem musical. A comunicação numa linguagem discordante, sem propósito, não significa nada. No domínio militar, a trombeta(corneta) transmite a voz de comando do chefe aos homens que estão longe dele e cada som refere-se a uma ordem distinta. Assim, o que toca deve estar certo do que deseja transmitir pois se a corneta não for bem tocada falhará no seu propósito. Assim cremos que a fala ininteligível está condenada a sumir no ar.
7) Uma comunicação numa linguagem
estranha ou estrangeira não edifica(vv.10-11). No mundo pode existir uma grande
variedade de sons falados, e nenhum e sem sentido. Mas se os sons da voz
daquele que fala nada significam para mim, estou fadado a ser como um
estrangeiro para ele, e ele um estrangeiro para mim”. Há várias
línguas(idiomas) no mundo e todas elas têm significados. Mas se não
conseguirmos interpretá-las seremos estrangeiros para quem fala e quem fala
será estrangeiro para nós e neste caso a edificação deixará de ocorrer por
falha no processo de comunicação. Observe atentamente o gráfico a seguir:
Emissor
Mensagem
Receptor
8) A igreja deve progredir na questão
dos dons espirituais a fim de que seja edificada(vv.12-17). “Por isso, com
vocês mesmos, visto que se encontram tão ansiosos por possuir dons espirituais,
concentrem seu desejo em receber aqueles que contribuem para o crescimento da
igreja. Isto significa que se um de vocês fala em uma ‘língua’, essa
pessoa deve orar para que seja capaz de interpretar o que diz. Se eu oro numa
‘língua’, meu espírito está orando, mas minha mente permanece inativa. Por isso
estou decido a orar com meu espírito e também com minha mente e, se cantar,
cantarei tanto no espírito quanto na mente. Se não for assim, quando você está
louvando a Deus com seu espírito, como a pessoa sem instrução poderá dizer
amém à sua ação de graças, se ela não sabe o que você diz? Você poderá estar
fazendo um esplêndido agradecimento a Deus, mas isso em nada ajuda a outra
pessoa”. Já temos visto que as línguas e os dons de sinais cessarão(1 Coríntios
13); enquanto isso devem ser usados com restrição, e apenas se um intérprete
estiver presente(v.5). Na igreja primitiva havia liberdade para o ministério de
todos os dons que estivessem presente, mas especialmente para a profecia(v.1).
O progresso ocorrerá quando entendermos quais são os dons prioritários e como
devem ser utilizados. O progresso ocorrerá quando a igreja possuir todos os
dons e não buscar somente este ou aquele dom(v.12). Os dons se completam, se
encaixam; dão sentido um ao outro(v.13). A edificação ocorrerá quando todas as
manifestações do culto produzirem benefícios mútuos. As orações, louvor,
gratidão, bênção proferidas em línguas precisam ser interpretadas para que a
mente dos que nelas falam e os que as ouvem também(14-16). Senão houver
interpretação não haverá edificação(v.17).
9) A preocupação indevida com as
línguas indica infantilidade espiritual(vv.18-20). “Agradeço a Deus porque
tenho um dom de ‘línguas’ maior do que qualquer um de vocês; mesmo assim,
porém, quando estou na igreja prefiro falar cinco palavras com minha mente(que
poderiam ensinar alguma coisa às outras pessoas), em vez de dez mil palavras
numa ‘língua’ que ninguém entende. Meus irmãos, não sejam infantis, mas usem a
inteligência! Sejam como crianças em todos os aspectos no que diz respeito ao
mal, mas quanto à mente, sejam pessoas maduras!” Paulo tinha o dom de línguas e
agradecia a Deus por esse dom(v.18). Mas quando estava no culto público
preferia usar uma comunicação que fizesse sentido aos irmãos para edificá-los.
Os cristãos devemos amadurecer pois esse gosto especial pela
glossolália(manifestação de línguas) nos coloca numa condição de
imaturos(v.20). Paulo coloca esse fenômeno como um “dom infantil”, ou pelo
menos um dom que apela mais a uma criança do que a um adulto.
10) A diferença entre línguas e
profecia(vv.21-25). “Nas Escrituras Sagradas está escrito: ‘Falarei a este povo
- diz o Senhor - Falarei por meio de lábios estrangeiros e de línguas
estranhas. Mas assim mesmo o meu povo não me ouvirá’. Portanto, o dom de falar
em línguas estranhas é uma prova para os descrentes e não para os cristãos. Mas
o dom de anunciar a mensagem de Deus é uma prova para os cristãos e não para os
descrentes. Imaginem a igreja reunida e todos falando em línguas estranhas. Se
chegarem algumas pessoas simples ou descrentes, será que não vão dizer que
vocês estão loucos? Mas, se todos anunciarem a mensagem de Deus, e entrar ali
algum descrente ou alguém que seja simples, ele vai ouvir o que vocês estão
dizendo e se convencer do seu próprio pecado. E ele será julgado pelo que
ouvir, os seus pensamentos secretos serão revelados, e ele vai se ajoelhar e
adorar a Deus, dizendo: ‘na verdade Deus está com vocês!’” As línguas são um
sinal para os incrédulos(21-22). A passagem citada por Paulo é Isaías 28.11-12
e o seu contexto indica que aqueles que se recusaram a ouvir o profeta tiveram
como castigo ouvir uma linguagem que não podiam entender. Os que não cressem,
ouviriam línguas, e não conseguiriam entender o seu maravilhoso
significado(21). As línguas apontam para o juízo de Deus aos incrédulos(22). As
profecias são dirigidas aos crentes, trazendo-lhes a verdadeira mensagem de
Deus. A profecia produz benefícios bilaterais(23-25). Se por um lado as línguas
escandalizavam os incrédulos e os indoutos(23). As profecias têm um efeito
diferente: convencem os homens dos seus pecados, da justiça e do juízo
divino(24). O efeito da palavra inspirada é revelar ao homem o seu estado.
Outro benefício da profecia é conduzir o homem a adorar a Deus, reconhecer a
presença de Deus em sua igreja(25).
2
- O Regulamento do Ministério dos Dons Espirituais na Igreja Local(vv.26-33).
1) O critério da edificação deve
normatizar nossa conduta(v.26). “Muito bem, meus irmãos, então sempre que vocês
se reunirem, cada um esteja pronto para contribuir com um salmo, um ensino, uma
verdade espiritual ou uma ‘língua’ com intérprete. Deve-se fazer tudo para
fortalecer na fé a igreja a que vocês pertencem”. O culto existe em primeiro
lugar para a adoração a Deus. Mas a edificação espiritual dos crentes não se
acha ausente. Salmo = um cântico entoado com o acompanhamento de um
instrumento. Doutrina = uma porção do ensinamento cristão. Revelação = um
ensino específico de algo concernente à vontade do Senhor. Língua = uma
manifestação de êxtase produzida pelo Espírito Santo. Interpretação = a capacidade
espiritual de interpretar o que foi dito pelo que manifestou o dom de línguas.
Quando adora a Deus, o crente exalta o criador, confessa seus pecados,
apresenta suas súplicas, canta louvores, lê a palavra, ouve a proclamação, e
responde com sua edificação e serviço.
2) A ordem deve caracterizar o uso dos
dons espirituais(vv.27-33). “Se surgir a questão de falar em uma ‘língua’,
limitem os que falam a dois ou no máximo três. Deve falar um de cada vez e
haver alguém para interpretar o que é dito. Se vocês não tiverem nenhum
intérprete, então aquele que fala em uma ‘língua’ deve manter silêncio na
igreja, falando somente consigo mesmo e com Deus. Também não tenham mais de
dois ou três pregadores, enquanto os demais refletem sobre o que foi dito. Contudo,
se uma mensagem sobre a verdade vier a alguém que está sentado, então o que
estava falando deve para. Pois dessa maneira todos vocês podem ter oportunidade
de apresentar uma mensagem, um após o outro, e todos aprenderão e serão
estimulados na fé. O espírito de um verdadeiro pregador está sob o controle
daquele pregador, pois Deus não é um Deus de desordem, mas sim de harmonia,
conforme se vê claramente em todas as igrejas”.
O exercício do dom de línguas é
normatizado(27-28): Não mais do que 2 ou 3 pessoas podiam falar em cada
reunião(v.27) e deviam falar uma de cada vez. Se ninguém fosse capaz de
interpretar o que era dito, o orador deveria ficar em silêncio. O exercício do
dom da proclamação é normatizado(vv.29-33): os irmãos que possuem o dom de
falar em nome de Deus a respeito das coisas divinas, podem e devem falar, mas
vão fazê-lo dentro da ordem e decência(v.29). Quem tem uma mensagem para a
igreja vai falar, um de cada vez, mais aquilo que está sendo dito, também está
sendo avaliado(julgado) por outros(v.29). A proclamação tem como objetivo o
ensino(v.31): o cristão necessita aprender sempre. Ele nunca é suficientemente
maduro. Ele nunca tem conhecimento em demasia. O crescimento na graça e no
conhecimento de Jesus Cristo não tem limites. O culto é uma boa ocasião para o
cristão aprender e crescer. Ao se preparar o culto, estejamos preocupados com o
que estamos ensinando aos adoradores em nossas igrejas.
A proclamação tem como objetivo a
consolação(v.31): a palavra usada para a consolação pode também ser traduzida
por exortação. No culto deve haver consolação, isto é, conforto e ânimo para o
crente que vive em meio as tribulações do mundo. Mas o culto deve exortar
também o crente para a vida mais perto de Deus, para um testemunho eficaz, para
uma dedicação maior ao reino, para um serviço de amor. Os que falam devem estar
no controle de suas faculdades(v.32). Se algum dom, ministério ou operação
provoca confusão, entristece o povo de Deus, tira a ordem das coisas do reino
de Jesus Cristo, isso não procede de Deus(v.33). Somos servos de um Deus de
ordem e de paz e devemos cultuá-lo com ordem, paz e decência. A desordem não
significa a presença do Espírito de Deus e sua liberdade de ação(v.33).
3
- O Ministério da Mulher na Igreja(vv.34-35).
“As mulheres estejam em silêncio na
igreja; elas não devem receber permissão para falar. Devem submeter-se a este
regulamento, conforme a própria Lei ensina. Se tiverem perguntas, devem
fazê-las em casa a seu maridos, pois falar na igreja é impróprio para uma
mulher”.
1) Paulo proibia as mulheres de
falarem na igreja(v.34) e além da proibição encontramos a recomendação de que
estejam submissas a seus maridos. Os judeus não admitiam mulheres falando ou
liderando qualquer atividade nas sinagogas (um menino ou escravo podiam). Você
sabe por que esta proibição foi estendida a igreja de Corinto? Corinto era um
cidade pagã dominada pelo pecado. No meio pagão a religião relacionava-se
diretamente com sexo ilícito e imoralidade. As sacerdotisas se destacavam
nesses cultos e templos mantendo relações sexuais com os adoradores. Se uma
mulher na igreja de Corinto ensinasse ou falasse em público causaria uma
impressão de que a igreja cristã não era diferente do paganismo. Em 11.5 Paulo
admite que a mulher ore e profetize em público. Mas era um prática cristã
aceita.
2) A proibição pode referir-se às
perguntas que as mulheres faziam durante o culto. Havia coisas que elas não
entendiam. Ao perguntarem, muitas ao mesmo tempo, estabelecia-se barulho e
confusão. O indecoroso seria isso: muitas pessoas falando. Se desejassem
aprender deveriam perguntar aos seus maridos e em casa. A proibição poderia
referir-se somente ao falar em línguas. E as razões estariam ainda na aparência
que poderia haver com os culto pagãos, onde também acontecia fenômeno
semelhante: pessoas em êxtase falavam uma linguagem incompreensível. Cremos que
o ministério da mulher na igreja é uma bênção(v.35): em muitos lugares,
mulheres têm assumido a liderança do trabalho, ante a carência de pastores e
outros líderes. E mesmo nas igrejas onde existe liderança masculina, não se
pode negar que as mulheres têm feito excelente trabalho.
4
- Um Mandamento a Ser Obedecido(vv.36-40).
“Será que vocês estão começando a
imaginar que a Palavra de Deus teve origem em sua igreja ou que possuem o
monopólio da verdade de Deus? Se alguém entre vocês se considera um verdadeiro
pregador e um homem espiritual, perceba que aquilo que escrevi foi por ordem
divina! Quem não aceitar isso não deve ser aceito. Concluindo, então, meus
irmãos, disponham o coração para pregar a palavra de Deus, sem proibir, no
entanto, o uso de ‘línguas’. Tudo seja feito com decência e ordem”.
1) O apóstolo neste tratado sobre os
dons espirituais ensina autorizado pelo Senhor(v.36). O seu ensino deve ser
obedecido e respeitado. Se o ensino paulino fosse observado, muitas
manifestações deveriam ser banidas do culto moderno. A recusa destes ensinos
implicará em sermos ignorados(v.37). O mandamento de Paulo é mandamento de
Deus. Se somos espirituais(profetas ou não) devemos reconhecer este fato e
obedecer estes ensinos. Se não reconhecermos a autoridade do apóstolo, e mais a
autoridade de Jesus Cristo nas palavras de Paulo, que sejamos ignorados(v.38).
A proclamação é um dom mais excelente que as línguas(v.39). Os cristãos devem
procurar com zelo por esse dom. Porque ele edifica, consola e conforta os
crentes.
2) Paulo não proíbe as línguas, mas
ele não vê grandes utilidades nelas. Este capítulo não foi escrito para
estimular a prática das línguas. Pelo contrário, foi preparado para
desestimular o uso das línguas e restringi-las. A necessidade de organização e
decência no culto cristão(v.40). Paulo não está falando aqui que os coríntios
estavam se comportando indecentemente do ponto de vista moral. Mas que o culto
necessita de decência, no sentido de que deve ser organizado para glorificar um
Deus organizado. O culto deve ser planejado para servir um Deus que planeja, e
com que antecedência. O Senhor não improvisa, mas nós improvisamos, por
negligência no planejamento daquilo que deveria merecer nossa melhor atenção: O
CULTO. A Palavra de Deus deve moldar nossos cultos e devemos evitar a falta de
decoro e as inovações indevidas.
D
– A Pregação e os Objetivos
Em geral, toda pregação bíblica tem
por objetivo a persuadir as pessoas perdidas e incrédulas para um vida de fé em
Cristo Jesus. O objetivo de Deus em usar um pregador e a sua Palavra e trazer
de volta o homem que está afastado dele por causa dos seus pecados e da
desobediência. Paulo defende que a pregação tem por objetivo comunicar
aos homens “todo o desígnio de Deus”(Atos 20.27), em todos os níveis de
maturidade e entendimento. Cada pregador então deve saber que é apenas um
instrumento que Deus usa para que a sua vontade seja conhecida aos seus
contemporâneos. Além dos objetivos específicos os pregadores devem considerar
os objetivos gerais da pregação tais como:
I
– O Objetivo Evangelístico
Neste tipo de sermão o pregador compartilha
os diversos textos da Palavra de Deus que anunciam a salvação do homem perdido
através da pessoa maravilhosa de Cristo Jesus. Coloque o máximo de esforço na
pregação de sermões evangelísticos, pois eles devem ser os melhores sermões que
pregamos! Estes sermões não devem ser muito longos. Devemos apresentar também
as grande doutrinas bíblicas nestes sermões: a fé em Cristo, a graça, o pecado,
o amor de Deus, etc. É preciso pregar estes sermões evangelísticos com espírito
de urgência, amor, compaixão e sempre na dependência do Espírito Santo. Lembre
a conversão é obra do Espírito Santo mas a pregação e tarefa que nós devemos
levar a sério.
Da mesma forma que os que só pregam
sermões evangelísticos andam negligenciando os outros objetivos da pregação
como também as necessidades do rebanho que deve estar faminto e necessitando
ouvir da Palavra. Os que não pregam sermões evangelísticos estão privando um
grande número de pessoas que os ouvem em conhecer a salvação através de Cristo
Jesus. Precisamos de um programa de pregação equilibrado e isto vai depender da
situação em que sua comunidade se encontre no que diz respeito a maturidade e
tipo de freqüência que você tem normalmente nos cultos de sua igreja. Mas
lembre-se o Senhor espera que proclamemos com fidelidade e equilíbrio a sua
Palavra.
II
– O Objetivo Doutrinário
Usar este tipo de objetivo ao pregar
suas mensagens é uma resposta ao desejo que existe no coração do crente de
aprender mais sobre Deus, a Bíblia e aos assuntos espirituais. Um bom recurso
para atender esta necessidade da congregação é solicitar aos irmãos que através
de uma pesquisa que sugiram temas, assuntos, dúvidas ou ênfases doutrinárias
que mais eles têm necessidades. Uma boa ocasião para fazer isto é quando você
chega na igreja e assim você pode planejar com cuidado seu plano de pregação
atendendo as necessidades indicadas enquanto vai fazendo a sua própria
avaliação da comunidade.
Estes sermões doutrinários são úteis
para preparar os crentes em relação ao surgimento de heresias e as possíveis
entradas delas em nosso meio. Fortalecem os cristãos e lhes dá condições de
discernir os falsos ensinamentos que são veiculados em profusão em nossa época.
Auxiliam os crentes a serem mais interessados e ativos na vida cristã
contribuindo assim para o crescimento e o fortalecimento da igreja. Estes
sermões também auxiliam e muito o pregador na capacidade de sistematizar os
assuntos da fé cristã. Ajudam o pregador a estudar mais e lhe fortalecem o
espírito, o intelecto e o raciocínio dando-lhe uma atitude mais apologética.
III
– O Objetivo Ético
Os sermões com objetivos éticos são
aqueles que tratam do relacionamento horizontal, ou do relacionamento entre os
seres humanos. Tratam de como viver a vida cristã em relação à sociedade que
nos cerca. O cristianismo é uma religião altamente ética. Vivemos numa nação
terrivelmente afetada por ausência de uma postura ética correta. Há problemas
de valores, de alvos, de princípios. Em que está baseado o nosso sistema de valores?
A Bíblia tem princípios morais eternos e que podem resgatar a sociedade de
qualquer país, inclusive o nosso. Eu e você precisamos enfrentar, com
ajuda do Senhor, o desafio moral e ético de nosso país. E mesmo que a mídia
esteja longe do nosso alcance temos semanalmente um microfone e um auditório
assentado e aguardando a nossa vez de proclamar a Palavra. Quantos sermões
éticos você pregou no ultimo ano?
Eis alguns dos problemas morais e
éticos que devem ocupar a agenda do seu púlpito: a corrupção, a gula, a
pornografia, as drogas, a honestidade, o preconceito, a inveja, a cobiça, o
amor, as inimizades, os pensamentos impuros, a televisão, a pobreza, a
tentação, a violência, a língua, a ecologia, a paz mundial, as guerras, o
desemprego, e muitos outros. Devemos ser sensíveis aos problemas sociais e
éticos e aplicar a Palavra de Deus de modo que ofereçamos uma alternativa
eficaz. “A nossa tarefa principal é de ser instrumentos de Deus para criar os
criadores de uma sociedade justa, pura e reta, em que os princípios do
Evangelho são vividos e aplicados”28.
IV
– O Objetivo Consagratório
Sermões com este objetivo visam uma
maior dedicação dos crentes à causa de Deus. Você tem percebido em sua igreja
irmãos acomodados, frios, indiferentes? Pois é amigo a culpa em grande parte é
sua se você não tem dado a atenção para a pregação de sermões que despertem o
povo para uma maior consagração de suas vidas ao Senhor Jesus e a sua obra.
Nestes sermões também objetivamos ajudar os crentes na descoberta e uso dos
dons espirituais além do que também auxiliamos os irmãos a enfrentarem,
devidamente capacitados pela palavra, a sua batalha contra o pecado.
Neste tipo de sermão precisamos de
algumas ferramentas essenciais:
O próprio pregador deve ser consagrado! É preciso
conhecer as falhas e fraquezas do povo, os seus problemas e seu testemunho
diante do mundo. É preciso crer que Deus possa atuar para melhorar a situação,
crendo que a igreja se tornará cada vez mais uma igreja consagrada e atuante. É
preciso crer que Deus distribuiu os dons espirituais e não deixa nenhuma igreja
sem pessoas que têm um grande potencial. É preciso crer que Deus continue
escolhendo e vocacionando obreiros para a sua seara. É preciso pregar estes
sermões como amor e um espírito compassivo, em vez de condenar o povo. A nossa
tendência é de pregar às pessoas ausentes, “tirando o recalque” nas pessoas
presentes, que são os irmãos mais fiéis! Neste sentido, o conteúdo das
mensagens deve ser mais positivo do que negativo. É preciso que sejam sermões
que apelem a lógica e à razão(inteligência), à vontade e às emoções. É preciso
oferecer sugestões práticas para o povo, bem como oportunidades para
desenvolverem os seus dons. É bom levar o povo a agir!29
V
– O Objetivo Devocional
Neste tipo de objetivo o sermão
enfatiza a relação do crente com Deus. Também chamamos esta ênfase de
relacionamento vertical. Como pregadores da Palavra de Deus temos a
possibilidade de conduzir nossos irmãos e ouvintes à presença do Pai celeste e
de estabelecer confrontação com os hábitos devocionais que conduzem o cristão à
maturidade. Assim podemos explorar nos sermões devocionais os diversos temas
ligados à adoração, à comunhão, à oração, ao estudo da Bíblia, à contribuição,
ao serviço de amor. Precisamos ensinar o nosso povo a recarregar as baterias
espirituais e firmar um compromisso pessoal de devoção ao Senhor.
Quantos sermões devocionais você tem
pregado no ano passado? Não é de se admirar a dificuldade de nossos irmãos e de
nós mesmos em manter uma vida devocional consistente. Precisamos a exemplo de
Samuel manter sempre acesa a chama da devoção(1 Samuel 7.17) como também ajudar
os irmãos nesta área. Um dos grandes riscos do ministério e dos afazeres da
vida cotidiana é perdermos o senso e a prática devocional. A lição deixada por
Samuel é de que não podemos deixar que se apague esta chama da devoção
particular e pessoal ao Deus Todo-Poderoso.
VI
– O Objetivo Pastoral
O objetivo pastoral também pode ser
chamado de alento. A idéia aqui é confortar e cuidar do nosso rebanho a
semelhança do pastor de ovelhas que cuida daquelas feridas e confusas. Os
sermões desta natureza ajudam o povo em seus problemas, mostrando-lhe como pode
receber as promessas de Deus para solucioná-los. Quando uma pessoa vai a
farmácia via de regra ele pretende comprar remédios. Quando uma pessoa vai a
padaria ele pretende comprar pão. E quando alguém vem a igreja seja ele crente
ou não? O que ele busca? Quantas vezes as pessoas têm vindo aos nossos cultos
buscando alento e conforto na Palavra de Deus? Quantas vezes elas voltam com
suas feridas abertas, com seus dilemas sem uma orientação, com suas lágrimas
rolando pelas faces?
Ei pastor o que você anda fazendo que
não obedece ao Senhor? “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus”(Isaías
40.1). Não podemos fugir a esta tarefa tão vital para o rebanho. As nossas
ovelhas no dia-a-dia sofrem afetações em áreas tão distintas como por exemplo:
sofrimento, pânico, morte, ansiedades, preocupações, solidão, medo,
adversidades, dúvida, desespero, etc. Todos nós precisamos da ajuda de Deus
para a vida diária e os tempos difíceis. Mas eu e você somos responsáveis por
encontrar as respostas para as perguntas que têm sufocado nossos irmãos e filhos
espirituais.
E
– A Pregação e o Sucesso
Em recente conversa com um pastor
muito famoso e de considerável envergadura na obra batista brasileira,
ocorreu-me a seguinte pergunta: Como ser um pastor bem sucedido? E como
resposta, ao contrário do que imaginava, remeteu-me aos ensinos e exemplos
bíblicos que falam de líderes e liderança bem sucedidas como que verdadeiros
padrões a serem seguidos. Nestas linhas que seguem quero compartilhar algumas
noções que tenho aprendido no que diz respeito ao sucesso do pregador e
pregação e o sucesso. Faremos isto juntos considerando os ensinos contidos em
Atos 20.17-27, quando Paulo exorta os pastores de Éfeso, de modo que sejamos
capazes de responder à pergunta: Como ser um pastor bem sucedido?
I
– Em Primeiro Lugar Para Que Você Seja Bem Sucedido no Seu Pastorado é
Necessário Viver na Condição de Servo(v.19).
