INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA
HOMILÉTICA: É a ciência que estuda os princípios
fundamentais do discurso em público, aplicados na proclamação do evangelho.
Este termo surgiu durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, quando
as principais doutrinas teológicas receberam nomes gregos, como, por exemplo,
dogmática , apologética e hermenêutica.
As disciplinas que mais se
aproximam da homilética são a hermenêutica e exegese que se complementam.
HOMILETIKE – (Grego) ensino em tom
familiar
HOMILIA – (do verbo homileo ) Pregação cristã, nos lares em
forma de conversa.
PREGAÇÃO Ato de pregar a palavra de Deus.
Pregação é o ato de pregar a
palavra de Deus. Pregador (aquele que prega), vem do latim, “prae” e “dicare”
anunciar, publicar. Apalavra grega correspondente a pregador é “Keryx”, arauto,
isto é, aquele que tem uma mensagem (Kerygma) do reino de Deus, uma boa
notícia, uma boa-nova – evangelho, “evangelion”.
DEUS, A PALAVRA E O
MINISTRO
DEUS
Pregador Ouvinte/comunidade
O pregador dirigi-se a Deus
e transmite ao ouvinte a mensagem levando-o a Deus.
Baseando-se em três passagens da vida de Pedro o pregador deve ser:
1 – Aquele que esteve com Jesus - Atos
4:13
2 – Aquele que fala como Jesus – Mateus 26:73
3 – Aquele que fala de Jesus – Atos 40:10
A
proclamação do evangelho é trazer as Boas
Novas da Salvação. Apresentar ao público Jesus Cristo, seus ensinamentos e
seu propósito, para isso, é preciso que o mensageiro tenha uma identificação
completa com Cristo. Conhecer a Cristo de forma especial é além de ser
convertido Ter certeza de uma chamada (missão) específica para o ministério da
palavra o que só é possível a aquele que “esteve com Jesus”.
CARACTERÍSTICAS DE UM PREGADOR
SOB O PONTO DE VISTA ESPIRITUAL
|
SOB O PONTO DE VISTA TÉCNICO
|
Chamado para obra (ordenança)
Mt 28:19
|
Dom da palavra Rm 12: 6,7.8
|
Conhecer Deus Atos 4:13
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Conhecimento da palavra II Tm
2:15
|
Ter uma mensagem Atos 5:20
|
Manejo da palavra II Tm 2:15
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Unção 2 Reis 2.9
|
Guardar a palavra no coração Sl
119
|
Autoridade/ousadia Mc 1:21
|
Instrumento II Tm 2:15
|
A palavra de Deus afirma que a fé vem pela pregação
da palavra e a pregação pela palavra de Cristo”. Rm 10:17. Entretanto, a falta
de preparo adequado do pregador, falta de unidade corporal no sermão, falta de
vivência real do pregador na fé cristã, falta de aplicação prática às
necessidades existentes na igreja, falta de equilíbrio na seleção de textos
bíblicos e a falta de um bom planejamento ministerial trazem dificuldades na
proclamação da palavra.
ÉTICA NO PÚLPITO
“A primeira impressão é a
que fica”;
“Em meio ao desenvolvimento
da reunião, atravessa todo o corredor principal, aquele que será o preletor do
encontro. Toda atenção está voltada para ele, que observado é dos pés a
cabeça.”
Seu comportamento, imagem e
exemplo é atributo influente na transmissão da mensagem como um todo. Devemos
considerar que, quando existe uma indisposição do ouvinte para com o mensageiro,
maior será sua resistência ao conteúdo da mensagem.
Não existe uma forma correta de se apresentar. Esteja de acordo com o
local e a ocasião, sobretudo as mulheres. Nos homens o uso do “terno e gravata”
é adequado a quase todos os locais e ocasiões.
Como são os membros da igreja que visita? Quais são as características
da denominação? Qual é o horário de início e término do culto? Em que bairro se
localiza?
