Arqueologia e Geografia Bíblica parte 1

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Arqueologia e Geografia Bíblica
 
Introdução
 
Até o século XIX, o estudo da Bíblia sofreu limitações decorrentes da quase total ausência de informações históricas extrabíblicas sobre os fatos narrados na Bíblia. Os relatos das peregrinações cristãs datadas, aproximadamente, do século IV, constituem a única fonte de informação sobre sítios arqueológicos bíblicos até esse século, quando teve início a moderna exploração histórica na Palestina. Com as descobertas proporcionadas por escavações arqueológicas, foi possível compor um quadro geral mais nítido de todo o mundo antigo contemporâneo da história de Israel e do cristianismo primitivo, isto é, desde a civilização sumeriana, da qual saiu Abraão, até à época do helenismo e do Império Romano, em que se expandiu o Evangelho.
 
Vários são os aspectos pesquisados pela arqueologia -- desde a construção de edifícios e confecção de vestuário, até a organização militar, administrativa, política, religiosa e comercial. Os meios de transporte, as armas e utensílios, a educação, o lazer, as profissões e ofícios, os meios de subsistência, a estrutura urbana, sanitária e viária, a escrita e as artes -
 
-   tudo concorre para formar esse imenso pano de fundo, contra o qual se pode assistir com maior nitidez ao desenrolar da história relatada nos livros bíblicos.
A partir de escritos preservados em tábuas de pedra e barro, em hieróglifos ou em caracteres cuneiformes, foi possível uma compreensão mais clara de como os judeus e os povos com os quais coexistiram pensavam e agiam, como se vestiam, de que se alimentavam, que deuses cultuavam, quais os seus ritos, sua filosofia, suas artes, como guerreavam ou estabeleciam tratados de paz. Restaurar todos esses elementos, no grau em que foi possível, significou restabelecer todo um conjunto de símbolos, um sistema de significação que permitiu compreender melhor as inúmeras metáforas, a rede de sentidos figurados em que se tece a linguagem da Bíblia.
 
Várias descobertas desse teor podem ser citadas: as escavações realizadas em Ur, cidade natal de Abraão, que permitiram a descoberta de textos alusivos a uma grande enchente, que se pode correlacionar ao relato do dilúvio; e a localização de restos de uma construção que pode ser ligada à descrição da torre de Babel. Em Nuzi, encontraram-se referências ao sacrifício de crianças - que Abraão substituiu pelo de animais - e ao roubo de ídolos, como refere o Gênesis (capítulo 31). No Egito, levantaram-se relatos sobre a invasão dos hicsos, ao tempo de José. Em Susa, na Babilônia, restaurou-se o código de Hamurabi, contemporâneo de Abraão. Numa estela construída por volta do ano 1200 a.C., há citações sobre Israel e Palestina.
 
A Natureza e o Propósito da Arqueologia Bíblica.
 
A palavra arqueologia vem de duas palavras gregas, archaios e logos, que significam literalmente “um estudo das coisas antigas”. No entanto, o termo se aplica, hoje, ao estudo de materiais escavados pertencentes a eras anteriores. A arqueologia bíblica pode ser definida como um exame de artefatos antigos outrora perdidos e hoje recuperados e que se relacionam ao estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos.
 
A arqueologia é basicamente uma ciência. O conhecimento neste campo se obtém pela observação e estudo sistemati cos, e os fatos descobertos são avaliados e classificados num conjunto organizado de informações. A arqueologia é também uma ciência composta, pois busca auxílio em muitas outras ciências, tais como a química, a antropologia e a zoologia.
 
Naturalmente, alguns objetos de investigação arqueológica (tais como obeliscos, templos egípcios e o Partenon em Atenas) jamais foram “perdidos”, mas talvez algum conhecimento de sua forma e/ou propósito originais, bem como o significado de inscrições neles encontradas, tenha se perdido.
Sabemos que muitas civilizações e cidades antigas desapareceram como resultado do julgamento de Deus. A Bíblia está repleta de tais indicações. Algumas explicações naturais, todavia, também devem ser brevemente observadas até porque elas foram instrumentos de Deus para o exercício do julgamento.
As cidades eram geralmente construídas em lugares de fácil defesa, onde houvesse boa quantidade de água e próximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares eram extremamente raros no Oriente Médio antigo. Assim, se alguma catástrofe produzisse a destruição de uma cidade, a tendência era reconstruir na mesma localidade. Uma cidade podia ser amplamente destruída por um terremoto ou por uma invasão. Fome ou pestes podiam despovoar completamente uma cidade ou território. Nesta última circunstância, os habitantes poderiam concluir que os deuses haviam lançado sobre o local uma maldição, ficando assim temerosos de voltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a ruínas. E quando os antigos habitantes voltavam, ou novos moradores chegavam à região, o hábito normal era simplesmente aplainar as ruínas e construir uma nova cidade. Formava-se, assim, pequenos morros ou taludes, chamados de tell, com muitas camadas superpostas de habitação. Às vezes, o suprimento de água se esgotava, rios mudavam de curso, vias comerciais eram redirecionadas ou os ventos da política sopravam noutra direção - o que resultava no permanente abandono de um local.
 
I. A importância da arqueologia no estudo do Velho Testamento
 
A arqueologia auxilia-nos a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos tempos bíblicos, o que passagens obscuras da Bíblia realmente significam, e como as narrativas históricas e os contextos bíblicos devem ser entendidos. A Arqueoloia também ajuda a confirmar a exatidão de textos bíblicos e o conteúdo das Escrituras. Ela tem mostrado a falsidade de algumas teorias de interpretação da Bíblia. Tem auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bíblico foi transmitido com um alto grau de exatidão. Tem confirmado também a exatidão de muitas passagens das Escrituras, como, por exemplo, afirmações sobre numerosos reis e toda a narrativa dos patriarcas.


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Não se deve ser dogmático. Relatos recuperados na Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo notavelmente semelhante ao relato bíblico deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Porém, em declarações sobre as confirmações da arqueologia, ela também cria vários problemas para o estudante da Bíblia. Até o presente não houve um caso sequer em que a arqueologia tenha demonstrado definitiva e conclusivamente que a Bíblia estivesse errada!
 
1. A Arqueologia e o Texto da Bíblia
 
Embora a maioria das pessoas pense em grandes monumentos e peças de museu e em grandes feitos de reis antigos quando se faz menção da arqueologia bíblica, cresce o conhecimento de que inscrições e manuscritos também têm uma importante contribuição ao estudo da Bíblia. Embora no passado a maior parte do trabalho arqueológico estivesse voltada para a história bíblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto da Bíblia.
 
Até recentemente, o manuscrito hebraico do AT de tamanho considerável mais antigo era datado aproximadamente do ano 900 da era cristã, e o AT completo era cerca de um século mais recente. Então, no outono de 1948, os mundos religioso e acadêmico foram sacudidos com o anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna próxima à extremidade noroeste do mar Morto. Desde então um total de 11 cavernas da região têm cedido ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos. Dezenas de milhares de fragmentos escritos originalmente sobre couro ou papiro e atribuídos aos membros de uma congregação judaica desconhecida, são mais de 600 e se encontram em diferentes estados de conservação. Incluem manuais de disciplina, livros de hinos, comentários bíblicos, textos apocalípticos, duas das cópias mais antigas conhecidas do Livro de Isaías, quase intactas, e fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento, com exceção do de Ester..
Como se poderia esperar, fragmentos dos livros mais freqüentemente citados no NT também são mais comuns em Qumran (o local das descobertas). Esses livros são Deuteronômio, Isaías e Salmos. Os rolos de livros bíblicos que ficaram melhor preservados e têm maior extensão são dois de Isaías, um de Salmos e um de Levítico.
Entre estes fragmentos encontra-se uma extraordinária paráfrase do Livro do Gênesis. Ainda se descobriram textos, em seus idiomas originais, de vários livros dos apócrifos, deuterocanônicos e pseudoepígrafos. Estes textos, nenhum dos quais incluído no cânon hebraico da Bíblia, são: Tobias, Eclesiástico, Jubileus, partes de Enoc e o Testamento de Levi, conhecido, até então, somente em suas antigas versões grega, síria, latina e etíope.
Ao que parece, os manuscritos foram parte da biblioteca da comunidade, cuja sede se encontrava no que hoje se conhece como Kirbet Qumran, próximo ao local das descobertas. As provas paleográficas indicam que a maioria dos documentos foi escrita em distintas datas. Parece que de 200 a.C. até 68 d.C. As provas arqueológicas têm ressaltado a data mais tardia, já que as escavações demonstram que o local foi saqueado em 68 d.C. É possível que um exército, sob as ordens do general romano Vespasiano, tenha saqueado a comunidade quando marchava para sufocar a rebelião judaica que estourou em 66 d.C. O mais provável é que os documentos foram escondidos entre 66 e 68 d.C.
Nos rolos encontrados no Mar Morto encontraram-se alusões a pessoas e acontecimentos dos períodos helenista e romano primitivo da historia judaica. Assim, um comentário do Livro de Naum menciona um homem de nome Demétrio, parecendo referir-se a um incidente registrado por Josefo e acontecido em 88 a.C. Nele estiveram implicados Demétrio III, rei da Síria, e Alexandre Janeu, o rei macabeu. De forma similar, pensa-se que as repetidas alusões a um "mestre da justiça" perseguido dizem respeito a figuras religiosas. Entre elas, o último sumo sacerdote judeu legítimo, Onias III, destituído em 175 a.C.; os líderes macabeus Matatias, o sumo sacerdote e seu filho, o líder militar Judas Macabeu, e a Manaém, líder dos zelotes em 66 d.C. Também se tem tentado vincular certas referências - principalmente as que mencionam um "sacerdote perverso" e "homem de falsidade" - com determinadas figuras como o sacrílego sumo sacerdote judeu Menelau; Antíoco IV, rei de Síria; o líder macabeu João Hircano e Alexandre Janeu. No entanto, até agora, todas estas identificações são ensaios e teorias. As opiniões acadêmicas ainda são objeto de fortes polêmicas.
 
O material descoberto entre os Manuscritos do mar Morto tem sido publicado pela American School of Oriental Research, a Universidade Hebraica e o Serviço de Antigüidades da Jordânia. A maioria dos manuscritos encontram-se, hoje, no Templo do Livro, no Museu Rockefeller, de Jerusalém, e no Museu do Departamento de Antigüidades, em Aman. Desde seu descobrimento, têm se publicado várias traduções dos manuscritos e numerosos comentários sobre os mesmos. Em 1947, Jumea, um pastor da tribo Taaeamireh dos beduínos nômades, descobriu alguns manuscritos antigos, em pele e tecido, numa caverna a noroeste do Mar Morto, vale de Qumran. Importantíssimo achado arqueológico, estes manuscritos constituíam a primeira parte de uma coleção de textos hebraicos e aramaicos, revelados após o primeiro achado de Jumea. Estes antigos textos, que incluem o Livro de Isaías completo e fragmentos de todos os demais livros do Antigo Testamento - exceto do Livro de Ester - são mil anos mais antigos do que qualquer outro texto hebraico conhecido.
O significado dos Manuscritos do Mar Morto é tremendo. Eles fizeram recuar em mais de mil anos a história do texto do AT (depois de muito debate, a data dos manuscritos de Qumran foi estabelecida como os primeiros séculos AC e AD). Eles oferecem abundante material crítico para pesquisa no AT, comparável ao de que já dispunham há muito tempo os estudiosos do NT. Além disso, os Manuscritos do Mar Morto oferecem um referencial mais adequado para o NT, demonstrando, por exemplo, que o Evangelho de João foi escrito dentro de um contexto essencialmente judaico, e não grego, como era freqüentemente postulado pelos estudiosos. E ainda, ajudaram a confirmar a exatidão do texto do AT. A Septuaginta, comprovaram os Manuscritos do Mar Morto, é bem mais exata do que comumente se pensa. Por fim, os rolos de Qumran nos ofereceram novo material para auxiliar na determinação do sentido de certas palavras hebraicas.
 
2. A arqueologia moderna
 
Ao longo dos anos, muito criticismo tem sido levantado quanto à confiabilidade histórica da Bíblia. Estes criticismos são usualmente baseados na falta de evidência de fontes externas confirmando o registro bíblico. E sendo a Bíblia um livro religioso, muitos eruditos tomam a posição de que ela é parcial e não é confiável a menos que haja


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evidência externa confirmando-a. Em outras palavras, a Bíblia é culpada até que ela seja provada inocente, e a falta de evidências externas colocam o registro bíblico em dúvida.
 
Este padrão é extremamente diferente do aplicado a outros documentos antigos, mesmo que muitos deles, se não a maioria, contém um elemento religioso. Eles são considerados acurados a menos que a evidência demonstre o contrário. Embora não seja possível verificar cada incidente descrito na Bíblia, as descobertas arqueológicas feitas desde a metade do século XVIII têm demonstrado a confiabilidade e plausibilidade da narrativa bíblica. Alguns exemplos1:
 
       A descoberta do arquivo de Ebla no norte da Síria nos anos 70 tem mostrado que os escritos bíblicos concernentes aos Patriarcas são de todo viáveis. Documentos escritos em tabletes de argila de cerca de 2300 A.C. mostram que os nomes pessoais e de lugares mencionados nos registros históricos sobre os Patriarcas são genuínos. O nome "Canaã" estava em uso em Ebla - um nome que críticos já afirmaram não ser utilizado naquela época e, portanto, incorretamente empregado nos primeiros capítulos da Bíblia. A palavra "tehom" (o abismo) usada em Gn 1:2 era considerada como uma palavra recente, demonstrando que a história da criação fora escrita bem mais tarde do que o afirmado tradicionalmente. "Tehom", entretanto, era parte do vocabulário usado em Ebla, cerca de 800 anos antes de Moisés. Costumes antigos, refletidos nas histórias dos Patriarcas, também foram descritos em tabletes de argila encontrados em Nuzi e Mari.
 
       Os Hititas eram considerados como uma lenda bíblica até que sua capital e registros foram encontrados em Bogazkoy, Turquia. Muitos pensavam que as referências à grande riqueza de Salomão eram grandemente exageradas. Registros recuperados mostram que a riqueza na antiguidade estava concentrada como o rei e que a prosperidade de Salomão é inteiramente possível. Também já foi afirmado que nenhum rei assírio chamado Sargon, como registrado em Is 20:1, existiu porque não havia nenhuma referência a este nome em outros registros. O palácio de Sargon foi então descoberto em Khorsabad, Iraque. O evento mencionado em Is 20 estava inclusive registrado nos muros do palácio. Ainda mais, fragmentos de um obelisco comemorativo da vitória foram encontrados na própria cidade de Asdode.
 
   Outro rei cuja existência estava em dúvida era Belsazar, rei da Babilônia, nomeado em Dn 5. O último rei da Babilônia havia sido Nabonidus conforme a história registrada. Tabletes foram encontrados mais tarde mostrando que Belsazar era filho de Nabonidus e co-regente da Babilônia. Assim, ele podia oferecer a Daniel "o terceiro lugar no reino" (Dn 5:16) se ele lesse a escrita na parede. Aqui nós vemos a natureza de "testemunha ocular" do registro bíblico frequentemente confirmada pelas descobertas arqueológicas.
 
3. Arqueologia do Oriente Próximo
 
De todas as regiões da terra, a mais escavada e perfurada é a do oriente médio. Ali surgiram e desapareceram reinos e civilizações. Muito do que se sabe hoje sobre esses reinos e civilizações desaparecidos deve-se a arqueologia.
 
Há cerca de 2.500 anos, desenvolveu-se na Grécia uma das civilizações mais importantes da Antiguidade e também uma das mais influentes de toda a história. Arquitetos gregos criaram estilos que são copiados até hoje. Seus pensadores fizeram indagações sobre a natureza que continuam a ser discutidas nos dias atuais. O teatro nasceu na Grécia, onde as primeiras peças eram apresentadas em anfiteatros abertos. Foi em Atenas que se fundou a primeira democracia, isto é, o governo do povo. A democracia ateniense incluía apenas os cidadãos homens, excluindo escravos (um número muito alto) e mulheres, portando, uma minoria votava. A sociedade grega atravessou diversas fases, atingindo o apogeu entre os anos 600 e 300 a.C., com grande florescimento das artes e da cultura. A Grécia foi unificada por Filipe da Macedônia. Seu filho, Alexandre o Grande, disseminou a cultura grega pelo Oriente Médio e pelo norte da África.2 As pesquisas arqueológicas nos grandes centros urbanos do período homérico revelaram-nos muito das cidades antigas.
 