Por certo o escritor do livro de Atos
faz aqui um registro das considerações que o apóstolo Paulo fizera do seu
próprio trabalho, de se próprio ministério. As noções que o versículo 19 nos
apresentam são riquíssimas e muito inspirativas para execução da tarefa
pastoral. Um primeira lição que podemos aprender através deste texto é que o
pastor jamais pode perder de vista que é chamado para ser servo. Portanto,
faz-se necessário que o pastor seja antes de qualquer coisa um servo humilde
que se coloque à disposição de Deus e que revele esta submissão numa prática
responsável de amor aos crentes, o rebanho ou a igreja que o Senhor tem
confiado sob sua responsabilidade, de modo que tenha uma preocupação pessoal
com cada uma de suas ovelhas.
O fato de ser um servo exige do
obreiro uma justaposição de valores e objetivos de tal forma que em momento
algum haja uma mudança e este passe a ser servido. Por certo Paulo realizou um
ministério abençoado pois temos informações, em vários outros textos bíblicos,
de que ele não abandonou a sua condição de servo do Senhor e servo da igreja.
Não o vemos reclamando para si vantagens e privilégios para exercer o seu
ministério. Quedava-se diante do Senhor humildemente e a despeito do seu
excelente preparo intelectual dependia cada vez mais da orientação divina, pois
é o mesmo Paulo quem disse: “vivo nas mais eu mais Cristo vive em mim”(Gálatas
2.20 a). A orientação que se tem é que o ministério pastoral está intimamente
ligado à humildade que é uma característica básica daquele que se propõe a ser
um servo de Deus.
Antes de qualquer outra virtude para
ser um pastor bem sucedido é necessário viver na condição de servo. Este é um
pré-requisito indispensável que deve permear o ministério de cada obreiro:
“servindo ao Senhor com toda a humildade, e com lágrimas e provações...”
Freqüentemente observo que vários colegas de ministério ao apresentar um pregador
lançam mão de um triste recurso, que considero falsa modéstia, e dizem: “O
grande servo de Deus, fulano de tal, vai nos trazer a mensagem nesta
oportunidade”. O fato é que esta forma de apresentar e ser apresentado tem
efeitos negativos e pode complicar a idéia bíblica acerca da palavra “servo” no
contexto do ministério pastoral.
Quando penso neste paradoxo “grande
servo” entristece-se o meu coração e sinto o desejo de mudar a ordem das
palavras de modo que denote a idéia “servo do Deus grande”. Da mesma forma
quando olho para o Servo Sofredor, Jesus Cristo, que nos deixou uma grande
exemplo de humildade penso em mim mesmo e em cada colega de ministério que
devemos desejar a cada dia que passa servirmos melhor ao grande Deus. Penso em
nossas igrejas dedicadas e operosas servas do Senhor. Penso na obra expandindo,
avançando, quebrando barreiras e ultrapassando fronteiras. Não posso continuar
sonhando somente preciso parar e orar. Senhor tem misericórdia de nós quando
ousamos dizer que somos seus servos. Ajuda-nos a viver de modo serviçal!
Queridos colegas de batalha e
companheiros de vocação, a Palavra de Deus exige de cada um de nós, uma tomada
de posição sincera e segura. É importante que se faça uma opção de vida a
partir dos princípios de servir ou ser servido e peço permissão para usar um
adágio popular que diz: “Quem não vive para servir não serve para viver”.
Querido irmão partindo do pressuposto de sua vocação, quero lembrá-lo que o
ministério pastoral é um serviço prestado a Deus e revelado na prática de amor
e zelo pela igreja. Quero desafiá-lo a viver humildemente na dependência
fidedigna da vontade de Deus e este desafio se estende a todos os cristãos.
Os seus objetivos hão de estar de
acordo com os propósitos divinos. A semelhança de tantos outros servos que
dedicam e dedicaram suas vidas à Deus, você também é conclamado a pertencer
total e completamente ao Senhor. Revogando assim para si o direito e a
aceitação de ser apenas servo e não senhor. Porém, meu amado irmão faz-se necessário
ser um servo bom e fiel. E é isto que Deus espera de cada um de nós.
II
– Em Segundo Lugar Para Que Você Seja Bem Sucedido no Seu Pastorado é
Necessário Cumprir a Responsabilidade Proclamadora(v.20).
Os versículos 20-23, 25 e 27 são cuidadosos
em revelar-nos uma grande característica do ministério abençoado do apóstolo
Paulo. Exatamente diz-nos o texto lido que a principal ocupação de Paulo era a
pregação e o ensino da Palavra de Deus. O ministério pastoral exercido por
Paulo se realizava publicamente nas reuniões e também de casa em casa. E em
momento algum se esquivou de sua responsabilidade proclamadora. Qual é a sua
principal ocupação ministerial? Você tem dado a devida atenção a exposição da
Palavra? Está faltando tempo para preparar melhor as mensagens e os sermões?
Você anda requentando sermões antigos? A agenda está muito cheia? Livre-se
deste jugo e dê prioridade a pregação. Libere o seu povo para que ele realize a
obra do ministério e você seja dedicado ao estudo, oração e proclamação da
Palavra.
Quando lançamos as atenções para o
fundo histórico desta passagem observamos que o anúncio do apóstolo Paulo é a
mensagem de salvação após a ressurreição. Havia um interesse profundo de Paulo
em ensinar qualquer coisa que fosse proveitosa para os seus ouvintes, embora
nem sempre fosse bem aceita. Havia no seu coração o desejo de testemunhar,
testificar tanto do arrependimento quando da fé em Jesus Cristo. Percebe-se
também que como proclamador das boas-novas sua vida era controlada, guiada pelo
Espírito Santo de Deus.
Sua pregação era fiel aos ensinos do
Evangelho e sua responsabilidade proclamadora, qual atalaia, havia sido levada
a termo. Pois esta responsabilidade espiritual do pastor Paulo de apresentar
fielmente a mensagem que traz vida, lhe produziu uma confiança tão grande que
no versículo 27 ele declara que jamais deixou de anunciar todo o conselho de
Deus. O vemos como um profeta que, movido pelo Espírito Santo Deus, recebe e
transmite a mensagem do Senhor ao povo e especialmente as verdades relacionadas
com o Reino de Deus e com a salvação dos homens.
Quando leio o livro de Amós gosto da
resposta e do comportamento do profeta em relação ao chamado de Deus. Que
segundo Antônio Bonora “é como um grito inarticulado, um rugido que lhe sacode
de maneira irresistível o ânimo”30. Pois diz-nos o texto do livro de Amós no
capítulo 3 versículo 8: “Um leão rugiu; quem não temerá? O Senhor falou; quem
não profetizará?” Aprendemos que Amós proclamou os desígnios divinos revelando,
sem nenhuma condição a seu favor, as verdades que o povo precisava ouvir.
Talvez você esteja perguntando: o que
tem a ver Amós com o que estamos analisando até agora? E eu de pronto respondo
que a lição que este profeta nos dá é de grande valia. A chamada de Amós, assim
como a de Paulo e sua também, envolvia o grande desafio de proclamar a vontade
de Deus. E diga-se de passagem profetizar, falar em nome de Deus, anunciar à
sua vontade é realmente um grande desafio. No caso de Amós era falar contra o
Reino de Israel que crescia. Já o apóstolo Paulo recebeu a incumbência de falar
aos gentios. E nós a quem proclamaremos? Bom somos comissionados a proclamar
num templo repleto de desafios e Deus espera que cumpramos de forma honrosa
nossa missão.
Vive a humanidade tempos de apostasia
e hipocrisia religiosa, tensões sócio-político-econômicas, confusões
ameaçadoras, perversões fatais dos valores e significados. De várias partes
surge a exigência e a invocação de uma palavra luminosa e orientadora; existe
em muitos o desejo de uma voz que derrote o absurdo e o não sentido
aparentemente triunfantes. É para este tempo e para este povo que Deus nos
colocou no ministério caro colega. Vá meu irmão! Seja guiado pelo sopro
profético do Espírito de Iaweh. Tenha a Bíblia como instrumento de ação. Fala e
não te cales. Profeta testemunhe de Cristo a tempo e enquanto temos tempo. Não
se esquive de sua responsabilidade proclamadora e assim serás abençoado em seu
ministério.
III
– Em Terceiro Lugar Para Que Você Seja Bem Sucedido no Seu Pastorado é
Necessário Manter-se Fiel no Cumprimento da Vocação(v.24)
O versículo 24 é muito claro em dizer
que para Paulo o que era mais importante era cumprir a vocação que recebera de
Jesus Cristo. Por certo o ministro que deseja ser bem sucedido necessita estar
consciente de que os conceitos de serviço cristão e responsabilidade
proclamadora se completam e projetam uma terceira realidade ou característica
indispensável àquele que abraça a vocação ministerial a saber a fidelidade no
cumprimento da sua parte na tarefa. Esta fidelidade vocacional determinou tanto
a abrangência quanto o alcance dos objetivos propostos por Deus no coração do
apóstolo Paulo.
Ele tinha plena convicção de que fora
comissionado por Cristo desde o dia de sua conversão. E esta certeza fez com
que ele mantivesse os olhos fixo no Senhor de sua vida. Mas este fato não lhe
tirou a percepção dos que viviam ao seu redor e dos que estavam distantes e
necessitados da graça de Deus. O apóstolo Paulo considerava sua vida como algo
consumível e não se sentia incomodado em ser inteiramente gasto na tentativa de
completar a sua carreira, o seu ministério. O seu desejo era terminar o seu
percurso com fidelidade e com alegria. Nesta dimensão de sua missão Paulo
deixou um legado aos seus sucessores.
A despeito das perseguições, das
oposições, das prisões, e dos sofrimentos mantinha-se fiel no seu propósito de
servir ao Senhor e testemunhar do Evangelho da graça de Deus; deixou uma grande
lição a ser considerada e que a história registrou em suas páginas. Pois o
chamado ao ministério pastoral envolve fidelidade àquele que chamou e
direcionou a vocação. O registro de 2 Timóteo 4.5 nos dá um bom exemplo do
cuidado de Paulo para com a geração futura de pastores: “Tu, porém, sê sóbrio
em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre
cabalmente o teu ministério”.
É inegável o fato de que você a
semelhança de Paulo e Timóteo também recebeu uma vocação e quer levá-la
adiante. Por certo muitos são os desafios que temos a enfrentar. Rogo a Deus
que alimente cotidianamente os nossos corações com o anseio de cumprir o
ministério de modo pleno. A Palavra de Deus é clara em nos desafiar à uma vida
de fidelidade vocacional. O que importa é que tenhamos em mente que é
necessário cumprir a missão recebida e mesmo que para isso tenhamos que
conviver com dificuldades e dissabores. Você e eu somos convocados para esta
imensa obra e temos ao nosso dispor o conforto e o auxílio de Deus.
Mesmo que lhe ofereçam vantagens mil
não abra mão desta investidura pastoral. Seja um homem apaixonado pela vocação
que Deus despertou no seu coração. Ele é fiel em confirmar as obras das suas
mãos. De modo algum aja com infidelidade. Saiba que a sua tarefa é a mais
importante do mundo e não existe posição ou função neste mundo que a sobrepuje.
Lembre-se do ideal paulino que enseja terminar o percurso com fidelidade e com
alegrias. Neste exato momento creia que Deus está desafiando o irmão a
manter-se fiel e cumprir a sua vocação com alegria.
Querido irmão o ministério pastoral é
uma bênção desde que seja exercido de modo coerente aos ensinos bíblicos. Creio
que todos os que aspiram um ministério bem sucedido. Porém, quero relembrá-lo
alguns aspectos importantes de modo que vivendo estes alvos propostos pela
Palavra de Deus você seja um obreiro abençoado. Um primeiro desafio que a
Bíblia lhe apresenta é que você seja um servo de Jesus Cristo. Sua vida
pertence a Deus e deve estar sob o controle dEle. Lembre-se o pastor é um servo
e não o senhor.
Um segundo desafio que a Bíblia lhe
apresenta é que você seja um proclamador. Não abandone esta responsabilidade de
pregação e ensino da Palavra de Deus. Seja um proclamador de Boas-Novas.
Confronte a sua vida e a de seus ouvintes com os ensinos da Bíblia. Um terceiro
desafio é que você mantenha-se fiel à sua vocação. De modo que por nada e por
ninguém você abandone ou negue esta dádiva divina que é o ministério pastoral.
De posse destas orientações eu rogo a Deus que pode meio do seu Espírito Santo
lhe oriente do modo mais adequado a fim de que você viva um ministério
abençoado e feliz para a honra e glória de Deus.
C – Como Pregar de Modo que as Pessoas Ouçam!
O pregador é um comunicador. Pregar é
comunicar. Comunicar é falar de modo que as pessoas ouçam e entendam. Para que
cumpramos esta meta é necessário reconhecer a importância do uso adequado da
voz na pregação da Palavra; é necessário também saber usar bem a comunicação visual
ou não verbal. Um outro aspecto importante é saber usar e tomar cuidados em
relação ao uso dos componentes de comunicação.
I – O Uso Adequado da Voz na Pregação da Palavra
A voz é a possessão mais preciosa que
o pregador tem na comunicação do Evangelho de Jesus Cristo. A voz é o
instrumento de trabalho dele e seu principal veículo de comunicação no púlpito.
Algumas autoridades no estudo da voz humana dizem que apenas cinco
pessoas em cem(5%) nascem com boas vozes. Talvez estas não tenham que lutar
muito para tornar a voz eficiente e adequada. Mas você poder perguntar: é nós
que não estamos naqueles cinco por cento? Felizmente podemos lapidar a nossa
voz e torná-la melhor e aceitável e usá-la com eficiência, se seguirmos certas
orientações. Mas para isto é necessário um estudo sério de nossa parte sobre
como estamos utilizando este recurso fabuloso que Deus nos concedeu.
A voz, que é o canal através do qual
levamos a mensagem, é um meio e não um fim em si mesma. Sabendo disso, o pregador
deve precaver-se contra alguns sérios inimigos, como o orgulho, que o levará a
busca de uma voz vaidosa no púlpito e o desleixo, que fará com que muitos
daqueles que vão ouvir a sua mensagem sejam desestimulados pela descuidada
apresentação dos recursos vocal dele. Vejamos alguns aspectos que nos ajudarão
no cultivo de uma boa voz, para obtermos uma comunicação mais persuasiva das
idéias e sentimentos que Deus nos deu para compartilhar.
1) As características da boa voz: Uma
boa voz é expressiva. Notamos com bastante freqüência que os profissionais que
trabalham no rádio especialmente têm como destaque uma excelente expressão.
Suas vozes são os seus cartões de visita. São reconhecidos onde quer que
estejam devido a esta característica. Uma boa voz demonstra vitalidade,
energia, vigor. Os profissionais das rádios FMs, locutores esportivos revelam
estas características e têm cativado ouvintes ao longo de anos. Uma boa voz tem
boa dicção. Isto indica que articula bem as palavras e fala com clareza. Uma
boa voz é agradável. A agradabilidade não tem a ver somente com a velocidade da
fala, mas também com o timbre e a tonalidade.
Uma boa voz é natural. Não tem coisa
mais desagradável do que ficar ouvindo alguém que está usando uma voz forçada.
Até porque quando deixamos de usar a voz no modo natural prejudicamos nosso
aparelho da fala. Lembro-me dos humoristas que criam personagens nos quais
utilizam a voz de forma não natural e que têm sofrido sérios problemas alguns
dos quais recebendo até proibição médica de imitar outras vozes. Uma boa voz
tem o volume adequado. Não podemos gritar nem tão pouco devemos murmurar. É
preciso que utilizemos um volume adequado, especialmente se usamos os recursos
da amplificação do som. Uma boa voz tem clareza e pureza de som. Uma boa voz
tem velocidade certa. Estima-se que esta velocidade seja de 120 a 150 palavras
por minuto.
2) Fatores que afetam nossa voz: Nosso
estado de saúde pode afetar a voz. Não estou nem pensado nos estados gripais
que geram infecções de garganta e de faringe. Penso nas enxaquecas, estresses,
hipertensão, etc. A saúde deve ser cuidada de modo que não percamos a
capacidade de usar bem a nossa voz. A nossa posição quando falamos também afeta
a voz. Normalmente ao longo dos anos acumulamos uma série de problemas de
postura e estes afetam a voz. Por exemplo, se você normalmente prega de terno e
gravata e não se posiciona bem ereto a pressão da gravata o incomoda e sua voz
sofre afetações. As nossas emoções afetam a voz. O nervosismo, por exemplo, faz
com que fiquemos com a boca seca e as vezes sofremos desde pequenos engasgos
até mesmo uma falta de voz temporária. O mau uso da voz também prejudica a
nossa fala. Gritar ou pregar num tom acima do nosso normal acabam prejudicando
o aparelho da fala com a famosa rouquidão.
3) Elementos técnicos do uso da voz:
quero mencionar dois deles: a) tenha uma respiração adequada. Este tipo de
atividade(a pregação) exige que respiremos usando o nosso diafragma. O
diafragma é um músculo que separa a cavidade torácica da abdominal. b) Relaxe
bem os músculos do aparelho da voz. O relaxamento muscular como também o
alongamento são excelentes exercícios que devem ser realizados antes e depois
da fala. c) Uma dica: marque uma consulta com um fonoaudiólogo e peça
orientações técnicas e específicas sobre a sua condição pessoal. Procure esta
ajuda de modo que além da prevenção de futuros problemas ele te ajude a
explorar melhor e com mais técnica o potencial que sua voz tem.
4) Sugestões acerca do uso da voz: Não
comece o sermão com todo o volume da voz que for capaz. Varie sua voz quanto ao
tom, força e velocidade. Nunca grite, nem berre em qualquer que seja a
circunstância. Evite deixar a voz cair nas últimas sílabas das orações
gramaticais. O tom da sua voz deve ser tão natural quanto numa conversa. Em vez
de elevar a voz, procure projetá-la abrindo bem a boca, articulando bem as
palavras. Aprenda a destacar as palavras importantes enfatizando-as através de
exercícios. De vez em quando ouça a sua própria voz com atitude crítica. Quando
pregar, não fique demasiadamente preocupado com a voz. Dê atenção exclusiva à
sua mensagem. Se utilizar microfone mantenha a distância adequada. E se for
possível teste antes e module o mesmo a freqüência de sua voz.
II
– Mitos e Crendices da Voz31
Tenho observado que, de uma forma
geral, as pessoas dão muito crédito aos mitos e crendices, em todas as áreas.
Chega mesmo a ser impressionante como, de olhos fechados, aceitam isso, sem se
preocuparem com o questionamento, e alguns se envolvem de tal forma que
dissuadi-los se torna tarefa penosa. Nos estudos e abordagens sobre a voz temos
considerado muito essas influências. Nesta área, os mitos e crendices são muito
fortes e imperam até mesmo nos meios ditos mais cultos, civilizados. Consistem
em crenças muito comuns que a maioria das pessoas têm a respeito da voz, do seu
emprego, das causas dos problemas vocais e do tratamento dado a esses
distúrbios. O próprio nome indica: Mitologia Vocal significa um conjunto de
considerações infundadas que na sua essência são incorretas e falsas.
Compreende crenças que formam imagens vocais errôneas e estereótipos, sugerindo
abordagens totalmente erradas.
Algumas dessas crenças já estão entre
nós há dezenas de anos, e isto significa dizer que passam de pais para filhos,
sempre acrescidas de mais elementos. Tem sido assim. As modernas técnicas de
reabilitação da voz, ou mesmo a nova oratória, devidamente adaptadas a era da
eletrônica, ainda não foram devidamente assimiladas, e as escolas de formação
de profissionais da voz, de certa forma, ainda fazem “vista grossa”, e aí estão
incluídos os professores, atores, locutores, pastores, jornalistas e afins.
A voz e seus múltiplos usos ainda
estão regidos por algumas crenças. Muitos acreditam que a voz cansada é coisa
natural, normal, depois de uso prolongado(locução, canto) ou mesmo leve uso.
Desta forma leva-se a aceitar que os músculos laríngeos e faríngeos – músculos
que produzem a voz – se cansam e aceitam a rouquidão, o cansaço vocal, as
ardências e mesmo a perda parcial da voz, como algo plenamente normal. Faz-se
crer também que o uso excessivo da voz acarreta problemas vocais como: voz
cansada, rouquidão, faringites e até laringites. Pessoas há que supõem, por
falta crença, ter certos seres humanos nascidos com garganta débil e voz
insuficiente e que, por certo, tenderão a ter sempre transtornos vocais.
Esses elementos não representam a
essência da verdade. Crer nisso é passar por cima do conhecimento científico,
das pesquisas e das técnicas vocais. Essas crenças populares não passam de
mito. Isto mesmo: M-I-T-O! Coisa de gente mal informada. A voz humana, quando
bem empregada, não se cansa, não produz sintomas negativos, nem requer esforços
adicionais para falar. Seu uso excessivo, por si mesmo, não acarreta problemas
da voz; o que causa esses problemas é o uso indevido e não respeito às normas
da higiene vocal(aspectos preventivos). Qualquer circunstância onde a voz é
usada abusivamente pode acarretar-lhe problemas que tenderão a agravar-se com o
tempo. A voz bem definida(tom, entonação, ritmo) pode ser usada durante horas e
horas, em jornadas profissionais, sem prejuízos. Mas é bom atentarmos para o
fato de que a saúde geral do indivíduo também conta. O cansaço físico por si já
acarreta o cansaço vocal. Não se encontra nenhum apoio científico para a idéia
de “garganta débil”. É pura invenção.
Dentre as sugestões populares para
“tratamento” da voz, anotei algumas que aparecem mais freqüentemente em minha
experiência clínica diária: a) gargarejo com folha ou fruta da romã(sabe-se das
propriedades anti-inflamatórias que essa planta possui, mesmo assim limitadas,
mas a sua ação é sobre a faringe e jamais sobre a laringe – onde se situam as
cordas vocais). b) tomar mel no leite todos dias pela manhã, ao acordar(o mel
contém variadas vitaminas e outros componentes que sabidamente atuam no trato
digestivo, mas sobre a voz ... desconhecemos a sua ação). c) tomar chá
preto, quente, com uma metade de limão, e ingeri-lo sem açúcar(o limão é
riquíssimo em vitamina C e o chá preto é digestivo; tomá-los quentes tem como
benefício apenas a ação do calor, que é relaxante e anti-inflamatório. Mas, e a
ação sobre a voz? Mais uma vez, desconhecemos).
d) Vaporizações com folhas de hortelã,
massagens com álcool canforado na garganta, infusões com 7 ervas do mato, tomar
complexos vitamínicos em doses concentradas, gargarejos com vinagre, sal e
limão associados.... e outras barbaridades. A coisa vai por aí. Alguns afirmam
que quando isso é feito com fé, pode dar certo e curar. Será? Entendemos que
esses métodos podem até funcionar como meros paliativos, mas nunca como
curativos. Podem ser úteis durante períodos limitados. O grande problema que
eles causam é o “mascaramento” dos sintomas reais, e podem impedir um
diagnóstico preciso e, consequentemente, um tratamento correto. Eles não
eliminam as causas que podem estar ligadas ao fato de uma vocalização incorreta
no uso da voz.
e) Outros mitos consistem em deixar de
falar temporariamente ou limitar sistematicamente o período de falas, trocar as
ocupações profissionais, fazer permanente prática de relaxamento ou
meditação(tipo Yoga, meditação transcendental, regressões psíquicas, etc).
