TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

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TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
 
 
 
INTRODUÇÃO
 
O Cristianismo, desde o seu início, focalizou principalmente a pessoa de Cristo, antes que os seus ensinos. Essa pessoa sempre ocupou o primeiro plano, o que muito natural, especialmente nas epístolas do apóstolo Paulo, onde se encontram doutrinas tão maravilhosas acerca da pessoa de Cristo. Isto, porém, em nada pode diminuir a grandeza do corpo de doutrinas que Cristo mesmo ensinou. Este exame ligeiro das idéias que constituem o mundo intelectual e religioso em que Jesus esteve, mostraram quão ingrata era a terra em que Ele havia de lançar as sementes do verdadeiro Reino de Deus. Não é de admirar, pois, o não ser compreendidas pelo povo.
 
 
  1. DEFINIÇÃO
     
    Teologia do Novo Testamento é o ramo das disciplinas cristãs que seguem determinados temas através de todos os autores do NT, e que depois funde esses quadros individuais num só conjunto abrangente. Estuda, portanto, a revelação progressiva de Deus em termos da situação vivencial na ocasião da escrita, e depois delineia o fio subjacente que une todos os dados.
     
     
  2. A HISTÓRIA DA TEOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO
     
    Analisaremos o processo progressivo da Teologia do NT, no transcorrer da história.
     
    1. A Idade Média. Durante a Idade Média, o estudo bíblico esteve completamente subordinado ao dogma eclesiástico. A teologia Bíblica foi usada apenas para reforçar os ensinos dogmáticos da Igreja, os quais eram fundamentados na Bíblia e na tradição da Igreja. A Bíblia era interpretada pela tradição histórica  e a Igreja a considerava como fonte da teologia dogmática.
       
    2. A Reforma. Os reformadores reagiram contra o caráter não Bíblico da teologia dogmática e insistiram em que a teologia deve estar fundamentada apenas na Bíblia. Berkhof[1] diz que o  lema dos reformadores era: "A Igreja não determina o que as Escrituras ensinam, mas as Escrituras determinam o que a Igreja deve ensinar". O princípio fundamental era: "Scriptura Scripturae interpres, isto é, a Escritura é intérprete da Escritura".[2]
       
    3. Escolasticismo Ortodoxo. Os resultados obtidos pelos estudos históricos da Bíblia, realizados pelos reformadores, logo perderam-se no período imediatamente após a reforma, e a Bíblia foi mais uma vez utilizada sem uma perspectiva crítica e histórica, para servir de apoio à doutrina ortodoxa. A história foi completamente absorvida pelo dogma e a filologia tornou-se um ramo da dogmática.
       
       
  3. O ENSINO DE JESUS SEGUNDO OS EVAGELHOS SINÓTICOS
     
    1. A Atitude de Jesus para com o Judaísmo
       
      Já foi observado que Cristo baseou os seus ensinos no Antigo Testamento. Ele veio, não para principiar uma coisa nova, mas para continuar uma obra já bem adiantada. Cristo não trouxe o propósito de introduzir uma religião nova; considerando porém, que havia no judaísmo duas correntes bem diversas, e que a grande maioria do povo acompanhava uma dessas correntes, a qual se ia desviando cada vez mais do eterno propósito de Deus.
       
    2. A religião judaica era provisória e preparatória
       
      Na sua grande obra de salvação Deus sempre adaptou a sua ação às condições em que se achava o povo que queria salvar. Isto era necessário porque a salvação é sempre um ato moral, inteiramente ao alcance das pessoas a salvar. A religião judaica era por natureza provisória  e preparatória, foi adaptada ao pvo daquele tempo, Mt 5.27-29,39,39.
       
    3. Jesus cumpriu a lei na sua vida
       
      Em primeiro lugar, Jesus cumpriu perfeitamente a lei na sua vida pessoal. Tudo o que a lei exigia e tinha como alvo Ele satisfez e realizou plenamente na sua vida; seu caráter satisfez o mais alto ideal da lei. Nunca transgrediu a lei porque nunca viveu no baixo plano em que ela operava.
       
    4. A relação do Antigo para o Novo
       
      Diante disto perguntará alguém: "Então o Antigo Testamento perdeu o seu valor?" De modo nenhum. Será que a flor nada tem com o fruto? Como é que se há de compreender o fruto sem a flor? Como é que se há de compreender o homem sem o presente sem o passado? A objeção não tem razão de ser. O plano de Deus é um só. O princípio é tão necessário como o fim para a compreensão do plano todo.
       
       
  4. O REINO DE DEUS
     
    1. Jesus apareceu anunciando o reino de Deus
       
      Jesus apareceu no meio do seu povo anunciando o evangelho do Reino de Deus, Mt 4.17. Esta frase é uma das mais comuns usadas por Jesus. Sem dúvida alguma, representa um dos seus ensinos mais fundamentais. De acordo com o evangelho segundo Marcos, Jesus começou a anunciar o seu evangelho, dizendo que o Reino de Deus estava próximo, Mc 1.16. Indaguemos agora qual é a verdadeira significação desta frase "O Reino dos Céus".
       
    2. As duas frases "Reino de Deus" e "Reino dos Céus”
       
      O que significa, pois, "Reino de Deus"? A idéia de um reino cujo rei é Deus é uma idéia muito comum no Antigo Testamento, e tem uma história longa. Vem ela dos primeiros tempos do povo judaico. Por isto precisamos em primeiro lugar estudar a sua relação para com o Antigo Testamento, para com a história do povo judeu.
       
       
    3. A concepção dos judeus a respeito do Reino de Deus
       
      O pensamento religioso do povo judaico estava saturado com a idéia de um Reino de Deus. A idéia de uma teocracia achava-se impregnada na vida da nação judaica, influenciando todo o povo, Êx 19.5,6. Apesar desta expressão, "o Reino de Deus" não ocorrer no Antigo Testamento, a idéia verifica-se em toda a extensão da atividade profética.
      1. Há uma dupla ênfase sobre a soberania real de Deus.
      2. Ele é freqüentemente referido como o Rei, tanto de Israel, Êx 15.19; Nm 23.21; Dt 33.5; Is 43.15.
      3. Como o Rei de toda a terra, 2o Rs 19.15; Is 6.5; Jr 46.18; Sl 29.10; 99.1-4.
      4. Isto leva à conclusão de que, embora Deus seja Rei, ele deve também tornar-se Rei, ou seja manifestar a sua soberania real no mundo dos homens e das nações.
         
        O judaísmo apocalíptico também possuía diversos tipos de esperança. Alguns escritores enfatizaram o aspecto terreno, histórico do Reino, ao passo que outros enfatizaram os aspectos mais transcendentais. Entretanto a ênfase é sempre escatológica.
        A comunidade de Qumran partilhava de uma esperança semelhante concernente ao Reino.
        A literatura rabínica desenvolveu uma escatologia semelhante, mas fez um pouco mais uso do termo "o reino dos céus". O Reino de Deus foi considerado como o domínio de Deus - o exercício de sua soberania.
         
         
    4. O Reino dos Céus
       
      A expressão "o reino dos céus", aparece em Mateus, onde é mencionada cerca de trinta e quatro vezes. Várias vezes em Mateus, e em vários lugares no restante do Novo Testamento, a expressão "reino de Deus", é usada. O “reino dos céus", é uma expressão semítica, na qual o vocábulo  "céus" é um termo usado em substituição ao nome "divino" - Lc 15.18. Na realidade, ambas as expressões "o reino de Deus" e "o reino dos céus", raramente foram usadas na literatura judaica antes dos dias de Jesus.
       
    5. O Reino Escatológico
       
      É a vinda do Reino de Deus, Mt 6.10, ou seu aparecimento, Lc 19.11, que assinalará o fim da Era Presente e inaugurará a Era Vindoura.
      1. A vinda do reino de Deus significará a destruição total e final do diabo e seus anjos, Mt 25.41.
      2. A formação de uma sociedade redimida que não se mistura com o mal, Mt 13.36-43.
      3. Comunhão perfeita com Deus no banquete messiânico, Lc 13.28,29.
         