Tróia - Aos 46 anos de idade, Heinrich Schliemann fã das leituras homéricas ouvidas na infância dos lábios de seu pai. Depois de aprender grego e dono de sólida fortuna, partiu em busca de um mundo sonhado. Em contato com os lugares homéricos pelos documentos históricos que afirmam que no século VI a.C. ali esteve o Novum Ilium - dizem-lhe, ao contemplar a colina de Hissarlik, que ali debaixo está Tróia. Dá início às escavações em 1870. Estas demonstram que aquela colina oculta ruínas de diversos povoados superpostos. Qual deles terá sido a Tróia da Ilíada? Logo Schiliemann anuncia que no segundo povoado encontra-se o Tesouro de Príamo, depois de remover 250.000 metros cúbicos de escombros. Após dispensar os operários da escavação, ele escava, ao anoitecer, as muralhas da cidadela recém descoberta juntamente com sua esposa (uma jovem grega também apaixonada por Homero). Naquela noite ele retira dois diademas de ouro, 4.066 plaquetas, 16 estatuetas, 24 colares de ouro, anéis, agulhas, pérolas.., num total de 8.700 artefatos provavelmente guardados num cofre por alguém que teria abandonado precipitadamente a cidade ao ser assaltada.
 
Micenas - Schiliemann prossegue com suas pesquisas, agora seu objetivo era encontrar a famosa "Micenas rica em ouro", como descreviam os textos homéricos. Ele começou as escavações no local que achou mais conveniente, ignorando as opiniões do "inteirados" no assunto. Acertou em cheio e logo se deparou com uma espécie de altar que poderia ter servido para a prática de sacrifícios de cunho religioso. Depois de algum tempo ele consegue chegar aos sepulcros. Ao abrí-los, um círculo de refulgentes machados, lanças e outros objetos parecem querer defender os cadáveres, os quais encontravam-se cobertos por máscaras e discos de ouro na fronte e sobre os olhos. A terceira das cinco tumbas abrigava esqueletos femininos e encontrava-se cheia de objetos de ouro e jóias. Schiliemann escreveu à um amigo a seguinte frase: "Encontrei um tesouro tão fabuloso que todos os museus do mundo reunidos equivalem a sua quinta parte". A máscara funerária que ele atribuíra à Agamemnom, no entanto, não tivera pertencido àquele famoso rei grego e combatente da Guerra de Tróia. Os especialistas demonstraram implacavelmente que aquelas tumbas eram anteriores à grande rixa com os troianos.
 
1 Bryant Wood da Associates for Biblical Research. Translated by Ronaldo Melo Ferraz
2 Fonte: Enciclopédia do Estudante n° 5, editora Globo


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Creta - Bastaram umas horas de trabalho para que Evans encontrasse o fruto de suas escavações. Três semanas depois, estava a frente de uma construção impressionante (ocupava uma extensão de mais de um hectare) que deixava pequenas as de Micenas. À memória de Evans chegaram as palavras de Homero: "E em Creta se encontra Cnossos, uma grande vila onde, durante nove estações, reinou Minos, amigo inseparável de Zeus Todo Poderoso". A obra era de exterior muito simples, ao contrário do interior, que era intrincado. As prodigiosas pinturas encontradas do lado interno falavam claramente do esplendor da civilização minóica. A emoção de Evans e dos trabalhadores chegou ao máximo quando encontraram o "Salão do Trono", com os altares em honra à Grande Deusa (divindade que remonta a época dos agrupamentos matriarcais do neolítico), porcelanas, pinturas, etc. O que mais impressionou neste grande edifício foi o excelente serviço de encanamentos e de escoadouro. As pinturas retratavam um ambiente de fim de século. Vale lembrar que Evans passou 25 anos escavando em Cnossos.3
 
Após sucessivos conflitos internos na Grécia, como a Guerra do Peloponeso (431 a.C.), entre Atenas e Esparta, da qual a última saiu vitoriosa, inciou-se um período de enfraquecimento da Cidades Estados gregas. Houve ainda uma hegemonia temporária de Tebas, que foi sucedida pelo início das incursões de Felipe da Macedônia sobre o restante do mundo grego (338 a.C.).
Os exércitos de Alexandre, O Grande da Macedônia (que deu continuidade às conquistas de seu pai, Felipe), em oito anos já haviam conquistado quase todo o mundo conhecido daquela época: da Grécia à Índia; do Egito ao Cáucaso. Seus homens cansados se amotinaram o que obrigou-o a regressar de suas campanhas militares. No Irã (antiga Pérsia), ainda pode ser visto o que sobrou dos palácios que Alexandre Incendiou. No Egito ele foi elevado à condição de deus. Durante uma batalha porém levou uma flechada no peito, mas como um milagre se salvou, e veio a morrer anos depois (323 a.C.) por umapicada de mosquito que lhe transmitiu a malária. Como um sonho fabuloso a pequena Macedônia dominou o mundo, Alexandre foi imortalizado em mosaicos, estátuas de rocha e em contos que narram vitórias intermináveis de um homem que como um deus marchou sobre o mundo antigo e, apesar de sua vida curta (33 anos), marcou para sempre a história mundial.
 
Mesopotâmia significa literalmente, Terra Entre Rios, está situada entre cursos inferiores dos rios Tigre e Eufrates. Dentre os povos que viveram em tempos remotos na Mesopotâmia, podemos destacar: A cultura sumeriana (IV-III milênio a.C.), A cultura sumério-acadiana (após séc. XXIII a.C.), Os impérios mesopotâmicos (séc. XXIV-XVI a.C.): Império de Elba, Império de Lagash e Império neo- sumério. Após também encontramos os chamados Reinos rivais, duas nações mesopotâmicas em constante tensão. Os Impérios do Oriente, basicamente constituídos de assírios que entraram em domínios babilônicos e por lá obtiveram êxitos militares formando assim o Império neo-assírio.
A habitação da Mesopotâmia data de tempos pré-históricos, pode-se observar nitidamente a linha de desenvolvimento cultural da região, vê-se os primeiros focos de organização urbana, a criação das primeiras grandes metrópoles mundiais, como a antiga Uruk, em camadas um pouco mais superficiais nota-se os rastros dos grandes impérios.
 
É   interessante olhar atentamente a uma tabuinha de escrita cuneiforme (Uma das primeiras formas de escrita criadas pelo homem), muitas vezes sem entender nada, compreendemos a maneira de se expressar dos antigos habitantes do mundo.
A região da Mesopotâmia despertou interesses de muitos usurpadores, que apareceram em busca de ouro, o qual encontraram em quantidade. Exemplo de uma "Mesopotâmia rica em ouro", são as tumbas de Ur, que abrigavam tesouros inestimáveis, entre carneiros de ouro maciço e pedras preciosas, capacetes bélicos ornados em puro ouro, jóias. Além das preciosidades, belíssimas obras de arte ornamentam as diversas regiões da Terra entre Rios.
 
Por isso tudo é que a região do oriente próximo e médio constituiem-se no paraíso dos escavadores.
 
4. Idades Arqueológicas
 
Asprincipais eras ou Idades arqueológicas são: paleolítico, mesolítico e neolítico.
 
 
 
 
 
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"Paleolítico" ou "Idade da Pedra Antiga (lascada)" é um termo criado no século XIX para definir o período mais antigo da História do Homem, anterior ao "Neolítico" ou "Idade da Pedra Nova (polida)". A duração deste período, o mais longo da História da Humanidade, é de cerca de 2,5 milhões de anos, desde o momento em que surgiram os primeiros seres humanos que fabricaram artefactos líticos até ao fim da última época glaciar, que terminou há cerca de 10 000 anos.
 
Mesolítico deve ser entendido como um período intermediário entre a economia predatória (caça e coleta), característica do Paleolítico, e a economia de produção (agricultura), característica do Neolítico. Alguns historiadores consideram-no um mero prolongamento do Paleolítico Superior, daí a denominação alternativa Epipaleolítico. Na maioria das regiões o Mesolítico corresponde aos últimos séculos que precederam a adoção da agricultura, com freqüência após o


 
3 Bolívar, A. Padilla Bolivar Atlas de Arqueologia, editora Lial


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degelo da última glaciação. As mais antigas culturas mesolíticas, datadas aproximadamente de -10.000/-8.000, são as da Europa e Ásia Ocidental.
 
No período Neolítico, o homem aprendeu a polir a pedra. A partir de então, conseguiu produzir instrumentos (lâminas de corte, machados, serras com dentes de pedra) mais eficientes e mais bem acabados. Empurrado pela necessidade, já que a caça e coleta tornaram-se escassas, o homem descobriu uma forma nova de obter alimentos: a agricultura. Com a prática da agricultura, o homem passou a necessitar de recipientes em que pudesse armazenar, conservar e cozinhar os cereais. Em resposta a essa necessidade, inventou a cerâmica: o barro modelado e cozido, usado para produzir jarros, potes, vasos e panelas.
No final do Período Neolítico, o homem aperfeiçoa os seus instrumentos através do uso da metalurgia. Os artefatos de pedra polida serão substituídos por ferramentas de metal, por volta do ano 5000 a.C., inaugurando a chamada Idade dos Metais. O domínio da técnica de fundição dos metais representa um grande avanço científico alcançado pelos homens naquele período. O primeiro metal utilizado pelo homem foi o cobre; posteriormente, através da fusão do cobre com o estanho, o homem obteve o bronze.
 
O processo de desenvolvimento da metalurgia culminou finalmente com a utilização do ferro. Porém, sendo o ferro um metal escasso e mais difícil de ser fundido, só foi obtido por volta de 1500 a.C. e dominado somente por alguns povos. Eles aproveitaram o ferro para a utilização de seus armamentos afirmando sua superioridade militar.
 
5. O Surgimento do Universo
 
Basicamente são apenas duas as teorias do surgimento do universo: Criado por um ser todopoderoso e criação espontânea. Esta última com alguns desdobramentos. As duas teorias partem de um axioma. A primeira de um Deus onipotente criador de todas as coisas, a segunda da auto criação da matéria. Ambas são inacessíveis à verificação científica. Ambas podem apenas ser avaliadas pelos respectivos postulados ou previsões, por exemplo, antes da primeira alunisagem:
 
Evolucionistas na NASA insistiam que as pernas do módulo lunar tivessem 13 m de altura porque, segundo a teoria da evolução, a Terra/Lua existem há 4,5 bilhões de anos e a taxa, conhecida por medições, de precipitação de pó cósmico na Lua deve ter uma camada média de 12,8 m de pó por lá. Os criacionistas da NASA, inclusive Werner von Braun, insistiam no absurdo de tais providências e insistiam que a Lua não teria uma camada de pó superior a 1 cm porque Deus criou os céus e a Terra em menos de 10 mil anos atrás. Tiraram a média entre os dois grupos para o comprimento dos pés. Qual surpresa quando chegaram lá e mediram a espessura da camada de pó que media pouco menos de 1 cm!
Desta forma também é o resultado para a maioria das demais previsões pelas duas teorias e por este motivo companhias petrolíferas procuram por geólogos criacionistas para prospectar petróleo baseado em previsões pela teoria criacionista. Assim como existem apenas duas teorias sobre as origens, assim também existem apenas dois grupos de religiões no mundo: Aquelas que tentam procurar por divindades e aquelas para as quais Deus se revelou. Para o segundo grupo pertencem o judaísmo e o cristianismo. As demais pertencem ao primeiro grupo. Estas também são chamadas de religiões experimentais.
 
6. Carbono 14
 
O carbono 14 é um elemento radiativo de meia vida de, em torno de, 5730 anos. O 14C, como é denominado abreviadamente, se forma à partir do Nitrogênio, nas altas camadas da atmosfera. Raios cósmicos bombardeiam constantemente a nossa atmosfera produzindo nêutrons livres.Estes bombardeiam o Nitrogênio produzindo um isótopo do Carbono, o Carbono 14. Este é radiativo.
 
De uma dada quantidade de átomos de 14C a metade decai, aleatoriamente, para 12C em 5730 anos, ou seja, após 5730 só resta ainda a metade de 14C do original. O 14C está uniformemente distribuido na atmosfera. Todos os seres vivos metabolizam o 14C contido nos seus alimentos, na concentração proporcional aproximada de 10-12 % do 12C no ar, porque ambos tem a mesma reatividade e afinidade química. Quando um ser vivo morre deixa de metabolizar 14C e este começa a reduzir a sua concentração, por força do decaimento radiativo, nos tecidos mortos. Medindo-se a proporção entre o 14C e o 12C de restos mortais e comparando-os com as proporções contidas nos seres vivos pode-se calcular a sua idade. Devido às concentrações extremamente pequenas de 14C na atmosfera, cerca de 1 14C para cada trilhão de átomos de 12C,
 
é  impossível medir datas além de 20 ou 30 mil anos. Os criacionistas que mantém que a Terra é muito jovem, no entanto, não aceitam nem datas desta grandeza, mas porque?
 
A taxa de formação de 14C é muito pequena e necessitaria de milhares de anos para que se equilibre com a taxa de decaimento. Se estas taxas não estiveram em equilíbrio por ocasião da época de vida do ser vivo a ser datado se parte de uma concentração inicial de 14C menor e a idade apurada é maior do que a real. Ninguém consegue determinar que a taxa atual de formação é igual a taxa atual de decaimento, ou seja, ninguém consegue determinar se estas duas grandezas estão em equilíbrio. Para medições até 3000 AC existe um desvio não muito significativo, comparado com fosséis de data arqueológica conhecida, mas antes desta data ninguém sabe. O campo magnético da Terra mantém o cinturão Van Allen. Este cinturão é um escudo contra radiação cósmica. Quanto mais forte o campo eletromagnético da Terra mais forte o escudo Van Allen. Quanto mais forte o escudo menor a radiação cósmica e quanto menor a radiação cósmica menor a taxa de formação de 14C.
Acontece que o capo eletromagnético da Terra está em franco decaimento. Há apenas dois mil anos atrás, por exemplo, ele tinha três vezes a sua intensidade de hoje.
 
Se, por exemplo, devido ao acima exposto, a concentração de 14C na atmosfera, há 5000 anos atrás, tivesse um quarto da concentração atual, um fóssil morrido naquela data forneceria uma idade atual de 5730 x 2 + 5000 = 16460 anos.
 
Por estes e mais motivos fala-se, cientificamente, em anos ou idade radiocarbono, que obrigatoriamente não quer dizer necessariamente a mesma coisa que anos solares. A mídia, muitos cientistas e leigos interessados além de muitos livros escolares não sabem distinguir entre os dois.


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7. Evolução
 
Segundo o evolucionismo, o homem é o resultado final de uma longa evolução, que começou há cerca de 5 milhões de anos com o mais antigo dos hominídeos: o Australopithecus. O Australopithecus adulto tinha um modo de andar e uma arcada dentária semelhante ao dos seres humanos atuais. O volume de seu crânio, no entanto, quase três vezes menor do que o nosso. Há cerca de 2 milhões de anos, ele desapareceu da Terra, por causas ainda desconhecidas pelos cientistas.
 
Nesse mesmo período, segundo pesquisas, começou a surgir o Homo habilis, que possuía um crânio maior, com cerca de 800 centímetros cúbicos: um claro sinal do desenvolvimento do cérebro. O Homo habilis conseguia fazer utensílios de pedra, inclusive armas, com as quais podia caçar animais, o que lhe permitiu incluir a carne na sua dieta.
Há cerca de 1,5 milhão de anos surgiu o Homo erectus, um descendente direto do Homo habilis. Seu corpo e crânio eram maiores (cerca de 900 centímetros cúbicos). Sabia usar, também, o fogo, vivia em cavernas e conseguia construir elaborados instrumentos de pedra.
 
Finalmente, há cerca de 200 mil anos, surgiu o Homo sapiens sapiens, cujo crânio media 1.500 centímetros cúbicos. Ele é o nosso antepassado mais próximo, e foi o que melhor soube transformar a natureza em seu benefício. Abaixo vamos contradizer algumas das principais bases teóricas da evolução humana.
 
8. O Crânio 1470 de Richard Leakey
 
É   cedo demais para avaliar acertadamente o verdadeiro significado da descoberta feita por Richard Leakey perto da praia leste do lago Rodolfo, no Quênia. Não obstante, o impacto sobre as teorias evolucionistas relacionadas com a origem do homem é potencialmente tão explosivo que essa notícia merece, uma tentativa de avaliação. Um jornal disse: "Por causa dele (o crânio 1470 de Leakey), todos os livros sobre antropologia, todos os artigos sobre evolução e os desenhos da árvore genealógica do homem terão de ser jogados no lixo. Estão aparentemente errados". O artigo publicado em Science News4 tinha o seguinte título: "O novo crânio de Leakey muda o nosso pedigree..." Richard Leakey é filho do Dr. Louis Leakey. O Dr. Leakey adquiriu fama mundial através de uma série de descobertas supostamente sensacionais em Olduvai George, na Tanzânia, cerca de 800km ao sul do lago Rodolfo. A descoberta principal do Dr. Leakey foi um crânio de um pretenso "homem-macaco", que se chamou de Zinjanthropus, ou "Homem do Leste da África". Através de uma combinação de julgamentos apressados, reivindicações exageradas e grande publicidade feita pelo National Geographic, outros jornais e outros meios de comunicação, muitas pessoas, e quase todos os evolucionistas, ficaram convencidos de que o Dr. Leakey tinha realmente encontrado os restos mortais de uma criatura muito especial, uma criatura da qual o homem teria descendido diretamente e que viveu cerca de dois milhões de anos atrás.
 