Algumas dessas sugestões merecem um toque de realidade, pois são imaginárias
quando aplicáveis á técnica vocal. Trocar de ocupação profissional para usar
menos a voz pode até ser viável, mas significa fuga do problema maior. Repouso
vocal exagerado não é significativo nas terapias de voz. Tranqüilizantes não
devem ser usados por tempo indefinido. E os relaxamentos, apesar de úteis, não
devem ser usados como técnicas centralizadoras.
f) Há o outro lado, porém, gerado
pelos mitos populares quanto à voz. Alguns crêem que a técnica vocal não pode
ajudá-los, dado o adiantado do processo patológico, ou mesmo acreditam que já
nasceram “duros de ouvido”. Outros dispensam as orientações vocais, porque
acham: “Deus me deu excelente voz e nunca deixou na mão”. Não acreditam(ou não o
sabem) que boas vozes se pode fabricar, desenvolver, aperfeiçoar. E há aqueles
que opinam que a terapia vocal é coisa para pessoas doentes, que estão
comprometidas vocalmente... Ou mesmo é indicada para atores, atrizes,
locutores, professores, pastores e profissionais que necessitam de qualidades
estéticas na voz. É certo que concordamos que aqueles usam a voz(e vivem dela)
devem, portanto, valorizá-la. Prevenir é sempre um ato inteligente.
g) A técnica vocal é aplicável e útil
em todos os indivíduos que apresentam características de anormalidade na
voz(sintomas vocais negativos), especialmente os que necessitam usar com maior
intensidade a voz falada. Voz eficiente se desenvolve, assim como se desenvolve
a capacidade de escutar ou cantar vozes diferentes. Portanto, é mito crer que
só se educa a voz para o canto. Há outros mitos que precisam ser conhecidos e
analisados à luz da verdadeira técnica vocal. h) Hipnotismo. Elimina os
problemas vocais em qualquer nível de grau ou lesão. Segundo os melhores autores
da especialidade, a hipnose é útil em transtornos psíquicos, mas nada há
escrito quanto à sua aplicação na área da voz.
i) Falar com lápis ou pedrinhas na
boca, para melhorar a articulação. As recentes descobertas na área de técnica
vocal evocam a inteligência, a capacidade de domínio da percepção, a ponto de
fazer o indivíduo perceber-se falando. Não são inteligentes tais métodos,
porque valorizam apenas a boca e seus componentes, desprezando os demais
elementos que interferem diretamente na produção da voz humana. j) Mais
exercícios de leitura, para melhorar o som da voz. É bem claro que exercícios
em voz alta só podem beneficiar. Mas ler em voz alta para melhorar que
qualidades: Entonação? Ritmo? Volume? Timbre? l) Muito exercício de respiração(qualquer
uma). Vocalizes acompanhados pelo piano... treinar bastante a língua... ter uma
biblioteca sobre o assunto.
Acredito que grande parte dessas
“terapias” já sejam muito conhecidas. Acredito, também que pessoas
conceituadas(porém curiosas sobre o assunto) já passaram muitos conselhos sobre
o uso da voz. Mas se não coincidem com a verdadeira técnica vocal, repito:
trata-se de MITO. Por último, é útil saber que as técnicas vocais usadas no
canto não devem ser aplicadas à fala, e a aplicada nesta não deve ser aplicada
àquela. Cada especialista em seu lugar, consciente, coerente e sobretudo
honesto. Desta forma, é útil caracterizar cada problema e procurar o
especialista ideal para o caso. Assim, creio os dias dos mitos e crendices
estarão contados.
III
– A Comunicação Visual: A Comunicação Através do Corpo
E importante registrar que as pessoas
não somente nos ouvem mas também nos observam. Aliás observam muito mais do que
nós imaginamos e podemos explorar essa curiosidade natural usando também uma
boa comunicação não verbal. “O pregador precisa comunicar com o corpo todo,
através dos gestos, da própria postura ou posição do corpo enquanto prega, da
expressão facial, do contato com os olhos”32; e qualquer tipo de afetação, ou hábito
inconsciente que possa prejudicar a comunicação deve ser evitado. A linguagem
verbal e a linguagem corporal podem e devem trabalhar juntas para criar
impressões positivas e não negativas. Vejamos algumas dicas para melhorar a
comunicação.
1) Os gestos do pregador = precisamos
reconhecer que são importantes e aprender a usá-los nos momentos certos. É
impossível estabelecer regras para todos os indivíduos pois cada um tema sua
maneira singular de ser. A mensagem é que deve ser vista através dos gestos.
Pense por exemplo nos deficientes auditivos que são capazes de entender tudo o
que você fala se houver em sua pregação alguém que seja capaz de
simultaneamente traduzir o que você fala a linguagem de sinais que usa
basicamente o movimento das mãos e expressões faciais.
a) Vantagens no uso dos gestos = os
gestos ajudam a atrair a atenção dos ouvintes. Sou casado com uma descendente
de italianos você já observou como os italianos falam com as mãos? Como
gesticulam enquanto conversam! Mas essa não é uma característica particular
deles pois outras pessoas também agem assim. Assim cremos que os gestos
ajudam a atrair a atenção dos nossos ouvintes. Os gestos ajudam o pregador a
vencer a tensão. Cada um de nós que compartilha com freqüência a Palavra de
Deus sabe bem deste detalhe que é ficar tenso ao pregar especialmente se
estamos num auditório ou ambiente desconhecido, fato que gera uma expectativa
maior e entre ficar congelado e gesticular a segunda escolha é mais útil.
Os gestos ajudam a intensificar as
emoções do pregador. Experimentamos as mais diferentes emoções ao compartilhar
as tremendas verdades e realidades da Palavra de Senhor. E se de fato somos
impactados pela mensagem que estamos compartilhando é natural que estas emoções
sejam transmitidas também através de gestos. Você já viu uma criança pedir um
brinquedo sem estender a mão e apontar para ele? Os gestos ajudam no
fortalecimento dos argumentos que estamos transmitindo. Se você está falando
por exemplo, de servir ao Senhor de todo o coração é natural que você junte as
duas mãos traga-as até o peito na altura do coração como quem quer retirá-lo e
depois estenda-as para frente como quem está entregando o coração a Jesus.
b) Observações acerca dos gestos = os
nossos gestos não devem ser exagerados quanto ao tipo e freqüência de
movimento. O problema com a repetição do mesmo gesto é que ele pode
tornar-se um elemento de afetação na comunicação e que pode desconcentrar
nossos ouvintes ao ponto de não ouvirem o que estamos ensinando com a linguagem
verbal. Os nossos gestos não devem ser grotescos, feios ou obscenos. Além de
serem ofensivos e desagradáveis gestos desta natureza só prejudicarão o
processo de comunicação. Os gestos precisam ser coerentes com a fala. Esta é uma
tarefa que exige atenção e pesquisa do pregador. Devemos unir o que está sendo
expresso através do corpo com o que estamos falando.
Os nossos gestos devem ser naturais e
nunca artificiais. Isto vale para tudo o que fazemos na vida e no processo de
comunicação. Assim como a voz os gestos também devem ser naturais. Não adianta
você copiar gestos de outros pregadores porque você gostou do impacto que eles
produziram no auditório ou até mesmo em você. Até porque sua comunidade já
conhece, devido ao convívio cotidiano, a maioria dos gestos que você utiliza e
saberá se você está gesticulando com naturalidade ou não. Ao gesticular devemos
aprender a usar o corpo todo como também variar os gestos. Um bom recurso para
observar o seu desempenho na comunicação através do corpo é gravar em vídeo os
cultos onde você tem pregado e depois assista e anote os gestos, a freqüência e
a variação.
c) Gestos básicos = uso do indicador –
significa advertência, repreensão, condenação. Quantas vezes ao pregar a
Palavra esta adverte, repreende, condena? Então estas são excelentes
oportunidades para usar o indicador e os gestos característicos de quem
repreende, condena, adverte. Mão fechada – significa advertência feita de forma
forte e dramática. Do mesmo modo creio que existem várias oportunidades para
gesticular assim durante mensagem. Mão aberta para baixo – significa emoções
negativas, rejeição. Mão aberta para cima – significa um apelo, pedido,
chamamento. Mão aberta para o lado - significa quase todos os
sentimentos.
d) Níveis de gesticulação = os gestos
do plano superior usam as parte do peito para cima. Os gestos do plano médio
usam as parte entre o peito e a cintura. Os gestos do plano inferior usam as
partes da cintura para baixo. Por que a gesticulação não é o que deveria ser?
Porque usamos idéias de segunda mão e que não têm vida. Porque estamos
cansados. Porque nos falta um preparo necessário, seja homilético, seja
espiritual. Porque as vezes somos tímidos demais e temos vergonha de usar os
gestos. Porque não cremos que as pessoas entenderão melhor o que estamos
compartilhando se usarmos os gestos corretamente em nossas mensagens.
2) A postura do pregador = caro amigo
de ministério nós dizemos muito pelo jeito como nos posicionamos e como agimos
antes mesmo de abrirmos nossas bocas. O modo como levantamos, caminhamos, a
posição que assumimos ao falar é tão comunicativo quanto a convicção com que
proclamamos. As primeiras impressões já foram comunicadas antes mesmo das
primeiras palavras serem enunciadas. E por incrível que pareça alguns ouvintes
já decidiram se vão nos ouvir de fato ou não. Você crê que isso ocorre?
Independente do que você pensa sobre isso que dizer que ocorre com muita mais
freqüência do que nos imaginamos.
a) O primeiro desafio: caminhar para o
púlpito = seja na igreja onde o irmão é o pastor ou nos ambientes onde for
convidado a pregar você sempre enfrenta este desafio. Seja seguro ao caminhar é
bem provável que você já esteja sendo observado desde este momento. Olhe antes
para o trajeto que você tem de fazer até a plataforma a fim de evitar
acidentes. Tome cuidados em relação a cabos de microfones esticados pelo piso,
tapetes, degraus, piso escorregadio, caixas de retorno colocadas geralmente no
piso, elementos decorativos como vasos, pequenas jardineiras, etc. Não
demonstre insegurança ou medo ao caminhar. Lembre você é apenas o pregador
convidado e não um criminoso que está sendo levado para a forca.
b) O segundo desafio: sentar-se na
plataforma = mantenha-se numa posição ereta, mas sem estar muito rígido.
Mantenha os dois pés no chão pelo menos a maior parte do tempo pois assim você
descansa as pernas e facilita a circulação sangüínea. É muito comum uma pessoa
que esteve sentada durante um bom tempo numa posição inadequada ter
dificuldades e dormência nas pernas ao levantar-se abruptamente para pregar.
Lembre-se que você também está cultuando e evite as conversas no púlpito pois
elas indicam irreverência. Seja um participante interessado em tudo o que se
passa no culto.
Não demostre sinais de ansiedade e
tensão como ficar esfregando as mãos(no calor) e evite a tentação de beber
aquele copo de água que geralmente é colocado no púlpito antes mesmo de começar
a falar. Se você não estiver orando não adianta nada ficar de cabeça baixa e
olhos fechados durante os momentos que antecedem à sua fala. Aliás, creio que
você deve orar sim, mas antes de estar na plataforma. Aproveite estes momentos
para estabelecer um contato visual com os seus futuros ouvintes. Procure olhar
para cada local específico do auditório, para a nave, a galeria e também o
coro.
c) O terceiro desafio: o púlpito =
procure caminhar até o púlpito com naturalidade. Evite correr ou andar devagar
demais. Não seja relaxado e nem aja com nervosismo. Evite agir como aquela
famosa ave emplumada também conhecida como pavão que deixa sempre a impressão
de altivez e orgulho. Tome o lugar com calma e naturalidade dê uma pausa antes
de começar a falar. Olhe bem para o auditório. Agradeça a igreja e ao pastor
pelo convite e pela oportunidade e jamais prometa algo que você não vai cumprir
como, por exemplo: fiquem tranqüilos prometo que vou ser breve!
d) O quarto desafio: o que fazer
enquanto pregamos? = mantenha o seu corpo numa posição ereta e natural, pois
dependendo do tempo em que você fala o cansaço por ficar de pé será logo um
companheiro. Equilibre o peso do seu corpo sobre os dois pés e procure alternar
colocando um pé um pouco atrás do outro e mantenha as pernas entreabertas. Não
deixe os joelhos muito rígidos porque isto aumenta a tensão do corpo. Os ombros
e a cabeça também precisam estar posicionados de modo natural. Você pode
ligeiramente apoiar uma das mãos no púlpito, mas evite debruçar-se sobre ele.
Se não estiver usando o púlpito movimente-se para os lados como quem caminha
devagar.
e) Erros na postura = quero mencionar
alguns erros indicados pelo Dr. Jerry Stanley Key:
- Aquele que parece um goleiro, com muito espaço entre as pernas.
- Aquele que é muito rígido e parece um soldado prestando continência ou aguardando a inspeção do comandante.
- Aquele que parece ser um lutador de boxe, com as mãos fechadas e girando os braços no ar.
- Aquele que demonstra estar muito tenso e está sempre mexendo com alguma coisa, como a Bíblia ou a gravata, ou coloca a mão dentro do bolso.
- Aquele que balança enquanto prega.
- Aquele que parece que vai voar.
- Aquele que está sempre batendo a Bíblia no púlpito.
- Aquele que cai sobre o púlpito(desengonçado).
- Aquele que é semelhante a um tigre na jaula.33
3) A expressão facial = “A alegria
embeleza o rosto, mas a tristeza deixa a pessoa abatida”(Provérbios 15.13). A
fisionomia é o espelho interior do ser humano. Quando temos a possibilidade de
olhar bem nos olhos de uma pessoa dificilmente ela consegue esconder alguma
coisa de nós. O rosto e suas expressões mostram nossas emoções e o nosso estado
físico. As conclusões de uma pesquisa revelam que quando alguém comunica,
apenas 7% da totalidade da comunicação é feito por palavras, enquanto 38% é
pelo uso da voz, com sua expressividade e tonalidade, e 55% é através da
fisionomia. A fisionomia e a linguagem corporal são fundamentais na comunicação
do Evangelho.
Você pode até não concordar com esses
dados pesquisados e eu infelizmente não consegui a fonte. Mas uma coisa nós bem
sabemos é que a expressão facial é um ingrediente que nos ajuda tanto quando
falamos quanto quando ouvimos alguém falar. Hoje, por exemplo, nos telejornais
há uma preocupação na construção de cenários ou stúdios cada vez mais
sofisticados mas um detalhe continua recebendo atenção central os rostos dos
apresentadores são enquadrados e as expressões são destacadas. Todo trabalho de
direção, produção, maquiagem, iluminação giram em torno do objetivo que transmitir
além da notícia também a emoção: seja alegria da vitória, a dor de uma perda,
ou a indignação de uma injustiça.
Vale salientar que existem alguns
extremos que precisamos evitar nesta tarefa de comunicar também com as
expressões faciais como, por exemplo, não demonstrar qualquer emoção. O
pregador pode estar falando sobre a mais profunda tristeza ou alegria, mas a
fisionomia não expressa nada. Não corresponder na fisionomia ao que se está
comunicando. Um exemplo disso pode ser alguém que está pregando sobre
sofrimento, dor, aflição, ou mesmo o inferno, mas com um sorriso idiota. Você e
eu precisamos estudar um pouco mais esta questão e um bom exercício é pregar o
sermão ou parte dele de frente a um espelho para que percebamos as expressões que
fazemos quando tocamos em alguns assuntos.
Eis algumas sugestões: não franza a
testa nem coloque no rosto uma expressão severa e rígida demais. Não fique
fazendo caretas. Não fique sempre sorrindo(mas não se esqueça do valor de um
sorriso quando é bem natural e oportuno). Seja natural em todas as suas
expressões faciais. Procure ter expressões faciais oportunas, de acordo com o
conteúdo da mensagem que está comunicando. Procure variar a expressão facial.
Esboce um sorriso de vez em quando, pois é muito agradável. Uma outra questão é
que a maioria de nossas expressões faciais são inconscientes e nem sempre
notamos isso. Agora eu sei porque minha mãe, em minha infância, sabia quando eu
estava mentindo. Estava estampado em meu rosto um sim mesmo quando eu dizia não
e vice-versa.
4) O contato com os olhos = É claro
que os olhos fazem parte do conjunto do rosto. Mas eles são fundamentais na
comunicação e o contato com os olhos é um item essencial na pregação do sermão.
Os olhos demonstram as emoções e não só quando eles estão lacrimejando. Eles
brilham, dilatam, revelam interesse e atenção, concordam, discordam. Quantas
vezes o seu pai falou tudo o que queria somente através de um olhar penetrante?
E você entendeu o recado especialmente quando era uma reprovação de suas
atitudes. Através dos olhos podemos perceber quando há rejeição ou condenação,
quando há resistência ou rebeldia, quando há reprovação ou aceitação.
Assim os nossos olhos devem fazer
constantemente contatos: a) com a Bíblia(no caso de estarmos usando uma).
Segure a Bíblia em uma das mãos a fazer a leitura e assim mantenha também um
contato visual com a congregação. b) olhe para os seus ouvintes e estabeleça um
bom contato. Este contato deve ser intenso e direto, segurando a atenção dos
ouvintes. c) olhe para o esboço se você utiliza este recurso. Lembre-se de
olhar para as diferentes partes do auditório e não fique olhando para o foro,
os lustres, as colunas, os instrumentos musicais. Você está falando a pessoas e
as pessoas quando conversam gostam de olhar e serem olhadas.
5) Afetações ou maus hábitos = as
afetações na pregação são alguns maus costumes que, muitas vezes inconscientes,
precisam ser descobertas e corrigidas. Eis alguns exemplos: fechar os lábios ou
ficar mordendo-os. Lamber os lábios ou ficar colocando a língua para fora da
boca enquanto está falando. Fechar os olhos enquanto fala ou ficar parecendo um
pisca-pisca de natal. Ficar abrindo a Bíblia ou o cantor enquanto fala. Mexer
na gravata ou anéis enquanto fala. Ficar colocando a mão nos bolsos do paletó.
Ficar mexendo com as chaves e ou canetas enquanto fala. Ficar colocando e
tirando o óculos do rosto enquanto fala, etc..
6) Conclusões = Devemos nos tornar
cientes daquilo que fazemos com o corpo enquanto pregamos, utilizando da melhor
forma possível a gesticulação, a posição, a expressão facial, e contato com
olhos. Qualquer gesto, posição, expressão facial, ou olhar que chame a atenção
para si mesmo deve ser corrigido e evitado, pois torna-se um obstáculo na
comunicação e interfere com aquilo que se está querendo dizer. Qualquer gesto,
posição, expressão facial, ou olhar que nos cause constrangimento ou embaraço,
ou nos torne mais inseguros, ansiosos, ou acanhados, deve ser eliminado.
IV
– Cuidados Com os Componentes de Comunicação
Se procurarmos, como devemos, estudar
mais acerca do processo de comunicação descobriremos um sem número de temas e
subtemas que merecem nossa atenção. No então pensando na comunicação nos
templos e auditórios que normalmente usamos quero destacar alguns componentes
que podem ajudar ou atrapalhar o processo da transmissão do Evangelho. Minha
sugestão é que você ao identificar estas dificuldades em sua igreja e
ministério tome as devidas providências para vencê-las e assim tenha um
ambiente físico e técnico propício para a fala e a compreensão das Escrituras.
a) Acústica , ruídos, retorno,
auditório = Você precisa ter uma avaliação clara do potencial acústico do local
onde você prega. Minha sugestão é que você convide uma empresa especializada em
sonorização de igrejas para que lhe ajude nesta tarefa de avaliação acústica.
Nós temos transitado entre dois problemas graves em relação à acústica. Templos
mal projetados e que tem péssima qualidade acústica onde os curiosos tentam
compensar esta deficiência estrutural promovendo uma verdadeira poluição
sonora. Gasta-se mais do que o necessário e a qualidade do som continua
terrível. Templos bem projetados mas que com o crescimento das cidades e da poluição
sonora precisam de ajustes como revestimentos acústicos e algumas alterações
simples que rendem em excelente resultado.
Você precisa proteger-se em relação
aos ruídos externos. Um exemplo disso é nosso templo que fica numa pequena
ladeira onde sobem e descem ônibus e caminhões. Em frente ao nosso templo estão
os pontos de ônibus e já até sei os horários que eles passam. No momento em que
ônibus e caminhões estão subindo lentamente a ladeira não tenho outra
alternativa a não ser fazer uma pequena pausa na fala. Algumas igrejas têm
resolvido este problema com um isolamento acústico mas esta medida exige uma
outra que a refrigeração e a ventilação do ambiente. Não seja curioso convide
um engenheiro capacitado nestas áreas para orientá-lo nas alterações
necessárias.
Ao promover uma melhora na sonorização
ambiente procure ter uma caixa de retorno bem próxima para que você ouça a sua
própria voz e tenha o controle do volume. Leve em consideração a disposição de
seu auditório e lembre-se que todos precisam ouvir. Ao avaliar algumas igrejas
por onde tenho pregado saio com a suspeita de que somente os 5 primeiros bancos
a minha frente ouviram o que falei. Pois a sonorização privilegiava que estava
mais próximo. Sonorize os diversos setores como galeria, hall, as laterais, a
frente e o fundo do salão. Cada detalhe deve ser observado e as providências
não podem ser adiadas.
b) O uso dos microfones = este é um
problema que traz dificuldades terríveis para o pregador. Minha sugestão é que
você tenha um canal só para o microfone do púlpito. Assim em conversa com os
operadores de som estabeleça uma regulagem que melhor se adeqüe a sua voz. Se
for usar microfones sem fio ou de lapela tome os cuidados específicos. Nunca
grite ao usar o microfone, pois ele existe exatamente para amplificar o som de
sua voz. Geralmente ocorrem as microfonias ora por falhas na operação, ora por
falhas no uso, ou por causa de equipamentos de péssima qualidade. Equipamentos
na área de sonorização não são muito baratos, mas são extremamente úteis.
c) A iluminação do ambiente = você
acha que as pessoas vêem o seu rosto quando você prega? Eu desconfio que não
porque via de regra, as nossas igrejas são mal iluminadas. Na opinião do Dr.
Rick Warren “a iluminação tem um efeito profundo no humor das pessoas. Uma
iluminação inadequada põe para baixo o espírito do culto. Sombras no rosto do
pregador fazem com que o impacto da mensagem seja reduzido”34. Você perceberá
as mudanças à medida em que a iluminação de fato começar a revelar os rostos,
as emoções, os detalhes. Um prédio bem iluminado cria uma boa expectativa no
seu ouvinte assim como um ambiente mal iluminado pode até deprimi-lo.
d) O uso dos recursos audiovisuais =
usar ou não os recursos audiovisuais como: banners, telões, projetores,
retroprojetores, vídeo, datashow, informática não é só uma questão de recursos
financeiros. É antes uma questão de reconhecer que a comunicação do Evangelho
pode ser feita com mais eficácia e propriedade. Imagine que ao invés de gastar
alguns minutos tentando descrever a fome, a miséria e a violência nós podemos
criar um impacto muito maior em poucos segundos usando uma imagem projetada ou
num vídeo. Por outro lado, é necessário coerência porque se você fala a um
auditório de 50 pessoas não precisa usar um telão. Mas também não adiantaria
muita coisa usar um vídeo numa televisão de 20 polegadas se você estiver
pregando num ginásio para 3 mil pessoas.
Capítulo 3
O
Que é um Sermão Monólogo
A – Definindo o Sermão Monólogo
Um monólogo é uma forma simples de
drama que apela a todas as idades. Assim um sermão monólogo é aquele sermão
onde o pregador lança mão deste recurso de interpretação para comunicar a
mensagem da Palavra de Deus. Nele o pregador fala na primeira pessoa, como se
fosse o personagem bíblico que está sendo focalizado, compartilhando assim os
seus pensamentos e sentimentos diante de determinado assunto ou situação. O
sermão monólogo pode interpretado com o sem o figurino de época que ajuda na
composição do personagem. Eu particularmente prefiro usar as vestes típicas
pois este recurso mantém os ouvintes/expectadores bem interessados e atentos.
B
– Aspectos Técnicos do Sermão Monólogo
Tecnicamente podemos dizer que um
sermão monólogo é um sermão textual. Os sermões textuais são aqueles derivados
diretamente do texto. Muito embora, seja possível pregar sermões monólogos onde
usamos os recursos da inferência, ou seja, temas e falas que não estejam
explícitos na narrativa mas que fazem parte da experiência e dos resultados na
vida do personagem em destaque. Num sermão textual as divisões correspondem de
modo mais perfeito às frases das cláusulas textuais. Existem basicamente
três variedades destes sermões textuais: os que discutem as próprias frases dos
textos com divisões; os que discutem tópicos que derivam diretamente das frases
do texto, e os que apresentam divisões que são inferências das frases textuais.
1) Sermões monólogos que utilizam as
próprias frases do texto e delas extraem a suas divisões = este tipo é de
grande utilidade, porque trata de interpretar as frases textuais do modo mais
completo. O sermão torna-se assim uma obra divina, expressão da mente de Deus,
testemunho do Espírito Santo. O sucesso em analisar bem o texto dirige o
sucesso no uso do sermão textual. Para conseguir analisar bem o texto é
necessário estudar as suas frases, a sua significação histórica, o seu espírito
à luz do contexto original. É necessário habilidade especial para formular bem
o esboço do sermão monólogo textual. As próprias palavras textuais devem ser
empregadas como divisões, sempre que for possível. Neste tipo de sermão o
pregador deve tomar o cuidado em formular as divisões de modo que sejam
naturais.