         
         
  5. O FILHO DO HOMEM E O FILHO DE DEUS
     
     Acabamos de estudar a significação das frases: "Reino de Deus" e "Reino dos Céus"; temos agora para nossa consideração, duas outras expressões ainda mais difíceis de interpretar, a que são: "Filho do Homem" e "Filho de Deus".
     
    1. As referências à frase "FILHO DO HOMEM"
       
      Que significam essas duas frases em relação a Jesus Cristo? Tomemos primeiramente esta, como assunto de nossa consideração. Os evangelhos sinóticos, tomando em apreço a sua relação para com o Antigo Testamento nos três primeiros livros, dividem-os em três classes de referências feitas a Jesus como Filho do homem:
       
      1. Em um grupo de passagens, onde se emprega esta expressão, faz-se referência à vida de Jesus aqui na terra, Mc 2.10, 28; Mt 8.20; Lc 19.10.
      2. Noutro grupo, a referência é aos sofrimentos e morte de Jesus, Mc 8.31; 9,31; Mt 14.21.
      3. E a última frase tem referência à Segunda vinda de Jesus, Mt 24.31; Mt 25.31.
        Diante destes três grupos de passagens, naturalmente levanta-se a questão da verdadeira significação da frase "Filho do homem".
         
    2. O Filho do Homem nos Evangelhos Sinóticos
       
      O uso da expressão filho do homem nos sinóticos pode ser classificado em três categorias distintas: o Filho do Homem servindo na terra; o Filho do Homem no sofrimento e morte; o Filho do Homem na glória escatológica.
       
      1. O Filho do Homem Terreno
         
Mt 9.6; Mc 2.10; Lc 5.24
Autoridade para perdoar pecados.
Mc 2.27; Mt 12.8; Lc 6.5
O Senhor do Sábado.
Mt 11.19=Lc 9.58
O filho do homem veio comendo e bebendo.
Mt 8.20=Lc 9.58
O Filho do homem não tem onde reclinar sua cabeça.
 
      1. O Filho do Homem Sofredor
         
Mc 8.31; Lc 9.22
O Filho do Homem deve sofrer.
Mc 9.12; Mt 17.12
O Filho do Homem irá sofrer.
Mc 10.45; Mt 20.28
O Filho do Homem veio para servir e dar a sua vida.
Mc 14.41; Mt 26.45
O Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores.
 
      1. O Filho do Homem Apocalíptico
         
Mc 8.38; Mt 16.27; Lc 9.26
Sua vinda na glória do seu Pai com os santos anjos.
Mc 13.16; Mt 26.64; Lc 22.69
Verão o Filho do Homem vinda nas nuvens e com grande glória.
Lc 12.40; Mt 24.44
O Filho do Homem virá numa hora em que ninguém o espera.
Lc 17.24; Mt 24.27
Como o relâmpago cruza o céu, assim será o Filho do Homem no seu dia.
 
 
5.3. O FILHO DE DEUS
 
A expressão messiânica “Filho de Deus”, é a mais importante no estudo da auto-revelação de Jesus. Na história do pensamento teológico, esta expressão conota a divindade essencial de Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus, ou seja, Deus o Filho, a Segunda pessoa da trindade divina.
O título mais comum pelo qual Jesus é designado nos evangelhos sinóticos é o de "Filho do Homem". É somente no evangelho de João, que encontramos freqüentemente o outro título de "Filho de Deus".
 
5.3.1. O Significado da frase "Filho de Deus"
Há pelo menos quatro modos diferentes:
 
  1. Uma criatura de Deus pode ser denominada o filho de Deus em virtude de dever sua existência à atividade criativa imediata de Deus - Lc 3.38; Êx 4.22;
  2. Esta expressão pode ser usado para descrever a relação que os homens podem manter com Deus como os objetos peculiares do seu cuidado amoroso. Êx 4.22. em todo o Novo Testamento, este conceito é carregado de um significado mais profundo, ao se fazer menção dos cristãos em termos da filiação para com Deus, quer por nascimento, Jo 3.3; 1.2; ou pela adoção, Rm 8.14,19; Gl 3.26; 4.5.
  3. Este terceiro significado é messiânico; o rei da linhagem de Davi é designado de filho de Deus, 2o Sm 7.14.
  4. E o quarto é teológico. Esta expressão Filho de Deus na teologia cristã, veio a Ter um significado mais elevado; Jesus é o Filho de Deus porque ele é Deus e participa da natureza divina. Este é o propósito do apóstolo João ao escrever seu evangelho. Fazendo uma análise mais consciente, vemos que Jesus, como o Filho de Deus, o Logos, era pessoalmente preexistente, ele era Deus, e encarnou-se com o propósito de revelar Deus aos homens.
     
     
     
  1. A NATUREZA HUMANA E O PECADO
     
     
    1. Jesus Conhecia o Homem
       
      Jesus nunca discutiu formalmente a origem e a natureza do homem, contudo as suas referências ao homem são tantas e tais que podemos fundamentar nelas a doutrina do homem. Jesus conhecia o homem como nenhum outro o conheceu, Jo 2.25.
       
      6.2. Jesus viu na humanidade uma mistura de bem e mal
       
      Sem dúvida Jesus viu no homem ou na humanidade uma mistura de bem e do mal; por isso que Ele sempre condenava o mal e procurava estimular o bem. Zaqueu era um publicano, homem indigno, sem valor. Porém, Jesus viu nele um homem de muito valor. - Lc 19.1-10.
       
      6.3. O homem imortal
       
      Jesus também ensinou que o homem era imortal, embora não falasse muito da vida além-túmulo. Porém, o que Ele disse é o suficiente para estabelecer o fato da existência de uma vida além desta. - Mc 12.18-27.
      Jesus corrige dois erros dos saduceus:
  1. refuta a idéia de que a vida além túmulo seja uma alongamento aqui na terra.
  2. Corrige sua falsa concepção dos mortos nos tempos passados - v. 27.
     
     
    6.4. O Pecado
     
    Vejamos agora o que Jesus diz acerca do pecado. Como no caso deo homem, Jesus não discute a origem ou a natureza do pecado; mas reconhece que o pecado é problema muito sério.
     
     
    6.5. O Pecado é Universal
     
    Jesus ensinou que o pecado é universal. É verdade que Ele fala de certas pessoas que não necessitam de arrependimento, mas essas pessoas eram justas só aos seus próprios olhos, Lc 15.7; 11.4; Mt 7.11;
     
    6.6. O Pecado contra o Espírito Santo
     
    Note-se, portanto, que o único pecado que não pode ser perdoado é o pecado contra o Espírito Santo, o qual consiste em negar ao Espírito Santo o poder de regenerar a alma do a homem. Aquele que negasse ao pão o poder de matar a fome, à água o poder de matar a sede e, conseqüentemente, não se utilizasse desses elementos e no caso de outros não haver, morreria irremediavelmente de fome e sede.
     
     
  1. A VERDADEIRA JUSTIÇA
     
    1. A lei é a base antiga da justiça
       
      Quando Jesus veio ao mundo, prevalecia a idéia de uma justiça muito diferente daquela que Ele viera pregar e exemplificar na sua vida. A justiça do fariseu era uma justiça legalista, adquirida pelo indivíduo mediante obediência às exigências da letra da lei. Era a justiça própria da pessoa que a possuía.
      Para o fariseu a lei era a pedra de toque de tudo. Quem estava bem com a lei e as suas exigências, estava bem em tudo.
       
    2. Jesus mudou a base
       
      Quando, porém, Jesus veio, substituiu essa relação para com a lei, isto é, a relação pessoal que o homem tem para com Deus e para com a humanidade - Lc 10.26,27. Em vez da lei então, como base da justiça, temos as duas grandes relações pessoais, uma com Deus e outra com a humanidade. Jesus estabeleceu, portanto, a justiça em outras bases, em bases pessoais. Substituiu a relação legalista pela relação pessoal; a lei, por Deus e a humanidade.
       