Uma avaliação mais completa e cuidadosa de achado do Dr. Leakey feitos por técnicos da matéria revelou finalmente que o "Zinjanthropus" do Dr. Leakey não passava de uma variedade de Australophithecos (como o próprio Dr. Leakey finalmente admitiu), uma criatura parecida com um macaco, cujos restos foram descobertos 35 anos antes por R. A. Dart na África do Sul. O Dr. Leakey ficou, portanto, por ter "descoberto" uma coisa que já tinha sido descoberta muitos anos antes! Embora algumas autoridades, como Montagu5 e von Koenigswald,6 há muito tinham afirmado que o australopithecus estão fora da linhagem dos ancestrais do homem, a opinião geral dos evolucionistas era que os australopithecus foram macacos bípedes parecidos com o homem em linha direta na árvore genealógica do homem.
 
Richard Leakey não tem doutorado um antropologia. Na verdade, ele não é formado em nada. Ele nem mesmo freqüentou uma faculdade. Não obstante, passou muitos anos trabalhando e estudando com o seu pai, e reuniu uma equipe que inclui cientistas formados. Durante os anos passados, sua pesquisa deu forte apoio àqueles que defendiam que os australopithecus não tinham nada a ver com a origem do homem. Nós já fizemos a nossa avaliação das evidências relacionadas com essas criaturas, evidências que nós cremos que provam conclusivamente que eles foram macacos. Ponto final.7 Se a avaliação de Richard Leakey de sua descoberta, o Crânio de 1470, for aceita, terá não apenas acabado completamente com as teorias de seu pai sobre a origem do homem, nas quais o australopithecus recebeu um papel principal, mas também terá acabado com as teorias de todos os outros também.
 
O Dr. Leakey reivindicou que encontrou dois espécimes do seu "Zinjanthropus", uma forma menos evolutiva e mais primitiva, mais tarde intitulada Australopithecus Robustus e uma forma mais desenvolvida e mais graciosa, chamada A. Africanus. Richard Leakey reivindica agora que esses não passavam de macho e fêmea de uma só espécie, a forma mais graciosa sendo a fêmea e a mais robusta, o macho.8 9 Nenhuma evolução da forma primitiva para a mais avançada.
 
Com base em evidências extremamente fragmentárias (e com fortes idéias preconcebidas), a opinião geral dos evolucionistas tem sido que os australopithecus andavam abitualmente sobre duas pernas, uma das características para a forma transicional entre o suposto ancestral do homem parecido com um macaco e o próprio homem. Evidências apresentadas por Richard Leakey nos dois ou três anos passados deram forte apoio ao fato de que os australopithecus não andavam sobre duas pernas, mas tinham longos braços, pernas curtas e andavam com o auxilio das mãos, como os demais macacos africanos ainda existentes.10
 
A última descoberta de Leakey talvez tenha agora dado o último golpe para derrubar o australopithecus como
candidato a antepassado do homem; na verdade, se aceita, vai destruir todas as teorias atualmente defendidas pelos
 
4 Science, News, Vol. 102, p. 324 (1972)
5 A. Montagu, Man: His First MiIion Years, World Publishers, Yonkers, N. Y., 1957, p.51
6 G. H. R. von Koenigswald, The Evolution of Man, University of Michigam Press, Ann Arbor, 1962; ( veja também a crítica deste livro feita por J. Hawkes, Science, Vol. 204, p. 952, 1964)
 
7 D. T. Gish, Evolution: The Fossils Say No!, Institute for Creation Research, San Diego, 1973
8 R. E. F. Leakey, Nature, Vol. 231, p. 241 (1971)
9 Sience News, Vol. 99, p. 398 (1971)
10Science News, Vol. 100, p. 357 (1971)


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evolucionistas sobre os antepassados do homem. Em sua conferência no ano passado em San Diego (que o autor assistiu), Leakey disse que o que ele encontrou destrói tudo o que aprendemos até agora acerca da evolução do homem, e, ele disse, "Eu não tenho nada para oferecer em seu lugar!"
As idéias geralmente aceitas até agora sobre a evolução do homem incluíam um antepassado hipotético comum para homens e macacos, que deveria ter existido cerca de 30 milhões de anos atrás mais ou menos, talvez um pouco mais (no que se refere aos verdadeiros fósseis) até que se chegou ao estágio do australopithecus, cerca de dois milhões de anos atrás segundo se supõe. Mais tarde, cria-se, esses antepassados do homem parecidos com macacos foram seguidos por uma criatura mais parecida com o homem (ou menos parecida com o macaco!), representada em Java pelo Pithecanthropus Erectus (o Homem de Java), e na China pelo Sinanthropus Pekinensis (o Homem de Pequim). Eles foram datados pelos evolucionistas (através de simples conjecturas) em cerca de 500.000 anos, e atualmente a maioria dos evolucionistas os coloca em uma só espécie intitulada Homo Erectus. Já discutimos em alguns detalhes por que cremos que a única evolução que ocorreu nessas criaturas foi a evolução dos modelos e descrições feitas pelos evolucionistas desde que foram descritos pela primeira vez! As primeiras descrições dessas criaturas eram muito parecidas com os macacos, mas elas foram se tornando cada vez mais parecidas com o homem nos relatórios subseqüentes, culminando nos modelos de Franz Weidenreich, que eram quase humanos. Infelizmente, todos os ossos desapareceram durante a Segunda Guerra Mundial, portanto não há meios agora de confirmar se essa criatura era um homem ou um macaco. Estamos convencidos de que, tal como os australopithecus, eram simplesmente macacos. Assim, temos o quadro:
 
  antepassado comum do homem e do macaco (30 m.a.)
 
  australopithecus (homem parecido com macaco, 2 m.a.)
 
  o Homem de Java, o Homem de Pequim (quase homem, 0,5 m.a.)
 
  o homem atual (foi reconhecido que o homem de Neandertal era totalmente homem, o Homo Sapiens).
 
Isso é muito pouco, considerando um suposto período evolucionário de 30 milhões de anos e a fértil imaginação dos evolucionistas!
 
Richard Leakey reivindica agora que a sua equipe descobriu um crânio (chamado de KNMR 1470) muito mais recente ainda do que o "Homem de Pequim", essencialmente o mesmo, de fato, do homem moderno (exceto no tamanho), e ainda assim foi datado em cerca de três milhões de anos!11 12 Se a avaliação de Leakey tiver apoio, e, se as datas atribuídas aos australopithecus (2 milhões de anos), o "Homem de Pequim" (112 milhão de anos), e o KNMR 1470 (3 milhões de anos) forem aceitas, é óbvio que nem os australopithecus nem o "Homem de Pequim" estão na árvore genealógica do homem, pois corno poderia o homem moderno, ou essencialmente o homem moderno, ser mais velho que seus antepassados? Quem já ouviu falar de pais que são mais jovens que seus filhos?
 
Conforme foi reconstituído pela Sra. Richard Leakey, o Dr. Bernard Wood, um anatomista londrino, e outros, o crânio é notavelmente semelhante ao do homem moderno? A parede do crânio é fina, sua conformação geral é humana, e não possui as pesadas saliências dos supercílios, as cristas supramastóides e outros aspectos simiescos encontrados variadamente nos australopithecus e no "Homem de Pequim". Além disso, a algumas milhas de distância, mas na mesma camada, o Dr. John Harris, um paleontólogo ligado aos Museus Nacionais do Quênia, descobriu ossos de membros que, segundo consta, não diferem em nada dos ossos do homem moderno. São presumivelmente ossos de membros de criaturas idênticas ao 1470.
 
A capacidade craniana do 1470 foi calculada por Leakey em apenas 800 cc. Embora isso seja muito mais que o atribuído aos australopithecus (450 a 500 cc), e, considerando sua alegada antigüidade, ele é chamado de "cérebro grande", embora esteja abaixo da média do homem moderno (cerca de 1.000 a 2.000 cc, com uma média de 1.450 cc). A idade e o sexo do 1 1470 não pôde ser determinado com certeza (primeiro pensou-se que fosse macho; agora crê-se que seja fêmea).
A pequena capacidade craniana desse crânio é difícil de reconciliar com o fato de que tudo mais nele seja, segundo consta, essencialmente parecido com o homem moderno. (O Dr. Alec Cave, um anatomista inglês, descreveu o crânio como "tipicamente humano")13. Até mesmo um pigmeu deveria possuir uma capacidade craniana maior do que a do 1470, embora já tenha menos da encontrada numa mulher aborígene australiana com uma capacidade craniana de cerca de 900 cc.
 
Um recente artigo publicado em um jornal14 fala de uma entrevista com o Dr Alan Mann, um antropólogo da Universidade da Pennsylvania, que passou quatro semanas com Leakey no Quênia no verão passado. Conta-se que Mann foi no começo muito cético quanto aos relatórios de Leakey sobre o 1470, mas depois de sua experiência durante o verão, ficou convencido de que Leakey revolucionou a antropologia. Ele conta que Leakey agora encontrou um segundo crânio, e que esse crânio é bastante grande para ser colocado em cima do 1470. Mann, como a maioria dos outros evolucionistas, ficou totalmente confuso pelas desnorteantes implicações da descoberta de Leakey. Ele teria dito: "Simplesmente não sabemos o que aconteceu. Não há teorias reais. Todos estão um tanto confusos. ...Simplesmente voltamos ao ponto de partida."
 
E o que dizer da data atribuída por Leakey ao seu 1470, como também das datas atribuídas ao "Zinjanthropus" 1 e 3/4 milhões de anos) e ao "Homem de Pequim"? Seria legítimo que um criacionista que crê numa terra jovem e, portanto, crê que os métodos para datar usados para chegar a essas datas são inválidos, que usasse essas mesmas datas para invalidar a teoria evolucionista? Absolutamente. Se o que Leakey relata acerca do seu 1470 é verdadeiro, e se as datas atribuídas a essa criatura, ao "Zinjanthropus" e ao "Homem de Pequim " são válidas, então o "Zinjanthropus" (e todos os Australopithecus) e o "Homem de Pequim" são eliminados como antepassados do homem, e os evolucionistas ficam sem nada. Por outro lado, se a idade da terra tem alguns milhares de anos em vez de bilhões de anos, então todo o conceito da
 
11Science News, Vol. 102, p. 324 (1972)
12R. E. F. Leakey, National Geographic, Vol. 143, p. 819 (1973)
13J. Hillaby, "Dem Ole Bones'', New Scientist, December 21, 1972.
14J. N. Shurkin ( Knight Newspapers writer ), The Cincinnat Enquirer, October, 1973. p. 6


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evolução se torna inconcebível. Assim, tanto num como no outro caso, ficamos sem nenhum antepassado evolucionista.
para o homem.
Gostaríamos de enfatizar que a esta altura estamos quase completamente dependentes do julgamento de Richard Leakey e seus colegas quanto à natureza dos seus achados. No momento, além disso, estamos; limitados às notícias publicadas em jornais e revistas pseudocientíficas. A importância e as implicações das descobertas de Leakey são assim publicadas com base em relatórios que talvez não sejam assim tão dignos de confiança e dados que ainda não foram examinados pelos críticos. Devemos, portanto, olhar para tudo isso com muita cautela. Não obstante, podemos dizer a este ponto, que o último relatório de Leakey dê considerável apoio aos criacionistas , que defendem que o homem e os macacos sempre foram contemporâneos. Por outro lado, isso teve o efeito de uma bomba entre os evolucionistas. Talvez seja por isso que em nossas muitas discussões e debates com os evolucionistas, neste último ano, não tenhamos encontrado ninguém que queira conversar sobre a evolução humana!
Outros acontecimentos recentes fortaleceram a posição dos criacionistas. Por exemplo, o Homem de Neandertal costumava ser descrito como uma criatura primitiva sub -humana, o antepassado imediato do Homo Sapiens. Cria-se que ele possuía uma postura apenas semiereta e que possuía alguns outros aspectos primitivos, inclusive destacadas saliências nos supercílios, pescoço curto e em declive, ombros curvos e pernas em arco. Durante muitos anos o Museu de História Natural de Chicago exibiu uma família do Homem de Neandertal, apresentado-o como uma criatura sub-humana, inclinada para frente, arrastando os braços no chão, cabeluda, grunhindo, espiando sob uma compacta saliência supraciliar, com olhos profundamente encaixados.
 
Essa figura do Homem de Neandertal foi desenvolvida porque o indivíduo cujo esqueleto foi usado para essa figura sofria de uma forma severa de artrite o outras condições patológicas. Já no século XIX isso foi destacado por Virchow, um famoso anatomista. Isso foi confirmado mais recentemente por Straus e Cave que disseram:
"Não há, portanto, motivos válidos para presumir que a postura do Homem de Neandertal... diferisse significativamente dos homens da atualidade... Talvez o 'ancião' artrítico de La Chapelle-aux-Saints, o protótipo da postura do homem de Neandertal, se postasse e andasse com algum tipo de cifose patológica; mas, nesse caso, ele tem os seus companheiros entre os homens modernos semelhantemente afligidos com osteoartrite espinal. Ele não pode, à vista de sua manifesta patologia, ser usado para. nos dar um quadro digno de confiança de um neandertaliano normal e sadio. Não Obstante, se ele pudesse ser reencarnado e colocado em um metrô de New York (depois de tomar um banho, fazer a barba e vestir roupas atualizadas ), duvidamos que atraísse mais atenção do que outros cidadãos." 15
 
Ainda mais recentemente, o Dr. Francis lvanhoe declarou que os dentes do Homem de Neandertal apresentam evidências de raquitismo (causada pela ausência de vitamina D) e que radiografias dos ossos do Homem de Neandertal indicam o característico padrão do raquitismo.16 Ele ainda diz que cada crânio das crianças de Neandertal estudado até agora apresenta sinais associados a severo raquitismo: cabeça grande com testa alta e bulbosa, fechamento retardado das juntas ósseas e fragmentos de ossos defeituosos, e dentes fracos.
 
Por isso é que o Homem de Neandertal foi um tipo de má postura! Seus supercílios salientes, a testa bulbosa, os ombros caídos, as pernas arcadas e outros aspectos "primitivos" eram devidos ao amolecimento dos seus ossos e outras condições patológicas causadas por uma séria deficiência de vitamina D. Vamos ainda lhe dar uma artrite e teremos o quadro do Homem de Neandertal que enfeita tantos livros escolares há 100 anos - a figura que os evolucionistas reivindicaram provar que o Homem de Neandertal era um elo entre o homem moderno e criaturas semelhantes aos macacos.
Mas agora essa figura do Homem de Neandertal foi abandonada e hoje ele já não é mais classificado como Homo Neanderthalensis, mas é classificado como Homo Sapiens , exatamente como eu e você. 0 Museu de História Natural de Chicago retirou os seus antigos modelos do Homem de Neandertal e os substituiu com modelos atualizados, mais modernos. Assim, um a um: - o "Homem de Nebraska" (construído com base num dente de porco!), o "Homem de Piltdown" (construído a partir do maxilar de um macaco da atualidade!), o "Zinjanthropus", ou o "Homem do Leste da África", o "Homem de Pequim", o Homem de Neandertal, - nossos supostos antepassados semelhantes a macacos foram deixados de lado. E Richard Leakey clama por fundos para começar tudo de novo!
 
A teoria da evolução transgride duas leis fundamentais da natureza: a primeira e a segunda Lei da Termodinâmica. A Primeira Lei declara que não importa que mudanças se efetuem, nucleares, químicas ou físicas, a soma total da energia e da matéria (realmente equivalentes) permanece constante. Nada atualmente está sendo criado ou destruído, embora transformações de qualquer espécie possam acontecer. A Segunda Lei declara que cada alteração que acontece tende natural e espontaneamente a sair de um estado ordenado para um estado desordenado, do complexo para o simples, de um estado de energia alta para um estado de energia baixa. A quantidade total de casualidade ou desordem no universo (a entropia é uma medida dessa casualidade) está constante e inevitavelmente aumentando. Qualquer aumento na ordem e complexidade que possa ocorrer, portanto, só poderia ser local e temporária; mas a evolução exige um aumento geral na ordem que se estenda através dos períodos geológicos. Os aminoácidos não se combinam espontaneamente para formar proteínas, mas as proteínas se quebram espontaneamente em aminoácidos, e os aminoácidos lentamente se desfazem em compostos químicos mais simples. Com cuidadoso controle de reagentes, uso de energia e remoção de produtos da fonte de energia (conforme se faz nas atuais experiências da "origem da vida"), o homem pode sintetizar aminoácidos a partir de gases, e proteínas a partir de aminoácidos. Mas, sob quaisquer combinações das condições realistas primordiais da terra, esses processos jamais poderiam ter acontecido. Esse fato ficou adequadamente demonstrado por Hull que concluiu: "O químico físico, orientado pelos princípios comprovados da termodinâmica. química e cinética, não pode oferecer nenhum
 
 
15W. L. Straus, Jr., and A, J. E. Cave, The Quarterley Review of Biology, December, 1957, pp. 358, 359
16F. lvanhoe Nature, August 8, 1970 (v. também Science Digest, February, 197 1, P. 35, Prevention, October, 1971, p. 115)


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incentivo ao bioquímico que necessita de um oceano cheio de compostos orgânicos para formar até mesmo coacervatos sem vida. Hull estava aqui se referindo às especulações sobre a origem da vida.
 