2) Sermões monólogos cujos tópicos derivam
diretamente das frases do texto = assim estes sermões textuais de tópicos tem
divisões que correspondem às frases textuais mas não são expressas nas palavras
do texto. O assunto é derivado do texto e pode ser apresentado formalmente ou
não, conforme o desejo do pregador. Este tipo de sermão serve para variar o
caráter das pregações e ser original na descoberta do esqueleto do texto.
Nota-se que as divisões deste tipo de sermão são expressas nas palavras do
pregador como as do sermão de tópicos, mas o modo de tratar as divisões ou de
interpretá-las é como no sermão textual simples.
3) Sermões monólogos cujas divisões
são deduzidas pelo raciocínio acerca das frases textuais = quem sabe argumentar
pode empregar este tipo de discurso com bons resultados. Esse tipo de sermão
não é muito usado, porque é uma forma difícil e poucos são os que podem
empregá-lo com êxito. Sendo ao mesmo tempo analítico, sintético, argumentativo
e retórico, é tipo raro, que, quando usado por pregador hábil e bem preparado,
torna-se elevado e distinto. Lembro-me de um monólogo que preguei baseado na
vida do dono da estalagem que negou lugar para José e Maria. Usei as
informações culturais e religiosas disponíveis à época e apresentei as razões
porque ele negou lugar.
C – Diferenças Entre o Sermão Biográfico e o Sermão Monólogo
Muitos há que confundem o sermão
biográfico com o sermão monólogo. Mas há uma diferença fundamental entre estes
dois tipos de sermão. Enquanto no sermão biográfico você fala na terceira pessoa,
ou seja você fala do personagem(ex. Abraão foi um homem que abriu mão das
melhores terras diante do impasse com os pastores de Ló); no sermão monólogo
você fala na primeira pessoa, ou seja você é o personagem(ex. Eu abri mão das
melhores terras quando houve um impasse entre os meus pastores e os pastores do
meu sobrinho Ló).
No entanto tudo aquilo que utilizamos
para a confecção do sermão biográfico é muito útil no processo de composição do
sermão monólogo. Assim como há grande riqueza de material bíblico para os
sermões biográficos também existe para os monólogos. O segredo é considerar a
vidas destes personagens bíblicos, ou até mesmo uma faceta de suas vidas, e
destacar as lições práticas para as nossas vidas. É fundamental trazer o personagem
e as lições para a nosso século e aplicarmos à situação contemporânea. O
destaque e o ponto de relevância é que os personagens bíblicos foram
pessoas como nós e muitas vezes enfrentaram situações semelhantes àquelas que
enfrentamos.
Penso que antes mesmo de começar a
pregar sermões monólogos você deveria pregar mais sermões biográficos. Veja
algumas das vantagens que este tipo de sermão possui segundo o Dr. Jerry Key:
- Há abundância de material, uma fonte inesgotável para esses sermões. Existem 2930 personagens bíblicos diferentes. 30 ou mais homens com o nome Zacarias; 20 com o de Natã; 15 com o de Jônatas. Cerca de 400 dos personagens servem como base para sermões, sendo 250 deles maiores e 150 menores.
- O sermão biográfico, uma vez que aprendemos fazê-lo, é o tipo mais fácil de pregar. Capta a atenção do povo, apela à imaginação, traz o auditório dentro do púlpito com mais facilidade.
- O sermão biográfico está de acordo com a vida de hoje. O que se diz a respeito de Pedro, Jacó, Lucas, Jonas, etc., tem a sua aplicação para o bancário, comerciante, pedreiro, estudante, etc. É atual.
- O sermão biográfico é lembrado mais facilmente pelos ouvintes, que guardarão por muito tempo as experiências dos personagens.
- O sermão biográfico dá vida à Bíblia, que é um livro rico em material biográfico.
- O sermão biográfico tem uma atração especial para o povo. Todos nós gostamos de histórias envolvendo outras pessoas.
- Há um campo aberto para que o pregador desenvolva a imaginação e o método dramático através da pregação de sermões biográficos. O pastor deve usar sua imaginação e devemos descobrir melhor como desenvolver a nossa imaginação. E também o sermão biográfico apela para a imaginação do ouvinte que quer ser usado por Deus tornar-se uma pessoa semelhante ao personagem focalizado no sermão.
- A pregação de sermões biográficos é audiovisual, cria imagens na mente dos ouvintes. E mais ainda quando alguém já tem um conhecimento sobre o assunto ou o personagem.
- As doutrinas teológicas mas abstratas e ensinos éticos podem ser apresentados à luz de um personagem bíblico. Exemplos: justificação = Abraão ; pureza = José ; oração = Daniel ; amor = Bom Samaritano, etc.
- Através da pregação do sermão biográfico somos ajudados na procura de bom material ilustrativo pois o sermão biográfico é uma ilustração em si.
- É mais fácil variar o programa de pregação quando usamos 1 ou 2 sermões biográficos por mês. Devemos usar tanto os personagens maiores quanto os menores.
- A pregação de sermões biográficos ajuda o pastor no seu próprio estudo da Palavra de Deus e ajuda os seus sermões a serem bastante bíblicos.
- Na preparação de um determinado sermão biográfico o pastor encontrará muito material para outros sermões que podem ser pregados no futuro.
- O sermão biográfico pode trazer muitas novidades sobre a vida dos personagens e tem a tendência de ter mais vida, mesmo que a história seja conhecida.
- O sermão biográfico faz com que seja possível aproximar-se indiretamente de problemas e situações difíceis da Igreja, que, se fossem atacados frontalmente, talvez ofenderia a muitas pessoas.
- O sermão biográfico é especialmente apropriado para ocasiões especiais.
- O sermão biográfico tem muito valor na informação, identificação e inspiração. Quando pregamos assim estamos seguindo o padrão divino porque Deus assim o fez na Sua revelação, ou seja, através de personagens.35
Capítulo 4
Vantagens
e Desvantagens do Sermão Monólogo
A – Vantagens na Pregação do Sermão Monólogo
1) Esse é um método novo ou pouco
usado e desperta um novo interesse na pregação por parte do povo = participo de
uma lista de discussão entre pastores espalhados por todo o mundo e
recentemente recebi um pedido de um colega que me perguntava o que ele deveria
fazer para despertar o interesse de sua comunidade durante o tempo em que
estiver pregando. Não tiver dúvidas ao sugerir que ele experimentasse pregar um
sermão monólogo. Lembro-me da primeira vez que preguei um sermão monólogo em
nossa igreja. Você deveriam estar lá para sentir o que é falar durante 16 minutos
e ter todo o auditório atento e interessado em cada fala em cada movimento. Seu
povo anda meio desinteressado? Que tal fazer um teste?
2) O sermão monólogo alcança todos os
grupos, faixas etárias, níveis culturais e sociais = bem sabemos que as nossas
comunidades são diversificadas e que o auditório que temos periodicamente
diante de nós também. Assim pregar uma mensagem para um grupo heterogêneo exige
uma linguagem que alcance a todos pois todos precisam aprender e compreender a
mensagem da Palavra de Deus. Por outro lado, entendo, que o teatro nos dá essa
linguagem universal e que por intermédio do recurso do monólogo um sermão pode
deixar o plano da formalidade e alcançar os indivíduos atraídos cada um por
seus níveis de interesse, de modo que todos assimilem os valores e conceitos
que Deus apresente através de sua Palavra.
3) O sermão monólogo é um excelente
atrativo para os convidados não crentes virem aos nossos cultos = nós já
estamos até acostumados com a monotonia de alguns cultos. Mas será que os não
crentes suportariam 30, 40 ou até 60 minutos de uma fala monótona? Eu e você
sabemos que o pregador sem a unção do Espírito Santo mesmo como o melhor
performance teatral não conseguirá nem atenção quem dirá a transformação dos
seus ouvintes. Tenho um amigo que diz que os pastores são os maiores
responsáveis pela segunda visita de um não crente a igreja. O que falamos e
especialmente como comunicamos tem extrema relevância. Que tal trocar um sermão
monótono por um dinâmico, criativo e produtivo sermão monólogo?
4) O sermão monólogo ajuda o próprio pregador a ter um novo entusiasmo na transmissão do Evangelho = ei amigo você anda meio desanimado em relação a preparação pregação de sermões? Não percebe muito interesse nos seus ouvintes? As pessoas saem, conversam, cochilam enquanto você prega? Nem você agüentaria ouvir os seus próprios sermões? Acho que está na hora de você fazer alguma coisa. Saia neste fim de semana e vá a um teatro. Preste bastante atenção em como o ator dá vida a um texto que necessariamente não tem nada a ver com ele. Perceba como ele vai cativar a sua atenção e despertar suas emoções. Você pode fazer o mesmo, no sentido de através deste recurso falar das verdades mais estupendas com a vivacidade que a interpretação pode produzir.
5) O sermão monólogo tem um forte
apelo através do elemento de testemunho pessoal e desafio de uma experiência
que podemos chamar de comovedora. Os sermões clássicos e as técnicas de
oratória são importantes e têm o seu lugar. Mas creio que num contexto cultural
como o nosso descer do pedestal e caminhar junto ao povo seja através da
linguagem ou até mesmo da confrontação de realidades e emoções é uma
necessidade urgente. Precisamos com urgência testemunhar e apresentar a Palavra
Eterna de Deus para o povo brasileiro. Este povo emotivo, saudosista,
fortemente influenciado pela telenovela e pelo drama pode ser impactado pela
mensagem do Evangelho através de nossa instrumentalidade.
B – Desvantagens na Pregação do Sermão Monólogo
1) Uma primeira desvantagem é a
tentação de transformar a pregação em simples dramatização teatral = muito
embora utilizemos alguns recursos do teatro. Não se trata de interpretar um
texto e aplicá-lo a um povo num determinado contexto ou situação. Eu e você
continuaremos a proclamar as verdades que cremos e que vivemos. Senão
perderemos a credibilidade e o Senhor não agirá através de nossas vidas nem
sustentará a proclamação que fizermos. Não se trata de ficção, fantasia ou
novela o que temos a proclamar são as verdades eternas que Deus espera que
sejam usadas para confrontar a sociedade à nossa volta.
2) Uma segunda desvantagem é a
tentação de que é mais fácil preparar este tipo de sermão = puro engano pensar
desta forma. Este tipo de sermão é extremamente difícil no seu preparo, como
veremos mais a seguir, e especialmente na sua apresentação. Penso que os
pregadores que estão atrás de facilidades no ministério da pregação não
deveriam usar o recurso do sermão monólogo.
3) Uma terceira desvantagem é a
tentação de basear o sermão em material extra-bíblico ou aquele encontrado na
“tradição” = lembre o sermão monólogo não é uma obra de ficção. Ao usar este
recurso devemos nos deter no texto bíblico e lançar mão das informações e
princípios fundamentados na Palavra de Deus que é Eterna. Como dizem: “cuidado
para você não viajar na maionese!”
C
– Como Vencer Estas Objeções
a) Muitos pastores não sabem como
preparar e pregar sermões monólogos = talvez a falha esteja no processo de
ensino teológico, onde os professores não sejam capazes ou não tenham interesse
de ensinar este tipo de sermão. Creio que eu seja um dos poucos pregadores no
Brasil que utilize o sermão monólogo como um recurso na pregação. Incluí este
assunto na lista referida anteriormente e não recebi nenhuma mensagem de
retorno até agora. Aliás este é o objetivo deste livro ajudá-lo a pelo menos
conhecer um pouco mais sobre o sermão monólogo e quem sabe começar a utilizar
este método.
b) Não podemos ter medo de experimentar
= a preocupação em demasia com o que os outros vão dizer ou pensar tem impedido
muitos dos que me ouvem e assistem pregar sermões monólogos de iniciar. As
vezes um colega sente que a sua comunidade precisa de uma experiência nova na
pregação e ao invés de pregar um sermão monólogo, pega o telefone ou usa o
email e convida alguém que sabe pregar sermões monólogos.
c) Precisamos pregar sem depender de
esboços e anotações = talvez essa seja a maior dificuldade apresentada pelos
colegas quando conversamos sobre a possibilidade de pregarem sermões monólogos.
Como é que vou pregar sem o esboço ou o sermão escrito? Eu sei da utilidade dos
esboços e dos manuscritos por outro lado sei da liberdade e da mobilidade que
pregar livre de anotações produz em nossa tarefa. O sermão monólogo exige
memorização e segurança no conteúdo. Você deve escrever seu esboço e manuscrito
e memorizá-lo a fim de que ao entrar em cena fale com desenvoltura e segurança.
Seu sermão precisa de uma ordem lógica e as pessoas precisam de uma direção.
Capítulo 5
Passos
na Preparação dos Sermões Monólogos
A – Um Roteiro Básico
1) Faça a escolha do personagem a ser
focalizado na mensagem = Existem diversos personagens que você pode escolher no
universo da Palavra de Deus. A questão é qual personagem será mais relevante
para a mensagem que você vai pregar? Acredito que algumas dicas podem ser
apresentadas como: a) Escolha um personagem onde a passagem bíblica possua
unidade de pensamento. Este critério é fundamental para que a pregação faça
sentido ao ouvinte e facilite a argumentação de quem prega. b) Procure saber o
tempo que você terá disponível. Quantos minutos você terá para pregar? Este é
um detalhe que faz diferença e você não deve cortar a mensagem no púlpito. É
necessário ter ciência de quanto tempo teremos para que a escolha seja
compatível. c) O motivo ou a ênfase do culto. Parece natural para algumas
pessoas escolherem o que nós devemos pregar. E como alguns cultos têm as suas
ênfases especiais(natal, aniversários, casamentos, etc) faz-se necessário
considerar este detalhe.
2) Estude todo material histórico
sobre o personagem = Uma vez escolhido o personagem seja cuidadoso em
estudar tudo o que a Bíblia registra sobre ele. Tome cuidado para não confundir
os personagens homônimos e seja um exímio conhecedor dos detalhes de sua vida.
Se for possível leia livros que falem da vida do personagem. Procure fazer um
pequeno esboço da história pessoal do seu personagem. Em suas anotações
preliminares, destaque os fatos mais relevantes na vida do personagem. O que
você gostou ou não nas suas atitudes? O que Deus fez por ele? Como ele chegou a
tomar as suas decisões? Quais foram as pessoas envolvidas na vida do
personagem? Ele é o protagonista da passagem ou um coadjuvante que a cena
bíblica registra? O seu comportamento nos ensina o que sobre o caráter de Deus?
A sua obediência ou desobediência trouxe que conseqüências para a sua vida e a
de seu povo? Que fatores contribuíram na formação do seu caráter? Onde
este personagem se aplica a vida contemporânea? Lembre-se de pesquisar usando o
binômio causas e efeitos.
3) Procure descobrir a idéia central a
ser focalizada na mensagem = Existem idéias ou temas secundários? Qual é a
idéia central? O seu monólogo terá mais propriedade, abrangência e alcançará
melhor o seu ouvinte na medida em que refletir em suas bases a verdade(ou as
verdades) central do texto bíblico utilizado. Você precisa escolher a idéia
central e permanecer fiel ao contexto. Por outro lado, não deixe de verificar
se a sua interpretação ou qualquer inferência que você faça são realmente fiéis
ao significado e a boa interpretação do mesmo. Você pode olhar um personagem a
partir de diferentes ângulos conforme nos ensina Dr. Jerry Key citando
Whitesell:
- Uma análise da vida toda do personagem(Jonas).
- Uma análise temática(falar sobre o avivamento de Jonas em Nínive).
- Uma análise do caráter do personagem. Uma pessoa é composta de muitas qualidades(falar sobre Sansão e suas contradições – virtudes e defeitos).
- Uma análise da carreira do personagem. Dividir a vida em etapas(José: período de sonhos; período de prisões; período de realizações).
- Uma análise das atividades do personagem(Barnabé: amigo simpático; missionário, homem liberal, etc).
- Uma análise de locais significativos na vida do personagem(Moisés, homem de três montanhas).
- Uma análise do personagem pelas crises que passou(Ester: racial, religiosa e pessoal).
- Uma análise de parentescos.
- Uma análise da contribuição que alguém deixou pela passagem nesta vida.
- Uma análise da grandeza do personagem(João Batista).
- Uma análise do galardão do personagem(Rute: redenção, refúgio, descanso, renome).
- Uma análise por perspectivas diferentes(Jesus visto pelos pais, por Herodes, pelos pastores, pelos sábios, pelos inimigos, por Satanás, etc).
- Uma análise de um grupo de personagens(Ananias e Safira).
- Uma análise das lições encontradas ma vida do personagem(O ladrão penitente: salvação sem obra; salvação sem ordenanças ou sacramentos; uma salvação eterna, indo ao Paraíso logo depois da morte sem passar pelo Purgatório!).
- Uma análise da característica principal do personagem (Estevão: uma testemunha fiel).
- Uma análise do evento chave na vida do personagem (Elias no monte Carmelo).
- Uma análise do texto chave sobre a vida do personagem (Barnabé – Atos 11.24 – homem bom, caracterizado pela fé, e cheio do Espírito Santo).
- Uma análise de uma idéia única(Os erros de Moisés).
- Um comparação e/ou contraste entre duas vidas(Abraão e Ló).
- Uma análise psicológica(Noé ou José e a vitória sobre as circunstâncias).
- Uma análise do personagem através de uma série de mensagens.36
4) Ponha a sua imaginação para
funcionar = Imaginação é uma habilidade que precisamos utilizar na composição e
apresentação de sermões monólogos. Não seja um indivíduo que viva somente no
campo da imaginação porque o sermão monólogo não é uma obra de ficção. Apesar
de ser possível fazer um monólogo que utilize o recurso da inferência, ou seja,
colocar na fala do personagem aquilo que o texto não diz e que não cria nenhum
conceito teológico novo nem fira a integridade da Palavra de Deus. Um exemplo
disso você poderá ver no capítulo que apresenta alguns exemplos quando o dono
da estalagem apresenta as “razões” porque não deu lugar a José, Maria e o
menino que haveria de nascer.
5) Aplique as experiências do
personagem a nossa época = Aplicação é parte fundamental de qualquer tipo de
sermão e não seria diferente nos sermões monólogos. Lembre-se você não prega
para distrair as pessoas. O seu objetivo deve ser o de transformar vidas e as
aplicações devem ser uma constante em seus sermões. Cada argumento, tópico ou
afirmação de seu sermão deve ter conexão com o di-a-dia de seus ouvintes e não
deixe de aplicar as verdades eternas da Palavra de Deus. Um sermão sem
aplicação é como uma comida muito cheirosa, atraente mas sem sabor. Permita que
os seus ouvintes saibam como colocar em prática os ensinos proclamados.
6) Prepare cuidadosamente o ambiente
do culto = Neste tipo de sermão é bem provável que alguns irmãos mais radicais
sintam-se incomodados particularmente quando o púlpito é retirado da plataforma
para que haja mais espaço para a movimentação do pregador. Se for possível
anuncie antecipadamente o que vai acontecer e especialmente se você for
utilizar os trajes típicos. Verifique se a sua iluminação na área da plataforma
é suficiente para que as luzes do salão sejam apagadas. Se houver essa
possibilidade utilize este recurso da iluminação. Se em sua igreja você possui
uma iluminação própria para peças teatrais peça ao iluminador que estude o seu
monólogo e que crie uma iluminação específica para a sua mensagem.
Verifique se a acústica de sua igreja
é boa ou se será necessário o uso de microfones. Se for necessário o uso de
microfone sugiro um microfone sem fio e de lapela pois ele dará maior
mobilidade e você poderá fazer uso dos recursos da comunicação através de
gestos. Existem igrejas que possuem microfones ambientes que são muito úteis.
Evite o microfone com pedestal pois ele criará uma tremenda limitação nos seus
movimentos. Se você for usar qualquer outro recurso que utilize outras pessoas
não se esqueça de combinar com elas antecipadamente o que vai ser feito. Um
exemplo pode ser alguém que deverá ler uma passagem bíblica referente a vida do
personagem
O ideal neste tipo de mensagem é
pregar sem o uso de esboços ou anotações. Caso você tenha dificuldades em
pregar sem notas sugiro que você use o expediente de preparar um esboço com as
idéias maiores e coloque preso ao chão especialmente se a sua plataforma
estiver num plano superior ao auditório. Se for necessário conferir alguma
idéia é só dar uma ligeira olhada para o chão. Lembro-me de uma vez que
precisei escrever todo o monólogo e não estava me sentindo bem para pregar sem
anotações. Fiz uma espécie de pergaminho(comum à época do personagem) onde
estavam todas as minhas informações necessárias e durante a introdução disse ao
auditório que havia preparado cuidadosamente alguns dados para compartilhar com
eles.
7) O uso dos trajes típicos =
Pessoalmente eu prefiro pregar os sermões monólogos utilizando o recurso do
figurino. Nem todos os pregadores se sentirão à vontade ao pregarem usando
trajes típicos. Mas a questão mais relevante para mim é que o uso de um bom
figurino cria um efeito visual que faz com que o ouvinte esteja mais atento e
isso favorece o processo de comunicação. Pesquise hábitos, costumes, trajes e
utensílios característicos do seu personagem e mãos à obra. Uma vez que você
decida utilizar os trajes típicos deve entrar somente na hora em que for
pregar. Pois se você ficar sentado na plataforma vestido com o seu figurino vai
chamar muito a atenção e pode trazer algum prejuízo ao culto.
B
– Onde Encontrar Material Para a Elaboração dos Sermões Monólogos
1) Leia todas as passagens da Bíblia,
utilizando as várias traduções, verificando as passagens paralelas = É claro
que estamos falando de todas as passagens bíblicas que falem do personagem.
Procure por detalhes e enfoques que possam passar despercebidos. Falava certa
vez com um grande pregador que me disse que um dos segredos da boa mensagem é
usar aqueles textos que todos conhecem e neles destacar algo que ainda não
havia sido observado. Ponha os óculos da curiosidade ou as lentes da pesquisa e
cave o seu texto como quem procura um tesouro. Hoje nós temos os recursos
fantásticos das diferentes traduções e paráfrases que podemos utilizar neste
processo inicial da preparação. Este serviço de leitura e comparação pode ser
feito com muita agilidade se você possuí algum software com textos bíblicos que
permitam buscas.
2) Dicionários Bíblicos = Os
dicionários bíblicos facilitam o processo de compreensão sobre os significados
teológicos e também culturais de algumas passagens ou palavras. Eles são bons
aliados nesta etapa de levantamento de informações sobre o personagem, sua
época e dependendo da qualidade dos dicionários poderão trazer uma vasta ajuda.
Não tenha pressa nem seja preguiçoso. O trabalho é duro mas a recompensa vale a
pena todo o esforço empreendido.
3) Comentários bíblicos sobre as
passagens, especialmente livros que trazem a exegese mais completa possível =
Muitos mestres da homilética abominam os comentários bíblicos no processo de
preparação de mensagem. Reconheço que eles podem criar no pregador uma certa
preguiça e desinteresse pelo estudo do texto bíblico, especialmente no aspecto
hermenêutico. Creio o pregador pode utilizar sim os comentários bíblicos
especialmente aqueles de boa estrutura exegética que podem ser úteis na
compreensão de algum detalhe que deixamos escapar em nossas pesquisas
anteriores do texto bíblico.
4) Verifique os livros biográficos
sobre personagens bíblicos = Grandes autores como Charles Swindoll tem nos
abençoado com suas obras biográficas e elas devem ser usadas também no processo
de pesquisa e composição dos sermões monólogos. Por exemplo, se alguém deseja
preparar um monólogo sobre Davi não deve deixar de consultar o livro “Davi um
homem segundo o coração de Deus”37. As obras biográficas são riquíssimas em
pesquisas e aplicações para o nosso dia-a-dia e nos darão com certeza muitas
idéias sobre outros personagens que tiveram relação com o personagem principal
desta obras.
5) Verifique os livros de histórias
bíblicas para as crianças = Nem todos os pregadores tiveram o privilégio de
nascer num lar cristão ou de freqüentar uma igreja desde a tenra infância.
Assim pode ser que desconheçam a capacidade dos recursos didáticos que são
utilizados nos departamentos infantis. Quanta riqueza, quantos recursos,
quantas idéias. Nosso filho tem pouco mais de quatro anos e minha esposa e eu
nos revezamos noite após noite contando as histórias bíblicas e morais para ele
antes de dormir. Como esta tarefa doméstica de ensinar a Palavra de Deus me
ajuda na hora de preparar e pregar sermões monólogos. Os livros de histórias
bíblicas dão um toque de drama ou aventura e nos ajudam também na composição de
figurino.