    3. O amor é a essência da justiça
       
      No transferir a questão da justiça de uma relação legal para uma relação pessoal, Jesus afirmou que o coração é a usina donde sai a força que dá cumprimento às exigências das relações pessoais, segundo Deus, que é o amor. Lc 10.27; Mt 5.23,24,48. Segundo a concepção de Cristo não só todo o mandamento, mas toda a lei resumem-se no amor. - Mt 22.36-40.
       
    4. A verdadeira justiça
       
      É evidente destas considerações que Jesus achava a verdadeira justiça, não nos simples atos, mas nos móveis desses atos, na condição do coração do que executava. É verdade que Cristo exige bom procedimento, porém, reconhece que o bom caráter é a base e exclusiva garantia de boa conduta. Quem não é bom de coração não pode realmente praticar o bem, Mt 7.17,18.
    5. A lei cumprida
       
      É fácil ver deste ponto de vista, a idéia de Jesus quanto ao cumprimento da lei. Já discutimos. É verdade, este assunto, porém, é bem oportuno lembrarmos-nos que o cumprimento da lei por Jesus, alcançou exatamente tudo quanto a lei visava. A lei, por exemplo, visava o estabelecimento de boas relações entre os indivíduos, ou a humanidade em geral.
       
    6. A lei ritual
       
      Era justamente essa lei ritual que mais pesava, e influenciava a vida judaica, no tempo de Cristo. - Mt 23.4,24; 5.23,24. Ele veio para cumprir e não para destruir. Jesus visava sempre a condição do coração, que realmente servia de fundo a todas as questões da lei. Jesus queria converter em realidade o ideal da lei.
       
       
  2. A SALVAÇÃO MESSIÂNICA
     
    A idéia de mais realce que nos aparece no Novo Testamento é a da Salvação. - Lc 19.10. Esta salvação é oferecida por Jesus Cristo debaixo de certas condições.
    A missão messiânica de Jesus tinha como seu objetivo a preparação dos homens para o Reino de Deus futuro. Jesus constantemente lançou os seus olhares para a vinda do Reino escatológico, quando o julgamento final irá efetivar uma separação entre os homens, justos entrando para a vida e bênção do Reino, e os ímpois para o estado de punição. A igreja primitiva considerou a morte de Jesus como um dos eventos mais essenciais à realização de sua missão. – 1a Co 15.1-3.
     
    1. O evento da crucificação.
       
      Historicamente, a morte de Jesus foi uma tragédia relativa a um homem que foi apanhado pelos poderes da força política. Jesus havia incorrido na hostilidade mortal dos escribas e fariseus por rejeitar a interpretação que faziam da lei, o que implicava na destruição do fundamento do judaísmo rabínico como um todo.
      Como mestre religioso, ele foi uma ameaça à religião farisaica e sua popularidade com o povo o tornou paulatinamente perigoso, Jo 11.47,48. Quando o sinédrio condenou Jesus sob acusação de blasfêmia, Mc 14.64, estavam agindo de acordo com a compreensão que os seus membros possuíam do Antigo Testamento.
       
    2. Predições da Paixão
       
      Os evangelhos representam Jesus como predizendo claramente a sua paixão. O registro do Evangelho faz da confissão e Pedro, em Cesaréia de Filipe, um ponto divisório em seu ministério. Esta instrução sobre a sua morte iminente tornou-se um elemento importante no ensino dos dias subseqüentes, Mc 9.12,31; 10.33; Mt 17.12; 20.18,19; Lc 17.25.
       
    3. A morte de Jesus é Messiânica
       
      Essa conclusão é parcialmente deduzida da evidência já citada de que Jesus considerou a sua morte como elemento essencial em seu ministério totalmente em parte da linguagem usada em suas predições a respeito dos seus sofrimentos, Mc 8.31. A dádiva de sua vida é o objetivo para o qual Jesus veio; a consumação e o propósito de sua missão messiânica são incorporados no ato de entregar a sua vida, Mc 10.45.
       
    4. A morte de Jesus é Expiatória
       
      O significado redentor da morte de Jesus pode ser observado na declaração sobre o seu caráter expiatório encontrado em, Mc 10.45. Aqui estão inserido dois conceitos:
  1. a vida - o filho do homem dará a sua vida (psyche), por muitos;
  2. o resgate - e a idéia de resgate é (lutron), que envolvia o preço para redimir um escravo da servidão. Este conceito era comum no mundo helenista.
     
    1. A morte de Jesus é Substitutiva
       
      A morte de Jesus não é somente redentora; a expiação é realizada por meio da substituição. Um elemento substitutivo deve ser reconhecido tanto no conceito geral envolvido como na linguagem particular empregada.
       
    2. A morte de Jesus é Sacrificial
       
      A morte de Cristo não apenas redime por meio da substituição; é também uma morte sacrificial. A descrição do servo sofredor em Isaías 53, tem em vista o servo de Deus derramando sua alma como uma oferta pelo pecado, Is 53.10.
       
    3. A morte de Jesus é escatológica
       
      A morte de Jesus tem um significado escatológico, Mc 14.25. Sua morte cria uma nova esfera de comunhão, que será completamente realizada apenas no Reino de Deus escatológico. - 1 Co 11.26. A objeção de que este ensino sobre uma morte sacrificial e redentora dificilmente pode ser considerado como parte autêntica do ensino do Senhor, porque não tem consonância com o corpo de seu ensino a respeito da natureza de Deus e não pode ser afirmada e mantida de modo bem sucedido.
       
    4. A morte de Jesus uma Vitória
       
      Algumas poucas declarações encontradas em João suscitam um outro aspecto no que tange ao significado da morte de Jesus. Já vimos que no âmago da missão de Jesus estava uma luta espiritual com os poderes do mal. A morte de Jesus significa que o dominador deste mundo é "lançado para fora”, ou expulso - Jo 12.31.
       
       
  1. A IGREJA     
     
    Em nosso estudo sobre o reino de Deus aprendemos que o reino era - e ainda é - um reino espiritual. Segundo a idéia predileta de Jesus, o reino não está tanto sobre nós como em nós.
     
    1. Indicações de que Jesus pretendia construir a igreja
       
      Muito cedo no seu ministério, Jesus revelou a sua intenção de formar ou fundar uma sociedade composta das pessoas dentro do reino de Deus; porque Ele sabia que a vida pujante e poderosa da comunhão do homem com Deus, tinha necessidade de possuir um meio pelo qual pudesse manifestar-se clara e eficazmente ao mundo.
       
      A igreja é o plano de Deus para unir toda a raça humana numa nova raça salva, por Jesus Cristo.
  1. a primeira indicação de que Jesus tencionava fundar a igreja,  achar-se no modo dEle chamar alguns dos seus discípulos para O seguirem nas suas viagens evangelística. - Mc 1.18-20.
  2. Essa intenção de fundar uma igreja tornou-se ainda mais clara quando Jesus escolheu doze homens para estarem constantemente com Ele. - Lc 6.12-16.
  3. Também as exigências feitas por Jesus aos seus seguidores mostram que as suas intenções eram muito sérias e severas. - Mt 8.19-22; 10.37-39.
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
    PARTE II
     
    A TEOLOGIA DE JOÃO
     
     
    INTRODUÇÃO
     
    Nos capítulos a respeito da missão e ensino de Jesus fizemos uso primariamente dos Evangelhos Sinóticos, com referência somente ocasional ao Quarto Evangelho. As diferenças entre João e os Sinóticos não devem ser encobertas. Tais diferenças na teologia são corolários às diferenças relacionadas a problemas de introdução.
     
Seu Ministério »
Sinóticos » Galiléia
João » Jerusalém
Páscoa »
Sinóticos » 1 vez
João » 3 vezes = 2.13; 6.4; 13.1.
 