Considerando que o universo, como um relógio, está se deteriorando, é óbvio que ele não existiu eternamente. Mas de acordo com a Primeira Lei, a soma total da energia e matériaprima é sempre uma constante. Como podemos, então, numa pura e simples base natural, explicar a origem da ma téria e da energia das quais este universo é composto. A continuidade evolucionária, do cosmos ao homem, é criativa e progressiva, enquanto que a Primeira e a Segunda Lei da Termodinâmica declaram que os processos naturais conhecidos são quantitativamente conservativos e qualitativamente clegenerativos. Em qualquer caso, sem exceção, quando essas leis foram sujeitas a testes foram comprovadas válidas. Os exponentes da teoria evolucionista ignoram assim o observável a fim de aceitar o inobservável (a origem evolucionista da vida e das principais espécies das coisas vivas).
 
9. Criacionismo
 
No princípio criou Deus os céus e a terra. (Gn 1:1) Este versículo é o mais importante e fundamental de todos. Quando cremos de fato neste versículo, não temos dificuldade em crer em todo o restante da palavra de Deus. A teoria do Criacionismo tem sido baseada no livro de Gênesis capítulo primeiro. Teoria defendida por católicos, evangélicos (protestantes) entre outros. Segundo a bíblia o ser humano foi criado por Deus o que rebate diretamente todas as demais teorias inventadas pelos homens acerca de sua origem.
 
Alguns criacionistas afirmam que a palavra dia, que aparece sete vezes na história bíblica da criação (Gn 1.1-2.3), deve ser interpretada como um período de tempo de 24 horas. Como pode ser isso, se os luzeiros "para marcarem os dias, os anos e as estações" (Gn 1.14, BLH) foram formados no quarto dia?
Parece-me que a palavra yom pode ser entendida pelo menos de três maneiras: a) como dia, aproximadamente 12 horas, em contraste com noite; b) como dia de 24 horas; c) como uma era. O intérprete deve decidir o que é mais apropriado em cada texto. Uma explicação é que os quatro atos da criação nos três primeiros dias descrevem a criação de espaços, e os quatro atos dos últimos três dias correspondem ao preenchimento destes espaços. Desta forma, a criação nos seis dias é uma resposta à descrição do versículo 2, de "um universo sem forma e vazio". Então os luzeiros correspondem a criação de luz no primeiro dia. Segundo esta explicação, a seqüência no texto não é cronológica, mas, sim, segundo os temas. Gostaria de observar que o ano, o mês e o dia são baseados nos movimentos da Terra e da Lua, mas não existem explicações astronômicas para a semana. Se admitirmos que a lua tem quatro fases, cada uma delas um pouco maior que uma semana. Mas poderia-se falar em duas fases, o crescente e o minguante, porque o número de fases é arbitrário. Parece-me que a semana tem origem teológica, ou seja, Deus está ensinando a observância de seis dias de trabalho e um de descanso, e, não, necessariamente que o universo apareceu em 6 dias de 24 horas.
 
Esta é uma questão- chave. O dia de 24 horas só foi criado no quarto "dia". A Bíblia usa a expressão "dia" para designar períodos. Um bom exemplo disso encontra-se já em Gênesis 2.4: "Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus". A expressão-chave é "céus e terra". Se interpretarmos literalmente, veremos então que não foram criados no mesmo dia. Gênesis 1 relata que "os céus" foram criados no segundo dia (Gn 1.8) e "a terra", no terceiro dia (Gn 1.10). Obviamente, então, dia, em Gênesis 2.4, está falando de pelo menos dois dias diferentes. Mas a outra maneira de compreender a expressão "céus e terra", que é mais correta, é a que denota toda a criação. Na poesia hebraica isto é chamado de merisma - a menção de elementos extremos para se incluir tudo o que está entre os dois. É como dizer "crianças e adultos" para incluir todas as idades, como os jovens e adolescentes também. Deste modo, a expressão se refere a toda a criação. Todavia, ao contrário do capítulo 1, este versículo está falando de um dia em que foram criadas todas as coisas. Portanto, dia pode se referir a épocas. Entretanto, ressalto, que esta interpretação tem por base a própria evidência bíblica do uso da palavra dia. Sou contrário à interpretação que tem por finalidade validar o texto bíblico diante das teorias sobre a idade da terra. Isto seria uma acomodação do texto bíblico, que julgo desnecessária.
Alguns evolucionistas argumentam: Se a Terra é tão nova, então como se formou o petróleo que precisa ficar por milhões de anos em alta temperatura e pressão? Contudo, a explosão do vulcão Santa Helena no noroeste dos EUA, em maio de 1980, arrancou grande quantidade de árvores e os lançou no lago Spirit. A ação do vento e das ondas, além do efeito de apodrecimento, arrancou a casca dos troncos enquanto flutuavam. Estas cascas foram cobertas com detritos. Em questão de dois anos retiraram uma amostra desta camada e ela já se havia transformada em uma substância betuminosa, semelhante ao piche leve. A história dos milhões de anos é uma suposição apenas. Muitos processos são extremamente rápidos, dadas as necessárias condições, inclusive a formação de estalactites e estalagmites.
 
Aqueles que combatem a existência de um casal original afirmam que o teórico cruzamento entre irmãos, os filhos de Adão e Eva, teria causado anomalias genéticas? Mas, as anomalias só acontecem na somatória de códigos genéticos, tanto bons como já comprometidos. O processo sucessivo de cópias introduz erros. Como a humanidade estava em seu início não havia códigos genéticos defeituosos e o risco era nulo.
 
10. Como se organiza uma expedição arqueológica
 
O arqueólogo bíblico pode ser dedicar à escavação de um sítio arqueológico por várias razões. Se o talude que ele for estudar reconhecidamente cobrir uma localidade bíblica, ele provavelmente procurará descobrir as camadas de ocupações relevantes à narrativa bíblica. Ele pode estar procurando uma cidade que se sabe ter existido mas ainda não foi positivamente identificada. Talvez procure resolver dúvidas relacionadas à proposta identificação de um sítio arqueológico. Possivelmente estará procurando informações concernentes a personagens ou fatos da história bíblica que ajudarão a esclarecer a narrativa bíblica.
 
Uma vez que o escavador tenha escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos necessários (incluindo permissões governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele estará pronto para começar a operação. Uma


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exploração cuidadosa da superfície é normalmente realizada em primeiro lugar, visando saber o que for possível através de pedaços de cerâmica ou outros artefatos nela encontrados, verificar se certa configuração de solo denota a presença dos restos de alguma edificação, ou descobrir algo da história daquele local. Faz-se, sem seguida, um mapa do contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em) escavado (s) durante uma sessão de escavações. Esses setores são geralmente divididos em subsetores de um metro quadrado para facilitar a rotulação das descobertas.
 
II.    Civilizações Antigas
 
1.  A Mesopotâmia
 
Entre a Ásia, a África e Europa, uma região fertilizada pelas inundações periódicas de dois grandes rios atraiu muitos povos e os obrigou a desenvolver obras de engenharia. Para coordenar sua realização surgiu o Estado. Essa região foi chamada Mesopotâmia e dominada, sucessivamente pelos sumérios, acádios, amoritas, assírios e caldeus.
 
A economia da Mesopotâmia baseava-se principalmente da agricultura, mas os povos da região desenvolveram também a criação de gado, o artesanato, a mineração e um ativo comércio à base de trocas que se estendia à Ásia menor, ao Egito e à Índia.
Sua organização social formava uma pirâmide que tinha no topo os membros da família real, nobres, sacerdotes e militares. A base era composta por artesões, camponeses e escravos.
 
Famosos desde os tempos antigos pela crueldade e pelo talento guerreiro, os assírios também se destacaram pela habilidade na construção de grandes cidades e edifícios monumentais, como atestam as ruínas encontradas em Nínive, Assur e Nimrud. Estabelecido no norte da Mesopotâmia, o império assírio foi uma das civilizações mais importantes do Oriente Médio. Os primeiros povoadores conhecidos da região eram nômades semitas que começaram a levar vida sedentária ao longo do IV milênio a.C. Alguns dados atestam a formação, a partir do século XIX a.C., de um pequeno estado assírio, que mantinha relações comerciais com o império Hitita. No século XV a.C., depois de longo período de submissão ao império da Suméria, o estado assírio, com capital em Assur, começou a tornar-se independente e a se estender. Graças ao apogeu comercial, os assírios puderam lançar-se, sob o reinado de Shamshi-Adad I (1813-1781 a.C.), às conquistas que tanta glória lhes trouxeram. O soberano concentrou esforços na construção de um estado centralizado, segundo o modelo da poderosa Babilônia. Suas conquistas se estenderam aos vales médios do Tigre e do Eufrates e ao norte da Mesopotâmia, mas foram barradas em Alepo, na Síria. O rei Assur-Ubalit I (1365-1330) foi considerado pelos sucessores o fundador do império assírio, também conhecido como império médio. Para consolidar seu poder, estabeleceu relações com o Egito e interveio nos assuntos internos da Babilônia, casando sua filha com o rei desse estado. Depois de seu reinado, a Assíria atravessou uma fase de conflitos bélicos com hititas e babilônios, que se prolongou até o fim do século XIII a.C. Quem afinal conseguiu impor-se foi Salmanasar I (1274-1245), que devolveu ao estado assírio o poder perdido. Esse monarca estendeu sua influência até Urartu (Armênia), apoiado num exército eficaz que conseguiu arrebatar da Babilônia suas rotas e pontos comerciais. Sob o reinado de Tukulti-Ninurta I (1245-1208), o império médio alcançou seu máximo poderio. A mais importante façanha do período foi a incorporação da Babilônia, que ficou sob a administração de governadores dependentes do rei assírio. Com as conquistas, o império se estendeu da Síria ao golfo Pérsico. Depois da morte desse rei, o poder assírio decaiu em benefício da Babilônia. Assur-Nasirpal II (883-859), o mais desumano dos reis assírios, que pretendeu reconstruir o império de Tiglate-Pileser I e impôs sua autoridade com inusitada violência. Foi o primeiro rei assírio a utilizar carros de guerra e unidades de cavalaria combinadas com a infantaria. O último grande império assírio iniciou- se com Tiglate-Pileser III (746-727), que dominou definitivamente a Mesopotâmia. Sua ambição sem limites o levou a estender o império até o reino da Judéia, a Síria e o Urartu. Salmanasar IV e Salmanasar V mantiveram o poderio da Assíria, que anexou a região da Palestina durante o reinado de Sargão II (721-705). O filho deste, Senaqueribe (704-681), teve que enfrentar revoltas internas, principalmente na Babilônia, centro religioso do império que foi arrasado por suas tropas. Asaradão (680-669) reconstruiu a Babilônia e atacou o Egito, afinal conquistado por seu filho Assurbanipal (668-627). No ano 656, porém, o faraó Psamético I expulsou os assírios do Egito e Assurbanipal não quis reconquistar o país. Com esse soberano, a Assíria tornou-se o centro militar e cultural do mundo. Depois de sua morte, o império decaiu e nunca mais recuperou o esplendor. Fruto das múltiplas relações com outros povos, a civilização assíria alcançou elevado grau de desenvolvimento. Entre as preocupações científicas dos assírios destacou-se a astronomia: estabeleceram a posição dos planetas e das estrelas e estudaram a Lua e seus movimentos. Na matemática alcançaram alto nível de conhecimentos, comparável ao que posteriormente se verificaria na Grécia clássica. A religião assíria manteve as ancestrais tradições mesopotâmicas, embora tenha sofrido a introdução de novos deuses e mitos. A eterna rivalidade entre assírios e babilônios chegou à religião com a disputa pela preponderância de seus grandes deuses, o assírio Assur e o babilônio Marduk. O império assírio sucumbiu ao ataque combinado de medas e babilônios. Sob as ruínas de uma esplêndida civilização, ficou a trágica lembrança de suas impiedosas conquistas e da ilimitada ambição de seus reis.
 
1.1. A localização do Éden
 
O bíblico jardim do Éden é visto por muitos como uma simples alegoria associada à criação da espécie humana, mas se o arqueólogo Prof. David Rohl estiver certo, o "paraíso". pode ser mais real do que imaginávamos. Em seu livro "Legend: The Genesis of Civilization" (Lenda: A Gênese da Civilização), o Prof. Rohl apresenta evidências de que o Éden era localizado numa planície fértil de 320 km de extensão e 96 km de largura, que começa a uns 16 km de Tabriz, no Irã. A região é uma linda área rural e florida, com pastagens de ovelhas, vinhedos, oliveiras e árvores frutíferas. Os vilarejos próximos tem as paredes públicas pintadas com temas folclóricos sobre o paraíso.
 
O livro do Gênesis 2:10 -14 situa o Éden na divergência de quatro rios: "E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços." O Hiddekel (Tigre) e o Perath (Eufrates) podem ser localizados em


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qualquer mapa, mas os outros dois, Giom e Pison, são mais difíceis. O cientista Reginald Walker, já falecido, publicou um trabalho sobre seus indícios de que o rio Aras foi também conhecido como Gaihun, equivalente ao hebraico Gihon (Giom). Analisando a palavra Pison, Walker se convenceu que é uma corruptela do hebraico Vizun, um rio que ainda corre pela mesma planície. O estudo de Walker foi ignorado pela maioria dos estudiosos, mas o Prof. Rohl acredita que ele estava certo. Este é o motivo de muitos cristãos terem assumido que o local original do jardim está em algum lugar na região mesopotâmica (próximo ao Iraque atual), onde passam os rios Tigre e Eufrates modernos.
Rohl fez várias descobertas sugestivas enquanto investigava a localização do Éden. Afirma ter encontrado o local do exílio de Caim e assegura que o ponto da parada da arca de Noé não foi o monte Aratat, mas sim o monte Judi Dagh que fica na mesma cadeia de montanhas na Turquia.
Em seu livro "A Test of Time" (Um teste do tempo), Rohl traçou a linhagem de Adão a partir de Jacó e José. A Bíblia diz que Adão veio do barro e, em hebraico, "Adão" quer dizer homem da "terra vermelha". Curiosamente, o monte que fica atrás de Tabriz, na cadeia Zagros, é composto de barro ocre e desponta avermelhado sob a luz do sol.17
 
No entanto, a Bíblia registra um dilúvio mundial devastador, vários séculos após Adão e Eva serem expulsos do Jardim. As camadas de rochas sedimentares, muitas vezes com quilômetros de espesura, são testemunhas mudas desta imensa enchente que enterrou definitivamente o mundo pré-diluviano.
Após o Dilúvio, os sobreviventes (Noé e sua família) se mudaram para a planície de Sinar (Suméria/Babilônia) onde se encontram os atuais rios denominados Tigre e Eufrates. Deste modo, percebe- se claramente que não se tratam dos mesmos rios que fluíam no Jardim. Os rios atuais correm acima das camadas de rocha depositadas no Dilúvio, que contém bilhões de seres mortos (pelo Dilúvio). Os nomes destes rios foram provavelmente adotados dos rios originais pré-diluvianos, do mesmo modo que os pioneiros das Ilhas Britânicas aplicaram nomes de lugares familiares na colonização da América e Austrália, seu "novo mundo".
Note também que a Bíblia menciona um rio se tornando em quatro braços, dos quais apenas dois são chamados de Tigre e Eufrates. Não é esta a geografia que encontramos no Oriente Médio atual. O Jardim foi destruído pelo Dilúvio. A sua localização verdadeira jamais será determinada - quem sabe estivesse no Oceno Pacífico atual? 18
 
1.2. A civilização primitiva
 
Os sumérios fixaram-se no sul da Mesopotâmia em 3500 a.C. Agricultores e criadores de gado desenvolveram a escrita cuneiforme e os veículos sobre rodas. Em 2300 a.C., os acádios dominaram os sumérios graças ao uso do arco e flecha, mas trezentos anos depois foram dominados pelos amoritas (antigos babilônicos), cuja principal criação foi os primeiros códigos de leis escritos da História - o Código de Hamurabi.
 
No século VIII a.C., os amoritas foram dominados pelos assírios, que haviam desenvolvido um poderoso exército usando armas de ferro, carros de combate e aríetes. Além da Mesopotâmia, dominaram a Síria, Fenícia, Palestina e Egito. Em 612 a.C., foram vencidos por uma aliança de caldeus e medos. Os caldeus (novos babilônicos) reconstruíram a Babilônia, mas sua dominação durou pouco: em 539 a.C. foram vencidos pelos medo-persas de Dario e Ciro, o Grande, que libertou os judeus do cativeiro da Babilônia.
 