6) Pesquise nos materiais usados na
EBFs = Nas Escolas Bíblicas de Férias temos outros recursos importantíssimos.
Estas atividades de férias têm como alvo primordial alcançar crianças não
crentes e seus pais além de reunir as nossas crianças. Assim utiliza-se
material que atrai o indivíduo que ainda não tem muitas informações sobre a
Bíblia. Minha sugestão é que você dê uma olhada também nestas ferramentas. Quem
sabe participe da próxima EBF que sua igreja realizar e assim poderá ter uma visão
mais abrangente de como o uso de recursos audiovisuais em suas mensagens é
extremamente necessário.
C
– Idéias e Personagens que Podem ser Usados nos Sermões Monólogos
- Do sexo masculino = muitos personagens podem ser utilizados eis alguns: Noé, Moisés, Natã, Isaías, Daniel, Nicodemos, o Filho Pródigo, O Bom Samaritano, O homem que foi socorrido pelo bom samaritano, Zaqueu, O menino dos pães e peixes, Tomé, o carcereiro de Filipos, O gadareno, Barrabás, Paulo, Caim, Barnabé, etc.
- Do sexo feminino = Eva, Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Rute, Ester, Miriam, Débora, Ana, a mãe de Samuel, Maria Madalena, a mulher samaritana, a viúva pobre, etc.
As idéias são tantas quantas o
Espírito Santo desejar esclarecer em sua mente e coração. Você pode falar por
exemplo de jovens famosos e suas virtudes e relacionamento com Deus(José,
Samuel, Davi, Daniel, Jesus, Timóteo). Você pode abordar as grandes conversões
do Novo Testamento(o gadareno, a mulher samaritana, Mateus, Zaqueu, o ladrão na
cruz, Saulo). Você pode falar daqueles que rejeitaram a Cristo(Herodes,
Pilatos, Judas, O jovem rico). Você pode falar de personagens que são bons
exemplos dos fracassos modernos(Saul, Sansão, Caim, Jezabel).
D
– Passos na Preparação do Sermão Monólogo
1) Selecionando o personagem e
estudando a passagem bíblica central = Uma vez escolhido o personagem agora a
etapa e estudar a passagem bíblica que melhor registre o conteúdo ou conceito
que você deseja pregar. Como geralmente os sermões monólogos são expositivos e
textuais você deve estudar exaustivamente o texto de que se ocupara o sermão
isto é possível se:
a) Observarmos detalhadamente o
contexto = os aspectos históricos que envolvem a passagem ou livro. O
contexto determina o porquê e o para que? Para quem foram escritas ou ditas
tais palavras. O contexto nos dá uma clara compreensão da cosmovisão do autor e
nos permite fazer paralelos mais seguros.
b) Adentrarmos nos pormenores
gramaticais do texto = isto pode ser feito tanto por aqueles que têm acesso ás
línguas originais quanto por aqueles que não as conhece mas que pode fazer o
mesmo trabalho gramatical em sua própria língua e usar as várias ferramentas
auxiliares como: dicionários, concordâncias, gramáticas, léxicos, estudos de
palavras e comentários
c) Descobrirmos o texto = quero dar um
exemplo baseado em 2 Timóteo 3.10-17.
2.
Frases Verbais
|
|||
vs
|
sujeito
|
objeto
|
|
10
|
Tu
|
porém
|
|
|
(tu)
|
tens
|
observado
|
|
minha
|
a
doutrina
|
|
|
(meu)
|
procedimento
|
|
|
(minha)
|
intenção
|
|
|
(minha)
|
fé
|
|
|
(minha)
|
longanimidade
|
|
|
(meu)
|
amor
|
|
|
(minha)
|
perseverança
|
|
11
|
(minhas)
|
as
perseguições
|
|
|
(minhas)
|
aflições
|
|
|
(eu)
|
quais
as que
|
sofri
|
|
(eu)
|
Antioquia/Icônio/Listra
|
|
|
(eu)
|
quantas
perseguições
|
suportei
|
|
|
e
de todas
|
|
|
me
|
Senhor
|
livrou
|
12
|
|
na
verdade
|
|
|
todos
|
os
que
|
querem
|
|
(todos)
|
piamente
|
viver
|
|
Cristo
Jesus
|
em
|
|
|
(todos)
|
perseguições
|
padecerão
|
13
|
homens
|
mas
os
|
|
|
(homens)
|
maus/impostores
|
|
|
(homens)
|
mal/pior
|
irão
|
|
(homens)
|
enganados
|
enganando
|
14
|
Tu
|
porém
|
|
|
(tu)
|
|
permanece
|
|
(tu)
|
naquilo
que
|
aprendeste
|
|
(tu)
|
e
de que fostes
|
inteirado
|
|
quem
|
de
|
sabendo
|
|
(quem)
|
o
tens
|
aprendido
|
15
|
(tu)
|
desde
a infância
|
|
|
(tu)
|
sagradas
letras
|
sabes
|
|
(tu)
|
que/sábio
|
fazer(te)
|
|
|
para
a salvação
|
|
|
Cristo
Jesus
|
pela
fé que
|
há
|
16
|
Toda
|
Escritura
|
é
|
|
(toda)
|
divinamente
|
inspirada
|
|
(toda)
|
proveitosa
para
|
ensinar
|
|
(toda)
|
para
|
repreender
|
|
(toda)
|
para
|
corrigir
|
|
(toda)
|
para
justiça
|
instruir
|
17
|
|
para
que
|
|
|
Deus
|
o
homem de
|
|
|
(o
homem)
|
perfeito
|
seja
|
|
(homem)
|
perfeitamente
|
preparado
|
|
(homem)
|
para
boa obra
|
|
- Substantivos mais repetidos:
a) Perseguições = apresenta
inicialmente as suas pessoais e depois fala que todo aquele que estiver
disposto a viver em Cristo, sofrerá perseguições. b) Fé = a observação da sua
fé pessoal, como exemplo e o depósito da fé em Cristo são essenciais para
salvação.
- Verbos mais repetidos:
Perseverança(2); aprendeste(2);
sabendo(2); ensinar; repreender; corrigir; instruir. Não há um destaque para um
verbo principal. No entanto, o conjunto das ênfases dadas, mostram a
necessidade de aprendizado e firmeza na salvação em Cristo.
- Assunto:
- Bases para a firmeza.
- As perseguições e a perseverança na vida cristã.
- A fé como fonte do aprendizado cristão para a vida.
- Tema:
- Bases para a firmeza dos jovens.
- Perseguição e firmeza na vida cristã.
d) Pesquisarmos o tema = Uma vez
que já temos os assuntos podemos partir para a redação de um tema mesmo que seja
provisório. A seguir é necessário escolher o versículo chave. Em nosso caso “e
que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé em Cristo Jesus”. O desenvolvimento do tema nos permite dizer
que: a firmeza vem desde o princípio da fé cristã; a Bíblia oferece alimento
para os que desejam ser firmes; e a firmeza depende da fé.
- Confeccionarmos uma proposição = Uma proposição precisa ser construída. Os nossos dados levantados até aqui sugerem que: o texto apresenta causas e efeitos da perseguição cristã; Paulo mostra-se como exemplo daqueles que desejam seguir a fé e serem perseguidos; e desafia a perseverança nas coisas aprendidas desde o início da fé cristã. É preciso que busquemos uma palavra chave aqui entendemos que esta palavra é “perseverança”. O substantivo mais destacado é “perseguições” e assim podemos construir nossa frase de transição como também a tese além de destacar a idéia central do texto escolhido. Assim podemos enumerá-las:
Tese:
O fruto das perseguições na vida cristã é a perseverança na fé em Cristo.
Idéia
Central: O texto mostra que a perseguição e perseverança andam juntas.
Frase
de Transição: As bases para a firmeza na vida cristã são...
f) Compreendermos o significado das
palavras = Parece desnecessário falar desta matéria. Mas fica cada vez mais
latente o desconhecimento de palavras que tenham significados teológicos. Mas
gostaria de desafiar os colegas a pelo menos darem uma boa estudada no
significado semântico das palavras. Veja o exemplo:
2.Significado
|
|||
10
|
observado
|
olhar
atento
|
|
|
doutrina
|
fundamento,
razão
|
|
|
|
|
|
11
|
perseguições
|
aflições,
angústias
|
|
|
livrou
|
solto,
liberto
|
|
|
|
|
|
12
|
viver
piamente
|
sincera,
profundamente
|
|
|
padecerão
|
sofrer,
sentir dor
|
|
|
|
|
|
13
|
impostores
|
mentirosos
|
|
|
enganando
|
trapaceando
|
|
|
|
|
|
14
|
permanece
|
ficar
firme, estar sempre
|
|
|
inteirado
|
sabedor,
conhecedor
|
|
|
|
|
|
15
|
infância
|
meninice
|
|
|
sábio
|
conhecedor,
entendido
|
|
|
|
|
|
16
|
inspirada
|
dada
por Deus
|
|
|
ensinar
|
oferecer,
inculcar
|
|
|
|
|
|
17
|
perfeito
|
puro,
sem erro
|
|
|
preparado
|
pronto,
apto
|
|
3.
Aplicação do versículo:
10
– A conseqüência de atitudes práticas na vida de Paulo parte de sua doutrina.
11
– Não há nenhuma perseguição que não possa ser vencida no Senhor.
12
– A vida cristã profunda implica em sentir dor. A vida superficial não.
13
– Quem mente e engana, nem sempre leva a melhor, acaba sendo enganado também.
14
– Só se pode estar firme nas verdades conhecidas da Palavra de Deus.
15
– O caminho da ignorância à sabedoria requer fé em Cristo.
16
– A Palavra que nos é ensinada não vem de homens, mas de Deus que a inspirou.
17
– A Palavra não apenas nos dá sabedoria mas nos torna prontos para a obra e não
aceita pecado.
- Aplicação para a minha vida:
10
– A doutrina deve ser a base da minha vida, e não a minha prática base da minha
doutrina.
11
– Se tenho em sentido preso por perseguições é porque não estou usando a
liberdade divina.
12
– Se não tenho sentido a dor do Evangelho é porque estou vivendo
superficialmente.
13
– Se penso que apenas posso enganar: engano. Também serei enganado.
14
– A firmeza na minha vida pressupõe conteúdo da Palavra e vivência dela.
15
– Qualquer sabedoria adquirida será passageira, se não estiver fundamentada em
Cristo.
16
– Depois de aprendida, a Escritura pode também repreender e corrigir o curso de
minha vida.
17
– Fazer a obra de Deus, sem as instruções de Deus é construir um prédio sem
olhar a planta.
2) Descobrindo a idéia exegética e
formulando a idéia homilética = Para que você caminhe do texto para o sermão é
necessário conhecer os cinco “P” da pregação sugeridos por Wilkinson: a) Povo:
toda Escritura é divinamente inspirada, mas nem toda a Escritura e
contextualmente relevante. b) Palavra: todas e cada das necessidades do povo de
Deus são tratadas pela Palavra de Deus. c) Princípios: cada tema possuí vários
textos e cada textos possui vários temas. d) Persuasão: o auditório deve saber
como o princípio funciona e crer que ele é exeqüível. e) Prática: a Palavra de
Deus nos foi dada para a nossa transformação e não apenas para a nossa
informação.
- Descubra e analise a idéia exegética = Nem sempre é fácil descobrir as idéias de um texto. Esta é uma tarefa importante pois extrairemos os elementos a serem aplicados na exposição da Palavra. Eis algumas sugestões de como alcançar isso denominadas de “perguntas de desenvolvimento”: 1) O que quer dizer isto? = assim você descobrirá os pensamentos primários do autor. Agindo desta maneira você se coloca na posição dos ouvintes originais e também de seu auditório e avalia como esta passagem impactaria as pessoas a quem ela será exposta. O objetivo desta pergunta é explorar a explicação do texto. 2) É verdade? = teste a validez de sua passagem. Se você puder crer no que diz a passagem isso facilitará a sua argumentação e aumentará a sua convicção ao proclamar os seus conceitos correlatos.
3) Que diferença faz? = desta forma
você poderá medir e avaliar de que maneira e onde este princípio bíblico poderá
aplicar-se à sua vida e a de seus ouvintes. Nesta pergunta é possível explorar
as aplicações e implicações do texto. Quanto ao propósito teológico do texto
são necessárias as seguintes perguntas: a) Há no texto quaisquer indicação de
propósito, comentários editoriais, ou declarações interpretativas feitas acerca
de eventos? b) São feitos julgamentos teológicos no texto? c) Esta história é
dada como exemplo ou advertência? Se for assim, de que maneira? Este incidente
é uma regra ou uma exceção? Quais limitações devem ser postas sobre elas?
d) Por que o Espírito Santo inclui nas
Escrituras esta narrativa? Qual foi a situação ambiental de comunicação em que
a Palavra veio originalmente? Que detalhes e particularidades os homens e
mulheres modernos têm a ver com os ouvintes originais? Como podemos
identificar-nos com os homens e mulheres bíblicos enquanto escutavam a Palavra
de Deus e correspondiam ou deixavam de corresponder – na situação deles? Que
discernimentos adicionais adquirimos acerca das maneiras de Deus lidar com o
seu povo através da revelação adicional? Quando entendo uma verdade eterna ou
um princípio orientador, que aplicações específicas e práticas tem para mim e
para os meus ouvintes?
e) Estas conclusões estão corretas?
Tais perguntas podem ser declaradas de um outro modo de modo que deixe emergir
outras questões? Determinei todos os princípios teológicos que devem ser
considerados? Que peso atribuo a cada princípio? A teologia que defendo é
verdadeiramente bíblica, derivada da exegese disciplinada e da interpretação
fiel das passagens bíblicas? Isto é o que o texto diz ou o que eu gostaria que
ele falasse?
- Estude bem a idéia exegética e declare-a na sentença mais exata e memorável possível = isto deve ser feito considerando tanto a Bíblia como os seus ouvintes. A idéia homilética emerge depois de um estudo intensivo da passagem bíblica e da análise extensiva de seu auditório, obter essa idéia e declará-la de modo criativo é o passo mais difícil no preparo do sermão. Deixo aqui uma sugestão em três tempos para ajudá-lo na obtenção de idéias e princípios:
- Faça sempre uma paráfrase do versículo:
10
– Você que tem estado atento a doutrina que sigo, minha forma de agir, aquilo
que pretendo fazer, aquilo em que eu creio, minha paciência, amor,
persistência...
11
– A forma como sou perseguido e tenho sofrido em Antioquia, Icônio, Listra;
sofri muitas perseguições e o Senhor me soltou de todas.
12
– Prestem atenção, todos aqueles que desejam viver de verdade em cristo, vão
sofrer muitas perseguições.
13
– Mas os homens mentirosos e enganadores, vão de mal a pior, mentindo e sendo
passados para trás.
14
– Você no entanto, fique firme nas coisas que você aprendeu, olhando para quem
você aprendeu.
15
– Desde a sua meninice você conhece as Escrituras Sagradas, que podem te levar
à sabedoria, para a salvação pela fé em Cristo.
16
– Toda Escritura é dada por Deus e boa para ensinar, para chamar à atenção,
para corrigir, e para mostrar a verdade.
17
– Para aquele que segue a Deus seja puro e esteja completamente pronto para
fazer a obra de Deus.
- Descreva a idéia central da paráfrase em forma de princípio:
10
– A maneira de agir de um cristão deve ser fundamentada em sua doutrina. Ela
deve ser observada também a partir do bom exemplo.
11
– A maneira cristã de agir pode levá-lo a ser perseguido por outras pessoas. No
entanto, não há perseguição que não seja superada, desde que a doutrina seguida
seja a do Senhor Jesus.
12
– Uma doutrina pode até ser escondida para que não haja perseguição. No
entanto, assumir a vida de Cristo é algo que não pode ser escondido.
13
- A mentira e o engano vai e volta para quem mente e engana. Este é um jogo de
bate e rebate.
14
– Quando se aprende a fé cristã de Cristo ou de um fiel seguidor dele torna-se
um exemplo a ser seguido sempre.
15
– O crescimento no conhecimento das Escrituras leva à sabedoria. Neste ponto o
homem está maduro para a salvação pela fé.
16
– Só existe um tipo de Escritura infalível. Só ela pode atuar na vida de uma
pessoa desde o ensino até a repreensão, mostrando verdades.
17
– Aquilo que faz o homem de Deus completo para fazer a sua obra é vencer as
perseguições e o inimigo com base na Palavra de Deus.
3) As cinco perguntas chave para a
elaboração de um sermão monólogo expositivo são: a) qual o tema geral do texto?
b) qual é o tema específico do texto? c) o que o texto diz sobre o tema
específico?(divisões) d) que substantivo plural agrupa todos os itens a
respeito de um mesmo tema específico?(palavra-chave) e) que verdade teológica
universal resume os itens do tema específico?(tese)
3) Determinando e atingindo o
propósito do sermão e fazendo o seu esboço = Por que você prega um sermão? Qual
é o seu propósito? O propósito(objetivo) declara aquilo que esperamos que
aconteça com o ouvinte como resultado da pregação bíblica. Propósito é o mesmo
que objetivo e nós já vimos anteriormente sobre os objetivos gerais agora
observaremos algumas informações sobre os objetivos específicos. Deixe-me dar
um exemplo de propósito específico: “Levar o meu ouvinte a basear o seu
pastorado nos ensinos bíblicos do serviço, da proclamação e da fidelidade
vocacional de modo que seja abençoado”(Atos 20.17-27).
Minha sugestão é que você considere a
tabela de Roy B. Zuck que o ajudará a declarar os objetivos de seus sermões nas
dimensões do cognitivo e do afetivo. Os verbos a serem usados dependerão do
objetivo ou alvo:
Pense sobre a idéia homilética e
pergunte-se a si mesmo como esta idéia deve ser tratada para cumprir o seu
propósito. O que deve ser feito com esta idéia para atingir o propósito? Que
formato o seu sermão assumirá? Os sermões monólogos podem assumir várias formas
como segue:
1) Uma idéia a ser explicada =
acontece assim quando o pregador deseja que sua congregação entenda uma
doutrina da Bíblia. Uma verdade corretamente compreendida leva consigo a sua
aplicação. A idéia é apresentada na introdução e os a explicação desenvolve-se
nos pontos do sermão.
2) Uma proposição a ser comprovada =
nem sempre as idéias precisam ser explicadas, as vezes elas precisam ser
comprovadas. Quando este for o caso, a idéia aparecerá na introdução, mas como
uma proposição que o pregador defenderá. Os pontos do sermão são as provas
daquela proposição.
3) Um princípio a ser aplicado = neste
tipo de sermão o expositor delineia um princípio bíblico ou na sua introdução
ou no seu primeiro ponto principal, e no restante da sua mensagem explora as
implicações do princípio e as aplica à experiência diária dos seus ouvintes.
4) Um assunto a ser completado = neste
estilo apresenta-se somente o assunto na introdução, e não a idéia inteira, e
os pontos principais completam o assunto. Esta maneira de pregar é a mais comum
entre os pregadores.
5) Uma história a ser contada = os
sermões também comunicam idéias se o expositor conta uma história bíblica com
compreensão e imaginação. Cabem neste estilo os sermões monólogos, diálogos e
biográficos.
6) Outras formas que os sermões
assumem = os sermões se desenvolvem também do modo indutivo, dedutivo ou
através de uma combinação dos dois. No indutivo a introdução apresenta apenas o
primeiro ponto do sermão, depois, com uma transição forte, cada ponto novo
forma um elo com o ponto anterior até que a idéia emerja na conclusão. No
dedutivo a idéia aparece como parte da introdução e o corpo a explica, comprova
ou aplica.
7) E o nosso esboço de 2 Coríntios
3.10-17? Eis como ele pode ser concebido:
Bases Para a Firmeza dos Crentes
Tese:
O texto mostra que para ser cristão existe um preço a ser pago, e isto só
acontecerá com firmeza na Palavra de Deus.
Frase
de Transição: As bases para a firmeza dos crentes são....
Introdução:
I
– A DOUTRINA DE CRISTO EM SUA VIDA
II
– NUNCA SE DESVIAR DO ALVO
III
– CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS
Conclusão:
4) Preenchendo o esboço do sermão e
preparando a introdução e a conclusão = se um esboço mostra ao pregador o
relacionamento das idéias do sermão monólogo. E se ele também ajuda a perceber
com um relance quais as idéias são superiores, subordinadas e coordenadas. Como
estão preencher este esboço(esqueleto) com as matérias de apoio que explicam,
comprovam ou amplificam os pontos(a pele, os músculos)? No desdobramento do
sermão monólogo o pregador pode usar uma série de matérias de apoio.
1) Use as Matérias de Apoio = pois
elas serão úteis para esclarecer, amplificar, comprovar ou aplicar suas idéias
e torná-las atraentes e compreensíveis aos seus ouvintes. Eis algumas de tantas
que você pode usar:
a) Reformulação e a argumentação = a
reformulação emprega o princípio da redundância para declarar uma idéia
“noutras palavras”. Ela obtém clareza pois os ouvintes devem captar o que é
dito quando o dizemos. Ela impressiona a verdade sobre o ouvinte(aliás a
didática usa a reformulação como importante princípio no processo
ensino-aprendizagem). Ela é diferente da repetição. O argumento deve ser usado
pelo pregador para convencer os incrédulos e fortalecer os crentes na fé.
Existe uma variedade de argumentos que podem ser usados na pregação de sermões
monólogos: a relação causa e efeito, efeito e causa, o testemunho, a analogia,
a dedução e a indução. Shepard afirma que “não se deve tentar provar uma coisa
sem se saber se é possível prová-la. A premissa maior deve ser íntegra e
admitida por todos. O argumento deve estar ao alcance da inteligência dos
ouvintes”38.
b) A explicação e a definição = uma
definição estabelece limites. Delineia aquilo que deve ser incluído e excluído
por um termo ou declaração. “O pregador não deve deixar de explicar bem as
passagens mal compreendidas ou obscuras. Até muitas passagens que parecem
bastante claras não são bem compreendidas.. é boa regra explicar todos os
textos usados na pregação”39A explicação também define fronteiras, mas pode
fazer isto por meio de amplificar a questão de como as idéias se relacionam
entre si, ou de que uma idéia subentende. Tanto o uso de definições como das
explicações devem considerar o auditório para que haja condições de
entendimento daquilo que estamos querendo comunicar. Ao preparar seus monólogos
você pode aproveitar estes recursos para definir e ou explicar melhor o
significado das palavras-chave nas línguas originais e assim tornar mais
relevante a atuação de seu personagem.
c) Informações fatuais = os fatos
consistem em observações, exemplos, estatísticas e outros dados que podem ser
averiguados independentemente do pregador. Os fatos não somente ajudam o
ouvinte a entender, como também granjeiam respeito ao pregador. Ao usar
qualquer informação fatual certifique-se de que é genuína para que a sua
palavra não seja uma opinião pessoal. Mesmo na composição de um sermão monólogo
que apresente um personagem bíblico você pode lançar mãos dos fatos dados que a
Bíblia apresenta e até mesmo aqueles que a História universal registra e que
sejam contemporâneos do personagem.
d) Citações = introduzimos citações
para apoiar ou expandir um argumento por duas razões: a impressividade e a
autoridade. Isto porque reconhecemos que outra pessoa declarou a idéia mais
eficazmente do que nós. Isto fazemos também por uma questão de ética. Isto
fazemos para termos mais autoridade. Isto fazemos porque o auditório teria mais
probabilidade de aceitar a avaliação de quem citamos. As citações devem ser
usadas com sabedoria para não criar embaraço à comunicação. No caso do sermão
monólogo use citações de outros textos bíblicos que o seu personagem tenha
conhecido. Lembre-se que os autores do Novo Testamento não sempre usavam as
Escrituras(AT) citando-as para fortalecer seus argumentos.
e)
A narração = a narração pode providenciar um pano de fundo num sermão ao
preencher a respectiva parte histórica, cenário, ou personalidades. “A narração
tem caráter peculiar na pregação. O pregador narra como orador, e a sua
narração trata principalmente de história bíblica. O narrador deve subordinar
sua narração ao objeto de seu discurso, a convicção ou persuasão que deseja
produzir”40. A narração se reveste de energia quando os verbos e substantivos
pintam quadros em nossas mentes. Às vezes um ponto de vista diferente
acrescenta novidade a um relato freqüentemente contado. A narração importa em
comunicar com a imaginação, e a imaginação reflete as introspeções de fé.