Omissão do 4o Evangelho:
João:
a.   o nascimento de Jesus;
b.   o batismo;
c.   a transfiguração;
d.   a expulsão de demônios;
e.   a agonia no Getsêmane;
f.    a última ceia;
g.   o discurso no Monte das Oliveiras.
Sinóticos:
Mt; Lc;
 
O uso literário, e estilo do grego, são pontos que revelam esta diferença entre os Sinóticos e o 4o Evangelho.
Por outro lado, ênfases Joaninas mais distintivas estão ausentes nos Sinóticos. Talvez a expressão peculiar mais distintiva de João seja a declaração [ego eimi]: "Eu sou o pão da vida", 6.35; "a luz do mundo", 8.12; "a porta", 10.7; "o bom pastor", 10.11; "a ressurreição e a vida", 14.6; "a videira verdadeira", 11.25; "antes que Abraão fosse, eu sou", 8.58.
 
    1. A diversidade e unidade da Bíblia
       
      Quem tiver examinado, ainda que não muito profundamente, a Bíblia, há de ter notado duas coisas: a sua diversidade e a sua unidade. Do ponto de vista da sua diversidade o Novo Testamento divide-se naturalmente em seis grandes divisões:
  1. os Evangelhos;
  2. o 4o Evangelho e as cartas de João;
  3. os Atos dos Apóstolos, as cartas de Pedro e Tiago;
  4. as cartas do apóstolo Paulo;
  5. a carta aos Hebreus;
  6. o Apocalipse.
     
    É tarefa da Teologia Bíblica definir bem as peculiaridades de cada uma destas grandes divisões, explicando os diversos tipos de ensino e os pontos de vista que se encontram nas Escrituras Sagradas.
     
    1. A pessoa de Cristo, o centro de sua teologia
       
      Destas peculiaridades a primeira que queremos notar, é que para João a pessoa de Cristo é o centro de tudo. Na realidade Cristo é o centro de toda a teologia das diversas porções, ou livros, que compõem a Bíblia; há, porém, algumas diferenças no conceito.
       
  1. Na teologia de Paulo, a obra de Cristo, especialmente o sacrifício da cruz, é onde este vê toda a glória de Deus - Gl 6.14;
  2. Mas a ênfase de João é na própria pessoa de Cristo que se vê realmente a face e a glória de Deus. "quem me vê a mim vê o Pai" - Jo 14.9b. É a grande impressão que a própria pessoa de Cristo fez em João, que domina toda a sua teologia.
     
     
    2. O DUALISMO JOANINO
     
    Outra peculiaridade de João era a de pensar por antíteses e contrastes. Uma espécie de dualismo caracteriza os seus escritos. É bom notar, porém, que o seu dualismo não é um dualismo metafísico, mas um dualismo moral, que todo o mundo pode observar na vida cotidiana e também na história da raça humana, desde o seu começo.
     
    2.1. Os dois Mundos
     
    O dualismo dos Evangelhos Sinóticos é horizontal: um contraste entre duas eras - a era presente e a era vindoura.
    O dualismo de João é vertical, um contrates entre dois mundos - o mundo superior (de cima) e o mundo inferior (de baixo) - Jo 8.23. Os Sinóticos contrastam esta era com a era vindoura, e sabemos, através do uso Paulino, que "este mundo", pode ser um equivalente à expressão "esta era", em contraste com o mundo de cima. "Este mundo", é visto como mal, tendo o diabo como seu governante, 16.11. Jesus veio para ser a luz deste mundo, 11.9. A autoridade de sua missão não procede "deste mundo", mas do mundo de cima - de Deus, 18.36.
    Outras expressões dualísticas em João:
  1. Trevas e Luz - 1.5; 8.12; 9.5; 11.9; 12.35,36,46.
     
     
  2. Carne e Espírito - 1.13,14; 3.6,12; 4.24; 6.63.
     
  3. Kosmos - é importante compreender o uso que ele faz da palavra "mundo", kosmos kosmos[3] - "ordem criada", 17.5,24; e a "terra em particular", 11.9; 16.21; 21.25.
     
  4. Por metonímia, kosmos pode designar não apenas o mundo, mas também aqueles que habitam o mundo: o gênero humano, 12.19; 18.20; 7.4; 14.22. observe esta expressão: "o mundo inteiro vai após ele", 12.19, significa que Jesus assegura uma grande resposta.
     
     
    2.2. Pecado é Descrença
     
    Descrença em Cristo é uma outra manifestação de uma aversão básica por Deus. A presença de Jesus entre os homens trouxe a aversão deles por Deus a uma crise de tal forma que ela tornou-se claramente evidenciada como aversão por Cristo, 3.22-24; 8.24. Sendo assim, o pecado da descrença inflexível, por si mesma condena o homem a uma separação eterna de Deus. Por esta razão, o crer em Cristo (pisteuoeis "pisteu\w"), 20.31, recebe forte ênfase.
    Em João a palavra é encontrada treze vezes nas palavras de Jesus e vinte e nove vezes na interpretação de João. Descrença é essência do pecado, 16.9; 3.36.
     
    2.3. A Concepção da Religião
     
    Resulta claro à luz destas considerações que João nos deu uma concepção puramente espiritual e ética da religião, e não uma concepção de formalidades e cerimônias. Como já notamos, o seu evangelho ensina que "Deus é Espírito", e qualquer um em qualquer tempo e lugar, pode adorá-lo desde que o faça "em espírito e verdade". Quase nada João disse a respeito das instituições, nem da igreja. Não mencionou a instituição da Ceia, e as referências que fez ao batismo estavam quase todas relacionadas com o batismo de João.
     
    2.4. Dualismo Grego
     
      1. O dualismo de João deve ser discutido contra o fundo contextual do dualismo grego, incluindo o gnosticismo e o dualismo judaico recentemente descoberto, conforme evidências da literatura de Qunran. De acordo com a pensamento filosófico de Platão, há dois versos nos quais se verifica a existência - o fenomenal e o numeral: o mundo mutável, transitório, visível e o mundo invisível, eterno, que é a esfera de ação de Deus. "Salvação" é para aqueles que dominam suas paixões; e, por ocasião da morte, suas almas serão libertadas de sua escravidão terrena, corpórea, a fim de, libertas, desfrutarem uma imortalidade abençoada. Filo seguindo esta perspectiva, ensinou que a libertação da escravidão terrena era resultado do conhecimento de Deus e do mundo; mas, ao passo que Platão atingia este conhecimento por meio do raciocínio dialético, Filo, em seu lugar, colocou a profecia, a revelação na Lei de Moisés.
         
      2. No gnosticismo plenamente desenvolvido, a matéria é ipso facto má, e o homem somente pode ser salvo mediante a recepção da gnosis concedida por um redentor, que desceu ao mundo inferior, ascendendo, depois, ao mundo mais elevado.
         
         
        3. A RELAÇÃO DE JESUS PARA COM DEUS
         
         
        Introdução
        O próprio evangelista declara o propósito de seu escrito: "Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome". 20.31 (NVI). Se o tempo presente foi adotado, o propósito de João é confirmar os cristãos em sua fé em Jesus como o Messias e Filho de Deus face às interpretações errôneas que estavam surgindo na Igreja. A CRISTOLOGIA é central ao livro, pois a vida eterna depende de um correto relacionamento com Jesus Cristo.
         
        3.1. A Doutrina do Verbo ou Logos[4]
         
        Uma das doutrinas mais distintivas do 4o Evangelho é a doutrina do Logos, ou do Verbo - 1.1,14. O termo "Verbo", é empregado por João para designar a preexistência de Jesus, e porque ele não tomou tempo para explicá-lo torna-se evidente que ele já era mais ou menos conhecido do povo naquele tempo.
         
        3.2. A frase "Filho de Deus" significa relação especial
         
        O título Filho de Deus, com suas modificações, é aplicado a Jesus cerca de trinta vezes no evangelho de João, umas vinte nas suas epístola.
         
