Jesus Cristo é um plágio de Sidarta Gautama (Buda)? Mais mentiras desmascaradas.

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Jesus Cristo é um plágio de Sidarta Gautama (Buda)?


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O Budismo é uma das principais religiões do mundo em termos de seguidores, distribuição geográfica e influência sócio-cultural. O seu fundador foi Sidarta Gautama. Ele nasceu na realeza na Índia mais ou menos 600 anos antes de Cristo. Como a história conta, ele viveu e cresceu de forma bastante luxuosa; chegou até mesmo a se casar e ter filhos com pouca exposição ao mundo externo. Seus pais queriam que ele fosse poupado da influência à religião ou da exposição à dor e sofrimento. No entanto, não demorou muito até que o seu abrigo fosse “invadido” e ele viu rapidamente um homem idoso, um homem doente e um cadáver. Sua quarta visão foi a de um monge sereno e asceta (que nega qualquer tipo de luxo e conforto). Ao ver a sua serenidade, Buda decidiu se tornar um asceta também. Ele abandonou sua vida de riquezas e afluência para ir atrás da iluminação através da austeridade. Ele era muito talentoso nesse tipo de auto-mortificação e meditação intensa e era visto como um líder entre os seus companheiros. Eventualmente ele permitiu que seus esforços culminassem em um gesto final. Ele cedeu à sua “indulgência” e comeu uma tigela de arroz e sentou embaixo de uma figueira (também chamada de árvore Bodhi) para meditar até atingir a iluminação ou até morrer. Apesar de tantas angústias e tentações, ao nascer do dia seguinte, ele tinha finalmente alcançado a iluminação à qual tanto almejava. Por isso, ele ficou conhecido como o ‘ser iluminado’ ou ‘Buda’ (“Buda” é um título, não um nome). Ele então pegou tudo o que tinha aprendido e começou a ensinar seus monges companheiros, com os quais já tinha alcançado grande influência. Cinco de seus companheiros se tornaram os primeiros de seus discípulos.
O Budismo pode ser difícil de se caracterizar quanto à sua opinião de Deus. Alguns ramos do Budismo podem ser legitimamente chamados de ateístas, enquanto outros podem ser chamados de panteístas, e outros podem até ser chamados de teístas, tais como o budismo da Terra Pura. O budismo clássico, no entanto, tende a ser silencioso sobre a realidade de um ser superior e é, portanto, considerado ateísta.
É importante estar ciente de que Gautama nunca se considerou um deus ou um ser divino. Apenas depois de sua morte ele foi exaltado a uma figura divina por alguns de seus seguidores, mas não por todos.
Céticos afirmam que há algumas semelhanças entre Gautama e Jesus, indicando que Este último é um plágio do primeiro. No entanto, os escritores do Novo Testamento viveram na Palestina e, de acordo com o pesquisador, escritor e palestrante Glenn M. Miller, a troca de ideias entre a região indiana e a Palestina não era significativa: “Em resumo, a influência e disseminação do pensamento hindu e budista da Índia simplesmente não tinha ocorrido até o tempo da chegada de Jesus de Nazaré na cena”. [1]
Vamos direto para a lista de supostas “semelhanças” de Buda com Jesus:
(1) Buda nasceu em 25 de dezembro da virgem Maya, e seu nascimento foi anunciado por uma “Estrela de Anúncio”, homens sábios e anjos cantando canções celestiais.
(2) Em seu nascimento, foi declarado ser o governante do mundo e presenteado com “joias caras e substâncias preciosas”.
(3) Sua vida foi ameaçada por um rei “que foi aconselhado a destruir a criança, porque ela poderia derrubá-lo”.
(4) Era de linhagem real.
(5) Ensinou no Templo aos 12 anos.
(6) Esmagou a cabeça de uma serpente (como era tradicionalmente dito de Jesus) e foi tentado por Mara, o “Maligno”, quando jejuou.
(7) Foi batizado em água, com o “Espírito de Deus” ou “Espírito Santo” presente.
