O Texto Massorético
do Antigo Testamento e o O Textus Receptus do Novo Testamento
O Texto Massorético do
Antigo Testamento
O Texto Massorético
foi preservado pelos massoretas em meados do século VI, um grupo de escribas
Judeus de renome que tinham como objetivo preservar fielmente os textos que
eles consideravam ser divinamente inspirados. Esse texto foi usado para compor
a Bíblia Hebraica e posteriormente como fonte de tradução para outros idiomas,
inclusive para o português, realizada pelos católicos e também pelos
protestantes, inclusive para as traduções de João Ferreira de Almeida.
No século XV, ao ser
inventada a imprensa, Daniel Bomberg, um cristão veneziano de Antuérpia,
Bélgica, realizou uma impressão do Texto Massorético em 1524 e foi usado também
por Martinho Lutero ao traduzir o Antigo Testamento para o Alemão.
O Texto Massorético
também é a base universal para o que podemos chamar de uma “Bíblia” Judaica, se
referindo claramente aos livros canônicos judaicos, chamados Tanakh, que contém
os 24 livros sagrados dos judeus que compõem os mesmos 39 livros do Antigo
Testamento, porém em ordem diferente.
Tanakh, o Antigo
Testamento em Hebraico
Clique para ampliar
A divisão que deu
origem ao Tanakh, o Cânone Judaico, foi estabelecida entre os Judeus logo
depois do cativeiro babilônico, na época do segundo templo construído sob
decreto de Ciro em 539 a.C. Foram o conjunto de livros usados pelos judeus a
partir de então.
O Tanakh Judaico é
dividido em três conjuntos de livros:
Torá (A Lei) são os
mesmos cinco livros do Pentateuco: 1. Gênesis, 2. Êxodo, 3. Levítico, 4.
Números e 5. Deuteronômio. Os livros da Torá também são chamados pelos Judeus
de Hamisha Humshei Torah (em hebraico: as cinco partes do Torá) e estes são os
livros centrais de todo o judaísmo e seus nomes em hebraico são: Bereshit, Shemot,
Vaicrá, Bamidbar e Devarim.
Neviim (Os Profetas)
são divididos entre os livros dos Profetas Anteriores: 6. Josué, 7. Juízes, 8.
I e II Samuel, 9. I e II Reis; e Profetas Posteriores: 10. Isaías, 11.
Jeremias, 12. Ezequiel e 13. Os 12 Profetas (Oséias, Naum, Joel, Habacuque,
Amós, Sofonias, Obadias, Ageu, Jonas, Miquéias, Zacarias e Malaquias). Note que
os livros de Samuel e Reis não são divididos como no cânone cristão e os livros
dos 12 últimos profetas da Bíblia cristã aparecem em um só livro. Os nomes dos
livros em hebraico são: Yehoshua, Shoftim, Shmu'el, Melakhim, Yeshayahu,
Yirmiyahu, Yehezq'el, Hoshea, Yo'el, Amos, Ovadyah, Yonah, Mikhah, Nakhum,
Habaquq, Tsefania, Haggai, Zekharia e Malakhi.
Kethuvim (Os
Escritos) são os divididos em Livros Poéticos: 14. Salmos, 15. Provérbios e 16.
Jó; Os Cinco Rolos: 17. Cantares, 18. Rute, 19. Lamentações, 20. Eclesiastes e
21. Ester; e Livros Históricos: 22. Daniel, 23. Esdras/Neemias e 24. I e
IICrônicas. Note que os Livros de Esdras e Neemias aparecem como um único livro
e o mesmo acontece com os livros de I e II Crônicas. Os nomes dos livros em
hebraico são: Tehillim, Mishlei, `Iyyov, Shir ha-Shirim, Rute, Eikhah, Kohelet,
Ester, Daniel, Ezra e Divrei ha-Yamim.
O Textus Receptus do
Novo Testamento
Categoria: A Bíblia
Última Atualização: Terça, 12 Junho 2018 19:47 Escrito por Bíbliateca Teológica
O denominado Textus
Receptus serviu como base para muitas traduções do Novo Testamento a partir do
século XVI. Também chamado Texto Recebido, denomina o texto usado nas
impressões destes livros em grego. Foi usado como texto base para tradução da
Bíblia King James, a Bíblia de Lutero e usado para a maioria das traduções em
português depois da reforma protestante, inclusive usada para as traduções de
João Ferreira de Almeida em 1681.
Esses textos são
muito parecidos com o típico Texto Bizantino, mas contém algumas mínimas
diferenças. Eles foram extraídos com base em cópias de textos bizantinos, que
eram os textos mais usados nas cópias do Novo Testamento do século XV. Estes
textos foram levados pelos eruditos do oriente para o ocidente enquanto fugiam
da ocupação islâmica que dava início ao Império Otomano perseguindo os
cristãos.
A compilação do
Textus Receptus foi realizada através destes Textos Bizantinos de forma a
compor um único texto em grego no Novo Testamento completo e depois daria
origem a outras edições. Ela foi realizada por um padre católico, intelectual e
teólogo, chamado Erasmo de Roterdão, em 1516.
Posteriormente foram
feitas as principais edições que representam o Textus Receptus, por Estienne de
1550 e dos Elzevirs de 1633.
Várias traduções
baseadas nestes textos se mantiveram intocadas até meados do século XX. Os
textos de Roterdão foram escritos em grego e latim, em forma de duas colunas,
uma para cada idioma.
Nenhum comentário
Postar um comentário