        Ninguém pode ler o Evangelho de joão sem chegar à conclusão de que a relação entre Jesus e o Pai é toda especial, é uma relação natural e metafísica, e não simplesmente uma ralação moral ou ética. Os homens podem ser feitos filhos de Deus, mas Jesus foi, é e será sempre Filho de Deus. - 1.12; 10.30; 17.5,21;
         
        3.3. O Título não é messiânico entre os judeus
         
        Este título "filho de Deus", não era geralmente usado entre os judeus com referência ao Messias. Como sabemos, a idéia do povo judaico a respeito do Messias era bem outra. O povo esperava um homem guerreiro, como Davi.
         
        Como o Filho ideal de Deus, Jesus aplica a si mesmo este título, a fim de revelar a sua relação única e toda especial com o Pai. "Cristo", é um título messiânico, "Filho de Deus", é uma designação pessoal e não oficial.
         
         
        4. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
         
        Introdução
        Uma das diferenças mais destacadas entre os Sinóticos e o Quarto Evangelho é o lugar que João da ao Espírito Santo, especialmente no sermão do cenáculo com seu ensino singular a respeito do Paráclito.
         
        4.1. Pneuma na religião Helenista
         
        Há, certamente, grande variedade na religião helenista. Os gregos geralmente pensaram a respeito do elemento mais essencial do ser humanocomo psyche, não pneuma. No dualismo grego, psyche é  contrastado com o corpo da mesma forma como o mundo noumenal é contrastado com o mundo phenomenal.
         
        No pensamento gnóstico, o poder era concebido como se fora uma substância, e pneuma incluia o conceito de substância básica da vida. Deus é espiritual. No ato da criação, parte de sua substância espiritual unir-se com a matéria; mas essa parte ainda está por libertar-se. Redenção significa o reajuntamento de todas as partículas do pneuma.
         
        4.2. Os nomes dados ao Espírito Santo
         
        Vamos considerar em primeiro lugar os nomes pelos quais é chamado o Espírito Santo. Além da designação conhecida de Espírito Santo, há ainda o Parácleto, termo este que na tradução de Almeida é consolador, 14.16,26. O termo consolador (segundo a tradução de Almeida), vem de duas palavras latinas: com e fortis, igual a confortares. O termo significa aquele que fortalece, que conforta.  Termo "parácleto", que é o termo original, é uma palavra grega que se encontra também aplicada a Jesus, e vertida por Almeida com a significação de "Advogado", em 1a Jo 2.1.
         
        4.3. A Missão do Espírito Santo
         
        Consideremos agora um pouco a questão da missão de Espírito Santo. Quanto a ele mesmo, sabemos já é uma pessoa distinta, embora intimamente relacionada com Jesus. Qual, porém, é a sua Missão?
         
        Há três pontos a considerar no estudo desta questão:
  1. qual é a missão do Espírito Santo em relação ao trabalho de Cristo?
  2. Qual é a missão do Espírito Santo em relação aos crentes?
  3. Qual é a missão do Espírito Santo em relação ao mundo?
     
  1. Em relação ao trabalho de Cristo, o Espírito Santo é enviando em nome de Jesus. Além de ser enviado em nome de Jesus, o Espírito Santo tem ainda a missão de relembrar aos crentes tudo aquilo que Jesus havia dito.
  2. Em relação aos crentes foi mudar o fundamento ou base da sua fé. Era, pois, necessário que a fé dos homens se transferisse do visível para o invisível, do material para o espiritual.
  3. Em relação com o mundo. Isto é, claramente exposto em Jo 16.8-11. O termo "convencerá", é um termo legal. O trabalho do advogado de acusação é fazer a acusação do réu, com as provas em mão.
     
     
    5. ESCATOLOGIA
     
    5.1. A União com Cristo, Acentuada
     
    Dos escritos sagrados, é João o que mais acentua a união íntima e viva do crente com Cristo, união esta que desafia o tempo, por isso pouco se fala, comparativamente, no seu Evangelho, a vida vindoura. A vida eterna, por exemplo, é nos apresentada como uma realidade acessível enquanto estamos aqui na terra. Jo 11.24,25; 6.39,40,54; 5.24-27.
     
    5.2. As passagens examinadas sobre a Segunda vinda de Jesus
     
    O termo parousia, que se emprega para designar a volta final de Jesus a este mundo, usa-se uma vez nos escritos de João, em 1a Jo 2.28. Esta é uma referência clara a Segunda vinda de Jesus.
    Mas, além desta passagem, há muitas outras alusões ao fim, fazendo supor que ele se aproximava - 1a Jo 2.18; 3.2; 3. As passagens principais e ao mesmo tempo as mais difíceis em relação à vinda final de Jesus são os capítulos 14 e 16 do seu evangelho.
     
    5.3. A Ressurreição
     
    O ensino da ressurreição no quarto evangelho envolve tanto um evento futuro objetivo e escatológico como uma realidade espiritual presente. 11.25,26. A realidade da vida da ressurreição no presente é expressa vividamente em 5.25,26.
     
    5.4. O Juízo Final
     
    Vamos notar agora que este processo de julgar, e o ato final de julgar estão intimamente ligados com a natureza do Evangelho e da verdade como coisas que por sua própria natureza julgam o homem aprovado-o ou condenando-o. - 8.15,16,22; 12.47; 5.30; 9.39; 3.19. O futuro juízo é apenas a última crise no processo de julgar.
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
    PARTE III
     
    O PRIMITIVO ENSINO APOSTÓLICO
     
     
    A TEOLOGIA DOS "ATOS DOS APÓSTOLOS"
     
     
    INTRODUÇÃO
    O livro de Atos tem como propósito fornecer um esboço da história da Igreja, começando nos seus dias mais primitivos, em Jerusalém, até a chegada de seu maior herói - Paulo - na principal cidade do Império Romano. O livro fornece um programa do evangelho desde Jerusalém, na via Samaria e Antioquia, até a Ásia Menor, Grécia e, finalmente, Itália. Atos registra um número de sermões de Pedro, Estevão e Paulo, que nos fornecem as informações para o estudo da fé da igreja primitiva. Uma vez que tais sermões, particularmente os de Pedro, são, de modo ostensivo, a fonte primária para as crenças da Igreja em Jerusalém.
     
     
    5.1. No princípio não havia separação completa entre o cristianismo e o judaísmo
    Os primeiros discípulos então continuaram judeus, praticando as cerimônias da religião dos seus pais. - At 16.3; 21.20-28.
     
    5.2. A Ressurreição deu-lhes mais Coragem
    Os discípulos de Jesus apegaram-se firmemente à esperança do breve estabelecimento do Reino de Deus. Haviam argumentado sobre quem teria o status mais elevado no reino, Mt 18.1. justamente, quando era maior o seu desânimo, correu a notícia de que Jesus ressuscitara, Lc 24.9-11. Parece que foi nesta passagem dos Atos dos Apóstolos que os discípulos pela primeira vez procuraram entender a idéia da necessidade da morte do Messias.
     
    5.3. O Kerygma Escatológico
  1. A era do cumprimento apareceu, At 2.16; 3.18,24;
     
  2. Este surgimento da era messiânica aconteceu através do ministério, morte, e ressurreição de Jesus, At 2123;
     
  3. Por causa da ressurreição, Jesus foi exaltado à direita de Deus, como o cabeça messiânico do novo Israel, 2.33-36; 3.13;
     
  4. O Espírito Santo, na Igreja, é sinal do presente poder e glória de Cristo, 3.21.
     
    5.4. O Jesus Histórico
    O kerygma primitivo tem seu ponto final na morte e exaltação de Jesus. O kerygma da igreja proclamou o destino de um homem real, o Jesus de Nazaré, At 2.22. No dia de Pentecostes, Pedro falou de uma pessoa a quem ele e seus ouvintes conheceram com base na experiência e observação pessoal, 10.38,39.
     
