Jesus Cristo é um plágio de Dionísio (Baco)?

Nenhum comentário

Jesus Cristo é um plágio de Dionísio (Baco)?


Dionísio (também chamado Baco) é mais conhecido como o deus patrono do vinho. Isso permite aos críticos fazer a conexão ilógica entre Dionísio e Jesus, porque Este transformou água em vinho (João 2:1-12).
Dionísio

NASCIMENTO EM 25 DE DEZEMBRO:
Não há registros desta data sendo significante para Dionísio. Como Attis, Dionísio é associado com o retorno anual da primavera. Mas ainda que Dionísio tivesse nascido nesta data, isso não tem relação alguma com Jesus, visto que a Bíblia em nenhum momento afirma a data exata em que Ele nasceu. O que sabemos é que Jesus nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde ao mês de setembro ou outubro do nosso calendário.

NASCIMENTO VIRGINAL:
Há dois relatos de nascimento a respeito de Dionísio (nenhum implica em um nascimento virginal):
1. Zeus engravida uma mulher mortal, Semele, às custas dos ciúmes de Hera. Hera convence Semele a pedir Zeus para revelar sua glória a ela mas por que nenhum mortal pode olhar para os deuses e viver, Semele é instantaneamente incinerada. Zeus então pega o feto Dionísio e o costura em sua própria coxa até seu nascimento.
2. Dionísio é o produto de Zeus e Perséfone. Hera se torna insanamente ciumenta e tenta destruir a criança o enviando para os Titãs para matá-lo. Zeus vem salvá-lo mas é muito tarde – os Titãs comeram tudo, menos o coração de Dionísio. Zeus então pega o coração e o implanta no útero de Semele.
Como podemos ver, nenhum nascimento virginal ocorre, mas é assim que Dionísio é conhecido como uma deidade do renascimento já que é nascido duas vezes do útero.

MESTRE  VIAJANTE:
É dito que Dionísio viajou para muito longe (enquanto que Jesus concentrou Seu ministério em Israel) para ensinar aos homens “os segredos do vinho ” (como fazer vinho) e para espalhar seus ritos religiosos. Nunca se creu que ele fosse um mestre espiritual como Jesus.

EUCARISTIA:
Para celebrar o renascimento de Dionísio depois de ser devorado pelos Titãs, membros do culto tomariam ou uma vida humana ou animal, cortariam a vítima membro a membro, e comeriam a carne crua. O sacrifício deveria ser comido em uma forma cabalística para que os seguidores pudessem prestar uma homenagem a seu deus. Contudo, esta história se relaciona mais com os mitos a respeito de Tantalus do que com as comunhões cristãs.

ENTRADA TRIUNFANTE:
Críticos clamam que Dionísio é frequentemente mostrado como montado em uma mula em meio a pessoas balançando galhos de heras. Porém, esta é somente uma descrição de sua regular comitiva que viajava com ele (não uma específica entrada pré-paixão). Estes indivíduos eram bacantes e sátiros que seguiriam Dionísio com galhos entrelaçados de hera e uvas – símbolos cúlticos representantes do deus do vinho. Jesus, por outro lado, teve uma específica entrada triunfante em Jerusalém enquanto a população balançava galhos de palmeiras (símbolos judaicos). Há uma profecia messiânica em Gênesis 49:11 (escrita aproximadamente em 1400 a.C. – muito antes de Dionísio) que prediz que Jesus literalmente amarraria seu jumento em uma vinha e, simbolicamente, lavaria suas roupas no vinho (uma referência a Sua morte). Então, se quisermos ser técnicos, a Bíblia agrupa estes três objetos muito antes de Dionísio ser um brilho nos olhos da mitologia.

ÁGUA EM VINHO:
Dionísio era o deus da mitologia que deu ao rei Midas o poder de transformar o que ele tocasse em ouro. Da mesma forma, ele deu às filhas do Rei Anius o poder de transformar o que for que elas tocassem em vinho, milho ou óleo. Considerando que Dionísio era o deus do vinho, isto não seria surpresa. No entanto, apesar de que há relatos onde Dionísio de forma sobrenatural preenche barris com vinho, o ato de transformar água em vinho nunca acontece, de modo que não há semelhança disto com os feitos de Jesus.

RESSURREIÇÃO:
O relato de “ressurreição” de Dionísio se origina do conto dele renascer depois do ataque dos Titãs. Como podemos ver, isto não tem nada a ver com a história de ressurreição de Jesus. Além do mais, somos informados de que depois que Dionísio terminou de ensinar a seus discípulos os seus ritos religiosos, ele ascendeu ao Monte Olimpo para ficar com outras deidades – vivo e bem. Seu renascimento infantil, como Attis, é símbolo do ciclo da vegetação – não a remissão de pecados.

TÍTULOS SIMILARES:
A seguir há uma lista dos alegados títulos que críticos clamam que Dionísio compartilhava com Jesus:
  • Rei dos reis. Dionísio era apenas uma semi-deidade. Zeus era o deus principal, de acordo com a mitologia. Já Jesus era de fato o Rei dos reis – e também Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16), e tinha igualdade com Deus (Filipenses 3:5-6);
  • Único Filho. Zeus teve muitas relações com mulheres onde ele foi pai de vários outros filhos. Já Jesus, de fato, é o único filho de Deus (João 3:16), que concedeu aos homens de fé tornarem-se filhos adotivos de Deus (Efésios 1:5);
  • Alfa e Ômega. A existência de Dionísio teve um marco no tempo, de modo que ele não foi o primeiro. Já Jesus é o Alfa e o Ômega (Apocalipse 22:3), Ele existe desde sempre (Colossenses 1:17) e se manifestou no fim dos tempos (Hebreus 9:26);
  • Cordeiro de Deus. Dionísio é associado com um touro, serpente, vinho e hera, mas nunca com um cordeiro. E Jesus, sim, é o Cordeiro de Deus (João 1:29; João 1:36; Apocalipse 5:12; Apocalipse 13:8).
Os títulos de Dionísio são: O Touro, O Atirador de Cabras, A Tocha, Dionísio do Monte, Comedor de Carne, Dionísio do Vinho e Salvador (apesar de que o termo salvador foi atribuído mais tarde a Dionísio por prometer prazer carnal na vida após a morte. A única pessoa que ele salvou do Hades foi sua mãe, Semele).

CONCLUSÃO:

É um absurdo considerar Jesus como cópia de Dionísio. Mesmo que os judeus tivessem noção das fábulas a respeito de Dionísio, é improvável que eles usassem este conhecimento para criar o caráter de seu Messias, visto que já havia em circulação muitas profecias sobre o Messias (que, mais tarde, se cumpriram na pessoa de Jesus Cristo) muito antes de Dionísio.

Referências:
Entrevista com o Dr. Chris Forbes, professor Sênior do Departamento de História Antiga da Universidade de Macquarie em Sidney, Austrália, especialista em história da religião. (Assista a entrevista AQUI.)
Programa “Evidências – Seria Jesus um Plágio?”, apresentado pelo Dr. Rodrigo Silva, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Faculdade de Teologia N.S. Assunção (SP), Pós-doutor em Arqueologia Bíblica pela Andrews University (EUA). (Assista AQUI.)

Nenhum comentário

Postar um comentário