Observe com
atenção estes aspectos errados que
devem ser considerados pelo pregador:
- Fazer uma Segunda e auto-apresentação;
- Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo;
- Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia;
- Limpar as narinas, cocar-se, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a roupa;
- Usar roupas extravagantes;
- Apertar a mão de todos. (basta um leve aceno)
- Fazer gestos impróprios;
- Usar esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte;
- Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar.
- Não fazer a leitura do texto ( Leitura deve ser de pé)
- Evitar desculpas, você começa derrotado ( não confundir com humildade);
- Chegar atrasado;
O pregador não precisa aparecer.
Quando convidado
para pregar em outras igrejas, o pregador deve considerar as normas
doutrinárias, litúrgicas e teológicas da igreja em questão.
1 – Evite abordar questões teológicas
muito complexas;
2 – Não peça que a congregação faça algo que não
esteja de acordo com os preceitos;
3 – Procure estar dentro dos padrões da denominação;
4 – Procure dar conotações evangelísticas a
mensagem;
5 – Respeite o horário ( mesmo que seja pouco tempo
);
6 – Converse sempre com o Pastor antes do início do
culto.
Obs.A) Caso não concorde
com alguns aspectos, não aceite o convite.
B) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja
C) Se acredita Ter recebido uma
mensagem de Deus dentro desses aspectos: Fale com o Pastor.
AULA 02
ESTRUTURA DO SERMÃO
Qualquer
explicação requer organização, ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma
explicação da palavra e vontade de Deus esse deve ser didático. A prática de
pregações através dos tempos levou o estudiosos do assunto a relacionarem
alguns elementos básicos que devem estar presentes nos sermões, dando a eles
uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem. Esses elementos,
Alvo, texto, tema, introdução, corpo,
conclusão e apelo compõem o que chamamos de estrutura do sermão são imprescindíveis pois norteiam a linha de
pensamento do pregador direcionando o ouvinte para o conteúdo da mensagem.
ALVO OU OBJETIVO – Neste momento do sermão, o objetivo ou assunto , o pregador deverá ser inspirado por Deus. É exatamente aqui que ele recebe a mensagem que tem a pregar e a partir deste ponto estruturá-la para levar a igreja. Se você não tem nada para falar, não fale nada. Se o Espírito Santo lhe der algo a falar, fale, mas fale direito.
TEXTO BÍBLICO – O assunto do sermão deverá ser baseado em um texto bíblico.
TEMA – Para que o ouvinte possa Ter uma idéia do que você tem a falar é imprescindível o emprego de um tema. O ouvinte realmente estará adentrando no seu sermão.
INTRODUÇÃO – Começar bem é provocar interesse e despertar atenção. Aproximar o ouvinte do sermão e dar a ele uma noção ou explicação do que vai ser falado.
CORPO - Essa é a principal parte. Onde deverá está o conteúdo de toda mensagem, ordenado de forma lógica e precisa.
Neste
ponto também deverão ser abordadas algumas aplicações utilizadas durante o
sermão como, ILUSTRAÇÕES,
FIGURAS DE LINGUAGEM, MATERIAL DE PREPARAÇÃO.
CONCLUSÃO – “Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes desanimados”. Baseados no objetivo específico do sermão a conclusão é uma síntese do mesmo e deve ser uma aplicação final à vida do ouvinte.
APELO – Um esforço feito para alcançar a consciência, o coração e a vontade do ouvinte. São os frutos do sermão.
OBJETIVO, ALVO E ASSUNTO
O objetivo da homilética, de
uma forma geral, é a conversão, a comunhão, a motivação e a santificação para vida cristã.
O assunto de uma mensagem é algo
particular entre o pregador e Deus.
Para ter assunto é preciso viver em comunhão e
oração para que o Espírito Santo possa falar em seu coração.
A
grande questão é: como Deus fala conosco? A forma de Deus falar é individual e
peculiar.