    5.5. A Salvação
    Como Messias, Jesus é o portador da salvação, 4.12. Esta salvação é considerada tanto pessoal como nacional; inclui tanto o bem temporal como o bem espiritual, 2.38,39; 3.23.
     
    5.6. O princípio básico da Organização da Igreja
    É bom notar nesta conexidade que o o princípio básico da organização da igreja primitiva foi a necessidade de cuidar do serviço crescente. Havendo necessidade de fazer certo serviço a igreja podia, de acordo com este princípio, efetuar a organização que cuidasse de tal serviço.
  1. A Vida da Igreja Primitiva - A experiência do Pentecoste não levou os primeiros cristão a romper com o judaísmo, 2.46,47; 5.13.
     
  2. Batismo - A ekklesia recebia, em sua comunhão os que aceitassem a proclamação de Jesus como o Messias, se arrependessem e recebessem o batismo em água, Jo 3.22; 4.1,2; At 2.38,41; 8.12,36,37; 10.47,48; 9.18; 16.14,15.
     
  3. A Comunhão Cristã - Um dos elementos mais admiráveis, na vida das igrejas primitivas, era o sentido de comunhão, 2.42,44,47; 5.4; 6.2;
     
  4. A Organização da Ekklesia - Examinando a organização da ekklesia, precisamos reconhecer o aparecimento de líderes da igreja além do período mais primitivo. A ekklesia não era como hoje: uma instituição organizada. Dos doze, três - Pedro, Tiago e João - ocuparam um papel de proeminência, como líderes sobre os outros nove, 1.13; 6.1,2,8ss; por ocasião do concílio de Jerusalém, 15.2,22; 16.4;
     
     
     
     
     
     
     
    A TEOLOGIA DA EPÍSTOLA DE TIAGO
     
     
    INTRODUÇÃO
  1. O Autor - Esta epístola foi escrita por Tiago, irmão carnal de Jesus Cristo, Gl 1.19; Tg 1.1. A epístola veio preencher certas lacunas que o livro de Atos dos apóstolos deixara, pois não há porção Bíblica que exiba a relação entre os ensinos de Jesus e os dos seus primeiros discípulos melhor do que esta.
     
  2. A quem foi dirigida - É evidente que os crentes a quem a epístola foi dirigida eram pessoas pobres, 2.15. Também nota-se que estes dispersos estavam sendo oprimidos pelos seus senhores, 2.6. O evangelho pode revelar que rico é aquele que o é para com Deus, e pobre é aquele que só possui os bens da terra, 1.9-11.
     
  3. O propósito da carta - Consolar os oprimidos. Em geral, seu propósito é prático. Tiago vive na expectativa dos últimos dias - um tempo, conclui, em que a acumulação de tesouros terrenos será sem sentido. O retorno iminente (parousia) do Senhor é ainda uma esperança viva, 5.7-9. Tais referências de passagem deixam claro que a escatologia desempenha um importante papel no pensamento de Tiago.
     
     
    1.2. A idéia da Lei
    Deus, sendo perfeitamente bom, exige bondade do homem, e essa exigência está na sua lei. Esta lei para Tiago é a lei mosaica, 2.11,12.
     
    1. A idéia da Justiça
      Em Tiago temos a doutrina de justiça, apresentada em termos do Antigo Testamento, porém, de pleno acordo com os ensinos espirituais de Jesus Cristo. Isto naturalmente procede do uso e da concepção que Tiago tem da lei divina, 4.12; 5.7.
       
    2. A idéia de Salvação
Estas considerações preparam o caminho para o estudo da idéia de Tiago sobre a salvação. A base da salvação e a boa vontade, a própria graça de Deus, 1.18,22,23.
 
    1. Tiago e Paulo
O assunto que tem dado mais que falar em relação à epístola de Tiago é o da justificação. Pare existir na epístola de Tiago um conflito com os ensinos de Paulo.Tiago diz que é inútil afirmar que uma fé que não se pode provar, ou uma fé que não produz obra nenhuma possa salvar a alma. 2.20. Tiago em sua discussão não está falando de obras de mérito, obras em relação à lei, obras que precedem a salvação; mas está falando de obras motivadas pelo amor, obras que surgem ou aparecem em relações pessoais, obras da pessoa já salva.
 
 
 

A TEOLOGIA DA PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO

 
 

INTRODUÇÃO

A epístola de Pedro declara ter sido escrita pelo apóstolo Pedro, 1.1, um “ancião”, que foi testemunha ocular dos sofrimentos de Cristo, 5.1. Ele tem um companheiro seu “filho” Marcos 5.13. Uma forte tradição atribui esta epístola ao apóstolo Pedro que usou, como seu amanuense, ou secretário, Silvano (Silas; 5.12).
 
    1. Dualismo Petrino
      O eruditismo recente tem enfatizado a similaridade na comum divisão de Pedro e dos sermões em Atos. O presente, no entanto, é a tensão escatológica entre o presente e o futuro, que não é meramente cronológica, mas também soteriológica, 1.11. A morte de Cristo não foi um mero evento histórico, mas um evento predestinado por Deus antes da fundação do mundo, 1.20. Através de sua morte, Cristo inaugurou o “fim dos tempos”, 1.20.
       
    2. A Ressurreição de Cristo
      Partilha deste caráter escatológico, pois o Cristo ressuscitado foi para o céu, Ef 1.22. Isto significa que Cristo já assumiu sua lei messiânica à mão direita de Deus, onde ele tem que reinar, 1a Co 15.25. A ressurreição de Cristo não é simplesmente um evento do passado; é um evento em virtude do qual todo aquele que crê pode, em tempo subseqüente, entrar em novidade de vida, através da proclamação das boas-novas, 1.23.
       
      1.3. Escatologia
      Assim, a escatologia desempenha um grande papel na epístola. Pedro não usa a palavra (parousia), mas fala, várias vezes, da revelação (apokalypsis), de Cristo, 1.7,13; 4.13; 5.4. O contraste entre o mundo mau e o céu é particularmente forte e desempenha um papel essencial no pensamento petrino, 1.14,15,18,20; 5.9; 4.3; 2.5,9,11; 3.1; 2.18.
       
       
       
      1.4. Deus
O conceito de Deus por parte de Pedro contém a matéria-prima da teologia trinitária, mas sua expressão é, em geral, prática, e não teórica. Sua introdução contém referência a Deus, o Pai, ao Espírito Santo e a Jesus Cristo, 1.2.
 
1.5. Cristologia
Pedro mantém, claramente, uma alta Cristologia, embora ele não fale de Cristo como o “Filho”, a par com o Pai. 1.20. Os crentes também foram predestinados, 1.2,25; 3.12.
 
    1. A Vida Cristã
      Há duas ênfase notáveis, em Pedro, quanto á vida cristã. A primeira é a firmeza no sofrimento. Sofrer é a experiência normal do crente, porque o mundo, para ele, é uma terra estranha, 4.13. A Segunda é a do bom comportamento (o verbo agathopoieo, “fazer o bem”, ocorre quatro vezes em Pedro – 2.15,20; 3.6,17 – mas em nenhum lugar em Pedro).
       
       
       
       

A TEOLOGIA DAS EPÍSTOLAS: JUDAS E 

SEGUNDA DE PEDRO
 
 

INTRODUÇÃO

Devido à íntima relação entre a epístola de Judas e a 2a de Pedro, vamos estudá-las em conjunto. Ambas tratam de certos erros e abusos que surgiram, devido a uma perversão do evangelho. Naturalmente não devemos esperar encontrar muita discussão doutrinária, como por exemplo nas cartas do apóstolo Paulo, porque o fim destas epístolas é, não tanto ensinar como corrigir. Por esta razão não há também uma ordem formal ou lógica na discussão. Portanto, vamos estudá-las do princípio ao fim, sem tentar organizar a matéria ao redor de temas específicos, de modo sistematizado como em geral acontece com os escritos sagrados.
 