1.3. Religião
 
A religião era politeísta e os deuses antropomórficos. Destaca-se o deus do Sol, Shamach; Enlil, a deus do vento e das chuvas; e Ishtar, a deusa do amor e da fecundidade. Não acreditavam na vida após morte e não se preocupavam com os mortos, mas acreditavam em demônios, gênios, espíritos bons, magias e adivinhações. A importância que atribuíam aos astros levou-os a criar o zodíaco, os primeiros horóscopos, a identificarem a estrela que anunciou o nascimento de Jesus e a enviarem magos parapresentearem o rei recém-nascido.
 
1.4. Cuneiforme
 
No início, a escrita era feita através de desenhos: uma imagem estilizada de um objeto significava o próprio objeto. O resultado era uma escrita complexa (havia pelo menos 2.000 sinais) e seu uso era bastante complicado. Assim, os sinais tornaram-se gradativamente mais abstratos, tornando o processo de escrever mais objetivo. Finalmente, o sistema pictográfico evoluiu para uma forma escrita totalmente abstrata, composta de uma série de marcas na forma de cunhas e com um número muito menor de caracteres. Esta forma de escrita ficou conhecida como cuneiforme (do grego, em forma de cunha) e era escrita em tabletes de argila molhada, usando-se uma espécie de caneta de madeira com a ponta na forma de cunha. Quando os tabletes endureciam, forneciam um meio quase indestrutível de armazenamento de informações.
 
Os Pictogramas eram difíceis de se aprender e embora o método cuneiforme fosse muito mais fácil, a escrita àquela época era principalmente uma “reserva exclusiva” de escribas profissionais. Com o objetivo de determinar a posse de algo, quase sempre um selo era usado. Os selos primitivos constavam simplesmente de um desenho pessoal referente ao proprietário. Mais tarde, uma inscrição por escrito, seria também incluída.
 
A escrita cuneiforme teve muito sucesso. Milhares de tabletes de argila foram desenterrados contendo registros de transações comerciais e impostos de cidades da Mesopotâmia, e a escrita cuneiforme foi usada para escrever a língua sumeriana. A escrita cuneiforme também foi usada para a forma escrita das línguas da Assíria e Babilônia, línguas bastante diferentes da sumeriana. Embora a escrita cuneiforme fosse muito menos adaptada à estas línguas, a escrita foi amplamente usada no Oriente Médio, numa vasta gama de documentos, desde registros comerciais até cartas de reis. O sucesso da
 
 
17 Fonte: ARQUIVOS DO INSÓLITO - Informativo redigido por Philippe Piet van Putten e distribuído pela Mahatma Multimídia - mahatma@uol.com.br
 
18 Answers in Genesis. 1999, ChristianAnswers.Net


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escrita cuneiforme foi parcialmente devido ao fato de que suas matrizes em forma de cunha eram bastante adequadas para o meio em que se escrevia - o tablete de argila.19
 
1.5. Descobertas arqueológicas relacionadas com a Bíblia
 
O evento bíblico mais documentado é o dilúvio universal descrito em Gênesis 6-9. Diversos documentos babilônicos foram descobertos e descrevem o mesmo dilúvio.
 
A Lista de Reis Sumérios (aqui ilustrado), por exemplo, indica que todos os reis reinaram por longos anos. E então veio uma grande inundação, e após este acontecimento, os reis sumérios reinaram por períodos bem menores. Este é o mesmo padrão de acontecimento encontrado na Bíblia. Os homens tinham uma maior longevidade antes do dilúvio e menor após o mesmo. O 11o. tablete do Épico de Gilgamesh descreve uma arca, animais levados até a arca, pássaros sendo soltos durante a grande inundação, a arca repousando sobre uma montanha e um sacrifício oferecido após a arca estar parada.
 
A estória de Adapa conta sobre um teste de imortalidade envolvendo alimento, similar à estória de Adão e Eva no Jardim do Éden.
 
Os tabletes de argila sumérios registram a confusão de línguas assim como se observa no histórico bíblico da Torre de Babel (Gn 11:1-9). Existiu uma era de ouro onde toda a humanidade falava a mesma língua. As línguas foram então confundidas pelo deus Enki, senhor da sabedoria. Os babilônios têm registros similares onde os deuses destruíram a torre do templo e "dispersaram-nos e tornaram suas línguas estranhas."
Queda de Samaria (2 Re 17:3-6, 24; 18:9-11) a Sargão II, rei da Assíria, registrado nos muros de seu palácio real.
Derrota de Asdode por Sargão II (Is 20:1), como registrado nos muros de seu palácio real.
Campanha do rei assírio Senaqueribe contra Judá (2 Re 18:13-16), como registrado no Prisma Taylor.
Queda de Nínive como predito pelos profetas Naum e Sofonias (2:13-15), registrado no Tablete de Nabopolazar. Queda de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia (2 Re 24:10-14), como registrado nas Crônicas
 
Babilônicas.
Cativeiro de Joaquim, rei de Judá, em Babilônia (2 Re 24:15-16), como registrado nos Registros de Alimentação Babilônicos.
 
Queda de Babilônia para os medos e os persas (Dn 5:30-31), como registrado no Cilindro de Ciro.
Libertação dos cativos da Babilônia por Ciro o Grande (Ed 1:1-4; 6:3 -4), como registrado no Cilindro de Ciro. Existem outras três tumbas esculpidas no rochedo próximo à capital persa Persépolis, no Irã, que acredita-se serem
 
dos reis persas Xerxes (485-465 A.C.), Artaxerxes I (465-424 A.C.) e Dario II (423-405 A.C.). Não há, no entanto, inscrições em todas as tumbas que permitiriam ter certeza sobre suas identificações. Só na de Dario há uma inscrição identificando -a. Xerxes é o Assuero do livro de Ester, o rei que Ester se desposou. Esdras foi um escriba (Ed 7:6) e Neemias um mordomo (Ne 2:1) servindo a Artaxerxes I. Este autorizou tanto a Esdras quanto a Neemias a retornarem a Jerusalém: Esdras iria assumir assuntos religiosos e judiciais (Ed 7:12-26), e Neemias iria reconstruir os muros da cidade (Ne 2:1-9). Dario II pode ser o Dario mencionado em Neemias 12:22, porém isto é ainda um pouco duvidoso.
Algumas construções também foram localizadas: O palácio real da Babilônia onde o rei Belsazar deu um grande banquete e Daniel interpretou a escrita na caiadura da parede (Dn 5). O palácio real em Susã onde Ester foi a rainha do rei persa Assuero (Et 1:2; 2:3, 5, 9, 16). O portão real em Susã onde Mordecai, tio de Ester, se assentou (Et 2:19, 21; 3:2, 3; 4:2; 5:9, 13; 6:10, 12). A praça da cidade em frente ao portão real, onde Mordecai encontrou Hataque, eunuco de Assuero (Et 4:6).
 
Algumas pessoas alegam que existem referências no épico sumério denominado "Emerkar e o Senhor de Arata."
Existe, na fala de Emerkar, um encantamento que na verdade é uma introdução mitológica. A tradução de Kramer diz que:
Existiu uma época em que não havia a serpente e nem o escorpião, Não havia a hiena e nem o leão,
Não havia o cão selvagem e nem o lobo,
Não existia o medo e nem o terror,
O homem não possuía rival.
Nestes dias, as terras de Subur (e) Hamazi,
tinham as línguas em harmonia, a Suméria, a grande terra da ordenação de príncipes, Uri, a terra que tinha tudo que era apropriado, A terra Martu, repousando em segurança,
O universo inteiro, as pessoas em uníssono
A Enlil em uma língua [falavam].
...
 
(E então) Enki, o senhor da abundância (cujas) ordens são confiáveis, O senhor do saber, que compreende a terra, O líder dos deuses,
Revestido de saber, o senhor de Eridu
Transformou a fala em suas bocas, [trouxe] disputas
Na fala do homem que (até então) era única.
É  interessante observar que Enki, o deus de Eridu, está relacionado a este mito e pode perfeitamente representar a memória de um evento verdadeiro do fim do quarto milênio a.C. 20
 
19Fonte: http://www.10emtudo.com.br/artigos_1.asp?CodigoArtigo=24
 
20 Kramer, S.N. 1968 The "Babel of Tongues": A Sumerian Version. Journal of the American Oriental Society 88: 109, 111.


15
 
Susã - Referência bíblica: "As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza" (Ne 1.1; Et 1.1). "Escavações conduzidas por Marcel Dieulafoy no período de 1884 a 1886 comprovaram a existência da cidade de Susã". (Douglas, J. D., Comfort, Philip W & Mitchell, D., Editors. Whos Who in Christian History Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1992.)
Nínive - Referência bíblica: "E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levantate, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha presença" (Jn 1.1,2; 2 Rs 19.36). "Nínive foi encontrada nas escavações de Austen H. Layard no período de 1845 a 1857". (Douglas, J. D., Comfort, Philip W & Mitchell, Donald, Editors. Who's Who in Christian History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1992).
Ur - Ur dos Caldeus teria sido efetivamente descoberta no ano de 1854, por J. E. Taylor, cônsul inglês em Bassorá, que pretendia encontrar antiguidades para o Museu Britânico. Ele conseguiu localizar Ur, no sul da Mesopotâmia, isto é, junto ao Golfo Pérsico, no delta do rio Eufratesonde hojeé o Kwait, fazendo parte daquilo que Keller chama de "crescente fértil", berço de varias antigas civilizações.
 
1.6. O código de Hamurábi
 
Esse Código, criado por volta de 1700 a.C., é um dos mais antigos conjuntos de leis jamais encontrados, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo de documento da antiga Mesopotâmia.
Algumas partes da Torah são similares a certas seções do código de Hamurabi, e devido a isso alguns especialistas sugerem que os hebreus tenham derivado sua lei deste. No entanto, o livro Documents from Old Testament Times (Documentos da época do Velho Testamento) diz: "Não existe fundamento algum para se assumir qualquer empréstimo pelos hebreus dos babilônicos. Mesmo se os dois conjuntos de leis diferem pouco na prosa, eles diferem muito no espírito." Alguns exemplos das diferenças:21
 
 
Código de Hamurabi
Torah
 
 
 
 
 
Pena de morte para roubo de templo ou propriedade estatal, ou por
Roubo punido por compensação à vítima. (Ex 22:1-9)
 
aceitação de bens roubados. (Seção 6)
 
 
 
 
 
 
 
Morte por ajudar um escravo a fugir ou abrigar um escravo
"Você não é obrigado a devolver um escravo ao seu
 
foragido. (Seção 15, 16)
dono se ele foge do dono dele para você." (Dt 23:15)
 
 
 
 
 
Se uma casa mal-construída causa a morte de um filho do dono da
"Pais não devem ser condenados à morte por conta
 
casa, então o filho do construtor será condenado à morte (Seção
dos filhos, e os filhos não devem ser condenados à
230)
morte por conta dos pais." (Dt 24:16)
 
 
 
 
 
Mero exílio por incesto: "Se um senhor (homem de certa
Pena de morte por incesto. (Lv 18:6, 29)
 
importância) teve relações com sua filha, ele deverá abandonar a
 
 
 
cidade." (Seção 154)
 
 
 
 
 
 
 
Distinção de classes em julgamento: Severas penas para pessoas
Você não deve tratar o inferior com parcialidade, e
 
que prejudicam outras de classe superior. Penas médias por
não deve preferenciar o superior. (Lv 19:15)
 
prejuízo a membros de classe inferior. (Seção 196–205)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. O Egito
 
As enchentes periódicas do Nilo fertilizavam as terras ao longo do vale e também causavam inundações, o que obrigou seus habitantes a represar e distribuir as águas. Esse trabalho intenso e organizado levou à criação de uma civilização. Inicialmente, dividia-se em Alto Egito (vales) e Baixo Egito (deltas).
 
2.1. Religião do Antigo Egito
 
De religião politeísta, os egípcios adoravam deuses antropormóficos (sob a forma humana) e antropozoomórfica (corpo humano com a cabeça de um animal). O deus mais importante era Rá (depois Amon-Rá), mas o mais popular era Osíris. Acreditando que os mortos podiam voltar à vida, desenvolveram a mumificação.
 
2.2. Período Pré-Dinástico
 
De 4.000-3.200 a.C., foram construídas as pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos. Essas obras custaram tanto esforço e sacrifício que a população rebelou-se. A nobreza de Tebas restabeleceu a autoridade do faraó e teve início ao Médio Império(2100-1750 a.C.). Foi uma época de prosperidade, mas as revoltas internas facilitaram a vitória dos hicsos, que dominaram o Egito por 150 anos. A expulsão do hicsos deu início ao Novo Império (1580-525 a.C.), marcado por uma política guerreira e expansionista. Nesse período ocorreu a ocupação dos persas.
 
2.3. Sociedade
 
A sociedade era dividida em camadas sociais rígidas: a dos privilegiados (sacerdotes, nobres, funcionários) e a dos populares (artesãos, camponeses e escravos.)


 
21 Oppert & Menant (1877). Documents juridiques de l'Assyrie et de la Chaldee. Paris, Kohler, J. & Peiser, F.E. (1890). Aus dem Babylonischen Rechtsleben. Leipzig e Falkenstein, A (1956–57). Die neusumerischen Gerichtsurkunden I–III. München


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2.4. Economia
 
A economia baseava-se na agricultura (trigo,cevada, linho, algodão, legumes, frutas e papiro), na criação (bois, asnos, gansos, patos, cabras e carneiros), na mineração (ouro, cobre e pedras preciosas) e no artesanato.
 
2.5. A mulher, a família e o Casamento
 
A visão da mulher institucionalizada no Antigo Egito aparece claramente em alguns textos chamados de Instruções de Sabedoria. Os escriba aconselha aos egípcios a se casarem cedo e terem muitos filhos, além de abordar o cuidado que um homem deve ter com as mulheres estranhas e belas.
 
3.  A Palestina
 
Palestina é o nome do território situado entre o Mediterrâneo a oeste, o rio Jordão e o Mar Morto a este, a chamada Escada de Tiro a norte (Ras en-Naqura/Roch ha-Niqra, fronteira com o Líbano) e o Wadi el-Ariche a sul (fronteira com o Sinai, tradicionalmente egípcio). Com 27.000 Km2, a Palestina é formada, de um modo geral, por uma planície costeira, uma faixa de colinas e uma cadeia de baixas montanhas cuja vertente oriental é mais ou menos desértica.
 
A Palestina foi habitada desde os tempos pré-históricos mais remotos. A sua história esteve geralmente ligada à história da Fenícia, da Síria e da Transjordânia. Talvez por causa da sua situação geográfica – faz parte do corredor entre a África e a Ásia e ao mesmo tempo fica às portas da Europa – a Palestina nunca foi sede de um poder que se estendesse para além das suas fronteiras. Pelo contrário, esteve quase sempre submetida a poderes estrangeiros, sediados na África, na Ásia ou na Europa. Em regra geral, foi só sob as potências estrangeiras que ela teve alguma unidade política.
 
A Palestina esteve organizada em cidades-estado sob a hegemonia egípcia durante uma boa parte do II milênio a. C.. A situação mudou nos últimos séculos desse milênio. Chegaram então à Palestina sucessivas vagas de imigrantes ou invasores vindos do norte e do noroeste, das ilhas ou do outro lado do Mediterrâneo. Os historiadores costumam designá-los com a expressão "Povos do Mar". Esses povos parecem ter-se fixado sobretudo ao longo da costa. Os mais conhecidos entre eles são os Filisteus que se fixaram sobretudo no sudoeste (costa oeste do Neguev e Chefela). Aí fundaram vários pequenos reinos (Gaza, Asdod, Ascalão, Gat e Ekron). Paralelamente aos reinos filisteus, constituíram-se primeiro o reino de Israel no norte da Palestina e depois o reino de Judá, mais pequeno, na zona de baixas montanhas do sul. Durante a maior parte da sua existência, Israel teve como capital Samaria. Hebron foi a primeira capital de Judá, mas depressa cedeu o lugar a Jerusalém.
Entre os antigos povos da Palestina, os Filisteus foram talvez os que maior influência exerceram até aos últimos séculos da era pré-cristã. Com efeito, não deve ter sido por acaso que o seu nome foi dado a toda a região, a Palestina, isto é, o país dos Philisteus. Com o sentido que se tornou habitual, o nome já está documentado nas Histórias de Heródoto em meados do séc. V a. C. Apesar da sua importância na antiguidade, conhecem-se muito pouco os Filisteus e a história dos seus reinos. A razão óbvia dessa ignorância é a inexistência de bibliotecas filistéias comparáveis ao Antigo Testamento. Praticamente tudo o que se sabe ou se pensa saber sobre os Filisteus se baseia nos escritos bíblicos. Por conseguinte, a posteridade só conhece os Filisteus na medida em que eles estão em relação com Israel, com Judá, ou com os judeus. Além disso, são vistos através dos olhos daqueles que foram os seus concorrentes e, não raro, seus inimigos declarados. De fato, a posteridade, de maneira geral, não se interessa pelos Filisteus nem os estuda por si mesmos, mas só por causa da sua relação com a história bíblica. Tudo isso deformou a visão que se tem deles, do lugar que ocuparam e do papel que desempenharam, aparecendo os Filisteus como um elemento marginal na história da Palestina antiga. Esse erro de perspectiva influencia, sem dúvida alguma, a visão corrente que se tem da atual Palestina, da sua composição étnica e da sua situação política.
 