(8) Realizou milagres e maravilhas, curou os doentes, alimentou 500 homens com uma “cesta pequena de bolos”, e andou sobre a água.
(9) Aboliu a idolatria, foi “semeador da palavra” e pregou o “estabelecimento de um reino de justiça”.
(10) Seus seguidores foram obrigados a fazer votos de pobreza e a renunciar ao mundo.
(11) Foi transfigurado sobre um monte e seu rosto “brilhou como o brilho do sol e da lua”.
(12) Em algumas tradições, morreu em uma cruz.
(13) Foi ressuscitado, seus revestimentos foram desenrolados de seu corpo e seu túmulo foi aberto por poderes sobrenaturais.
(14) Ascendeu corporalmente ao Nirvana ou “céu”.
(15) Foi chamado de Senhor, Mestre, Luz do Mundo, Deus dos Deuses, Pai do Mundo, Todo-Poderoso e Onisciente, Redentor de Todos, Santo, Autor da Felicidade, Possuidor de Todos, Onipotente, Ser Supremo, O Eterno.
(16) Foi considerado um Portador do Pecado, Bom Pastor, o Carpinteiro, o Infinito e Eterno e o Alfa e Ômega.
(17) Veio cumprir, não destruir, a lei.
(18) Vai retornar “nos últimos dias” para restaurar a ordem e julgar os mortos.
O erudito do Novo Testamento, historiador e apologista cristão Mike Licona, diretor do “Risen Jesus”, enviou por e-mail essas 18 semelhanças que Jesus supostamente compartilha com Buda a professora Chun-fang Yu, Presidente do Departamento de Religião de Rutgers e especialista em estudos budistas, e perguntou-lhe se estas eram tradições reais do Buda. Dra. Yu respondeu escrevendo: “Nenhuma das 18 estão corretas. Algumas, no entanto, aparentam estar corretas, mas estão seriamente distorcidas.” [2/1]
As afirmações que tinham alguma semelhança, segundo Yu, são as seguintes:
(1) Buda nasceu em 25 de dezembro da virgem Maya, e seu nascimento foi anunciado por uma “Estrela de Anúncio”, homens sábios e anjos cantando canções celestiais.
De acordo com Yu: “A rainha Maya era mãe de Buda, mas ela foi declarada virgem. Em vez disso, ela concebeu o Buda depois de sonhar com um elefante branco entrando em seu lado direito no sonho. Buda nasceu no 8º dia do 4º mês lunar.” [2/2]
O estudioso da história das religiões David Adams Leeming (escrevendo em EOR, sv “Nascimento virginal”) começa seu artigo indicando que todos os “nascimentos virgem” não são necessariamente nascimentos virgem:
“Uma virgem é alguém que não tenha tido relações sexuais, e um nascimento virgem, ou partenogênese (Gr., “Parthenos”: “virgem”; “gênese”: “nascimento”), é aquele em que uma virgem dá à luz. A história do nascimento de Jesus é uma história de nascimento virgem, enquanto o nascimento de Buda e de Dionísio não são. Tecnicamente, o que está em questão é a perda ou a preservação da virgindade durante o processo de concepção. A Virgem Maria foi simplesmente “encontrada com o filho do Espírito Santo” antes de se casar e antes de ter “conhecido” um homem. Também, o Buda preexistente entrou no ventre de sua mãe, mas como ela já era uma mulher casada, não há razão para supor que ela fosse virgem na época.” [3]
Buda nasceu da “virgem” Maya. [Nós já vimos as diferenças radicais acima] A primeira e mais bela biografia do Buda, escrita por Asvagosa no século II, chamada Buddhacarita (“atos do Buda”) dá uma forte indicação de seu nascimento não-virginal no canto 1:
“Ele [o rei dos Sakyas] tinha uma esposa esplêndida, bela e firme, que era chamada de Grande Maya, por sua semelhança com a deusa Maya. Esses dois saborearam os prazeres do amor e um dia ela concebeu o fruto do seu ventre, mas sem qualquer impureza, da mesma maneira em que o conhecimento unido ao transe dá fruto. Justo antes de sua concepção, ela teve um sonho”. [4]
Assim, considerando que a mãe do Buda foi casada antes de concebê-lo, não há razão para pensar que ela fosse virgem.
