O Deus do Novo Testamento é mais bonzinho que o do Antigo Testamento?

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O Deus do Novo Testamento é mais bonzinho que o do Antigo Testamento?


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Muitas pessoas afirmam que o Deus do Novo Testamento é mais “bonzinho” que o Deus do Antigo Testamento, que frequentemente ficava irado, exigia sacrifícios pelos pecados e matava pecadores impenitentes. Mas será que isso é verdade?
Não. Por várias razões:

O Deus do Novo Testamento é o mesmo do Antigo.

Não existem dois deuses, um no Antigo Testamento e outro no Novo Testamento. O Deus do Novo Testamento é o mesmo do Antigo. Há um só Deus (Isaías 45:5-6; 1 Coríntios 8:6).

Deus também está irado com o pecado no Novo Testamento.

O Novo Testamento diz que “Quem crê no Filho [Jesus] tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (João 3:36). Deus ainda sente ira contra aqueles que rejeitam a Sua graça infinita ofertada a nós por meio do sangue de Jesus Cristo (Hebreus 10:26-31).

Deus exigiu sacrifício pelo pecado no Novo Testamento.

No Antigo Testamento, Deus exigia sacrifícios pelos pecados do povo (Levítico 4). No Novo Testamento, o sacrifício perfeito pelos nossos pecados é Jesus:
Quando Moisés terminou de proclamar todos os mandamentos da Lei a todo o povo, levou sangue de novilhos e de bodes, juntamente com água, lã vermelha e ramos de hissopo, e aspergiu o próprio livro e todo o povo, dizendo: ‘Este é o sangue da aliança que Deus ordenou que vocês obedeçam’. Da mesma forma, aspergiu com o sangue o tabernáculo e todos os utensílios das suas cerimônias. De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão. Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores. Pois Cristo não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; ele entrou no próprio céu, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor; não, porém, para se oferecer repetidas vezes à semelhança do sumo sacerdote que entra no Santo dos Santos todos os anos, com sangue alheio. Se assim fosse, Cristo precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo. Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo.” (Hebreus 9:19-26)
A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar. Se pudesse fazê-lo, não deixariam de ser oferecidos? Pois os adoradores, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais se sentiriam culpados de seus pecados. Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados. Por isso, quando Cristo veio ao mundo, disse: ‘Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste’. Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. Primeiro ele disse: ‘Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste’ (os quais eram feitos conforme a Lei). Então acrescentou: ‘Aqui estou; vim para fazer a tua vontade’. Ele cancela o primeiro para estabelecer o segundo. Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas. Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados. Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados.” (Hebreus 10:1-14)
A Bíblia diz ainda:
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías 53:4-5)
“… Jesus Cristo… se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa.” (Gálatas 1:3-4)
“Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.” (Efésios 5:2)
“Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.” (1 João 2:2)

Deus pune os ímpios no Novo Testamento também.

Ele matou o casal de mentirosos, Ananias e Safira (Atos 5:1-10); matou Herodes porque ele aceitou ser aclamado como deus pelo povo e não glorificou a Deus (Atos 12:21-23). E Jesus e Seus apóstolos avisaram sobre a condenação eterna que enfrentarão os que se negam a aceitar a Cristo, se arrepender de seus pecados e viver em obediência a Deus (João 8:24; 2 Tessalonicenses 1:8-9).

No Novo Testamento, Deus é ainda mais severo que na época da Antiga Aliança.

O escritor de Hebreu disse:
O mais importante do que estamos tratando é que temos um sumo sacerdote como esse, o qual se assentou à direita do trono da Majestade nos céus e serve no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem. Todo sumo sacerdote é constituído para apresentar ofertas e sacrifícios, e por isso era necessário que também este tivesse algo a oferecer. Se ele estivesse na terra, nem seria sumo sacerdote, visto que já existem aqueles que apresentam as ofertas prescritas pela lei. Eles servem num santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus, já que Moisés foi avisado quando estava para construir o tabernáculo: ‘Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte’.  Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores. Pois se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar lugar para outra. Deus, porém, achou o povo em falta e disse: ‘Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; visto que eles não permaneceram fiéis à minha aliança, eu me afastei deles’, diz o Senhor. ‘Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias’, declara o Senhor. ‘Porei minhas leis em suas mentes e as escreverei em seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados’. Chamando ‘nova’ esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido, está a ponto de desaparecer.” (Hebreus 8:1-13).
Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna…” (Hebreus 9:11-15)
Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. Quem rejeitava a lei de Moisés morria sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança; eu retribuirei’; e outra vez: ‘O Senhor julgará o seu povo’. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hebreus 10:26-31)
O argumento é claro: Se a velha Lei era imperfeita e, por isso, incapaz de levar alguém a salvação (Hebreus 8:7) e, apesar disso, quem a violasse era punido com a morte sem misericórdia (Hebreus 10:26-31), então na Nova Aliança, que substituiu a Antiga (Hebreus 8:6-13) e pode salvar definitivamente aqueles que se aproximam de Deus por meio de Jesus Cristo (Hebreus 9:11-15; cf. 4:14-16), o castigo será ainda mais severo para os transgressores (Hebreus 10:26-31) do que na Antiga Aliança.

Deus é amor e misericórdia nas duas Alianças.

Em ambas as Alianças Deus é descrito como amoroso (Salmo 103; 1 João 4:8,16) e misericordioso (Lamentações 3:22-23; Romanos 11:32). Seu infinito amor e misericórdia foram demonstrados em ambas as Alianças também: Na Antiga Aliança, ele permitia que animais morressem no lugar dos pecadores, e na Nova Aliança Ele permitiu que o Seu Filho se entregasse no nosso lugar. Se Deus fosse “mau” Ele não teria feito nada disso. Além disso, Ele demonstrou claramente a sua misericórdia no Antigo Testamento quando voltou atrás na Sua decisão de destruir Nínive quando os seus habitantes se converteram (cf. livro do profeta Jonas).

Conclusão:

Só existe um Deus: O Deus apresentado em cada página da Escritura, de Gênesis a Apocalipse. Ele é amor e misericórdia: “O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor” (Salmos 103:8). E Ele também é justo o bastante para punir o pecado: “O Senhor é muito paciente e grande em fidelidade, e perdoa a iniquidade e a rebelião, se bem que não deixa o pecado sem punição” (Números 14:18). E Ele puniu o pecado na pessoa do Seu Filho (Isaías 53:4-6). “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Por isso, Ele exige que os pecadores creiam no Seu Filho e se arrependam de seus pecados: “No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam. Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17:30-31).

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