Lembro-me até hoje de um pregador em minha infância que pregou sobre a
crucificação usando este recurso ele me fez ouvir o som das gotas de sangue de
Jesus ao tocarem o chão. A narração é meio-irmã da interpretação. Num sermão
monólogo você deve usar este recurso sem nenhuma economia.
f) Ilustrações = geralmente os sermões
comunicam idéias abstratas e se não forem explicadas em termos concretos ficará
muito difícil se fazer entendido por aqueles que nos ouvem. Na opinião de
Blackwood existem pelo menos quatro motivos para o uso das ilustrações: o
interesse humano, a clareza, a beleza e o complemento41. As ilustrações são
estas janelas que nos permitem ligar o raciocínio abstrato a vida concreta. Uma
ilustração, como a imagem da televisão, deixa claro aquilo que o pregador está
explicando. As ilustrações servem ao pregador e a sua congregação de outras
maneiras: ajudam a memória, despertam a emoção, criam necessidades, seguram a
atenção, estabelecem harmonia entre o pregador e o auditório. Ao usar
ilustrações nos sermões monólogos, tome cuidado com a questão temporal. Dê
preferência para aquelas ilustrações que sejam possíveis à época de seu
personagem e que tenham relevância e aplicação aos seus ouvintes.
2)
Prepare-se para a confecção da introdução e da conclusão do seu sermão = as
introduções e as conclusões têm relevância num sermão além da proporção de sua
duração. Você já deve ter lido e estudado muitas informações sobre a introdução
e a conclusão de sermões e creio que elas são úteis para a confecção dos
sermões monólogos também. Lembre-se tecnicamente um sermão monólogo é aquele
onde o pregador fala na primeira pessoa do singular, ou seja, ele vive a
história ele é o personagem. Assim este tipo de sermão requer alguns cuidados
especiais tanto na conclusão quanto na introdução. Gostaria de ajudá-lo nesta
etapa gastando um pouco mais de tempo e trabalhando melhor nestes recursos.
a) O objetivo da introdução = além de
preparar a mente dos ouvintes para receber a mensagem e o pregador a introdução
também prepara o ouvinte para compreender o assunto. Ela segundo Dr. Key tem as
seguintes finalidades: 1) Deve despertar a atenção dos ouvintes e provocar
interesse no sermão. 2. Deve preparar o ouvinte para que possa entender e
apreciar o tema tratado no sermão. 3) Deve captar a simpatia dos ouvintes. 4)
Deve começar com algo relevante à vida dos ouvintes, e ligar esta idéia ao tema
e ao texto da mensagem42. No seu capítulo entitulado A Arte da Introdução
Blackwood diz que o pregador deve chamar a atenção, assegurar a boa vontade, e
preparar para dirigir e isto logo nos dois primeiros minutos43.
Uma boa introdução possui algumas
características indispensáveis e os autores não divergem muito quanto a esta
questão e você com certeza encontrará entre as opiniões que uma boa introdução:
deve ser direta ao assunto; deve ser breve e proporcional; deve ser
interessante e criativa; deve ser simples e clara no seu estilo e conteúdo;
deve ser oportuna para a ocasião e situação; deve ser cortês e amigável.
Devemos evitar o improviso e assim preparar com antecedência uma boa introdução
que seja funcional preparando-os para o corpo da mensagem e suas idéias
fundamentais que precisamos compartilhar. Lembre-se que a introdução é apenas o
início de seu sermão e deve ter esta característica e função.
Um pregador pode lançar mão de
diversas fontes para construir uma boa introdução além de ter a possibilidade
de variar bem os modelos evitando assim a monotonia e a repetição. Veja o que
nos ensina Dr. Key sobre métodos ou tipos de boas introduções:
- A introdução temática é um dos melhores tipos, em que o conteúdo do material utilizado é do tema ou título da mensagem. Pode ser que seja apresentado o tema em relação a algum problema ou necessidade atual. Ou a natureza e o que está envolvido no tema pode ser esclarecido. Quando se usa o tema como fonte das idéias apresentadas na introdução, é preciso incluir algo contemporâneo, ligando isso a verdade bíblica.
- A introdução textual também as vezes se torna necessária. Aqui se refere ao fundo histórico do texto ou do contexto. Às vezes na introdução cujas idéias vem do texto é necessário explicar algum conceito do texto, mostrar o valor do texto para a vida cristã, ou a importância do texto para os nossos dias. Este tipo de introdução não é a ideal para sermões expositivos já que o corpo da mensagem sai do próprio texto.
- A introdução do sermão pode ser baseada na ocasião, como o natal, ano novo, dia das mães, Ceia do Senhor ou Batismo, etc. Neste caso os ouvintes estarão com os pensamentos voltados para aquela ocasião especial, e isso tornará a introdução interessante para eles. Este tipo de introdução é, sem dúvida, um dos mais importantes.
- A introdução do sermão pode incluir uma descrição dramática. É bom que o pregador desenvolva a capacidade de ajudar os ouvintes a verem a verdade no começo da mensagem. É preciso desenvolver esta capacidade de utilizar a imaginação através de uma descrição dramática e o poder das palavras.
- A introdução do sermão pode focalizar um problema. Neste caso, a introdução vem da idéia do assunto do sermão, que é um problema que está sedo enfrentado pelos ouvintes. É bom começar o sermão assim quando ele tem o propósito de ajudar a resolver algum problema humano que está confundindo e perturbando a mente dos ouvintes.
- A introdução do sermão pode incluir uma notável citação. Será o caso de citar as palavras de alguém muito estimado pelos ouvintes, ou uma citação realmente marcante.
- A introdução do sermão pode muito bem começar com uma ilustração. Paulo usou uma ilustração sobre o deus desconhecido em sua mensagem em Atenas na sua segunda viagem missionária. Alguns pregadores usam quase que exclusivamente este método em suas introduções. Mas talvez a maioria não use o suficiente.
- A introdução pode incluir a utilização de algum tipo de produto audio-visual. É claro que tudo deve ser muito bem planejado para evitar que a atenção seja desviada. Alguns recursos têm sido usados como: cartazes, iscas de pescadores, chaves, binóculos, jarros.44
Como introduzir bem os sermões
monólogos? Minha sugestão é que você considere os princípios relativos a arte
de introduzir os sermões e que faça as suas experiências, estude bem as
possibilidades. Deixe-me dar alguns exemplos de introdução que já fiz em
sermões monólogos. Se o seu personagem possui alguma passagem bíblica que
descreva seus erros ou acertos você pode pedir que o dirigente do culto leia
esta passagem e quando ele terminar a leitura você entra em cena
questionando-o sobre quem lhe deu permissão para falar da vida alheia e após
ouvir as explicações dele você se apresenta o auditório e dá seqüência a sua
mensagem. Tome o cuidado de explicar para o dirigente do culto o que você vai
fazer para que ele não seja surpreendido.
Se
o seu personagem tem alguma música que fale especialmente de sua vida você pode
ensaiar bem esta música e entrar cantando num momento musical antes da
mensagem. Este recurso tem uma capacidade imensa de manter a atenção dos
ouvintes. Terminada a música você pode se apresentar, dizer a razão de sua
presença e iniciar a sua mensagem. Se o seu personagem exercia alguma função ou
profissão você pode utilizar algum objeto que o caracterize. Lembro-me de um
monólogo que preguei, baseado na vida de André, sobre o discipulado quando usei
uma rede de pesca que estava jogada sobre os meus ombros e introduzi o sermão
falando da transição: pescadores de peixes = pescadores de homens.
Se
o seu personagem escreveu algum livro ou foi destinatário e/ou remetente de
alguma correspondência você pode explorar este detalhe ao introduzir o sermão.
Por exemplo, um sermão baseado na vida de Timóteo pode ser introduzido
utilizando o seguinte recurso. “Estou aqui nesta noite para compartilhar as
razões porque fui um jovem que honrou a Deus. Trago comigo ainda uma carta onde
meu mestre Paulo me ensinou as bases para a minha firmeza. Permitam-me ler um
pequeno trecho desta importante epístola.” Assim, mesmo sem enunciar a
passagem bíblica o personagem faz a leitura da passagem central da mensagem.
Uma outra possibilidade é que ao se apresentar o personagem ouve alguém lendo a
passagem e faz menção de sua alegria em saber que os conselhos que ele obedeceu
também são conhecidos dos cristãos contemporâneos.
Você
pode criar um vínculo, por exemplo, entre o personagem e o pregador e assim
construir uma introdução que use dados, informações e inquietações
contemporâneas. Assim seu personagem pode dizer: “agradeço ao pastor fulano
porque me deu a oportunidade de estar aqui neste culto e também porque em
nossas conversas me fez conhecer que os irmãos têm necessidade de saber
sobre....”. Usei recentemente este recurso ao fazer um monólogo, baseado na
experiência de Mateus e no aprendizado que teve ao ouvir Jesus contar a
parábola do grão de mostarda, sobre o crescimento da igreja nestes dois mil
anos de cristianismo. Você tem este sermão nos exemplos de monólogos.
b)
O objetivo da conclusão = esta parte do sermão também é chamada a “peroração”,
e é aquela que tem o propósito de levar o assunto tratado na mensagem a um fim
adequado, relacionando a verdade pregada de forma permanente à vida dos
ouvintes. O pregador pode começar bem e discutir o assunto de maneira
admirável, mas se não terminar bem, é isso que os ouvintes vão lembrar. Dr.
Key45 assegura que: 1) É importante não apenas começar bem, através de uma boa
introdução, mas terminar bem. 2) Se as primeiras impressões são as mais
notáveis, as últimas quase sempre são as mais duradouras. 3) Infelizmente a
conclusão talvez seja a parte do sermão que tem recebido menos atenção quanto
ao preparo, do que qualquer outra parte. 4) Se o pregador deve começar o sermão
com algo interessante, também é necessário terminar com poder, procurando
persuadir o povo a fazer a vontade de Deus revelada na mensagem. 5) O pregador
deve ter o devido cuidado ao preparar a conclusão para seus sermões.
Blackwood nos sugere pensar na
conclusão “como a parte mais importante do sermão, exceção feita ao texto(...)
na conclusão o pregador conduz o ouvinte a fazer a vontade do Senhor”46. Sua
finalidade tem sido reconhecida por muitos e assim poderíamos destacar que: a
conclusão deve terminar o sermão da melhor e mais adequada forma possível; a
conclusão deve aplicar a verdade do sermão à vida dos ouvintes; a conclusão tem
por finalidade persuadir à ação. Ainda na opinião de Blackwood a maneira de
terminar um sermão depende de vários fatores e principalmente do objetivo que o
pregador tem ao proclamar sua mensagem. A que sugere algumas formas de
conclusão: apelo direto; aplicação prática; resumo final; a verdade em
contraste; apelo à imaginação; um poema; ilustração; nenhuma conclusão e
sentença final47.
Uma boa conclusão possui algumas
características indispensáveis e na lista do Dr. Key podemos destacar:
- A conclusão deve terminar o sermão de maneira mais natural e apropriada.
- Normalmente a conclusão deve concluir o sermão todo, e não apenas a última idéia apresentada, ou o último ponto do esboço.
- A conclusão deve ser pessoal, o ponto alto da relação íntima entre o pregador e os ouvintes. O pregador deve ter plena consciência do seu auditório e deve falar de modo direto e pessoal ao povo. Ele é o mensageiro de Deus, e assim deve suplicar, exortar, persuadir, aconselhar, guiar, desafiar, e convidar os ouvintes a ação.
- A conclusão deve ser clara no seu pensamento e desenvolvimento. Nada de idéias obscuras ou confusas em nenhuma parte do sermão, são menos ainda na conclusão.
- A conclusão deve ter vida e mostrar o calor da alma da pessoa que está pregando. O pregador deve mostrar convicção, autoridade e intensidade, qualidades tão importantes na comunicação do evangelho, e que chegam ao ponto máximo na conclusão.
- A conclusão deve ser específica e não geral. Ela deve ser colocada em termos concretos. Ela deve demonstrar unidade e clareza, ser vigorosa e poderosa, e inspirar esperança nos ouvintes.
- A conclusão deve ser breve e proporcional. Isso implica que não ultrapassará de dois ou três ou até no máximo cinco minutos, mesmo em um sermão de trinta minutos.
- Deve se dar mais ênfase ao positivo do que ao negativo na conclusão. O objetivo é atingido quando o sermão termina e o povo sai alimentado, determinado, decidido, entusiasmado, esperançoso e pronto para colocar em prática as verdades apresentadas.
- A conclusão deve concluir o sermão. Isso parece óbvio, mas muitas vezes a conclusão não conclui bem o sermão. Via de regra devem ser salientados mais uma vez a tese e o objetivo específico da mensagem, fazendo a última aplicação e apelo direto ao coração do ouvinte. É o momento decisivo da mensagem, o momento de maior oportunidade para o pregador, bem como maior perigo, se ele não terminar bem.
- A conclusão deve ser variada quanto ao tipo e conteúdo. Esta característica ou qualidade tem sido destacada quanto as outras partes do sermão, como a introdução e esboço. Há vários métodos que podem ser utilizados na conclusão, tornando-se desnecessário sempre usar o mesmo tipo.48
Como
concluir bem os sermões monólogos? Além das dicas anteriores e até mesmo outras
que você encontre nas publicações sobre o assunto, lembre-se que o sermão
monólogo nem sempre será apresentado por um personagem que viveu uma vida de
modo agradável ao Senhor. Tome o cuidado para não fazer alguns apelos diretos
dando a idéia de que o seu personagem fosse um pregador. Às vezes eu saio de
cena com um aspecto triste e o dirigente do culto faz um apelo aos ouvintes
baseado na história e principalmente nos erros do personagem. Esse tipo de
conclusão seria bem vindo num sermão monólogo que retratasse o encontro de
Jesus e o jovem de qualidade que não foi capaz de abrir mão de seus bens para
seguir o Mestre.
Ao concluir o sermão monólogo evite
apresentar pensamentos e idéias novas que por certo exigirão maiores
explicações. Ao concluir o sermão monólogo evite que os ouvintes pensem que o
sermão esteja no fim quando ele ainda não chegou lá. Ao concluir o sermão
monólogo evite terminar abruptamente deixando os ouvintes no ar. Ao concluir o
sermão monólogo evite pedir desculpas. Ao concluir o sermão monólogo evite o
medo de falar direto ao coração dos ouvintes. Ao concluir o sermão monólogo
evite o desgaste físico ao ponto de demonstrar que não tem mais forças para
continuar. Ao concluir o sermão monólogo evite o hábito de mexer com alguma
coisa como alguma peça de seu figurino. Ao concluir o sermão monólogo evite
contar piadas ou ficar fazendo gracinhas. Ao concluir o sermão monólogo evite gritarias.
Ao concluir o sermão monólogo evite estar preso ao esboço ou qualquer tipo de
anotações. Ao concluir o sermão monólogo evite demonstrar emoções forçadas e
artificiais.
Também o pregador pode aproveitar a
conclusão do sermão monólogo para tirar o figurino e falar aos ouvintes com a
identidade do pregador. Essa abordagem também tem um efeito interessante sobre
os ouvintes. Normalmente eu faço a conclusão juntamente com a elaboração do
objetivo específico. Também é possível unir vários destes métodos citados
anteriormente(resumo das idéias, ilustração e uma aplicação final). Utilize a
sua imaginação e apele a imaginação dos ouvintes. Dê o seu melhor, não apenas
nas outras partes do sermão monólogo que precedem a conclusão, mas também
preparando conclusões interessantes e criativas.
Capítulo 6
Como
e Onde Usar Sermões Monólogos
A – Os Sermões Monólogos Podem ser Usados nos Cultos Dominicais
Sem
nenhuma dúvida você pode lançar mão deste recurso nos cultos dominicais. Até
porque neste dia normalmente temos um maior número de pessoas em nossas
igrejas. A quebra da monotonia e a atração que o recurso da interpretação
teatral serão úteis para ganhar a atenção dos ouvintes especialmente dos não
crentes que não têm o hábito de ficar sentado ouvindo um pregador por muito
tempo.
B
– Os Sermões Monólogos Podem ser Usados na EBD ou na ET
Nas aulas da Escola Bíblica Dominical ou da Escola de Treinamento os sermões monólogos são muito bem vindos como breves introduções ao estudo da vida dos personagens bíblicos normalmente focalizados em nossos programas pedagógicos. Assim podemos usar este recurso quem sabe num tempo bem pequeno de 5 a 10 minutos para que o tempo da aula não seja todo tomado.
C
– Os Sermões Monólogos Podem ser Usados nas EBFs e em Outras Organizações
Também
devemos usar os sermões monólogos nas atividades que visam alcançar outras
pessoas para Cristo como Escolas Bíblicas de Férias e atividades
evangelísticas. No que diz respeito as EBFs gosto de ver como as crianças que
não participam da igreja bem como as que são integradas viajam na ficção e
prestam bastante atenção na palavra de Deus encenada e anunciada por este
recurso. A capacidade de interação e os níveis de compreensão das crianças
ficam mais aguçados quando exploramos sua capacidade de fantasiar. Em
atividades evangelísticas com funcionamento em lugares públicos como praças ou
parques também atrairemos a atenção de diversas pessoas. Uma dificuldade que
pode surgir é na questão da acústica, mas nesse caso o pregador terá que usar um
pouco mais seu pulmão.
D
– Os Sermões Monólogos Podem ser Usados em Institutos
Pessoalmente
eu gosto de usar o recurso do sermão monólogo em retiros de jovens e ou
adolescentes. Creio que os institutos de inverno ou de verão por natureza
sugerem novidade, experiências e criatividade. Assim ao ser convidado para
participar de um deles deixe de lado o terno e a monotonia. Capriche num bom
sermão monólogo, prepare um figurino adequado e você verá que os jovens e
adolescentes te ouvirão com muita atenção.
E
– Os Sermões Monólogos Podem sem Usados em Acampamentos, retiros e Congressos
Nesses
espaços e eventos que geralmente são realizados em locais agradáveis e
aprazíveis e especialmente fora das quatro paredes dos templos das igrejas
temos excelentes oportunidades de apresentar sermões monólogos. É certo que às
vezes encontramos algumas rejeição por parte de algum membro de igreja que não
aceite que no templo ou “santuário” da igreja utilizemos um recurso teatral. É
provável que você encontre algum membro de igreja que não creia que a alegria e
a descontração façam parte do culto. É provável que você tropece em muitas
pessoas que creiam que é o terno e a gravata que dão capacidade ao homem de
Deus proclamar com poder e a autoridade a mensagem da Bíblia. Acho que está na
hora de mudar.
F
– Os Sermões Monólogos Podem ser Usados em Escolas e Ambientes Culturais
Deus
tem me dado o privilégio de apresentar sermões monólogos em escolas públicas e
particulares e em outros ambientes culturais como teatros, orfanatos, clubes.
Veja que existe uma variedade de oportunidades que podem ser acrescidas à
lista. O que eu quero dizer é que há lugares onde você não poderá ter acesso
simplesmente como pastor ou pregador. O recurso do monólogo, associado ao texto
e personagens bíblicos, abrirá oportunidades para o testemunho do poder de
Deus. Pense nisto.
Capítulo
7
Exemplos
de Sermões Monólogos
O
VAGAROSO PROGRESSO DO CRISTIANISMO
Marcos
4.30-32
Introdução
:
Laila
Tov!(Boa noite). Meu nome é Mateus sou um dos doze discípulos de Jesus e
gostaria de compartilhar com você algumas impressões sobre o progresso do
cristianismo. Um detalhe que gostaria de destacar é que antes do Senhor me
chamar para ser seu discípulo trabalhava como coletor de impostos e não era uma
pessoa de quem as pessoas gostavam não. Nesta tarde estava andando com o pastor
Jadai pelas ruas de São Paulo e aí tivemos fome. Ele então me levou para um
pequeno comerciante na rua que vendia uma espécie de comida até então estranha
para mim. Paramos diante do vendedor e em meio a outras pessoas o pastor disse
assim: “Por favor moço eu quero um cachorro quente sem mostarda!” Talvez você
seja como ele: uma pessoa que não gosta de mostarda mas espero que nesta noite
esta preferencia pessoal não nos impeça de aprender as lições que a semente de
mostarda tem para nos ensinar sobre o progresso da obra de Deus neste
mundo(nesse momento alguém lê a passagem de Marcos 4.30-32).
Falando
com o pastor Jadai sobre o crescimento do reino de Deus neste mundo recebi e
anotei alguns dados e peço licença a estes belo plenário para fazer uso delas
agora. Ao contemplar as estatísticas e os dados percebi que o reino de Deus
ainda não alcançou boa parte da população mundial(estimada em 6 bilhões de habitantes).
Os dados revelam que pouco mais de 30 % da população mundial é considerada
cristã e isto inclui católicos, protestantes e outros. As cinco maiores crenças
no mundo atual são: Muçulmanos(1bilhão e 100 milhões), Católicos Romanos(900
milhões), Ateísmo(900 milhões), Hinduísmo(800 milhões) e Protestantes(600
milhões). Como batistas arrolados dentro das estatísticas como protestantes os
irmãos somam mais de 100 milhões em todo o mundo. Isto nos coloca na posição de
pensarmos sobre o progresso do cristianismo nestes dois mil anos. A impressão
que temos é que ele é vagaroso ....
I
- Vagaroso porque é um caso de crescimento e não de produção em série.
Tenho
percebido no pouco tem em que estou aqui que vocês vivem numa época marcada
pela velocidade, automação, produção em grandes escalas, etc. E se queremos
submeter o crescimento do reino de Deus a esses critérios seremos levados a
pensar que ele é vagaroso. Mas precisamos fazer esta distinção: crescimento tem
um tempo certo e obedece leis próprias a natureza de cada corpo e espécie.
Ainda que à luz desta época os números não são vosso maior argumento, bem
sabemos que no tempo oportuno de Deus seu reino tem crescido e temos percebido
os seus efeitos com certeza. Pensemos em seu caso particular. A fé batista tem
chegado ao Brasil a pouco mais de cem anos e pela misericórdia de Deus vocês
podem contar hoje com mais de cinco mil igrejas perfazendo quase um milhão de
crentes que têm enviado a outras nações 444 missionários e mantém em sua pátria
650 missionários. É vagaroso mas louvado seja Deus porque vocês tem crescido.
II
- Vagaroso porque o clima e o solo são ingratos e exóticos .
Estive
estudando sobre habitantes da região que vocês chamam de janela 10/40(Norte da
África, Oriente Médio e Ásia) ainda esperam pela presença e pelo testemunho do
evangelho da graça de Jesus. Durante o tempo do nosso ministério era objetivo
do Mestre Jesus que o Evangelho alcançasse estas pessoas perdidas em seus
pecados. Este grupo de não alcançados perfazem uma soma de mais de 2 bilhões de
pessoas que nunca ouviram falar de Jesus e que na maioria dos seus países a
presença de missionários é proibida. Há também aqueles povos e países que tem
recebido a mensagem, e não lhe deram crédito ou valor. Esta ingratidão dos que
ouviram mas não creram e as dificuldades criadas pela proibição da pregação do
evangelho faz com que o grupo dos não-alcançados seja bem maior do que os que
já fazem parte do reino de Deus. Embora que esta seja uma realidade constatável
vocês não devem desanimar nem tão pouco desistir. Lembrem-se pois da semente
pequenina que tornou-se uma grande árvore .
III
- Vagaroso por causa das faltas daqueles que deviam cuidar dele mais
diligentemente .
Percebo
que os irmãos vivem numa época em que, graças a Deus, tem se falado muito em
missões. Mas não basta somente que vocês falem em missões ou na necessidade de
que o reino de Deus cresça é preciso que trabalhem diligentemente qual
semeadores a fim de que o reino de Deus seja anunciado entre todos os povos. Eu
sei que uma das causas da vagarosidade do crescimento é porque muitos cristãos
no longo destes dois mil anos têm deixado de lado sua responsabilidade
missionária. Vocês não podem abandonar esta importante tarefa nem tão pouco
passá-la para outra pessoa. Veja-se por exemplo a nossa situação no
período apostólico éramos somente doze(um pequenina congregação). As
circunstâncias em todos os sentido não eram favoráveis e deixamos tudo para
anunciar a mensagem de Salvação. Fizemos a nossa parte lançando as pequeninas
sementes do Evangelho confiando que o Senhor daria o crescimento. Será que
vocês não tem hoje mais recursos e oportunidades para anunciar que só Jesus
Cristo Salva? Cabe aos irmãos permitir ou não que este crescimento continue
vagaroso .