3.1. Invasões na Palestina
 
Os vários reinos palestinenses22, filisteus e hebraicos, coexistiram durante séculos. Ora guerrearam entre si, ora se aliaram para sacudir o jugo de alguma grande potência do momento. A primeira vítima desse jogo foi Israel, conquistado e anexado pela Assíria em 722 a.C. Desde então até 1948 não houve nenhuma entidade política chamada Israel. Os reinos filisteus e o reino de Judá continuaram a existir sob a dependência da Assíria, a grande potência regional entre o séc. IX e fins do séc. VII a.C., cujo território nacional se situava no norte da Mesopotâmia, no atual Iraque.
 
No fim do séc. VII a. C., o Egito e a Babilônia, a outra grande potência mesopotâmica, com a sede no sul do Iraque atual, disputaram os despojos do Império Assírio. Tendo a Babilônia levado a melhor, a Palestina ficou-lhe submetida durante cerca de oito décadas. De um modo geral, as histórias, focadas como estão em Judá, falam só da conquista desse reino por Nabucodonosor, da deportação para a Babilônia de parte da sua população, da destruição de várias das suas cidades, nomeadamente de Jerusalém com o templo de Iavé (597 e 587 a.C.). Deve-se no entanto reparar que os reinos filisteus de Ascalão e de Ekron, conquistados por Nabucodonosor respectivamente em 804 e em 803, tiveram um destino semelhante.
 
Em 539 a.C. a Palestina passou com o resto do império babilônico para as mãos dos Persas Aquemênidas. Sabe-se que estes entregaram a administração do território de Judá, pelo menos de parte dele, a membros da comunidade judaica da Babilônia. Em 331 a Palestina foi conquistada pelo macedônio Alexandre Magno. Após a morte deste, ficou primeiro sob o domínio dos Lágidas ou Ptolomeus que tinham a capital em Alexandria, no Egito (320 -220 a.C.). Depois passou para a posse dos Selêucidas sediados em Antioquia, na Síria (220-142 a.C.). Entre 142 e 63 a.C, os Asmoneus, uma dinastia judaica, com Jerusalém como capital, conseguiu não só libertar-se do poder selêucida, mas até impor o seu domínio
 
22Alguns autores usam palestinense em relação com a Palestina antiga, palestino em relação com a Palestina moderna.


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praticamente em toda a Palestina, e também nos territórios filisteus. Nessa altura a grande maioria dos judeus já vivia fora da Palestina, encontrando-se dispersos em todo o Oriente Próximo. A dispersão deveu-se sobretudo à emigração e, numa medida muito menor, às deportações de 597 a 587. Os principais centros judaicos fora da Palestina eram então Alexandria e Babilônia. Profundamente helenizados, os judeus de Alexandria liam as suas Escrituras em grego, e a eles deve-se a coletânea de escritos que se tornará o Antigo Testamento cristão.
 
Em 63 a.C., a Palestina passou a fazer parte do Império Romano dentro do qual não teve sempre o mesmo estatuto. Por voltas de meados do séc. I da era cristã, os judeus da Palestina tentaram libertar-se do domínio romano. Houve primeiro várias sublevações locais. Em 66 a revolta generalizou-se. Em 70 os Romanos conquistaram Jerusalém e destruíram o templo judaico. Os judeus da Palestina voltaram a revoltar-se em 131. Após ter esmagado a revolta, em 135, o imperador Adriano fez de Jerusalém uma colônia romana, Colonia Aelia Capitolina, da qual os judeus estiveram excluídos durante algum tempo. Com a ruína do templo e o fim da autonomia judaica na Palestina desapareceu a maioria dos grupos político-religiosos nos quais o judaísmo, sobretudo o judaísmo palestinense, estava então dividido. Praticamente só ficaram em campo dois grupos: o farisaísmo e o cristianismo, recém-formado. Os dois grupos acabaram por separar-se e evoluíram de maneira independente, em concorrência e, não raro, em conflito. O farisaísmo deu origem ao judaísmo rabínico, isto é, o judaísmo atual.
 
Graças à cristianização do império romano, a Palestina, palco dos acontecimentos fundadores do cristianismo, adquiriu uma grande importância para o mundo cristão, sobretudo para os cristãos que se encontravam dentro do império romano. Por isso durante o período bizantino (324-638) a Palestina conheceu uma prosperidade e um crescimento demográfico notáveis. Durante esse período a esmagadora maioria da sua população tornou-se cristã. Em 614 os Persas Sassânidas invadiram a Palestina, onde causaram grandes estragos. Ocuparam-na até 628, ano em que os Bizantinos a reconquistaram, mas por pouco tempo.
Com efeito, dez anos mais tarde, em 638 toda a Palestina passou para o domínio arábico-muçulmano. Este exerceu-se através de uma sucessão de dinastias, de origens, de etnias e com capitais diferentes. A primeira dessas dinastias, a dos Omíadas (660-750), com a capital em Damasco, foi uma das que mais marcou a Palestina, nomeadamente com a construção do Haram ech-Cherife (o Nobre Santuário/Esplanada das Mesquitas) no lugar que ocupara outrora o templo judaico, tornando Jerusalém na terceira cidade santa do islamismo. Seguiram-se os Abássidas (750-974) e os Fatimidas (975-1071), com as capitais respectivamente em Bagdá e no Cairo. Entre 1072 e 1092 a Palestina esteve sob os Turcos Seldjúcidas, que então tinham a sede em Bagdá.
 
Embora não tenha dado origem a uma imigração popular e, por conseguinte, não tenha mudado a composição étnica e a demografia de maneira apreciável, o regime árabo-muçulmano teve como conseqüência a arabização e a islamização da Palestina. A arabização (Adoção da língua árabe, da forma árabe dos nomes pessoais e da era da Hégira), nomeadamente da população cristã de língua aramaica, língua aparentada com o árabe, deu-se muito depressa. Não se pode dizer o mesmo da islamização. Apesar de o islamismo se apresentar como o acabamento da tradição bíblica, partilhada pelo cristianismo, pelo judaísmo e pelo samaritanismo, o processo de islamização da população palestinense (cristã, judaica e samaritana) parece ter sido muito lento. Em 985, após três séculos e meio de regime islâmico, o geógrafo árabe-muçulmano de Jerusalém, conhecido pelo nome de el-Maqdisi ("o jerosolimitano") lamenta-se de que os cristãos e os judeus são maioria na sua cidade natal. O que el-Maqdisi escreve a respeito da Jerusalém de fins do séc. X valia para o conjunto da Palestina e continuou provavelmente a valer durante cerca de mais dois séculos e meio.
 
Organizada com o intuito declarado de arrancar o túmulo de Cristo das mãos dos "infiéis", a primeira cruzada terminou, em 1099, com a conquista de Jerusalém e, no ano seguinte, a criação do Reino Latino de Jerusalém. Este manteve-se até 1187, tendo sido então conquistado pelo curdo Saladino, o fundador da dinastia ayúbida. Aos Ayúbidas seguiram- se os Mamelucos, primeiro turcos (1250-1382) e depois circassianos (1382-1516). Os Ayúbidas e os Mamelucos tiveram a capital no Cairo. Segundo a maioria dos especialistas da questão, foi durante o período mameluco que teve lugar a grande vaga da islamização popular da Palestina. Desde então até à segunda metade do séc. XX, os muçulmanos constituíram a esmagadora maioria da população. Do ponto de vista numérico, o segundo grupo era constituído pelos cristãos, seguidos, de muito longe, pelos grupos dos judeus e dos samaritanos. Em 1517 a Palestina passou para o poder dos Turcos Otomanos, cuja capital era Istambul.
 
3.2. Jericó
 
Seu nome e seu significado - A origem do nome “Jericó” é semita. As pessoas comuns o pronunciam como “Riha”. Para os cananitas significa “a lua”. A palavra é derivada do verbo “yerihu”, e “Yarah”. Al-yarah na língua árabe do sudeste significa “um mês” e “lua”. Em hebraico “yarihu” é a cidade mais antiga conhecida na Bíblia Judaica. “Riha” em sírio significa “aroma” e “odor”. Os árabes conheciam a cidade de Jericó, referida na Bíblia pelo nome “Raiha” e “Ariha”. Yaqut, o escritor de “Mu´jam al-Buldan”, menciona que esta era a cidade de Al-Jabbarin (o Poderoso) em Ghaur. Era também chamada Madinat an_Nakhil (A cidade de palmeiras) no lado ocidental do Rio Jordão, a 250m abaixo do nível do mar. O local, segundo o Velho Testamento foi uma cidade que Josué destruiu. Nos dias de Jesus um novo centro foi construído no primeiro plano por ordem de Herodes o Grande.
 
A história de Jericó até o tempo dos árabes
 
Jericó é uma das mais antigas habitações humanas. O mais antigo ser humano foi ali encontrado, com data de 5000 anos A.C. Outros acreditam que estes humanos são de 7000 anos A.C. O mais recente achado remonta a 8000 anos A.C. O local da antiga Jericó está a meio quilômetro da moderna Jericó. A evidência indicando isto é uma das mais antigas cidades do mundo, que nasce após uma série de escavações feitas em “Tall as Sultan”, que é oval em sua forma, estruturada em uma acumulação sucessiva de ruínas com o passar dos tempos. As escavações continuaram sucessivamente desde meados do século dezenove até os dias de hoje.


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A missão austro-germânica, na qual dois arqueologistas, E. Sellin e C. Watzinger trabalharam, foi a primeira a se interessar por descobrir as antiguidades de Jericó, e isto foi em 1911. Eles foram sucedidos pelos ingleses, que conduziram escavações em Tall as-Sultan, sob a supervisão, inicialmente de J. Garstang (1930-1936) e posteriormente de K. Kenyon (1952-1961). Ela publicou um resumo do trabalho em dois grandes volumes (1960-1965). Ela é considerada como a grande autoridade neste assunto. Foi ela quem estimou a idade da cidade em 8000 anos A.C. Sua habitação certamente começou nesta época, o que com certeza a faz a mais antiga cidade no mundo.
É   por isso que podemos afirmar que provavelmente a mais antiga civilização no mundo não apareceu no vale do rio Nilo ou do rio Tigre e Eufrates, mas no vale do rio Jordão. Dr. Kenyon deu no nome de “Ariha al-Ula” (A primeira Jericó)
à  primeira construção da cidade que foi saqueada e destruída, como resultado de invasões, terremotos e incêndio, de tempos em tempos. A cada destruição ela era erguida mais uma vez sob as ruínas da antiga Jericó. Kenyon e os arqueologistas que a precederam foram hábeis para distinguir entre os diferentes e sucessivos períodos que Jericó atravessou.
 
Jericó no Período Neolítico ou na Era da Pedra Tardia:
 
A idade antes da pedra ou a Primeira Era Neolítica de Jericó, 6800 A.C. As escavações da Srta. Kenyon revelaram que a antiga cidade fora habitada durante quatro sucessivos intervalos dentro desta era. A princípio foi o Primeiro Período Neolítico. Neste tempo foi habitada por um povo chamado “An-Natifiyyun”, que se alimentavam da coleta de sementes. Provavelmente eles não plantavam estas sementes, mas possuíam grandes foices com extremidades pontiagudas, grandes ossos para colhe-las, e pedras para moer as sementes. Alguns destes grupos viviam em cavernas, enquanto outros ocupavam vilas primitivas se sobressaindo na arte da arquitetura. Então eles começaram a construir choupanas redondas, com tijolos secados ao sol. Eles usavam enterrar seus mortos com jóias pessoais com túmulos recortados nas pedras.
 
Este povos construíram canais, usando a água de “Ain as-Sultan” para irrigar suas terras. Eles construíram grandes paredes de dois metros para proteger suas vilas. Eles elevaram torres circulares de nove metros de diâmetro e dez metros de altura. Em seu interior há escadas partindo da base da cidade até o seu topo. Eles estavam expostos ao ataque de grupos do exterior. Estes povos praticaram a agricultura, a domesticação de animais, a criação de correntes e esteiras, bem como a caça de animais. Eles usavam lanças e flechas afiadas. Eles também usavam machadinhas para cortar toras de árvores. Estes grupos começaram a se expandir de seu estabelecimento em busca de novas moradas fora de suas redondezas.
 
A idade antes da argila ou A Segunda Era Neolítica em Jericó, 5500 A.C.
 
A construção de casas neste período demonstrou um grande progresso. Seus quartos eram de aproximadamente 6.5 metros por 5 metros, ou 3 m por 7m. Eram usualmente de forma retangular, construídas em um jardim aberto, com sete metros de largura por sete de profundidade e utilizadas para cozinhar. A espessura da parede era de meio metro. Eles usavam pedras para construir a fundação e o resto da construção era feita de tijolos secados ao sol. Esta forma era similar ao ferro usado para a cauterização de animais. Portanto o tijolo era retangular na forma com extremidades achatadas. O chão construído era com uma camada de lama, coberto de uma camada de lodo, seguido de uma camada de lodo com tintura vermelha ou azul claro. Então era polido para adquirir um novo lustre.
 
Estas casas eram de uma ou duas histórias. O telhado era construído de palha e lama. Suas pedras eram afiadas como armas. Pequenas estatuetas eram produzidas de lama cozida. No passado estas estatuetas possuíam significado religioso. Estatuas de mulheres indicavam a benção da fertilidades. Parece que estes povos praticavam a louvação de ancestrais com 9 rituais, quando encontravam as formas faciais pintada com lodo com dois olhos de madrepérola colocados em suas faces.
 
O Neolítico Tardio em Jericó: entre 5000-4000 A.C.
 
Esta era precedeu por muitos séculos a descoberta da olaria. O povo que viveu neste tempo era fugitivo de outras partes. Se estabeleceram em Tall, e devem ter sido Beduínos nômades. Seus teares foram encontrados mas suas casas desapareceram. Peças de jaspe e madrepérola foram encontradas como pertencentes a eles. Eles enterravam seus mortos coletivamente em túmulos especiais na cidade. Mantinham algumas caveiras em mausoléus de homens proeminentes de seu tempo. A duração da vida de muitos deles está estimada em 35 anos. Poucos atingiram a idade de 50. Este período pode ser dividido em: a) O primeiro período neolítico da cerâmica: as pessoas desta era viveram em covas. Trabalhavam na agricultura e domesticaram animais. Introduziram a manufatura da cerâmica, mas esta era primitiva e áspera, pintada de vermelho com figuras geométricas. b) O segundo período neolítico da cerâmica: o povo desta época era bem mais avançado do que seu predecessor, assim como viviam em choupanas construídas de argila e louças de barro manufaturadas em linhas inclinadas.
 
Jericó na Era Pós-Neolítico, A Idade do Bronze:
 
No final da Era Neolítica, que foi em aproximadamente 4000 A.C. ocorreu uma vacância com a residência do homem em Jericó e ela se tornou inabitada por um certo período de tempo. Existem duas evidências que suportam esta hipótese: a existência de uma camada acumulada de matéria orgânica desintegrada sobre a montanha, parte da qual reconhecível, e a ausência de qualquer vestígio da idade conhecida como Chalcolítica, que seguiu a Era Neolítica, e na qual os metais eram usados pela primeira vez. A data de habitação do homem em Tall (Montanha) pode ser traçada em aproximadamente 3200 A.C.. A melhor ilustração disto pode ser encontrada em tumbas. O maior cemitério de Jericó está no local no qual o campo de refugiados Aqapat Jabr se instalou na parte nordeste., algumas sepulturas foram encontradas abaixo das ruas e jardins do campo. A mais interessante é uma que remonta aquele tempo, seu resultado vem de um exame com carbono 14, sua história remonta a 3260 A.C. +_ 110 anos. Esta sepultura continha 113 caveiras rodeando o centro da câmara, onde também se encontrava uma pilha de ossos queimados. Alguns crânios tinham marcas, por terem sido queimados em uma pilha de ossos, embora não deliberadamente. Isto indica a existência de certos costumes estranhos em conexão com ritos mortuários. Nós também concluímos que os corpos dos mortos eram a princípio colocados ao ar livre até


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que houvesse a decomposição da carne e os ossos pudessem ser separados. A coleta destes numerosos ossos era seguida da composição de um círculo com os crânios no centro de uma tumba, com suas faces voltadas para dentro do círculo. Os ossos eram empilhados no meio com o material inflamável necessário. Então era ateado fogo. Assim que a pilha esfriava, após ter sido queimada, iniciava-se o funeral com oferendas, dentro da cova, enquanto os ossos queimados eram cobertos por uma camada de lascas de pedra. Na realidade, as outras descobertas arqueológicas, na Palestina e na Trans-Jordania não produziu nenhuma evidência que corroborasse a existência destes costumes, desde o costume de expor os corpos ao ar livre até o de esperar a decomposição da carne não era algo familiar. Nós não sabemos nada destes povos, a não ser o fato de que foram pioneiros desta época, que foi a Primeira Era do Bronze, que se estendeu desde 2900 A.C., claramente em Jericó, especialmente com a manutenção das fortificações de defesa da cidade. Estas fortificações, eram, sem dúvida, supremamente importantes.
 