Algumas
pessoas acreditam que Deus fala somente de forma sobrenatural. Entretanto, Deus
pode falar com você de todas as formas possíveis, fique atento, inclusive
aquelas que você menos imagina. No ônibus, em casa, no trabalho, no banho,
lendo a bíblia, olhando a paisagem, ouvindo uma mensagem, conversando,
pensando, através de pessoas ou coisas, em sonho, em revelação, no meio de uma
crise, ouvindo testemunhos, através de
crianças, ouvindo uma música, em seu lazer, em um acidente, uma lição de vida,
viajando, etc.
O QUE FALAR
QUANDO CONVIDADO PARA PREGAR EM :
* CONGRESSOS E CONFRATERNIZAÇÕES
Neste
caso os assuntos são apresentados pelos organizadores do evento. Para o
pregador, o desafio está em desenvolvê-lo. Tenha intimidade com Deus para
transmitir exatamente o que Ele quer falar.
Embora exista um tema,
normalmente, este é geral, podendo o pregador ser mais específico.
Exemplo: TEMA DO CONGRESSO: “A
videira verdadeira” João 15: 1 a 8
Você pode falar sobre: “Como o cristão pode Ter uma
vida frutífera” , “Por que o cristão
deve Ter uma vida frutífera?” ou até
mesmo , “Os frutos da videira na vida do cristão”, utilizando outros textos e inserindo um
subtema.
* DATAS COMEMORATIVAS/ CULTOS ESPECIAIS
Situações
onde o assunto é uma explicação do momento. São cultos realizados em virtude de
acontecimentos específicos na igreja local.
Dentre os cultos especiais
podemos destacar:
- Casamento
- Natal
- Aniversariantes
- Dízimos
- Batismo
- Consagração
- Aniversário da Igreja
- Posse
- Cultos dos departamentos ( Juventude, irmãs, crianças, etc.)
- Nascimento e apresentação de bebês
- Funeral
- Doutrinário
- EvangelísticoAtenção! Conheça e domine os textos bíblicos para explorar estes assuntos mais facilmente.“Para pregar, o pregador leigo deve combinar ou casar o assunto do sermão com um texto da palavra de Deus”.
ASSUNTO X TEMA
Assunto é o objetivo que você deseja
alcançar por inspiração de Deus e o tema é como você vai dizer para o público
qual é o seu objetivo.
AULA 03
TEXTO BÍBLICO
O texto bíblico é a passagem
bíblica que serve de base para o sermão.
Esse texto deverá fornecer a idéia ou verdade central do
sermão. Nunca se deve tomar um texto somente por pretexto, e logo se esquecer
dele.
Segundo Jerry Stanley Key,
existem algumas vantagens no uso de um texto bíblico:
1 - O texto dá ao sermão a
autoridade da palavra de Deus.
2 - O texto constitui a base e
alma do sermão;
3 - Através da pregação por
texto o pregador ensina a palavra de Deus;
4 - O uso do texto ajuda os
ouvintes a reter a idéia principal do sermão;
5 - O texto limita e unifica o
sermão;
6 - Permite uma maior
variedade nas mensagens;
7 - O texto é um meio para a
atuação do Espírito Santo.
EXEGESE
Exegese é o trabalho de
exposição de um texto bíblico.
DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE
1 - Leia o texto em voz alta,
comparando com versões diferentes para maior compreensão.
2 - Reproduza o texto com suas
próprias palavras. (Fale sozinho)
3 - Observe o texto imediato e
remoto.
4 - Verifique a linguagem do
texto ( história, milagre, ensino, parábola, profecia, etc.)
5 - Pesquise o significado
exato das principais palavras;
6 - Faça anotações;
7 - Pesquise o contexto (
época, país, costumes, tradição, etc.)
8 - Pergunte sempre onde?
Quem? O que? Por que?
9 - Organize o texto em seções
principal e secundárias;
10 - Resuma com a seguinte
frase: “O assunto mais importante deste texto é...”