IV
- Vagaroso , porém seguro !
Uma
grande vantagem que temos em relação as outras religiões mundiais é que o
cristianismo nasce a partir de um compromisso pessoal e não de uma imposição
política ou governamental. Bem sabemos que boa parte dos não-alcançados se
tiverem uma oportunidade de ouvir sobre a graça maravilhosa de Jesus não
resistirá ao amor de Deus em Jesus. Os líderes destas religiões e nações também
sabem disto e não é a toa que proíbem a presença e atuação dos missionários. O
crescimento é seguro e os resultados deste dois mil anos de anúncio da chegada
do reino de Deus já podem ser vistos e contabilizados e quando lemos as
Escrituras vemos nelas a garantia que de todas as tribos povos e raças pessoas
estarão vestidas com vestes lavadas e remidas pelo sangue de Jesus. E isto deve
nos estimular a continuar trabalhando e dependendo da graça de Deus sabendo que
o nosso trabalho não é vão no Senhor.
Conclusão
:
Quando
o Senhor Jesus nos contou essa parábola o seu nome e suas obras eram conhecidos
apenas dentro dos limites da pequena terra da Palestina. Era um começo
insignificante e apagado, mas viria o tempo em que Suas palavras seriam
valorizadas e estimadas, e o Seu nome seria adorado, e quando o seu
vivificante toque seria sentido por todo o mundo. Da mais tênue semente
cresceria uma gigantesca árvore. Essa verdade espiritual era tão clara para
Jesus que ele usou a conhecida situação da semente de mostarda para nos
estimular a proclamarmos as boas-novas do reino de Deus.
A
sua tarefa é proclamar. O crescimento é obra de Deus. Vocês não são os
responsáveis em converter as pessoas; essa é uma tarefa do Espírito Santo. A
sua responsabilidade é semear a pura semente do Evangelho, sem perversões, sem
enxertos, sem misturas. Não se iludam com a aparente fraqueza do reino no
mundo. Parece que vocês estão em franca derrota diante do inimigo. O mundo
parece estar melhor equipado para a guerra. O mal aparentemente está vencendo,
pois o número dos que seguem a Cristo é bem menor. Isto não significa que o mal
há de vencer e que seremos derrotados. O reino de Deus já tem domínio sobre
todas as coisas, mas só ao final ele será plenamente consumado e poderemos ver
quem realmente somos, como povo de Deus. O fato de vocês não serem maioria e de
serem perseguidos não deve desanimá-los. Um dia enfim chegará o tempo quando o
reino de Deus será único e nada haverá além dele.
Os Projetos e Os Fracassos
Jeremias
18
Laila
Tov. Boa Noite meu nome é Jeremias e gostaria de compartilhar com vocês algumas
experiências colhidas durante minha vida e função profética. Exerci meu
ministério entre os judeus que ficaram em Jerusalém depois da primeira leva.
Profetizei contra as atitudes do povo judeu e, principalmente, dos falsos
profetas, que alimentavam no povo falsas esperanças de uma volta em breve dos
que foram levados para a Babilônia. Fui é um profeta que procurei entregar a
mensagem de Deus exatamente como Deus me mandou: a dura realidade de que o
exílio iria durar setenta anos(28:1-17).
O
exílio era, para mim o resultado de uma vida de rebeldia contra a vontade de
Deus. O povo havia se dedicado a uma religião de cunho puramente exterior, se
esquecendo de mudança no interior de suas próprias vidas. Por isso, era
necessário o juízo de Deus(26:1-15). Deus punia na medida justa, e eu fui capaz
de mostrar na punição o caráter corretivo e não destrutivo. Para que o povo
compreendesse isso, eu proclamei o consolo(29:1-14) e o novo pacto que Deus
faria com seu povo(31:27-37). Esse novo pacto revelaria a nova maneira de Deus
relacionar-se com seu povo. Não em letras escritas em tábuas de pedra, mas na
lei escrita nos corações.
Tive
a responsabilidade em manter viva a chama da esperança. O desafio era maior
para ele porque havia muitos falsos profetas que anunciavam uma mensagem
agradável aos ouvidos de minha geração sofrida. A mensagem que o Senhor me deu
para anunciar era dura para os meus dias. Numa crise muito grande as pessoas
gostam de ouvir mensagens de consolo apenas. Em nossa época, porém, primeiro
tinha que se descobrir a causa e depois analisar os efeitos, para, então, ser
anunciado como o povo iria sair dessa situação. A causa era o pecado, o efeito
o exílio, e a solução era guardar firme a esperança no Deus que age a favor de
seu povo. Essa esperança é que manteria viva a fé em Javé.
Em
minha experiência do chamado divino(1:1-19) aprendi importantes lições que
podem ser úteis para o seu ministério. O nosso Deus comanda as ações e nos
precisamos estar convictos de que ainda hoje:
Deus
vocaciona = Ele precisa de servos ainda hoje assim como precisou de mim no
passado. Não chama todos para a tarefa de pregar a sua palavra, mas precisa de
servos obedientes. O Senhor nos chama ao serviço. Você não tem ouvido o seu
chamado?
Deus
adverte = a minha função era advertir o seu povo e as nações sobre a necessidade
de arrependimento e mudança de vida. Qual a sua função específica dentro do
chamado divino?
Deus
capacita = Eu era ainda um menino e usei esta situação para fugir da
responsabilidade que Deus me deu. O fato é que o Deus que chama e que nos envia
ao mundo é o Deus que no capacita para o serviço. Quais são as áreas na suas
vida que carecem de maior capacitação a fim de que você realize o ministério
para o qual Deus tem te chamado?
Deus
controla = Mesmo que os planos de Deus nos pareçam estranhos mantenhamos a
firme confiança no Senhor. Ele sabe o que é melhor e devemos nos submeter ao
seu governo sempre.
Estabelecidas
essas bases gostaria de convida-lo à um retorno no tempo e assim juntos
busquemos compreender o que o Senhor quer de vocês nesta noite. Certa ocasião
eu recebi de Deus uma orientação sobre a mensagem que deveria proclamar ao
povo. E gostaria que em sua mente e coração você formulasse uma pergunta: Como
adequar o meu ministério e os meus projetos às lições que experiência ensina? Visitemos
a casa do oleiro, destaquemos às lições e vejamos as conexões que elas possuem
com o nosso ministério.
A
esta altura de minha vida e ministério eu vivia numa terrível angustia: amava
profundamente o meu povo e tinha de anunciar os castigos que sofreriam por
desobedecerem a Deus. Os sonhos e projetos que eu tinha feito para a minha
nação começavam a desmoronar porque o Senhor me ordenara anunciar aos reis e ao
povo que haveria de executar a sua justiça sobre eles. Sim eu estava
frustrado(4:19-22), estava triste(8:19-9:25). E é neste clima de tristeza e
frustração que eu pedi a ajuda de Deus(17:14-18 = já que agora o povo quer
matá-lo). E Deus me ordena que eu pregasse aquele povo e depois me convidou a
descer até a casa do oleiro. E é aqui que eu te convido a entrar na minha
história, para juntos aprendermos as lições que o Senhor quer nos ensinar sobre
os projetos e os fracassos.
I
- EM PRIMEIRO LUGAR É NECESSÁRIO COMPREENDERMOS QUE A VIDA É COMPOSTA DE COISAS
ORDINÁRIAS.
Muitas
das minhas visões foram cenas do cotidiano, cenas comuns que passariam
despercebidas aos olhos de qualquer um. A cena do oleiro me levou a ter uma
compreensão clara de como Deus estava agindo com meu povo. A cena era muito
comum naquela região do Oriente mas não é inédita nas Escrituras(Isaías 64.8).
O oleiro estava ocupado trabalhando na confecção de potes, jarros, vasos e é da
sua matéria prima que surge a primeira lição: o barro, argila, não é uma
matéria prima extraordinária, seu preço não é exagerado(e tem sido utilizado
desde os tempos mais remotos da civilização para a confecção de utensílios
básicos para a vida humana). Você pode não ter uma geladeira para refrescar
água, mas se você tiver um pote de barro, ele conservará a água numa
temperatura agradável.
A
lição aprendida aqui é que a vida é construída na sua maior parte de coisas
simples, normais. Às vezes achamos que os feitos extraordinários nos permitirão
ter maior alegria mas isto com certeza é um grande engano. As coisas essenciais
para nós são as ordinárias(família, ar, água, alimento, trabalho, Deus). As
Escrituras Sagradas nos afirmam que viemos do barro e isto nos dá uma dica que
as maiores realizações que alcançarmos não substituirão a importância das
menores. Valorize as pequenas coisas; agradeça a Deus pelo pão com ou sem
manteiga; louve ao Senhor porque apesar de sermos barro Ele nos dá um valor
inestimável. Isto não significa que é errado sonhar alto, desejar progresso,
mas aponta a necessidade de termos os pés no chão e a cabeça bem firme sobre o
pescoço.
II
- EM SEGUNDO LUGAR É NECESSÁRIO SABERMOS QUE SE NÃO OBEDECERMOS A VONTADE DO
SENHOR FRACASSAREMOS.
As
imagens continuavam a se desenvolver diante dos meus olhos, agora eu não olhava
somente para o barro, mas para as mãos do oleiro, que procuravam dar forma
aquela massa informe. A forma nasceria dos objetivos e interesses que ele
tivesse em sua mente, em sua vontade. Porém, o vaso que ele fazia se estragou
em suas mãos. Por que o vaso se estragou? Será que o oleiro apertou de mais o
barro? Será que a liga não foi bem preparada? Talvez havia alguma pedra ou
impureza na massa? Haveria alguma bolha de ar? Com certeza não temos como
responder estas perguntas.
Mas
sabemos responder outra pergunta: Por que nós fracassamos? Sem dúvidas porque
nós desobedecemos aos planos de Deus. À semelhança do povo de Israel temos
cometido vários pecados que estragam a nossa capacidade de progredir como povo
de Deus. Por isso os projetos que construímos caem(v.12 = os projetos
familiares, o projeto profissional, o projeto de igreja, o projeto de país,
etc.). Até quando nós vamos continuar obstinados em nossos corações? Nós somos
a massa e o oleiro é quem decidirá o que seremos! Talvez você queira ser um
utensílio de alto valor artístico que será admirado por todas as pessoas, mas
quem sabe se a vontade do Senhor é fazer de você um pote para mitigar a sede
dos sedentos. Queridos busquem e obedeçam a vontade do Senhor.
III
- EM TERCEIRO LUGAR É NECESSÁRIO CRERMOS QUE O SENHOR NÃO DESISTE DE NÓS E QUER
RESTAURAR-NOS.
O
oleiro não desiste, não se desespera. Determinado em sua tarefa, insiste no
trabalho. Não joga fora a massa. Continua a manobrá-la. Ele quer fazer um vaso
e não irá deixar de fazê-lo por causa de um contratempo qualquer. O barro é do
oleiro e ele vai insistir em fazer um outro vaso conforme parecer bem aos seus
olhos. Isto porque o oleiro é o único soberano Deus e sua vontade prevalece
para sempre. O povo que se recusa a ser o que o Senhor deseja, será
desmanchado, através do cativeiro, e será, ao retornar, a comunidade que ele
espera que seja. Assim o povo de Israel retornou do cativeiro curado da
idolatria e foi usado pelo Senhor para trazer ao mundo o Messias.
Eu
fiquei impressionado com o controle que o oleiro tinha sobre o barro. Sem se
importar com as razões do fracasso, ele trabalhava com o material até moldá-lo
como queria. Deus tem o controle absoluto sobre o seu povo da mesma maneira, e
dirige o seu destino de acordo com seus planos. O Senhor não desiste de nós e
continua desejoso de restaurar-nos. Você crê nisto?
Que
tal foi a nossa visita à casa do oleiro? O que você aprendeu com a minha
experiência? Saiba que os maiores bens que possuímos é sermos barro, ou seja, a
matéria prima que o Senhor quer usar. Saibamos valorizar as pequenas coisas e
não fiquemos ansiosos por conquistar marte se já temos os pés na terra. Sejamos
conscientes de que a obediência à vontade do Senhor nos garantirá uma próspera
vida e se os nossos desejos parecerem bem aos olhos do Senhor serão
concretizados. Creiamos na misericórdia divina que restaura os vasos quebrados
e os faz vasos de bênçãos! Shalom Adonai. Shalom!
A
Verdadeira Sabedoria do Líder
Provérbios
3.5; Deuteronômio 17.14-20; 1 Reis 11.1-13
INTRODUÇÃO:
Laila
Tov(Boa Noite). Foi uma viagem interessante pois pude atravessar a barreira do
tempo e chegar até o século vinte. É com grande prazer que me encontro neste
local para falar a respeito de minha experiência de vida. Sei que vocês estão
buscando um preparo melhor para liderar com eficiência e sabedoria o povo de
Deus. Estou certo de que muitos aqui já me conhecem pois as Escrituras Sagradas
registram fatos concernentes à minha vida e de modo particular os livros de 1
Reis e 2 Crônicas.
No
entanto quero dizer que sou um judeu que viveu a uns quase três mil anos
passados e que aos vinte anos de idade fora ungido e colocado como sucessor do
grande rei Davi no trono do reino de Israel. O meu nome é Salomão. Fui
considerado um gênio, apesar da pouca idade quando assumi o trono, realizei um
governo muito próspero. O poder daquela nação foi consolidado sob as minhas
mãos. As relações externas com as nações vizinhas foram muito fecundas. Sob o
meu comando a defesa nacional estava bem segura, nossos exércitos foram bem
aparelhados. Mantive o Império intacto. No tocante as atividades comerciais
revelei uma grande capacidade pois explorei bem o comércio do Mar Vermelho; o
comércio das caravanas com a Arábia; o comércio de cavalos e bigas; e também a
indústria de cobre. Estas atividades e outras me trouxeram um lucro considerável.
Israel gozou de uma segurança e de uma prosperidade material como nunca sonhara
antes e que nunca conheceu em outro tempo. Posso dizer que foi a Idade de Ouro
de Israel. Sob a minha liderança foram edificadas várias construções e entre
elas o tão sonhado Templo na cidade de Jerusalém. Também no aspecto cultural
minha vida foi um marco, pois produzi vários escritos que foram divulgados
amplamente. Realmente eu tive tudo para ser o homem mais feliz de todos os
tempos.
Porém,
hoje na minha velhice, faço uma retrospectiva e observo que não fui tão sábio
como pensei que fosse ou como os meus contemporâneos achavam. Todos estes
avanços e todas as iniciativas me custaram muito e por certo o meu povo também
sofreu as conseqüências de minhas tolices. Entendo que não agi tão sabiamente
como pedi ao Deus Eterno. Sinto-me amargurado e triste, pois não pratiquei a
verdadeira sabedoria no exercício de meu reinado. Sinceramente sinto-me
envergonhado, pois fiquei internacionalmente conhecido como um homem sábio e mesmo
assim não pratiquei a verdadeira sabedoria.
Errei
primariamente e nesta noite quero compartilhar com vocês futuros líderes do
povo de Deus, os meus erros a fim de que vocês guiem suas vidas de modo sábio e
inteligente e em agindo assim sejam capazes de liderar outras vidas. Convido
todos os presentes a uma reflexão sobre a Verdadeira Sabedoria do Líder. Onde
por certo você aprenderá a agir corretamente em seu viver.
Uma
primeira lição que aprendi com os meus erros é que a verdadeira sabedoria do
líder revela-se em.....
I
– CONFIAR NO DEUS ETERNO(Provérbios 3.5,6).
O
meu fracasso deu-se pelo fato de que com o passar dos anos confiei na minha
própria inteligência. Nas minhas próprias capacidades, nos meus próprios
argumentos. Eu era auto-suficiente o “mais sábio”. A minha fama era
internacional e todos queriam me conhecer, ouvir as minhas palavras. Vejam só o
meu sucesso pessoal! E você que me ouve qual é o objeto de sua confiança?
Recordo-me nesta hora de um provérbio de minha autoria que revela esta
capacidade de fracassar na liderança e este diz o seguinte: “Confie no Deus
Eterno de todo o coração e não se apoie na sua própria inteligência. Lembre-se
de Deus em tudo o que fizer, e Ele lhe mostrará o caminho certo”. Que decepção
meus amados seminaristas! Que vergonha! Nem parece que estas palavras saíram
dos meus lábios. Como eu pude depositar a minha confiança em tantas coisas e
deixar de confiar em Deus? Pois é, meu caro ouvinte eu cometi este grave erro e
não foi por falta de avisos ou de ensinamentos e você também está sujeito a
cometê-lo.
Ainda
você poderia questionar-me dizendo: “Salomão como é que você teve a coragem de
desobedecer os conselhos de seu pai Davi que lhe orientou neste particular de
sua vida como líder?” Responder-te-ia com uma simples sentença: todos somos
humanos e propensos aos erros e por esta razão precisamos confiar em Deus e não
nas próprias habilidades. Ainda que elas sejam maravilhosas não podem
substituir o lugar que Deus merece em nosso viver. Não pense você que o fato de
estar estudando aqui neste local ou que a possibilidade de alcançar um
excelente nível de intelectualidade lhe tornará imune a esta tentação de
confiar mais em si mesmo do que em Deus.
Você,
meu jovem líder, que me ouve nesta noite, preste atenção no que eu vou lhe
dizer. Nunca deixe de confiar no Deus Eterno, e ainda que você possua uma
excelente sabedoria ou um precioso preparo intelectual mantenha firme a sua
confiança no Deus Todo Poderoso. A despeito das oportunidades que a vida
porventura lhe ofereça reconheça o Senhor em todos os seus caminhos. Eu fui
considerado um homem muito sábio mais cometi erros primários. Deus falou comigo
duas vezes recordando as bases do pacto que meu pai fizera com Ele como também
do pacto que Ele estabelecera comigo. E eu tive a infeliz capacidade de
transgredí-lo, tornei-me um desobediente, deixei de confiar no Deus Eterno. E
como vocês costumam dizer: “enfiei os pés pelas mãos”. Por favor não trilhe os
meus caminhos. Confiem no Senhor!
Uma
segunda lição que aprendi com os meus erros é que a verdadeira sabedoria do
líder revela-se em ....
II
– VALORIZAR A PALAVRA DE DEUS(Deuteronômio 17.14-20).
Aqui
estou eu um homem dotado de sabedoria sobre todos os de meu tempo, rodeado de
bênçãos inéditas, de dignidade, de honra e privilégios. Meu cálice
transbordava, não faltava nada daquilo que o mundo pode suprir para a
felicidade humana. Todos acalentavam as maiores e melhores expectativas e as
mais brilhantes esperanças a meu respeito. Porém, com muita tristeza eu digo
que fracassei deploravelmente em todos os pormenores sobre os quais a Lei de
Deus havia falado tão clara e terminantemente.
Fora
me dito para não multiplicar prata e ouro, e, contudo, multipliquei-os. Fora me
dito para não fazer voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos, e,
todavia, ao Egito mandei buscar cavalos. Fora me dito para não multiplicar para
mim mulheres, e, não obstante, tive um milhar delas, e elas perverteram o meu
coração. Estes ensinos estão registrados no Livro da Lei de Moisés e acrescenta-se
a orientação de que eu deveria ter uma cópia dele em minhas mãos para
consultá-lo diariamente.
Alguém
aqui nesta noite pode estar perguntando a si mesmo: “A que se deve atribuir o
seu retumbante, triste e humilhante fracasso? Qual foi o segredo do seu erro
Salomão?” E eu lhe digo que faltou-me o cuidado de valorizar a Palavra de Deus.
E você, meu caro ouvinte, que valor tem a Palavra de Deus em sua vida? Digo com
muita vergonha que menosprezei a Palavra de Deus e que se tivesse atendido as preciossímas
e importantes admoestações a história que vocês conhecem a respeito de mim
seria bem diferente. É evidente que a causa da miséria e da ruína que tão
rapidamente seguiu o esplendor do meu reinado foi o menosprezo da Palavra de
Deus. Esta Palavra que orienta o líder quanto aos perigos que ele corre.
Ouçam
meus jovens que aspiram a liderança ministerial, cuidem de valorizar a Palavra
de Deus. Pois a indiferença pela Palavra de Deus é a origem de todo fracasso,
toda a ruína, todo o erro, todo o dano e confusão, heresias, seitas, cismas,
que existiram e que existem no mundo. Tenham esta Palavra como objeto de
consulta diária para que se aprenda a confiar e temer o Deus da Palavra; para
que você seja sábio no exercício de sua liderança. Rogo a cada um que não se
aparte dos ensinos e nem da Palavra de Deus de modo que ajam com prudência e
mantenham-se dentro dos propósitos que Deus tem para as suas vidas. Você, meu
querido ouvinte, não pode prescindir do ensino contido na Palavra de Deus. Eu o
desafio a valorizá-la a cada dia que passa mais e mais pois isto lhe permitirá
agir com a verdadeira sabedoria de um líder abençoado por Deus.
Uma
terceira lição que eu aprendi com os meus erros é que a verdadeira sabedoria do
líder revela-se em ....
III
– ESTAR SEMPRE NA PRESENÇA DE DEUS(1 Reis 11.1-13).
Como
conseqüência dos dois erros anteriores cometi um terceiro erro primário que foi
me afastar da presença do Deus Eterno. Volto a afirmar que o líder que deseja
agir sabiamente precisa confiar no Deus Eterno, precisa valorizar a Palavra
deste Deus e também precisa estar sempre na presença augusta deste que é digno
de toda honra e toda a glória. É esta a sua atitude? Você tem estado na
presença de Deus?
Ah!
Meus diletos ouvintes como foi terrível ouvir do Deus Eterno esta sentença:
“você quebrou o seu acordo comigo e desobedeceu aos meus mandamentos; por isso
Eu vou tirar o Reino de você e vou dá-lo a um dos seus oficiais”. Esta decisão
de Deus foi o resultado de meus erros pois fui me afastando aos poucos dos
compromisso com Ele. Tornei-me um rei ganancioso e por este ideal de acumular
riquezas transgredi mandamentos; para sustentar a máquina administrativa do meu
governo contraí dívidas e incentivei o surgimento de convênios com outras
nações; dos meus casamentos político-financeiros surgiram os templos pagãos que
construí para agradar minhas esposas. Tornei-me um idólatra pois adorei
Astarote, Moloque, Quemos e outros nojentos deuses dos outros povos. De modo
vergonhoso quebrei o pacto que havia estabelecido com o Deus de Israel. Não fui
fiel a Ele como o meu pai o foi. E se mal lhe pergunto você tem sido fiel a
Deus? Vasculhe a sua vida e veja se não existem outros interesses que podem ser
verdadeiros ídolos.
Como
é doloroso relatar estas atitudes insanas que eu cometi. Porém, o faço como que
um apelo para que você me ouça e tome o cuidado de estar sempre na presença de
Deus. Não o abandone jamais. O tenha como soberano em seu viver. Siga o exemplo
de meu pai o rei Davi que ficou conhecido como o homem segundo o coração de
Deus. Aproxime-se a cada dia do Deus criador e sustentador de todas as coisas.
Eu sei que você deseja ter a verdadeira sabedoria para liderar e bem a sua
comunidade. Esta sabedoria revela-se em estar na presença de Deus todos os dias
da sua vida. É necessário perseverança e o desejo ardente por esta presença.
Por isso eu peço licença a você e lhe desafio a seguir em frente no desejo de
que a cada dia aproxime-me mais e mais do Senhor.
CONCLUSÃO:
Concluindo
estas considerações acerca de minha vida quero relembrá-los dos meus erros e
exortá-los a que tomem os devidos cuidados para não cometê-los. Eu tenho
certeza de que você desejam liderar o seu povo e as suas vidas com a verdadeira
sabedoria. Esta sabedoria é fruto de três princípios rudimentares e que
infelizmente e deixei de observar.
Porém,
eu imploro que você, como líder, nunca deixe de confiar no Deus Eterno. Eu fui
um fã de mim mesmo, troquei o certo pelo duvidoso; abandonei a confiança no
Eterno; troquei o amor do Eterno pelas efemeridades das paixões. Por favor
confie no Senhor de todo o seu coração.
Eu
os exorto a que valorizem a Palavra de Deus e em hipótese alguma a menosprezem.