“Os relatos mais antigos da ascendência do Buda parecem não pressupor nada anormal sobre seu nascimento. De acordo com a lenda posterior, ele não nasceu como outros seres humanos, mas como um rei universal que desceu do céu Tusita por sua própria escolha, e com isso seu pai não está preocupado. Este não é propriamente um nascimento virgem, mas pode ser chamado partenogênico, ou seja, Sudodana [ou Suddhodana] foi não seu progenitor”. [5]
É necessário destacar ainda que Isaías, cerca de 700 anos antes de Cristo, já profetizava que o Messias Jesus nasceria de uma mãe virgem (Isaías 7:14). Logo, se alguém quisesse argumentar cópia, deveria ser o contrário: Buda é que seria uma cópia de Jesus.
(2) Em seu nascimento, foi declarado ser o governante do mundo e presenteado com “joias caras e substâncias preciosas”.
Yu afirma: “Ao nascer, ele deu sete passos e declarou que este seria o seu último nascimento e ele seria o mais honrado do mundo. ” [2/3]
Um site acadêmico acrescenta:
“Cinco dias depois do nascimento, o rei organizou uma cerimônia de nomeação para seu filho, na qual o nome ‘Sidarta’ (literalmente, ‘ter o desejo realizado’) foi escolhido como sinal de que seu desejo (por um filho) havia sido realizado. Durante a cerimônia, 108 brâmanes distintos foram convidados a fazer uma refeição no palácio e também a determinar as características e o destino da criança real. Dos 108 brâmanes, todos menos um, tendo visto todas as características maiores e menores de um grande homem sobre a criança real, previram que se o bebê escolhesse a vida secular quando crescesse, ele seria um Rei Universal ou governante do Mundo, mas caso ele preferisse uma vida religiosa, certamente se tornaria o maior fundador religioso do mundo.” [6]
Assim, nota-se que ser “governante do mundo” foi meramente uma alternativa, e que o Buda a rejeitou. Quanto à segunda alternativa, Buda não a cumpriu, pois o Budismo não é a maior religião do mundo em número de adeptos, mas, sim, o Cristianismo. Portanto, Jesus é que é “o maior fundador religioso do mundo”.
(4) Era de linhagem real.
Yu diz: “Buda era um príncipe, filho de um rei de um pequeno reino no norte da Índia ou do Nepal (seu lugar de nascimento, Lumbini, foi reivindicado pelo Nepal e pela Índia como sendo localizado em seu território).” [2/4]
Isso tem, portanto, uma aparência de verdade, mas é tão vago e generalizado que é inútil para fazer comparação com Jesus. Jesus, naturalmente, era descendente de Davi, mas naquela época também existiam muitos outros judeus descendentes de Davi. Jesus herdou o trono porque era o Messias esperado.
(6) Esmagou a cabeça de uma serpente (como era tradicionalmente dito de Jesus) e foi tentado por Mara, o “Maligno”, quando jejuou.
O Dr. Anthony E. Smart diz: “… quando Mara usou sua arma final, um disco ardente, e jogou-o na cabeça do monge [Sidarta Gautama], ele se transformou em um dossel de flores. Durante cinco semanas, Buda permaneceu debaixo da árvore, enquanto todos as suas vidas anteriores foram reveladas a ele, e então a tempestade poderosa ocorreu, mas Muchalinda, rei dos Nagas, protegeu o monge embrulhando seu corpo serpentino ao redor dele”. [7]
Yu acrescenta: “Mara o tentou antes de sua iluminação, mas foi derrotado.” [2/5]
Mara era um demônio, mas não há evidência de que “Maligno” fosse um de seus títulos.