TEMA
O tema do sermão contém a idéia principal e o objetivo da
mensagem. Deve ser estimulante e despertar o interesse, a curiosidade e a
atenção do ouvinte. Deve ser claro, simples e preciso bem como, oportuno e
obedecer o texto.
Para
se desenvolver um bom tema o pregador precisa Ter criatividade, hábito de
leitura, visão global do sermão e ser sintético.
TIPOS DE TEMAS:
Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no
sermão.
Ex.: Onde estás? Que farei de Jesus? Tenho uma arma o que fazer com ela?
Lógico: Explicativo.
Ex.: O que o homem semear,
ceifará; Quem encontra Jesus volta por
outro caminho.
Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo
verbo no modo imperativo.
Ex.: Enchei-vos do
espírito; Não seja incrédulo; Não adores a um Deus morto.
Enfáticos; Realçar um aspecto específico;
Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos;
Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem
especificá-lo.
Ex.: Amor; fé, esperança
AULA 04
ILUSTRAÇÕES
São
recursos usados para o enriquecimento, e o esclarecimento de uma mensagem,
quando devidamente aplicada.
O senhor Jesus sempre tinha uma boa história para
iluminar as verdades que ensinava ao povo.
O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer mediante um exemplo,
ajudando o ouvinte a compreender a mensagem proclamada. O bom uso da ilustração
desperta o interesse, enriquece, convence, comove, desafia e estimula o
ouvinte, valoriza e vivifica a mensagem, além de relaxar o pregador.
A ilustração não substitui o texto bíblico apenas tem uma
função psicológica e didática, para tornar mais claro aquilo que o texto
revela.
As ilustrações devem ser simples, está correlacionadas
com a mensagem, devem fornecer fatos de interesses humanos e devem Ter um ponto
alto ou clímax
Obs.: OS EXEMPLOS BÍBLICOS SÃO AS MELHORES ILUSTRAÇÕES.
As ilustrações podem ser:
HISTÓRICA E CONTEXTUAL: Quando
se aplica um conhecimento histórico ou explicação do contexto em que o texto
está inserido. Exemplos:
- Fundo da agulha – Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os mercadores tinham dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.CONHECIMENTO INTELECTUAL: Envolve o conhecimento científico, psicológico, técnico e cultural. Exemplos:
- Técnico científico – A antena da TV recebe todas as frequências ao mesmo tempo entretanto, quando escolhemos um canal, através da sintonia, estamos selecionando uma determinada frequência.METAFÓRICA OU ALEGÓRICA: Quando são empregadas figuras metafóricas como histórias e estórias. Exemplos
- Ao se aproximar da cidade do Rio de Janeiro um indivíduo reparou que o cristo redentor não era tão grande como pensava, parecia até mesmo ser menor do que seu dedo. No centro da cidade observou que estátua teria aumentado e já estava praticamente do seu tamanho, resolveu então ir até o monumento. No pé do corcovado ficou admirado com as proporções maiores do símbolo da cidade. Chegando então aos pés do cristo redentor ele pode perceber , como lhe disseram, que aquele era bem maior do que ele.EXPERIÊNCIA PESSOAL: Testemunhos. Exemplos
- Neste tipo de ilustração o pregador relata fatos verídicos que demonstram a atuação de Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todos as respostas que Deus atendeu realizando curas, transformações, salvação, livramentos, libertação, etc.Use no máximo duas ilustrações por sermão. Toda ilustração deve Ter uma aplicação e devem ser comentadas com simplicidade e naturalidade.
INTRODUÇÃO DO SERMÃO
Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução quando
terminam o livro.
Alguém disse: “O pregador começou por fazer um alicerce para um
arranha-céu, mas acabou construindo apenas um galinheiro”.
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve
ser bem perfeita para um vôo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte, despertar o
interesse e curiosidade e, também, ser
um meio de conduzir os ouvintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Uma
boa introdução dá ao pregador segurança, tranquilidade, firmeza e liberdade na
pregação.
Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um
sermão:
1 – ILUSTRATIVA – Uso de uma ilustração na introdução.
Imagine que o assunto
que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o que
pretende dizer.