Os muros de defesa foram reparados e reconstruídos dezesseis vezes durante a Primeira Era do Bronze, que durou 600 anos. É difícil indicar os vários períodos de renovação das construções, pois elas costumavam cair como resultado de terremotos, ou por causa de infiltração de água nas fundações, e as pessoas estavam prontas para repara-las. Algumas destruições ocorreram como resultado de ataques inimigos. Em todo caso, aparecia nestas paredes, durantes os tempos, os traços da destruição e da ruína, mas também apareciam os traços das reparações e da renovação das construções. Isto demonstra que os habitantes desta cidade viviam uma vida devotada a segurança e estabilidade. De qualquer modo, as evidências demonstram um contínuo progresso no campo da civilização e da construção, assim que as pessoas começaram a usar o cobre em largas quantidades em ordem de fabricar armas e ferramentas. Os utensílios de argila demonstram a abundância do comercio realizado com as vilas vizinhas.
Este período nos revela um grande progresso da civilização, e como este foi acompanhado pelo aparecimento de novas cidades, em numerosos locais que jamais haviam sido habitados. Mas estas civilizações, em conjunto com outras que as precediam, se desintegraram e tiveram um fim nas mãos da passagem dos Beduínos. Parece que os povos do final da 1a Era do Bronze, começaram a gostar da estabilidade e tranqüilidade começando a negligenciar as fortificações de defesa.
 
Mas então veio um tempo no qual eles começaram a despertar de sua desatenção, porque a última parede, datada dos períodos prévios, revelava a necessidade de rápidas reparações no que restava de construções antigas. As pedras das fundações pareciam ter sido dispostas com pressa e sem nenhuma organização. Então as paredes começaram a ser construídas de tijolos cozidos, moldados sobre as pedras. Moldes de tijolos cozidos usados para outras paredes, apareciam nestas. Mas a calamidade tomou estes povos antes que completassem a construção destes muros, que foi destruída pelo fogo, e a cidade caiu nas mãos das tribos nômades Beduínas.
 
Os sucessivos povos que vieram para Jericó após 2300 A.C.
 
Depois desta data, novos habitantes se estabeleceram em Jericó. Eles residiram primeiramente no topo da montanha. Eles construíram casas nas ruínas. Eles espalharam suas casas nas encostas da montanha, pois não havia nenhum muro de defesa neste intervalo. Há um edifício no lado oeste, que pode ter sido originalmente um templo, pois ali permaneceu um altar, que foi descoberto junto a restos de um pequeno animal, abaixo das fundações.
 
Na realidade os túmulos destes povos atraíram mais atenção, pois contrariamente aos cemitérios coletivos usados pelos povos antigos, eles velavam seus mortos dentro das covas, deixando com o morto, alguns contos e jóias. Cemitérios medindo 248 metros, do original 360 metros, foram descobertos em Tall A-Sultan. Algumas das covas eram muito profundas, medindo 5 metros por 3 metros de diâmetro. As dimensões da câmara do mausoléu era de 360, 330 e altura de 260 centímetros, que necessitava a escavação de 150 toneladas de pedras, e tudo isto era para o sepultamento de uma pessoa. Nós podemos ver que estes corpos eram expostos até que os ossos fossem retirados antes que eles fossem enterrados, assim como os povos antecessores fizeram. Os objetos dispostos dentro da cova variavam de acordo com o modelo das covas. Em alguns casos havia uma adaga, em outros alfinetes e contas (presumidamente pertencentes às mulheres). Em algumas eram encontrados utensílios de barro somente, enquanto em outras tumbas se encontravam numerosas jarras, adagas e lanças. De todo modo tudo isto possuía algo em comum, nomeadamente a existência de um pequeno nicho cortado na parede da câmara do mausoléu. Que continha uma lâmpada com quatro cabeças, do tipo que era prevalecente na época. Na superfície macia de uma pedra da esquina de uma cova algumas pessoas desenhavam pequenas figuras, na forma de um carneiro ou uma árvore, em adição a dois homens armados com lanças e espadas. Esta é, como nós sabemos, a única ilustração conhecida deste povo. As louças de barro não podem ser distinguidas pela preciosidade e majestade, pois não tinham adornos, exceto por algumas linhas circulares não coloridas, sem pintura de nenhuma espécie, uma prova de que eram feitas somente para o uso utilitário, sem nenhum interesse de decoração. É bastante provável que estes habitantes seja os mesmos Amorreus que ocuparam a maioria dos países do Oriente Médio, incluindo Iraque e Egito, durante o período entre 2300-1900 A.C. Mas então eles foram vítimas de uma grande invasão dos Hyksos.
Os Hyksos - Jericó era uma das cidades mais fortemente guardas pelos Hyksos ou os Reis Shepherd 1750-1580 A.C. como a Bíblia os chama. Acredita se que trouxeram os cavalos com eles e talvés os coches, para a Palestina e o Egito. Suas casas eram bem construídas e cobriram todo o topo da montanha. Antes de sua chegada a cidade estava cercada por uma forte parede de tijolos cozidos. Eles introduziram um novo sistema de fortificações de defesa, não somente para Jericó, mas para todas as partes da Palestina. Este novo sistema de defesa consistia de uma encosta de terra tampada por um telhado de tijolos cozidos pré-moldados. As tumbas deste período eram geralmente caracterizadas por serem as tumbas utilizadas pelos antepassados. Podemos ver as câmaras das covas cobertas por uma grande pedra e as aberturas preenchidas de terra. Parece que a razão da preservação das coisas em bom estado é creditada à infiltração de gases pelas rachaduras das rochas. Estes eram acumulados na câmara erradicando as traças e os germes da desintegração. Mesas de madeira, cestos, cadeiras, enchimentos e cabelos artificiais, e até mesmo peças de oferendas eram encontradas, todas em boas condições. Todas as tumbas eram em forma de mausoléus coletivos. Eles usavam acumular os ossos e as primeiras oferendas nos cantos, para deixar a sala livre para os novos mortos. No Museu Arqueológico de Jerusalém existe uma destas tumbas,


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construída de acordo com as condições dos tempos antigos. Jericó era a terceira cidade em importância, de acordo com sua situação geográfica, com a vantagem de controlar a direção das rotas das terras ricas em cereais na Trans-Jordania.
 
Os Cananitas - Estes estavam entre os povos emigrantes da Arábia para a Síria, e Jericó era uma de suas cidades mais importantes (1400 A.C.). Suas casas eram construídas próximo ao local de Al-´Ain, onde se encontrava a entrada da fortaleza. A área das cidade era de seis acres naqueles tempos, e suas paredes alcançavam a altura de vinte e um pés. Seu tipo de arquitetura seguiu este modelo: toda construção consistia em um quarto, possuindo portas nas laterais e plataformas elevadas, rodeadas de solo preto asfaltado. Suas paredes eram construídas no estilo babilônico. A grandeza de suas construções era evidente através de seus monumentos, que incluíam colunas de pedra nas duas margens do rio Jordão, de dentro do Templo de Jericó, e dos prédios erguidos em volta de um jardim no meio do qual havia um largo arco. Este estilo cananita ainda prevalece nas áreas rurais da Palestina, assim como nas cidades, e o tipo circular de arquitetura de cúpulas, que aparece nas vilas de “Ain Malaha”, Ainat, Jericó e Wadi An-Nutuf. Esta é uma das características mais proeminentes da arquitetura cananita. Os cananitas se sobressaíram na escultura de estátuas e na escultura pictórica que aparece nas camadas de gesso cobrindo os crânios, que são similares a uma cobertura para cabeça. Exatamente similar aos lenços usados pelas mulheres palestinas. É conhecido por seu nome popular, “Al-Wiqahyah” (O Protetor), ou “As-Samada” ou “Al-‘Usabh al-kan’aniyyah” (O Turbante Canaanita). Teares de tecelagem, roupas, cobertores, tapetes, cadeiras, agulhas minerais para costurar roupas e adornos foram encontrados.
 
A manufatura de louças foi progredida com eles. Podemos encontrar pratos, jarros, grandes bacias de cobre, grandes cântaros de água, potes e fornos de barro (pães cozidos ao forno são remanescentes destas vilas). As escavações descobriram numerosas mausoléus de famílias contendo corpos, perto dos quais foram encontrados restos de comida, carneiros cozidos ou assados em utensílios de argila, e restos de cereais, romãs e uvas passas. Está claro que a crença religiosa se tornou agora mais evidente e mais refinada do que antes, assim como múltiplas estatuas forma encontradas em Jericó, que nós mostra o louvor dos canaanitas por uma trindade: o Deus da Fertilidade, a Deusa da Fertilidade e o Inimigo do Deus da Fertilidade. A estátua da Deusa da Fertilidade era a estátua da deusa Anat, conhecida nos textos de Agarith, onde ela vale-se de seus seios para dar fertilidade e vida à terra dos Canaanitas. Assim como os lugares religiosos concernentes, há um templo em Jericó que contém um nicho. A planta de sua arquitetura foi usada pelos judeus em suas sinagqogas. Então os cristãos transferirão isto para suas igrejas, mais tarde apareceu também nas mesquitas islâmicas.
 
Jericó não atingiu este grau de civilização sozinha, muitas cidades participaram também assim como Hazor Na’anek e Megiddo na rota nordeste do comércio, Shkeim, Beirute e Jerusalém, alem de outras da categoria dos Canaanitas, como Jericó, no progresso, arquitetura e poder. A Bíblia descreve isto, quando os Israelitas dizem sobre os Canaanitas que eles eram “um povo mais forte que eles e de grande estatura com grandes cidades apontando para o céu. Você disse para eles: Não os tema. Deus, o senhor que te guia, luta por você.” Escavações em Salim revelar restos de duas fortalezas Canaanitas, uma das quais surge de uma das sete montanhas sobre as quais Jericó foi construída. A fortaleza consiste de três colunas e pode ser alcançada pelas escadas até uma das torres que a protegia. As escavações revelaram também as remanescentes paredes Canaanitas construídas de tijolos cozidos sobre pedras de não menos que três metros em espessura. Atrás da parede haviam casas mobiliadas, contendo jarros de óleo e louças desenhadas com leões e gazelas. Eram rodeadas de férteis oásis contendo palmeiras. Isto é porque é chamada de “a cidade das palmeiras” no Deuteronômio e no Julgamento, e nos livros do Velho Testamento bastante é dito sobre a prosperidade do comércio, numerosas lojas, armazéns, animais para transporte e consumo, vasilhas e utensílios feitos de cobre, ferro, prata e ouro.
Os Israelenses - No princípio do século treze a.c., os israelenses invadiram a Palestina após seu êxito do Egito e vários anos no Sinai e na região do norte da Península Árabe. Eles começaram pelo ataque a Trans Jordânia onde cruzaram a pé o vale do rio Jordão, vindo das montanhas de Moab na margem leste. Eles estabeleceram um acampamento em Abel Shetem enquanto se moviam na Palestina sob o comando de Josué. Jericó estava entre as cidades Palestinas que caiu em suas mãos, quarenta anos após seu êxodo do Egito. Os sacerdotes perfuraram o Arco de Covenant e balizaram a cidade com isto, guiados pelos sete sacerdotes, os trompetistas caminhando e tocando os trompetes com aqueles que estavam armados andando atrás do Arco de Covenant e tocando seus trompetes, e eles fizeram isto uma vez ao dia, durante seis dias. No sétimo dia os sacerdotes tocaram os trompetes, e Josué disse ao povo: “Calem-se, o senhor os deu a cidade. E a cidade deve ser dedicada, e tudo que nela há ao senhor: somente Rahab deverá viver, ela e tudo que há com ela na casa, porque ela escondeu os mensageiros que nós mandamos, Joshua, filho de Nun, Moses e Caleb, filho de Yofnah – e é dito Kilab filho de Yofnah, sobrinho de Moisés.”
 
Na Bíblia há uma descrição horrível do tratamento dos habitantes pelos israelitas, podemos ler na Bíblia: “então o povo entrou na cidade” (em Jericó) “e eles rapidamente destruíram tudo que estava na cidade, ambos homens e mulheres, jovens e velhos, os bois, as ovelhas, os asnos, com a ponta de uma lança, foi destruído”, “e eles enfeitaram a cidade com tudo que nela havia”, “mas toda a prata e ouro, e vasos de bronze e ferro são consagrados ao Senhor: eles devem vir sobre o tesouro do Senhor”, Então Jericó permaneceu nestas condições até que foi reparada no reino de Ahab, o filho de Ouri, que era um dos reis de Israel (874-852 A.C.). Hiel, de Belém, a fortificou e reparou quatro séculos após sua destruição. Há uma referência a isto na Bíblia, conhecida pela reconstrução de Hiel sobre Josué.
 
Parece que Jericó floresceu nos tempos romanos, como é mostrado nos canais remanescentes, que eles cavaram e que ainda podem ser vistos no rio Kilt. Neste período Jericó iniciou a exportar datas. Jericó adquiriu uma grande importância no tempo de Jesus (possa a paz durar para sempre), pois Jesus Cristo a visitou e curou a vista de dois cegos, Bartolomeu e seu amigo. Enquanto Ele estava lá, visitou Zacarias em sua casa. Como Zacarias era de baixa estatura, foi obrigado a subir em uma árvore para ver Jesus na multidão. Jesus caminhou ao longo da rota de caravanas entre Jericó e Jerusalém, que era infestada de ladrões e homens perigosos.
No reinado de Constantino o Grande (306-337 D.C.), o fundador de Constantinopla, o Cristianismo se espalhou em Jericó através dos monges e eremitas que viveram em conventos e igrejas que eles construíram para se tornar o centro de propagação do Cristianismo. Em 325 D.C. se tornou o centro do bispado.


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O Imperador Romano Justiniano (527-665 D.C.) construiu uma igreja nela. Foi em seu reinado que uma rodovia foi construída juntando-a a Petra. As caravanas demoravam 4 dias para atravessa-la. Parece que igrejas e conventos se tornaram mais numerosos do que eram no século sete. Arco Levaux disse que sobre aquela árvore se ergueu uma igreja em Al-Juljal, e outra no local onde foi falado que Jesus tirou suas vestimentas antes do batismo. Outra igreja foi construída dentro de um grande convento sob o nome de S. João, e está sobre um prado que dá de frente para o rio Jordão. De toda forma isto não preveniu a deterioração, negligencia e ruína começaram a tomar Jericó e as igrejas e conventos a sua volta, seguindo a rota das caravanas. As cavernas dos ermitãos no Monte da Tentação, olhando sobre a cidade, permaneceram como uma indicação do alto espírito do princípio dos séculos medievais.
 
Finalmente Jericó entrou na regra dos Árabes que ocuparam estes países no século sétimo D.C.. Em baixo da Jericó islâmica surgiu uma cidade no Ghaur, habitada por um povo do Qais, bem como um grupo de Quraish. Durante o tempo do Profeta, possa a paz e a oração estar com ele, ele colocou os judeus para fora de Madinah por causa de sua tirania, e eles partiram para Síria, Adhru’at e Jericó. “Umar -Ibn-Ul-Khattab”, possa Deus estar satisfeito com ele – pronunciou o último deles no reino de Hijaz to Taima’ em Jericó.23
 
As muralhas de Jericó
 
E a muralha ruiu por terra... (Js 6.20). O dr. John Garstang, diretor da Escola Britânica de Arqueologia de Jerusalém e do Departamento de Antiguidades do governo da Palestina (1930-36), descobriu em suas escavações que o muro realmente "foi abaixo"; caiu, e que era duplo. Os dois muros ficavam separados um do outro por uma distância de cinco metros. O muro externo tinha dois metros de espessura e o interno, quatro metros. Os dois tinham cerca de dez metros de altura. Eram construídos não muito solidamente, sobre alicerces defeituosos e desnivelados, com tijolos de dez centímetros de espessura, por trinta a sessenta centímetros de comprimento, assentados em argamassa de lama. Eram ligados entre si por casas construídas de través na parte superior, como a de Raabe, por exemplo, erguida "sobre o muro".
 
Garstang verificou também que o muro externo ruiu para fora, pela encosta da colina, arrastando consigo o muro interno e as casas, ficando as camadas de tijolos cada vez mais finas à proporção que rolavam ladeira abaixo. O dr. Garstang pensa haver indícios de que o muro foi derribado por um terremoto, o que pode ser, perfeitamente uma conseqüência da ação divina.
 