(10) Seus seguidores foram obrigados a fazer votos de pobreza e a renunciar ao mundo.
Segundo Yu: “Seus seguidores eram monges que viviam em mosteiros e observavam a castidade e o não apego”. [2/6]
Nota-se ainda que votos de pobreza são características do cristianismo monástico posterior, não do movimento de Jesus.
(14) Ascendeu corporalmente ao Nirvana ou “céu”.
Yu afirma: “Quando ele morreu, seu corpo foi cremado. Ele não renasceu novamente, mas disse estar no Nirvana.” [2/7]
Buda não experimentou uma ressurreição corporal da morte física. Este é um mal-entendido do ensinamento budista sobre o Nirvana. Não é um ‘lugar’ nem é a ‘ascensão’ (especialmente a ascensão corporal, visível e histórica, como na vida de Cristo) um conceito relevante. Este é um exemplo de linguagem imprecisa e enganosa. Diz-se apenas que o Buda atravessou (em seu leito de morte) todos os nove níveis de transe – duas vezes, e então seu corpo foi cremado. [8]
Em Therefore Stand, Wilbur Smith diz: “Os relatos originais sobre Buda jamais lhe atribuíram algo como uma ressurreição; na verdade, o mais antigo relato sobre sua morte, a saber, o Maha-parinibbana Sutta, se refere à morte de Buda como sendo ‘aquela morte completa, da qual nada resta.'” [9/1]
“O professor Childers diz: ‘Nas escrituras e comentários em idioma pali (e até onde eu saiba em qualquer livro em pali), que pertencem às tradições do povo sakya, não há qualquer menção a que Buda tenha vivido depois de sua morte ou que tenha aparecido a seus discípulos’…” [9/2]
(15) Foi chamado de Senhor, Mestre, Luz do Mundo, Deus dos Deuses, Pai do Mundo, Todo-Poderoso e Onisciente, Redentor de Todos, Santo, Autor da Felicidade, Possuidor de Todos, Onipotente, Ser Supremo, O Eterno.
De acordo com Yu: “Ele é chamado Senhor e Tathagata.” [2/8]
Logo, o único título que o Buda compartilha com Jesus é o de “Senhor”. E não há nada de extraordinário nisso, uma vez que muitos mestres são chamados assim pelos seus discípulos.
(18) Vai retornar “nos últimos dias” para restaurar a ordem e julgar os mortos.
A única profecia da vinda de Buda só se aplica a um futuro Buda (Maitreya), não ao histórico (Sidarta Gautama). [10]
Yu diz: “O Futuro Buda chamado Maitreya (“O Amigável”) nascerá como um ser humano no futuro, assim como o Buda há cerca de 2500 anos e vai reavivar a religião e trazer a paz para o mundo.” [2/9]

Conclusão

Das 18 afirmações sobre Sidarta Gautama, apenas oito têm alguma semelhança com Jesus Cristo. Estas, por sua vez, são muito fracas e bastante inexpressivas. Logo, afirmar que a pessoa histórica de Jesus de Nazaré é um plágio do Buda é completamente absurdo, fruto da ignorância histórica ou simplesmente desonestidade intelectual.



Notas de rodapé:
[4] Buddhist Scriptures, Edward Conze, Penguin: 1959, p. 35.
[5] The Life of Buddha as Legend and History. Edward J. Thomas. Dover: 1949, p. 36.
[8] Buddhist Scriptures, Edward Conze, Penguin:1959, p. 64-65; Buddhism–an Introduction and a Guide, Christmas Humphrey, Penguin: 1962 (3rd ed.), p. 42.
[9] Therefore Stand: Christian Apologetics. Grand Rapids: Baker Book House, 1965.
[10] Buddhist Scriptures, Edward Conze, Penguin: 1959, p. 237.
Fonte:https://defendendoafecrista.wordpress.com/2017/03/25/jesus-cristo-e-um-plagio-de-sidarta-gautama-buda/

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