2 – DEFINIÇÃO – Explicação detalha de um determinado conceito.
Explique
para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos,
termos e assuntos que ele provavelmente não conheça.
Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o
pregador explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução
lingüística do termo paz e a aplicação termo hoje.
3 – DIVISÃO – Quando se fala de características opostas. Mostre os dois
lados da moeda.
Lendo o texto de Romanos
8: 1 a 17 é possível observar como Paulo trata de dois assuntos opostos,
vida através do espírito e vida através da carne.
A
introdução por divisão é aquela em que se fala ou compara assuntos como, “paz e
guerra”, “amor e ódio”, “salvação e perdição” , “vida cristã e vida mundana”,
etc.
4 – CONVITE – Convidar o ouvinte para participar e agir. Leve o ouvinte
à ação.
Use os
verbos no imperativo.
Analisando o texto de Isaías 55 podemos observar que há um predomínio de verbos (vinde,
inclinai, vede, buscai, deixe, invocai etc )
no IMPERATIVO, que caracterizam um convite e ao mesmo tempo uma ordem.
Dessa forma o ouvinte está sendo estimulado a agir, fazer ou participar.
5 – INTERROGAÇÃO – Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do
sermão).
Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante
que esta seja bem explorada na introdução. Observe que, se estamos falando
sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como “Para onde iremos nós?”,
que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda, e para reforçar pode-se usar
o texto de Lucas 12:20 “Mas Deus lhe
disse: Insensato, esta noite te [pedirão] a tua alma; e o que tens preparado,
para quem será?”
As perguntas da introdução devem ser respondidas no corpo
do sermão.
6 – SUSPENSE – A mensagem principal está oculta e será esclarecida no
corpo do sermão.
7 – ALUSÃO HISTÓRICA – Explicar o contexto histórico.
Explique o contexto do texto em que será aplicada a
mensagem ( época, país, costumes, tradição, etc.). Observe o texto de João
4: 1 a 19. Caso sua mensagem esteja baseada neste texto, introduza com
uma explicação detalhada das relações
entre os Judeus e os Samaritanos, as relações entre os homens e as mulheres, a
lei acerca do casamento, a origem do poço de Jacó, etc.
CARACTERÍSTICAS DA INTRODUÇÃO
Uma introdução bem estruturada, deve apresentar algumas
características como, clareza e simplicidade, deve ser um elo de ligação com o
corpo do sermão e uma ordenação de pensamentos de forma lógica e sistematizada e,
não deve prometer mais do que se pode dar.
É preciso estar atento para o tempo de duração da introdução que, deve
ser breve e proporcional ao sermão. Evitar desculpas que possam trazer uma má
impressão.
AULA
05
CORPO
DO SERMÃO
Esta deve ser a principal parte do sermão. Aqui o pregador
irá expor idéias e pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisões
devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje. Depois de Ter
estudado e de fazer uma boa exegese do texto que será usado no sermão deve-se
ensinar e aplicar os propósitos de acordo com os nossos dias.
As divisões devem Ter significados
para os ouvintes e, não devem se desviar da mensagem principal que é a coluna
do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.
É necessário ser vocacionado para o Dom da palavra, mas
podemos aprender algumas técnicas que podem ajudar ao pregador no preparo do
sermão.
COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO
1 – Leia todo o texto. Ex.:
Atos 2: 37 a 47
2 – Procure a idéia principal
do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)
3 – Procure os principais
verbos e seus complementos
4 – Com base nos verbos
retirados crie frases (divisões) que os complemente e que, passem uma idéia ou
estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.
5 – Organize as frases dentro
da idéia principal.
- Faça o mesmo para Salmos 1:1 e 2 e desenvolva divisões para o seguinte sermão“As quatro maneiras de ser bem-aventurado”.