Tenham-na como bússola de suas vidas. Reflita, medite sobre os seus
ensinamentos. Seja a Palavra de Deus o seu manual, a sua ferramenta de
trabalho. Como eu me arrependo de ter menosprezado este livro tão precioso que
é a Palavra de Deus.
Rogo
a você futuro líder do povo de Deus ou a você que já está liderando que
mantenha-se sempre na presença do Senhor. Cuidem de serví-lo fielmente.
Preocupem-se em honrá-lo no seu comportamento diário. Cuidado com a idolatria,
cuidado com as paixões carnais, não ceda a tentação da prosperidade material;
não perca a visão de que vocês são servos de Deus. Não troque o amor eterno que
Deus oferece pelas paixões efêmeras que o mundo dá.
Sejam
vigilantes em confiar no Deus Eterno. Sejam cuidadosos em valorizar a Palavra
de Deus que traz conselhos sábios. Sejam perseverantes em estar na presença
maravilhosa do Senhor. Pois a verdadeira sabedoria está em observar estes
ensinamentos. E que para tanto Deus abençõe vocês! Shalom.
ATITUDES
ACERTADAS NOS MOMENTOS DE PROVAÇÕES
(Daniel
6.7-10)
Introdução:
Bom
dia! Faz pouco tempo que estou entre vocês e pude perceber que estão vivendo
numa época onde o povo de Deus passa por sérias provações, a opressão social, a
injustiça, a fome, a miséria, os desconfortos políticos, etc.. compõe-se em
verdadeiros elementos de provações que exigem de cada crente uma atitude
correta, digna, exemplar. Num tempo como esse é extremamente necessário que as
nossas ações sejam corretas e preferencialmente conduzidas pela obediência a
Deus e sua vontade.
Isso
me faz lembrar um tempo em que passei por muitas provações e que precisei agir
corretamente. Meu nome é Daniel e pode ser que a maioria aqui presente já
conheça a minha História de vida e por isso creio que minha tarefa será
facilitada. Como agir corretamente nos momentos de provações?
I
- A primeira atitude acertada de um indivíduo nos momentos de provações é
escolher a obediência exclusiva a Deus(vv.7-9).
Creio
que a minha história pessoal delineia um comportamento ideal no momento de
dificuldade e uma das suas dimensões é para com a autoridade civil. Ela aponta
um comportamento de firmeza e conciliação, ao mesmo tempo, em tudo o que é
possível. Eu tinha o privilégio de servir às autoridades civis no período em
que o seu povo havia sido derrotado e os mais úteis e competentes haviam sido
levado como escravos para um outro país. O meu momento de escolha possuía uma
série de implicações, "era o mais honrado de todos os amigos do rei",
mas esta proximidade não interferiu na decisão entre obedecer a seu Deus e
desobedecer a seu rei. A ordem do rei proibia que fossem feitas orações e súplicas
a qualquer outra divindade. Eu fiz a escolha certa quando optei por obedecer ao
Senhor meu e nosso Deus. E como fruto de minha fidelidade tive a minha vida
salva e também a minha amizade com o rei. Pois é somente a fidelidade e a
amizade a Deus que salva a fidelidade e a amizade ao homem; do contrário, ambas
se perdem, com freqüência irremediavelmente.
Duas
leis são colocadas em contraste: a humana que torna o "decreto do rei
irrevogável" e a divina, que exige oração, súplica e louvor contínuo. O
ato de observar a primeira parece favorecer a vida: na realidade "os
homens, seus filhos e mulheres ainda não haviam tocado o fundo da cova, e os
leões já se tinham apoderados deles, esmagando-lhes os ossos". A
observância da lei de Deus parece expor a morte: pelo contrário, "o meu
Deus mandou o seu anjo que fechou a boca dos leões e eles não me fizeram mal
algum". Deus se revela como o conciliador dos contrários e a fidelidade à
vontade divina claramente expressa faz o homem encontrar cem vezes mais aquilo
que se julgava perdido.
Ilustração:
Talvez
vocês conheçam a narrativa da escolha feita por Sadraque, Mesaque e Abdenego.
Estes jovens hebreus que faziam parte da Corte do rei Nabucodonozor e que não
hesitaram em escolher por não servir nem adorar a estátua erguida: "fica
sabendo, o rei, que não serviremos o teu deus, nem adoraremos a estátua de ouro
que tu levantaste". Este episódio nos mostra que os jovens hebreus
conseguiram conciliar a fidelidade a Deus com a fidelidade ao rei, logo após
serem libertos da morte na fornalha.
Aplicação:
A
despeito dos privilégios que possuíam os jovens hebreus não titubearam. Pois
quando acontece o choque no terreno religioso, de modo que o poder(ou qualquer
outra coisa ou pessoa) exige adoração, quando, em vez de representar a Deus,
pretende substituí-lo não temos outra opção a não ser: obedecer a Deus.
Nitidamente duas mentalidades humanas que julgam de maneiras diversas os
valores entram em choque. Para o rei o valor supremo é a própria vida:
ameaçando esta, julga obter tudo, abrir de par em par a porta de todas as
vontades. Para os jovens, o valor supremo é à vontade de Deus, para o qual
estão dispostos a privar-se de um valor inferior.
Os
instantes pelos quais vive a igreja nos diversos lugares do planeta exigem uma
posição segura e uma escolha acertada. Não há meio termo, não temos condições
de ficarmos dividindo os valores. A cada dia os crentes são colocados na
posição de ter que fazer uma escolha pessoal. Optar entre o bem e o mal; o
certo e o errado; o eterno e o temporal; o ético e o não ético; o legal e o
ilegal; o moral e o imoral; entre Deus e os homens.
A
Palavra de Deus nos seus exemplos é clara em nos revelar que é necessário que
tenhamos os olhos abertos e as mentes aclaradas para o fato de que é
extremamente importante termos estabelecido uma escala de valores onde Deus
ocupe o primeiro lugar diante de todas as possibilidades de oposição. E nesta
manhã eu conclamo a cada dos que me ouvem a não hesitar em escolher ao Senhor
mostrando-se diligente e fiel às suas promessas, mandamentos e amor.
II
- A segunda atitude acertada de um indivíduo nos momentos de provações é
empenhar-se constante e fielmente na confiança em Deus(v.10).
A
segunda dimensão envolve um comportamento para consigo mesmo onde deveria se
empenhar constante e fielmente na confiança em Deus. A radical escolha em
obedecer a Deus revela a confiança da parte do homem e de interesse concreto da
parte do Senhor. Esta escolha de Deus em lugar do ídolo pode parecer fácil nos
episódios já examinados, onde se respira uma confiança e estima do rei. Porém,
ela só pode existir porque eu reconheci que todos os meus privilégios eram
provenientes das bênçãos que o Senhor me concedia e que deveria empenhar-me por
ser constante e fiel no confiar no seu Deus.
Eu
poderia me apoiar em mim mesmo e na minha importante relação com o reino,
também eu poderia aproveitar o momento político e galgar mais uma posição de
destaque diante dos líderes que forçaram o lançamento do decreto-lei. Como
disse poderia, mas eu não quis fazê-lo. Como um que agia corretamente no seu
viver decidi por empenhar-me ao máximo no ato de confiar em Deus e prostrava-me
três vezes ao dia e ali no meu quarto entregava ao Senhor as minhas
necessidades e aspirações numa prova genuína de confiança no Senhor.
Ilustração:
No
livro de Salmos 37.5 encontramos a seguinte orientação: "entrega o teu
caminho ao Senhor, confia nele, e Ele tudo fará". Toda a existência
simbolizada pelo termo caminho deveria ser entregue a Deus numa prova cabal de
confiança nEle.
Aplicação:
Quando
pensamos na palavra confiança ela é a expressão do coração, para fé. É a
palavra do Antigo Testamento e o vocábulo que definiu o estágio infantil da fé.
A palavra fé expressa mais o ato da vontade, a palavra crer, o ato da mente ou
intelecto, mas a palavra confiança é a do coração. Confiança implica em se
apoiar numa pessoa que é um grande, verdadeiro e vivo coração de amor.
Então
confie nEle, em face a todas as negações, não obstante as aparências, mesmo
quando você não consegue entender o caminho e não conhece a saída; ainda assim,
"confie nEle, e o mais Ele fará". O caminho se abrirá, aparecerá a
saída certa, o fim será de paz e livramento, a nuvem se erguerá e a luz de um
eterno meio-dia brilhará por fim.
Somos
desafiados quer pelas orientações do salmo ou pelos exemplos de minha
experiência pessoal a entregar, empenhar, dedicar o nosso tempo na ação de
confiar em Deus de um modo fiel e constante. Depende de cada um de nós e por
certo Deus quer nos abençoar nos momentos de provações. Você não acha que vale
a pena confiar? Nesta hora o desafio está sendo lançado também a você. O que
fazer? É só depositar sua confiança no Senhor e descansar nEle!
III
- A terceira atitude acertada de um indivíduo nos momentos de provações é praticar
um viver iluminado pela oração(v.10).
A
terceira dimensão envolve um comportamento para com o Senhor, convidando-o a
uma atitude de sentida e iluminada oração. A Bíblia ensina claramente que a
vida do fiel deve estar cheia de uma constante atitude de oração. A situação
vivida por mim única e singular em minha vida consistia numa prática cotidiana
de oração. A acusação que resultou na minha condenação foi exatamente porque
mantinha o hábito de orar. Os meus acusadores me vigiaram e me denunciaram ao rei
que havia promulgado o decreto que proibia tal atitude. E como pena fui lançado
à cova dos leões que fatalmente me devorariam. Porém, para a alegria do rei e
tristeza dos acusadores Deus revelou a sua fidelidade ao seu servo, e a
estendeu até ao rei, fechando a boca dos leões e permitindo que as minhas
orações fossem alcançadas e minha vida liberta.
Eu
orava constantemente ao Senhor porque cria que Deus orientaria em minhas
interpretações de sonhos e nas resoluções dos problemas da Corte. De um modo
claro e objetivo o meu viver era iluminado pela oração que permitia um contato
fidedigno com Deus. E o desenvolver dos fatos relatados por mim mesmo comprovam
que realmente o meu viver foi iluminado, pois minha base estava firmada na
relação entre Deus e eu por meio da oração.
A
oração é o elo que nos põe em contato com Deus. É o portal que nos dá acesso a
presença do Todo Poderoso. É a ponte que liga qualquer distância e nos conduz
sobre qualquer abismo, perigo ou necessidade. A Bíblia nos enche os olhos com
exemplos adoráveis de homens e mulheres que mantiveram uma vida de oração.
Daniel crescia no conceito do rei porque o seu viver era intimamente ligado a
Deus. Ele possuía uma poderosa arma à sua disposição: a oração.
Somos
desafiados a cada instante a sermos luz num tempo de trevas profundas. A cada
dia a exigência é maior e as provações mais intensas. O que é que tenho feito?
Como você tem agido? O que nós podemos fazer? É certo que temos um canal
ilimitado por onde pode passar infinitas provisões e bênçãos divinas. Mas será
que temos lançado mão deste manancial inesgotável? Podemos dizer que para
enfrentar as provações, precisamos orar; e precisamos continuar a orar para
viver, para que a nossa luz brilhe diante das trevas que venham a nos cercar!
Conclusão:
Ao
concluir estas considerações a respeito das atitudes corretas nos momentos de
provações, desejo que todos os que me ouvem recordem comigo o que aprendemos
com a Palavra de Deus nesta noite. No decorrer de nossa reflexão pensamos em
três dimensões do comportamento humano e desta forma é importante que
compreendamos que Deus deseja que sejamos sábios quando as circunstâncias
exigirem de nós uma posição ou opção entre Deus e os favores políticos, aliança
ou até mesmo boa posição na sociedade, de modo que sejamos fiéis ao Senhor.
Sigamos o exemplo de Daniel que optou por ser fiel a Deus.
Num
segundo estágio nossa vida também é colocada a prova quanto a nós mesmos e
somos tentados a confiar em nossas próprias capacidades e conhecimentos. É
importante, porém, que aprendamos a confiar somente no Senhor de modo que todas
as coisas sejam acrescentadas no tempo oportuno. Num terceiro e último estágio
somos compelidos a buscar a face do Deus Todo Poderoso e está é uma implicação
que envolve o nosso relacionamento direto com o Deus que realiza grandes
livramentos. Ligados a Ele pela oração teremos por certo um viver iluminado
porque Deus é luz e não há nEle trevas nenhuma.
São
estas as atitudes corretas que nos permitirão um viver vitorioso nos momentos
de lutas e provações. E para a nossa alegria todas estão ao nosso alcance,
basta que queiramos escolher, confiar e buscar ao Senhor! Que Ele nos ajude a
tomar as decisões acertadas!
AS CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA ABENÇOADA
Bom
dia. É um prazer estar com vocês nesse encontro de Mestrado que creio ser uma
etapa importante em seu aprendizado. Sou Barnabé e venho de muito longe
atravessando as barreiras do tempo e do espaço para compartilhar as
experiências adquiridas ao longo de minha vida cristã. Soube que este encontro
é para aperfeiçoar os seus conhecimentos sobre a pregação relativa aos
problemas contemporâneos de modo que a Igreja de Cristo será abençoada através
de suas vidas. Fico feliz com a iniciativa dos irmãos e me recordo dos tempos
em que ensinava as Escrituras. Fico feliz também em saber que o médico querido,
Lucas, que procurou registrar os atos apostólicos, teve os seus escritos
preservados até hoje. Creio que nesses escritos constam algumas informações
sobre minha biografia. Bem deixemos de lado a minha vida e pensemos agora sobre
a minha querida e abençoada igreja.
A
Igreja de Antioquia originou-se da iniciativa missionária de um grupo de Cirene
e Chipre e deu muitos frutos. Fui designado pela igreja de Jerusalém para
investigar aquele trabalho e quando lá cheguei vi que estava em progresso uma
verdadeira obra da graça de Deus e fiz tudo o que estava ao meu alcance para
estimular os irmãos. A obra foi crescendo e eu senti que precisava de ajuda.
Então fui até a cidade de Tarso e chamei a Saulo para que viesse comigo e
juntos naquele ministério pudemos contemplar o crescimento daquela igreja. E em
pouco tempo nossa igreja já havia crescido mais do que a de Jerusalém tanto em
expansão quanto em influência(Atos 11.19-26). No convívio com aquela abençoada
igreja aprendi que uma igreja pode crescer se mantiver algumas características
básicas no seu comportamento. E nesta minha breve visita aos irmãos desejo
conduzi-los a uma reflexão sobre As Características de Uma Igreja Abençoada. E
para tanto que o Senhor nos abençoe neste momento.
I
– A Primeira Característica de Uma Igreja Abençoada é Ser Uma Igreja
Completamente Evangélica(Atos 15.1-5).
A
igreja de Antioquia recusou manter-se debaixo da escravidão do legalismo
judaico porque era uma igreja que desejava viver o Evangelho de Jesus Cristo.
Os membros que faziam parte da igreja eram judeus e gentios e esta situação deu
lugar a uma controvérsia. Alguns crentes, da igreja de Jerusalém, vieram até à
igreja de Antioquia, sem serem convidados, e ensinavam que os crentes gentios
tinham a necessidade de guardar a Lei de Moisés inclusive o rito da circuncisão
para serem salvos.
Uma
delegação foi enviada à igreja de Jerusalém para que fosse discutida a questão.
O resultado foi favorável aqueles que reivindicavam o fato de que a salvação é
dada pela graça e através da fé. Deste modo nossa igreja foi liberta dos
grilhões do judaísmo e assumiu a direção no mundo cristão. Os ensinos de Cristo
são suficientes para a vida de qualquer igreja. Caríssimos irmãos, prezadas
irmãs não permitam que outros tentem misturar os ensinos puros do Evangelho com
falsos ensinos, ritos, cerimônias e tradições humanas.
Mas
o legalismo não era o único problema de nossa época: várias eram as
dificuldades que as igrejas daquele período enfrentavam(gnosticismo,
imoralidade, falsos mestres, pobreza, perseguição) e que procuravam desviar a
igreja de sua fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo. Você já parou para
analisar quais são os problemas ou pressões atuais que têm confrontado e desafiado
a fidelidade de sua igreja ao Evangelho de Cristo?
Queridos
irmãos, prezadas irmãs, vocês que ministram nas diversas igrejas do Senhor
espalhadas por este país, mantenham o padrão de Deus. Lembrem-se dos ensinos de
Jesus Cristo Senhor e Salvador nosso. Ser cristão é ser imitador de Cristo e em
matéria de doutrinas não há outro mestre como Ele. Firmeza doutrinária e zelo
no cumprimento da vontade de Deus não fazem mal a ninguém. A boa nova de Jesus
deve caracterizá-los. Distinguindo-os como se distingue o joio do trigo ou a
árvore que dá bons frutos daquela que não os dá. Sejam fiéis aquilo que
aprenderam do Senhor e permitam que a sua Palavra produza a qualidade e o
crescimento que Deus espera de suas vidas e de suas igrejas.
II
– A Segunda Característica de Uma Igreja Abençoada é Ser Uma Igreja
Missionária(Atos 13.1-12).
A
Igreja de Antioquia nasceu do trabalho missionário e não negou suas origens. Os
frutos foram integrados à vida da igreja e ali mesmo encontraram condições
favoráveis para o surgimento de vocações tanto no treinamento quanto no envio
de obreiros aos lugares não evangelizados. A evangelização, o ensino cristão e
missões são os companheiros inseparáveis de uma igreja missionária. Porém, em
cada igreja abençoada deve haver ambiente espiritual que favoreça os membros a
ouvirem, com mais desembaraço, a chamada do Espírito Santo para a obra
missionária, como aconteceu comigo e Paulo. Estejam atentos, prezados irmãos, a
ministração do Espírito Santo no meio de você e não desobedeçam à sua voz.
Uma
igreja abençoada, pela natureza de sua organização, e pela sua razão de ser,
tem o dever de produzir os futuros líderes cristãos. Cabe às igrejas a tarefa
de promover a expansão dos horizontes do cristianismo. Para isto, as igrejas
devem cultivar o hábito de orar e dar aos moços crentes visão missionária,
interessando-os na obra de missões e conduzindo àqueles que o Espírito Santo
desejar separar à assumirem compromissos pessoais com a obra de evangelização
do mundo. A igreja de Jerusalém resistia à idéia de levar o Evangelho a outros
povos e isso era, é e será um erro terrível. Os irmãos querem que suas igrejas
sejam abençoadas? Sigam o exemplo da minha igreja e vivam para pregar o
Evangelho. Falem de Cristo; orem pelos que estão na seara; aceitem o desafio de
proclamar que só Jesus Cristo salva. Contamine sua igreja com esta santa idéia;
convença a sua igreja, desperte os seus liderados; abra você o seu coração e
desafie seus irmãos a abrirem também o deles à obra do Espírito Santo que os
capacitará a fim de que sejam testemunhas até os confins da terra.
III
– A Terceira Característica de Uma Igreja Abençoada é Ser Uma Igreja
Amorosa(Atos 11.29-30).
Além
da identidade evangélica, da visão missionária, a igreja de Antioquia praticava
também o amor cristão. Ao tomar conhecimento das necessidades que passavam os
judeus cristãos de Jerusalém, os crentes providenciaram recursos e mandaram
esta oferta através de mim e de Paulo. Os irmãos da igreja de Antioquia
mostravam sua gratidão pelo fato do Evangelho ter chegado a eles através dos
judeus. Mais do que gratidão havia amor movendo e motivando nossos corações
para que praticássemos a beneficência deixando assim um precioso exemplo para
as vossas igrejas.
Lembro-me
nesta hora das palavras do apóstolo João, querido companheiro contemporâneo ao
nosso ministério, e que creio sejam conhecidas por todos vocês: “Quem, pois,
tiver bens do mundo, e, vendo seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração,
como permanece nele o amor de Deus?”(1 João 3.17). É claro que amar não
significa necessariamente ajudar financeiramente um irmão ou alguém
necessitado. A igreja de Cristo, que por ser dele já é abençoada, deve ser
caracterizada como a comunidade que vivencia o amor da maneira mais plena. De
fato o amor é a manifestação prática da fé. Todas as atividades da igreja devem
ter como meta aumentar o amor: a Deus e ao próximo.
Recorro
mais uma vez ao pensamento de João para confrontá-los e estimulá-los à prática
do amor e se pudéssemos resumir tal pensamento assim seria: “Quem ama a Deus
ame também a seu irmão”(1 João 4.21). Você ama a Deus? Mostre então esse amor
de modo prático e convincente nos seus relacionamentos. As suas atividades ou a
sua liderança eclesiástica têm aumentado o amor entre os irmãos? Deus quer rever
suas prioridades e atividades. Peça ao Senhor que lhe dê sabedoria para que
tanto você como sua igreja cresçam no amor. Aliás como ensina o velho amigo
Paulo todas as outras virtudes são passageiras mas a única que permanece é o
amor. Peça a Deus que ministre através do seu Santo Espírito mais amor sobre os
irmãos.
Conclusão:
Concluindo
estas considerações sobre minha igreja, vale a pena salientar que outros
aspectos poderiam ser destacados e alistados. Porém, quero recapitular o que
foi apresentado e desafiá-los a edificarem suas igrejas de modo que com este
crescimento qualitativo elas também dêem um salto quantitativo para que Deus
seja glorificado ainda mais através destas igrejas tão queridas e preciosas
para o Senhor.
Uma
igreja abençoada é aquela que preserva sua identidade evangélica, sem mescla,
sem erros, sem desviar-se do padrão de Jesus. Uma igreja abençoada é aquela que
reproduz vidas e investe nestas vidas para que alcancem os que estão sem Deus,
sem luz e sem vida. Uma igreja abençoada é aquela que pode ser reconhecida como
um lugar que reina o amor.
Quanto
mais abençoada, mais evangélica. Quanto mais evangélica, mais missionária.
Quanto mais missionária, mais amorosa e neste processo cíclico caminhará rumo a
perfeição. Sua igreja pode ser abençoada! Creia neste desejo de Deus! Trabalhe
para que ele se realize no seu ministério. Que Deus tenha misericórdia de vocês
e os capacitem com sua graça para beneficiarem e abençoarem suas igrejas. Amém!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUER,
Dicionário de Teologia Bíblica.pg.352.
BONORA,
Antônio. Amós, o profeta da justiça. São Paulo. Ed. Paulinas.1983. 110p
BLACKWOOD,
Andrew Watterson. A Preparação de Sermões. Rio de Janeiro – JUERP – 1984. 282p
BROADUS,
Juan Alberto. Tratado sobre la predicacion. CBP. México. 1976. 332p
BROWN,
Colin. in Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, pg. 761
COLEN,
Armando Chaves. I Timóteo. Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembléias de
Deus. 1983. 61p
CRABTREE,
Asa Routh. A Doutrina Bíblica do Ministério. Rio de Janeiro. Casa de
Publicadora Batista. 1956. 131p
HARBIN,
Lonnie Byron in Os Fundamentos do Profetismo pg.1
HORRELL.
Apostila de Teologia Sistemática. FTBSP. São Paulo. 300p
KELLY.
I e II Timóteo e Tito: Introdução e Comentário. Trad. Gordon Chown. São Paulo.
Vida Nova e Mundo Cristão. 1983.223p
KEY,
Jerry Stanley. Apostila de Homilética – Rio de Janeiro – 1989. STBSB – pg. IV-5
KEY,
Jerry Stanley. O Sermão Biográfico Para Hoje. Apostila não publicada. Pg.1
KOLLER,
Charles W. Pregação Expositiva Sem Anotações. São Paulo - Mundo Cristão – 1987.
132p
LLOVERA,
José Maria. Tratado de sociologia cristiana. Madrid. 1976.
NORTH,
Stafford. Pregação: Homem e Método. São Paulo. Edições Vida Cristã.
SCHILDENBERG,
J. in Dicionário de Teologia Bíblica, pg. 909.
SWINDOLL,
Charles R. Davi Um Homem Segundo o Coração de Deus. São Paulo. Mundo
Cristão.1999. 367p.
SHEPARD,
J.W. O Pregador. Casa Publicadora Batista. Rio de Janeiro. 1950. 193p
WARREN,
Rick. Uma Igreja Com Propósitos. São Paulo. Editora Vida.1997. 496p
WEINGAERTNER.
Em Diálogo com a Bíblia: 1 e 2 Timóteo. pg. 132
WILDER,
John B. O Jovem Pastor. Trad. Judith Bruce. Rio de Janeiro. JUERP. 1983. 112p
Nenhum comentário
Postar um comentário