  1. JUDAS
     
    1. O Autor
Judas chama-se servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, 1.1. Sendo ele irmão de Tiago e Tiago irmão de Jesus, logo ele era também irmão de Cristo. Judas escreveu aos chamados e santificados. O assunto de que ele trata é a salvação que tanto ele como os “chamados” estão gozando. O fim da epístola é exortar os chamados para que os frutos da salvação não sejam perdidos, 1.3.
 
1.2. Exortação
falsos mestres chegam à Igreja, que “negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”, v.4; que rejeitaram toda autoridade e ultrajaram os anjos, v. 8; que são escarnecedores, v.18;
 
Os dois itens de interesse teológico são:
  1. a referência de Judas aos “anjos que não guardaram o seu principado, v.6; ver 2a Pe 2.4;
  2. e o seu uso da literatura apócrifa, v. 14.
     
     
    2. A Segunda Epístola de Pedro
     
    2.1. Autor
    Declara vir do punho do apóstolo Simão Pedro, 1.1, que foi testemunha ocular da majestade de Jesus, em sua transfiguração, 1.16-18, pouco antes de sua morte (de Pedro), 1.14.
    Começa com uma descrição da salvação, em que o cristianismo é considerado como o cumprimento da profecia.
    O termo chave nesta epístola não é “esperança”, como na primeira carta de Pedro, mas “conhecimento”, 1.13. A redenção por meio de Cristo Jesus é mencionada uma só vez nesta carta, e assim mesmo em mera alusão, 2.1. O autor escreve aos crentes novos, isto é, os que aceitaram Cristo pela pregação que, devido a perseguição, saíram de Jerusalém, At 8.4.
     
    2.2. Virtudes Cristãs
Nos versos 5.7 do primeiro capítulo temos uma lista das virtudes que deviam adornar o caráter do crente. Os que cultivam estas virtudes terão em abundância este conhecimento tão precioso e tão desejável, 1.8. Os que não tem estas virtudes perderão o discernimento espiritual e voltarão à vida velha, 1.9.
 
2.3. Uma Exortação
Em vista deste fato, o autor exorta os crente a seguirem uma vida pura e santa, 3.14,15. A epístola conclui com mais uma exortação, 3.17-18.
 
 
 
 
 
 
 
 

 A TEOLOGIA DE PAULO

 
 

INTRODUÇÃO

A teologia de Paulo não pode ser bem compreendida à parte de sua personalidade e história. Mas do que a de qualquer outro apóstolo, a sua história e experiência religiosa influíram na formação da sua teologia. A primeira coisa que precisamos fazer, pois, é dar em ligeiros traços a sua biografia.
 
    1. Origem e Características
Desde a sua mocidade Paulo manifestou um espírito religioso arrebatado até o fanatismo. Expunha francamente as suas convicções, e sinceramente vivia segundo aquilo que cria. Paulo nascera dentro da religião judaica, Fp 3.5,6. Foi educado dentro dessa religião; considerava as doutrinas do cristianismo falsas e perigosas. O messias do cristianismo, Jesus Cristo, era para Paulo um impostor, e de forma alguma correspondia às esperanças e concepções do povo judaico. Ter fé neste Messias era atraiçoar o culto do judaísmo, desprezar as leis de Moisés, e desprezas as mais brilhantes esperanças do judaísmo.
Homem de grande zelo e ardor, dedicava-se de todo o coração a qualquer idéia que abraçasse. Não ficava jamais em meios termos, era ardente ou frio; morno nunca.
 
1.2. Paulo como Judeu e a Lei
Esta hipótese de uma ascendência judaica nasce das pressuposições teológicas subjacentes de Paulo. Ele era um monoteísta inflexível, Gl 3.20; Rm 3.30; e rejeitava severamente a religião pagã, Cl 2.8; a idolatria, 1a Co 10.14,21; e a imoralidade, Rm 1.26ss. Ele menciona o Antigo Testamento como a Sagrada Escritura, Rm 1.2; 4.3; a Palavra de Deus divinamente inspirada, 2a Tm 3.16.
 
Como rabino judeu, Paulo partilhava inquestionavelmente da fé judia na centralidade da Lei. Mesmo quando cristão, ele afirmou que a Lei é espiritual, Rm 7.14, santa e boa, Rm 7.12. A Lei, para um fariseu, era tanto a Lei escrita de Moisés como as “tradições orais dos pais”, Gl 1.14. O judaísmo tinha perdido o sentido da revelação de Deus e a sua fala através da voz viva da profecia. A doutrina judaica da revelação centralizava todo o conhecimento de Deus e sua vontade na Lei.
 
Como rabino judeu, zeloso pela Lei, Saulo estava igualmente entusiasmado em exterminar este novo movimento religioso que exaltava a memória de Jesus de Nazaré. O livro de Atos localiza Paulo em Jerusalém de algum modo participando na morte de Estevão, At 7.58.
 
    1. A Sua Teologia
A sua teologia não é a teologia acanhada dos judeus da Palestina. Devido às suas experiências com o povo grego, era mais liberal, menos preso pelo nacionalismo dos judeus da Palestina. Como já observamos, tinha a religiosidade do judeu, o discernimento do grego e a energia do romano. E é por isso que notamos nele, um grande fervor religioso, uma grande penetração nas doutrinas e no espírito do cristianismo, e uma energia nunca vista nos anais de qualquer religião.
 
    1. Paulo, O Apóstolo
      O senso de autoridade de Paulo não é particularmente seu, mas foi-lhe conferido, como apóstolo, pelo Senhor. É como apóstolo que Paulo reivindica uma alta autoridade. Sua experiência no caminho de Damasco não apenas o fez reconhecer Jesus como Messias ressuscitado e glorificado, At 9.15,16; 22.15; 26.17,18. Como apóstolo, Paulo não mantinha uma autoridade exclusiva, mas uma autoridade que dividia com os outros apóstolos. Em sua lista de lideres na igreja, Paulo citou apóstolos em primeiro lugar, 1a Co 12.28; Ef 4.11. As qualidades primárias de um apóstolo eram que ele fosse testemunha ocular da ressurreição, At 1.22; 1a Co 9.1, e que recebesse um chamado distinto e incumbência do Senhor.
       
       
  1. O Homem Sem Cristo
A opinião de Paulo sobre o homem e o mundo ilustra sua visão escatológica básica. Ele sempre foi interpretado contra o pano de fundo do dualismo helenístico, que envolvia um dualismo cosmológico e bastante associado a um dualismo antropológico.
  1. o dualismo cosmológico – contrastava dois níveis de existência: o terreno e o divino;
  2. o dualismo antropológico – contrastava duas partes do homem: seu corpo e sua alma.
     
    1. O mundo – kosmos é uma palavra grega que não tem equivalentes nem em hebraico nem em aramaico, 1a Co 1.20; 3.19; 2.6.
    2. Poderes Espirituais – Paulo não se refere apenas a anjos bons e maus, a Satanás e aos demônios; ele usa um outro grupo de palavras, para designar as fileiras de espíritos angélicos. A terminologia é que se segue:
  1. “potestades” ou “domínio” (arche), 1a Co 15.24; Ef 1.21; Cl 2.10;
  2. “potestades” (archai); RSV, “principados”, Ef 3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.15; Rm 8.38.
  3. “dominações” (kyriotes), Cl 6.2.
     
    2.3. Consciência
Não apenas tem os homens a responsabilidade de cultuar a Deus, tam também a responsabilidade de fazer o bem, por causa da consciência., Rm 2.14,15.
 
2.4. Pecado
A natureza do pecado pode ser vista a partir de um estudo de diversas palavras usadas por Paulo, mas a palavra mais profendamente teológica para pecado é “asebia”, traduzida como “impiedade” em Rm 1.18.
 