CARACTERÍSTICAS DO CORPO DO SERMÃO
As divisões retiradas do texto devem se apresentar de forma
ordenada no sermão para que não haja uma confusão de idéias. O ouvinte precisa
acompanhar o seu desenvolvimento . “Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações
e explicação, tem que apontar na direção do alvo e em ordem de interesse”. Cada
ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.
As frases devem ser breves e claras. As divisões servem
para indicar a linha de pensamento a serem seguidas ao apresentar o sermão.
Entretanto, deve-se fazer uma discussão
que é o descobrimento das idéias contidas nas divisões.
TIPOS DE SERMÕES
Tradicionalmente
encontramos, praticamente em todos as obras homiléticas, três tipos básicos de
sermões:
SERMÃO TEMÁTICO: Cujos
argumentos (divisões) resultam do tema independente do texto;
SERMÃO TEXTUAL: Cujos argumentos
(divisões) são tiradas diretamente do texto bíblico;
SERMÃO EXPOSITIVO: Cujos
argumentos giram em torno da exposição exegética completa do texto.
SERMÃO TEMÁTICO
É
aquele em que toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e
não o texto, o que permite a utilização de vários textos bíblicos.
Observe o exemplo: Tema:
“A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR...”
1 – ...ilumina nosso caminho Lucas 1:79
2 – ...liberta a nossa mente de pensamento
perturbador João 14:27
3 – ...retira sentimento de medo João 20:19 e 20
4 – ...salva João
3:16
Repare
que cada tópico (divisão) apresenta uma
característica da “Paz” proposta pelo tema, mas, para cada ponto há um texto
diferente, ou seja, a base do sermão é a “Paz de Jesus” que é abordada em
diversos textos bíblicos.
É necessário aplicar um texto bíblico em cada
divisão do tema para não atrair muito a atenção para o pregador em detrimento
da palavra de Deus. Deve-se evitar divagações e generalizações vazias e
inexpressivas.
O
sermão temático exige do pregador mais cultura geral e teológica, criatividade,
estilo apurado, contudo, o sermão temático conserva melhor a unidade.
COMO RETIRAR IDÉIAS E
ARGUMENTOS (DIVISÕES) DO TEMA
- Escolher o tema – (Criar frases, retirar de textos bíblicos ou de outras fontes);
- Analisar o tema – (repetir e refletir várias vezes);
- Pergunte-se, o que deve falar sobre o tema;
- Extrair a principal palavra ou frase do tema – (Ela pode se repetir nos argumentos);
- Separe no mínimo 3 argumentos ligados ao tema;
- Pesquisar passagens bíblicas que se refiram aos argumentos.;
- As divisões são explicação ou respostas do tema.
ATIVIDADES
1 – Crie três argumentos (divisões) que expliquem o
seguinte tema:
Tema: “Quem ama a Deus é
correspondido”.
1 - ___________________________________________________ Textos: I Cor 8:3 I João 4:20.1
2 -
___________________________________________________ Rom 8:39 I João 4:9
3 -
___________________________________________________ João 3:16
SERMÃO TEXTUAL
É aquele
em que toda a argumentação está amarrada no texto principal que, será dividido
em tópicos. No sermão textual as idéias são retiradas de um texto escolhido
pelo pregador.
Como já estudamos anteriormente, aqui estão algumas
dicas para tirar pontos do texto.
As divisões do sermão textual podem ser feitas de acordo
com as declarações originais do texto. Ou se utilizar de uma análise mais
apurada baseando-se em perguntas como: Onde? Que? Quem? Por que? Que deverão
ser respondidas pelas declarações ou frases do texto. E ainda pode-se dividir
por inferência, as orações textuais são reduzidas a expressões sintéticas que
encerra o conteúdo.
COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO
1 – Leia todo o texto.
2 – Procure a idéia principal
do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)
3 – Procure os principais
verbos e seus complementos. Lembre-se verbo é ação.
4 – Procure os sentidos
expressos nas representações simbólicas, metáforas e figuras.
4 – Com base nos verbos e
significados retirados crie frases (divisões) que os complemente e que, passem
uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.
