O que é blasfemia contra o Espirito Santo?

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Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.  Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir. Mt 12.31 – 32

A Bíblia nos mostra um pecado imperdoável, todos os pecados e blasfêmias serão perdoados, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão. O que seria, porém, este pecado? O que é blasfemar contra o Espírito Santo?

Este termo não é muito usado hoje em dia e as Escrituras não parecem muito claras na explicação do que significa esta expressão. Muitos teólogos e estudiosos da Palavra têm dado a este termo algumas explicações.

Este pecado é comentado pelos três evangelhos sinópticos (Mt 12.31 – 32; Mc 3.28 – 30; Lc 12.10). Só o evangelho de João que não comenta este pecado, porém, João, na sua primeira epístola faz referência a um pecado que é para morte, e por esse não devemos orar. “ Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue.” I Jo 5.16 . Alguns estudiosos dizem que João está se referindo ao mesmo pecado citado nos evangelhos sinópticos, outros dizem que não.

Há muitas opiniões a respeito do que realmente significa este pecado, vamos estudas as mais importantes:

1.    Para alguns, este pecado só poderia ser cometido pelos contemporâneos de Jesus durante seu ministério terreno. Os que defendem esta opinião são Berkhof, Jerônimo e Crisóstomo.1

2.     Outros acreditam que a blasfêmia contra o Espírito Santo é a incredulidade . Sabemos que o Espírito Santo é aquele que nos convence do pecado e nos leva ao arrependimento. Os adeptos desta corrente afirmam que o Espírito Santo tem “batido na porta do coração” das pessoas, mas elas são resistentes ao chamado Dele, e por não decidirem a seu favor, morrem na incredulidade.

“… Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.” Hb 4.7b

 “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.” At 7.51

3.    Uma opinião mais moderna crê que a blasfêmia contra o Espírito é se apostatar da fé . A carta aos Hebreus mostra algumas pessoas que não são passíveis de arrependimento, portanto, imperdoáveis. Essas pessoas, segundo esta doutrina, teriam caído da fé.

“4  É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5  e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, 6  e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.” Hb 6.4 – 6

O texto fala de pessoas que foram iluminadas (só o Espírito pode iluminar uma pessoa), provaram o dom celestial (só o Espírito dispensa dons) e se tornaram participantes do Espírito Santo (tiveram uma experiência real com o Espírito), além de provarem da Palavra de Deus e dos poderes celestiais (conhecedores das Escrituras e do poder de Deus Mt 22.39).

O versículo 6 diz que elas “caíram”, e seria impossível renová-las para arrependimento. Para este versículo há duas interpretações mais comuns:

a)    Uns dizem que é a apostasia e que isso seria imperdoável, para estes, essa pessoa “perdeu a salvação”;

b)    Outros dizem que sem a ação do Espírito Santo a pessoa não conseguiria sozinha se arrepender e por isso não seria perdoada, neste caso a culpa da falta de perdão não seria de Deus, que perdoaria qualquer pecado, pois é rico em misericórdia, mas do próprio individuo, que não conseguiria se arrepender por não ter a ação do Espírito que o leva ao arrependimento.

4.    Por fim, a opinião mais aceita entre os teólogos e biblistas é a interpretação feita pelo contexto do texto. No texto do termo “blasfêmia contra o Espírito Santo” existe um contexto imediato, Jesus está libertando um endemoninhado de sua enfermidade, o homem passou a andar e ver, pois era cego e mudo, e essa ação incontestável do Senhor é atribuída a Belzebu , maioral dos demônios.

Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios. Mt 12.22 – 24

Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno. Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo. Mc 3.28 – 30

Para esta corrente teológica, blasfêmia contra o Espírito Santo é atribuir um ato notavelmente feito pelo Senhor, a Satanás. Essa interpretação é amplamente aceita pela maioria dos estudiosos, pois se baseia no contexto do que Jesus estava falando naquele momento e do que estava acontecendo no contexto imediato. O versículo 30 de Marcos é claro em dizer que Jesus só falou aquilo, porque estavam falando que Ele estava com demônios. Jesus responde a tudo isso dizendo que a casa dividida não subsistirá, e que se ele fosse um demônio, seria demônio expulsando demônio, isso não faria sentido algum.

Conclusão

Concluindo nosso estudo, vimos que existem várias correntes teológicas a respeito do pecado imperdoável, por via das dúvidas, não morra na incredulidade , deixe o Senhor trabalhar no seu coração, nunca caia da fé , siga sempre vigilante sabendo que em breve o Senhor virá e nunca atribua uma obra notável do Senhor a Satanás , reconheça Jesus em todos os seus feitos maravilhosos, pois a honra, a glória e o louvor devem ser dadas somente Aquele que é digno de receber adoração.

Autor: Tarles Elias

Fonte

1BERKHOF , Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Luz para o caminho publicações, p.254, 1996.

HARMATIOLOGIA , Faculdade Teológica Betesda, Editora Betesda, Mód. III, pág. 412.

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