2.5. Lei
Paulo não considera a Lei meramente como padrão divino para a conduta humana, nem como parte da Sagrada Escritura, embora a Lei tenha origem divina e, portanto, sendo boa.
2.5. Carne
Um dos inimigos finais do homem fora de Cristo, que apenas precisa ser mencionado aqui, é o carne. Como veremos em capítulos posteriores, “carne”, em Paulo, tem um uso distinto; designa o homem em sua queda, sua pecabilidade e sua rebelião. Gl 5.17; 6.8.
 
3. A Pessoa de Cristo
 
    1. Cristo, O Messias. – 9.5; 10.6; 1a Co10.4; 15.22; 2a Co 4.4; 5.10.
       
    2. O Messias é Jesus – 1a Co 11.23; Rm 1.3; Gl 1.19; Rm 15.8; Fl 2.7ss.
       
    3. Jesus, O Senhor – Rm 10.9; 1a Co 12.3; 2a Co 4.5; Mt 7.21.
       
    4. Jesus como o Filho de Deus – Rm 1.3,4; 8.3; Gl 4.5; Cl 1.13;
       
    5. Cristo, O último Adão – Rm 5.12; 1a Co 15.45-47; Fp 2.6;
       
       
      4. A Obra de Cristo: Expiação
       
    1. O Amor de Deus – Embora tanto o Novo Testamento como o Antigo, tem como base para a obra reconciliadora de Cristo, a ira de Deus, isto não tem que, de modo algum, ser interpretado como a transformação da ira de Deus em amor, 2a Co 5.19; Rm 3.21; 8.3,32;
       
    2. Expiatória – Rm 3.25; 8.3; 1a Co 5.7; Ef 5.2;
       
    3. Vicária – Mc 10.45; Rm 5.8; 1a Tss 5.10; Ef 5.2; Gl 3.13;
       
    4. Substitutiva – 2a Co 5.14,21; Gl 2.20; 1a Tm 2.6; Ef 2.8,9;
       
    5. Propiciatória – Rm 1.18,32; 3.20,24,25; 6.23; 1a Tss 5.9; Hb 9.5; Êx 25.17-20.
       
    6. Redentora – Mc 10.45; 1a Tm 2.6; 1a Co 7.22,23; Gl 3.13; Ef 1.7; Tt 2.14;
       
       
       
      5. A Obra de Cristo: Justificação e Reconciliação
       
      5.1. A Importância da Doutrina – Rm 4.7; Cl 1.14; 2.13; Ef 4.32;
       
      5.2. O Embasamento da Justificação – Gl 2.21. Basicamente, “justiça”, é um conceito de relacionamento. É justo quem cumprir as exigências colocadas sobre si pelo relacionamento em que se encontra.
       
      5.3. A Justificação é Escatológica – Rm 2.13; 5.1,9; 8.1; Gl 5.5; Mt 12.36,37; 1a Co 6.11;
       
      5.4. Imputação – Rm 4.5,8; 2a Co 5.21;
       
       
      5.5. Reconciliação
      Reconciliação é uma doutrina estreitamente aliada à da justificação. A justificação é absolvição, do pecador, de todo pecado; a reconciliação e a restauração do homem justificado ao relacionamento com Deus.
       
      5.6. Reconciliação Objetiva – Rm 5.8,10,11;
       
      5.7. A Necessidade de Reconciliação – Cl 1.21; Rm 5.10;
       
      5.8. O Caráter da Reconciliação – 2a Co 5.19;
       
      5.9. Os Resultados da reconciliação – traz paz com Deus, Rm 5.1; esta livre da ira de Deus, Ef 2.14-16.
       
       
       
       
      A TEOLOGIA DO APOCALIPSE
       
       
      INTRODUÇÃO
      O livro do Apocalipse pretende ser uma revelação dos eventos que ocorrerão no fim do século e do estabelecimento do Reino de Deus. A teologia básica do livro tem emergido. A abordagem mais fácil do apocalipse é seguir sua própria tradição particular, como a opinião verdadeira, e ignorar as outras; mas o intérprete inteligente tem que se familiarizar com os vários métodos de interpretação, para que possa criticar e purificar sua própria opinião.
       
      1.2. O conteúdo do apocalipse
  1. a primeira visão – 1.9-3.22
  2. Cristo é visto em pé, em meio a sete candeeiros, 1,12;
  3. Segunda visão – 4.1-16.21
  4. Retrata o trono celestial com um livro selado com sete selos na mão de Deus.
  5. Terceira visão –17.1-21.8
  6. É a grande prostituta, Babilônia.
     
    1.2. Método de Interpretação
  1. interpretação preterista;
  2. o método histórico;
  3. o método simbólico ou idealista;
  4. interpretação futurista extrema: O dispensacionalismo;
  5. o ponto de vista futurista moderado;
     
    1. O Problema do mal
      O Apocalipse prevê um curto período de terrível mal na história no fim dos tempos. Como Mateus 24.15ss e 2a Tessalonicenses 2.3ss, ele fala de um personagem maligno.
       
    2. O Reino Vindouro
  1. sua vinda é mostrada como destruição do mal – 19.11-16;
  2. há um reino temporário, de mil anos - 20.4;
  3. a primeira ressurreição – 20.5;
  4. a Segunda ressurreição – 20.11-15;
  5. o julgamento é duplo: obras e o livro da vida – Rm 2.6-11.
     
     
     
     
     
 
 
 

BIBLIOGRAFIA

 
 
R.N. CHAMPLIM. “Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”. (doravante denominado de NTI), vol.1 à 6. Ed. Candeia. 1995.
 
W.C. TAYLOR. “Dicionário do Novo Testamento Grego”. Ed. JUERP. 1991.
 
Gerhard F. HASEL. Teologia do Novo Testamento”. Ed. JUERP. 1988.
 
Osmundo A. MIRANDA. Estudos Introdutório nos Evangelhos Sinóticos”. Casa Editora Presbiteriana. 1989.
 
Werner G. KÜMMEL. “Síntese Teológica do Novo Testamento”. Ed. Sinodal. 1983.
 
Eduard LOHSE. Introdução ao Novo Testamento”. Ed. Sinodal. 1985.
 
George E. LADD. Teologia do Novo Testamento”. Ed. JUERP. 1993.
 
 

BÍBLIAS

 
 
João F. ALMEIDA. “Bíblia (ARA) Novo Testamento Trilíngüe – Grego, Português, Inglês”. Ed. Vida Nova. Editor Luiz A.T. Sayão. 1998.
 
João F. ALMEIDA. Bíblia (ARC)”. CPAD. 1999.


[1] Louis BERKHOF. Princípios de Interpretação Bíblica. Ed. Cultura Cristã. 2000., p. 24.
[2] Idem.
[3] Ko\smos, -ou, o\, 1) o universo, o mundo (a soma das coisas criadas); a terra habitadas; os habitantes da terra toda; a raça humana; "a massa da humanidade ímpia, alienada de Deus e hostil à causa de Cristo" - Thayer; "afazeres mundanos, o agregado de bens, riquezas, vantagens, prazeres, etc., que embora ocos, vãos e passageiros estimulam a cobiça e constituem obstáculo a Cristo" - Thayer; "o padrão da vida pagã" - Hort; "adorno". W.C.TAYLOR. Dicionário do Novo Testamento Grego. (doravante denominado de DNTG). Ed. JUERP. 1991., p. 121.
[4] A idéia do Logos recua aos tempos do filósofo Heráclito (VII séc. 500 a.C.). Ele ensinou que todas as coisas estavam em um estado de fluxo constante, que nada permanece o mesmo. Para ele, logos pode significar "discurso", "preleção didática", i. é, "ensino", e até mesmo "reputação". No mundo Gr. Secular, a palavra logos já assumiu uma significância para o pensamento especulativo muito antes da sua terminologia ter sido definida com mais exatidão. Colin BROWN. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. (doravante denominado de DITNT). Edições Vida Nova. 1989., p. 392. Para uma análise mais acurada desta palavra na terminologia filosófica. 

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