5 – Organize as frases dentro
da idéia principal.– Leia todo o texto. Ex.:
Observe o exemplo: Texto:
Salmo 40:1-4
Tema: Nem
antes, nem depois, no tempo de Deus.
Introdução: (Definição) Esperança
significa expectação em receber um bem. O mundo é imediatista.
Corpo: O que acontece quando você
espera no senhor?
1 – Ele te retira da condição atual. ( Qual é o seu lago terrível? )
2 – Ele te coloca em segurança, na rocha. ( Te dá
visão para solucionar o problema )
3 – Ele requer a sua adoração, um novo cântico. (
Adorar em Espírito e verdade )
4 – Ele te faz testemunha, muitos o verão. (
serme-eis testemunha )
Repare que cada tópico
(divisão) apresenta um termo ou uma
passagem do texto. De tal forma que o texto pode ser bem explorado pelo
preletor.
Deve-se evitar divagações e
generalizações vazias e inexpressivas.
O
sermão textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e cultura
bíblica.
ATIVIDADES:
1 – Crie três argumentos (divisões) para o seguinte
sermão textual:
Texto: Tiago 3: 17
Tema: A sabedoria que vem Deus.
Introdução: ( Divisão ) Sabedoria
terrena.
Corpo: A sabedoria que vem do alto é:
1 – _________________________________________________________________
2 –
_________________________________________________________________
3 –
_________________________________________________________________
AULA 06
O SERMÃO EXPOSITIVO
É aquele
que explora os argumentos principais da exegese, hermenêutica e faz uma
exposição completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermão expositivo é
uma aula, uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo do
sermão requer do pregador cultura teológica e poder espiritual.
O sermão
expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e
ao estudo diário e contínuo da bíblia, deve ser feito uma análise de línguas,
interpretação, pesquisa arqueológica, e histórica, bem como, comparação de
textos.
CARACTERÍSTICAS DO
SERMÃO EXPOSITIVO
- Planejamento
- Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta;
- Interpretação mais fiel;
- Análise profunda do texto;
- Unidade, idéias subsidiárias devem ser agrupadas com base em uma idéia principal;
- Não é suficiente apresentar só tópicos ou divisões;
- Tempo de estudo dos pontos difíceis;
- Pode ser abordado em série.É muito comum o uso do sermão expositivo em pregações seriadas como conferências e estudo bíblico.
CONCLUSÃO
É o clímax da aplicação do sermão
“Para
terminar!” , “Concluindo”, “Só para encerrar”, “Já estamos terminando”.
Você
já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem terminar uma conversa, ficam
dando voltas ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber que o
tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora.
Assim, muitos pregadores não
sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por que estes não
preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas, logo, não conseguem
encontrar uma linha condutora da conclusão do sermão.
COMO DEVE SER A
CONCLUSÃO ?
1 – Apontar o objetivo específico da mensagem;
2 – Clara e específica;
3 – Resumo do sermão (o sermão em poucas palavras)
4 – Aplicação direta a vida dos ouvintes;
5 – Pequena;
6 – Faça um desfecho inesperado.
Logo,
uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de
haver esclarecido completamente o
objetivo da mensagem. É preciso Ter um ponto final para que o pregador não
fique perdido.
OBS.: NÃO DEVE PREGAR UM SEGUNDO
SERMÃO
APELO
Um
esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte.
Apelo
não é apelação.
Dois
tipos de apelos:
- CONVERSÃO/RECONCILIAÇÀO – Aos ímpios e aos desviados.
- RESTAURAÇÃO – A igreja
COMO DEVE SER O APELO
?
1 –
Convite
2 –
Impactante e direto
3 –
Não forçado ou prolongado
4 –
Logo após a mensagem.
No
apelo você deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para confirmar a sua
aceitação. Seja claro e mostre como ele deve agir.
- Levantar as mãos;
- Ir a frente;
- Ficar em pé;
- Procurar uma igreja próxima;
- Conversar com o pastor em momento oportuno.
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