Os cristãos não possuem nenhuma dúvida quanto à existência das cidades mencionadas no Antigo e no Novo Testamento. Por isso, dificilmente julgamos necessário conhecer alguma documentação que comprove esse fato. Não obstante, sabemos que muitas obras religiosas não resistem à menor verificação arqueológica, o que contrasta imensamente com a Bíblia que, através dos séculos, tem seus apontamentos históricos e geográficos cada vez mais ratificados pela verdadeira ciência. Evidentemente, nossa fé não está baseada nas descobertas da ciência. Entretanto, não podemos ignorar os benefícios provindos dela quando seus estudos servem para solidificar a nossa crença. De fato, a Bíblia não só descreve esses lugares em suas páginas como também o faz com extrema precisão.
 
4. A Fenícia
 
Os fenícios, tal como os hebreus, eram um povo de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria. Por habitarem uma região montanhosa, com poucas terras férteis, eles voltaram-se para o mar, dedicando-se à pesca e ao comércio marítimo.
 
A Fenícia era, na verdade, um conjunto de cidades independentes entre si. Cada uma delas constituía numa cidade-Estado. Algumas dessas cidades adotavam a Monarquia Hereditária; outras, eram governadas por um Conselho de Anciãos, formados por grandes comerciantes, donos de terras e armadores. As cidades fenícias disputavam entre si, e com outros povos, o controle das principais rotas de comércio. Entre o ano de 1000 a.C. e 700 a.C., a cidade de Tiro destacou-se das demais por sua riqueza.
 
Inicialmente, os fenícios viviam da pesca e da agricultura. Mas, como a produção de alimentos não acompanhava o crescimento da população, logo passaram a dedicar-se também a outras atividades, como o artesanato e o comércio. Para vender o que produziam e obter as matérias-primas de que necessitavam, os fenícios foram se voltando cada vez mais para o comércio marítimo, que logo se transformou na sua principal atividade econômica. Os fenícios guardavam a sete chaves os segredos das técnicas de construção naval e de suas rotas de comércio. Para consolidar e expandir suas relações comerciais, os fenícios fundaram inúmeras colônias. Muitas alcançaram enorme progresso.
 
O alfabeto, uma criação fenícia
 
O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi, justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras e era, portanto muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto utilizado atualmente no Brasil. No princípio, todas as letras do alfabeto eram consoantes. Mais tarde, os gregos acrescentaram a elas as cinco vogais.
 
5. A Pérsia
 
A Pérsia situava -se a leste da Mesopotâmia, no extenso planalto do Irã. Ao contrário das regiões vizinhas, possuía poucas áreas férteis. A partir do ano 2000 a.C., a região foi sendo ocupada por povos pastores e agricultores, vindos da Rússia.


 
23 fonte: http://www.jericho-city.org/ Tradução de Ana Maria Prestes


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Desde o século VIII a.C., os medos tinham constituído um reino e possuíam um exército ágil e organizado. Valendo-se disso, submeteram os outros povos iranianos, inclusive os persas, cobrando-lhes tributos. Essa situação prolongou-se até 550 a.C., em que o príncipe Ciro, o Grande, liderou uma rebelião contra os medos e sai vitorioso. Com o objetivo de obter riquezas e resolver problemas causados pelo aumento da população e pela baixa produção agrícola local, Ciro, o Grande, deu início ao expansionismo persa. Em poucos anos, o exército persa apoderou-se de uma imensa área. Ciro tornou-se, então, o imperador do Oriente Antigo.
Dario I dividiu o Império Persa em províncias e nomeou administradores de sua confiança. No Império, as comunicações, o comércio e o deslocamento de tropas eram facilitados por grandes estradas. Dario e Xerxes foram derrotados ao tentarem conquistar a Grécia. Essas derrotas, somadas às rebeliões dos povos dominados e às disputas pelo poder, enfraqueceram o Império Persa, que foi conquistado por Alexandre da Macedônia em 330 a.C.
 
A religião Dualista dos Persas
 
Os persas criaram o zoroastrismo, uma religião dualista que acreditava na existência de dois deuses: Ormuz (Bem) e Arimã ( o Mal). Os princípios do zoroastrismo foram reunidos num livro, o Zend Avesta. Vários deles influenciaram o judaísmo e o cristianismo.
 
III. A importância da arqueologia no estudo do Novo Testamento
 
O estudo intensivo de mais de 3.000 manuscritos do N.T. grego, datados do segundo século da era cristão em diante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua transmissão desde o terceiro século até agora. Nem uma doutrina foi pervertida. Westcott e Hort concluíram que apenas uma palavra em cada mil do N.T. em grego possui uma dúvida quanto à sua genuinidade.
 
Uma coisa é provar que o texto do N.T. foi notavelmente preservado a partir do segundo e terceiro séculos; coisa bem diferente é demonstrar que os evangelhos, por exemplo, não evoluíram até sua forma presente ao longo dos primeiros séculos da era cristã, ou que Cristo não foi gradativamente divinizado pela lenda cristã. Na virada do século XX uma nova ciência surgiu e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visão cristã de Cristo sofreram evoluções até chegarem à sua forma atual. B. P. Grenfell e A. S. Hunt realizaram escavações no distrito de Fayun, no Egito (1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dando início à ciência da papirologia. Os papiros, escritos numa espécie de papel grosseiro feito com as fibras de juncos do Egito, incluíam uma grande variedade de tópicos apresentados em várias línguas. O número de fragmentos de manuscritos que contêm porções do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses fragmentos ajudam a confirmar o texto feral encontrado nos manuscritos maiores, feitos de pergaminho, datados do quarto século em diante, ajudando assim a forma uma ponte mais confiável entre os manuscritos mais recentes e os originais.
 
O impacto da papirologia sobre os estudos bíblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros datam dos primeiros três séculos da era cristã. Assim, é possível estabelecer o desenvolvimento da gramática nesse período, e, com base no argumento da gramática histórica, datar a composição dos livros do N.T. no primeiro século da era cristã. Na verdade, um fragmento do Evangelho de João encontrado no Egito pode ser paleograficamente datado de aproximadamente 125 d.C.! Descontado um certo tempo para o livro entrar em circulação, deve-se atribuir ao quarto Evangelho uma data próxima do fim do primeiro século - é exatamente isso que a tradição cristã conservadora tem atribuído a ele. Ninguém duvida que os outros 3 Evangelhos são um pouco anteriores ao de João. Se os livros do NT foram produzidos durante o primeiro século, foram escrito bem próximo dos eventos que registram e não houve tempo de ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo.
 
Todavia, a contribuição dessa massa de papiros de todo tipo não pára aí. Eles demonstram que o grego do N.T. não era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, como se pensava antes. Ao contrário, era, de modo geral, a língua do povo dos primeiros séculos da era cristã. Menos de 50 palavras em todo o N.T. foram cunhadas pelo apóstolos. Além disso, os papiros demonstraram que a gramática do N.T. grego era de boa qualidade, se julgada pelos padrões gramaticais do primeiro século, não pelos do período clássico da língua grega. Além do mais, os papiros gregos não-bíblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras bíblicas cujas compreensão ainda era duvidosa, e lançaram nova luz sobre outras que já eram bem entendidas.
 
1.       Locais mencionados no NT
 
Por toda a extensão do território bíblico existem diversas tumbas "tradicionalmente" atribuídas a vários personagens bíblicos, às vezes muitas para um único indivíduo! Em diversos casos, não há evidência histórica ou arqueológica para validar a identificação. No entanto, existem pelo menos sete ocasiões onde há fortes, senão conclusivas, evidências sobre a localização do local de sepultamento de uma pessoa, ou pessoas, descritas na Bíblia.
 
Jesus - Na atual Jerusalém existem dois locais declarados como a tumba de Jesus: a Igreja do Santo Sepulcro e a Tumba do Jardim. Esta última foi identificada como a tumba de Jesus apenas no final do século XIX e carece de credibilidade histórica. Uma longa tradição, datada do primeiro século, atribui a tumba de Jesus ao local da Igreja do Santo Sepulcro na Antiga Cidade de Jerusalém. No século IV Constantino localizou o local da tumba abaixo de um templo romano do século II e construiu a igreja sobre o local. Esta igreja foi repetidamente restaurada e mantida pelos séculos desde então e é compartilhada por seis credos: Católico Romano, Ortodoxo Grego, Armênios, Sírios, Coptas e Etíopes.
Caifás o Sumo Sacerdote - Caifás foi o sumo sacerdote por 18 anos, d.C. 18-36. Aparentemente, obteve esta posição através do casamento com a filha de Anás, chefe de um poderoso clã de sumo-sacerdotes (Jo 18:13). Caifás é considerado vil por ter sido o líder na conspiração que culminou na crucificação de Jesus. Em uma reunião de líderes religiosos, Caifás declarou que "vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda" (Jo 11:50). Ele se referia à possível intervenção de autoridades romanas caso os ensinamentos de Jesus gerassem uma


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insurreição. Suas palavras foram proféticas no sentido em que Jesus morreu pelas pessoas, por todas elas do mundo, como sacrifício de expiação dos pecados.
 
Após ter sido preso, Jesus foi levado à casa de Caifás e ali detido pela noite. Os guardas zombavam dele e feriam-no (Lc 22:63-65). Na manhã seguinte Ele foi interrogado e novamente agredido. Caifás lhe perguntou "És tu o Cristo (Messias), o Filho do Deus bendito?" "Eu sou", Jesus respondeu (Mc 14:61-62). Caifás então entregou Jesus a Pilatos para ser julgado.
 
Após a crucificação de Jesus, Caifás continuou a perseguir a igreja primitiva, levando os apóstolos a líderes religiosos e dizendo-lhes: "Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem (Jesus)." Pedro e os outros apóstolos responderam: "Importa antes obedecer a Deus que aos homens" (At 5:28-29).
A tumba da família de Caifás foi acidentalmente descoberta por operários que construíam uma estrada em um parque ao sul da Antiga Jerusalém. Os arqueologistas foram então ao local em regime de urgência e encontraram 12 ossuários (caixas para ossos feitas de calcáreo) ao examinar o local contendo os restos mortais de 63 indivíduos. O ossuário mais ornamentado tinha a inscrição de nome "José filho de (ou da família de) Caifás." Este era o nome completo do sumo sacerdote que prendeu Jesus, documentado como Josephus (Antiguidades 18:2, 2;4, 3) . No seu interior existiam os restos de um homem de 60 anos, que quase certamente pertenciam ao mesmo Caifás do Novo Testamento. Este memorável achado provê, pela primeira vez, os restos físicos de um indivíduo descrito na Bíblia.
 
César Augusto - Um grande político e administrador, Augusto reinou sobre o Império Romano de 27 a.C. a 14 d.C. Foi justamente Augusto que decretou o censo que levou José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu (Lc 2:1-7). Augusto construiu para si mesmo um grande mausoléu em Roma, nas margens orientais do Rio Tibre, um quarto de milha a noroeste do Fórum Romano. Os restos mortais estão atualmente localizados no centro do Piazza Augusto Imperatore. O mausoléu possuía 285 pés de diâmetro e 143 pés de altura e tinha uma estátua do imperador em seu topo. Suas cinzas estavam em uma urna ao centro, enquanto as cinzas dos membros da dinastia foram colocadas em urnas em um corredor que circundava o salão. Embora algumas urnas tenham sido encontradas por excavações, as cinzas já haviam desaparecido há muito tempo.
 
2.        Cidades mencionadas no NT
 
Betel - Referência bíblica: "Depois Amazias disse a Amós: Vaite, ó vidente, e foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza, mas em Betel daqui por diante não profetizarás mais, porque é o santuário do rei e casa real" (Am 7.12,13). "W. F Albright fez uma escavação de ensaio em Betel em 1927 e posteriormente empenhou uma escavação oficial em 1934. Seu assistente, J. L. Kelso, continuou as escavações de 1954 a 1960" (Achtemeier, P.J., Th.D., Harper's Bible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).
 
Cafarnaum - Referência bíblica: "E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas?" (Mt 17.24). "Cafarnaum foi identificada desde 1856 e, a partir de então, tem sido alvo de escavações nos últimos 130 anos" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harpers Bible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).
 
Corazim - Referência bíblica: "Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! peque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza" (Mt 11.21). "Escavações na atual cidade deserta indicam que ela abrangeu uma área de doze acres e foi construída com uma série de terraços com o basalto da região montanhosa local" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's Bible Dictionary San Francisco: Harper ando 10.
Éfeso - Referência bíblica: "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Efeso, e fiéis em Cristo Jesus" (Ef 1.1; grifo do autor). "E encheu-se de confusão toda a cidade e, unânimes, correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem" (At 19.29) . A cidade em referência é Éfeso. "Arqueólogos austríacos encontraram em escavações, no século passado, um teatro de 24.000 assentos, bem como muitos outros edifícios públicos e ruas do primeiro e segundo séculos depois de Cristo, de forma que a pessoa que visita o local pode ter uma boa impressão da cidade como foi conhecida pelo apóstolo Paulo" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harpers Bible Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).
 
Jope - Referência bíblica: "E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles." (At 9.38). "Durante escavações no local da antiga cidade de Jope (XIII a.C.) o portão da fortaleza foi descoberto..." (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).
Diante desta simples exposição, podemos afirmar como Sir Frederic Kenyon, que disse: "Portanto, é legitimo afirmar que, em relação à Bíblia, contra a qual diretamente se voltou a crítica destruidora da segunda metade do século dezenove, as provas arqueológicas têm restabelecido a sua autoridade. E mais: têm aumentado o seu valor ao torná-la mais inteligível por meio de um conhecimento mais completo de seu contexto e ambiente. A arqueologia ainda não se pronunciou definitivamente a respeito, mas os resultados já alcançados confirmam aquilo que a fé sugere, que a Bíblia só tem a ganhar com o aprofundar do conhecimento". 24
 
3.        Descobertas relacionadas a JESUS
 
Nas últimas quatro décadas, descobertas espetaculares confirmam o pano de fundo histórico dos Evangelhos. Em 1968, por exemplo, o esqueleto de homem crucificado foi encontrado em uma caverna funerária na parte norte de Jerusalém. Foi um achado significativo: embora se saiba que os romanos crucificam milhares de supostos traidores, rebeldes e ladrões, os restos de uma vítima de crucificação jamais tinham sido encontrados.


 
 
24Josh MCDOwELL, Evidência que exige um veredicto, vol. 1, Candeia, 1992, p. 83.


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Os ossos, preservados num ossuário de pedra, pareciam pertencer a um homem entre 25 e 30 anos. Havia indícios de que seus pulsos tinham sido transpassados com pregos. Os joelhos haviam sido dobrados e virados para o lado, e um prego de ferro (ainda alojado no osso de um calcanhar) fora enfiado nos dois pós. As duas tíbias pareciam ter sido quebradas, quem sabe se confirmar o relato do Evangelho de João (19:32-33): "Foram pois os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que com ele fora crucificado."
 
Havia muito que se dizia que os carrascos romanos costumavam jogar os cadáveres dos crucificados em valas comuns ou abandona-los na cruz para serem devorados por animais carniceiros. Mas a descoberta dos restos de um crucificado contemporâneo de Jesus em uma sepultura evidenciou que os romanos às vezes permitiam um enterro familiar, como relato do sepultamento de Jesus.
 
Em 1990, durante a construção de um parque a pouco mais de três quilômetros ao sul do Monte do Templo, os operários descobriram uma câmara funerária secreta, datada do século 1º, contendo 12 ossuários de calcário. Em um deles, que guardava os ossos de um sexagenário, havia a inscrição "Yehosef bar Qayafa", ou seja, "José, filho de Caifás". Os especialistas acreditam que se trata dos restos de Caifás, o supremo sacerdote de Jerusalém que, segundo os Evangelhos, esteve envolvido na prisão de Jesus, interrogou-o e o entregou a Pôncio Pilatos para ser executado.
 
Algumas décadas antes, durante as escavações nas ruínas de Cesaréia Marítima, a antiga sede do governo romano na Judéia, foi encontrada uma laje de pedra com a inscrição bastante danificada. De acordo com os peritos, a inscrição completa teria sido: "Pôncio Pilatos, governador da Judéia, dedicou ao povo de Cesaréia um templo em homenagem a Tibério."
 
A descoberta é especialmente significativa por ser a única inscrição com o nome de Pilatos já encontrada e por estabelecer que o personagem descrito nos Evangelhos como governante romano da Judéia tinha de fato a autoridade a ele atribuída pelos evangelistas.
Os registros arqueológicos não se pronunciam sobre boa parte da história bíblica. Mas os arqueólogos estão convencidos de que existem muito mais provas a respeito, enterradas nas areias do Oriente Médio, à espera de que alguém as encontre.
 
 
ANEXO I
 
Existe confirmação de eventos bíblicos por fontes escritas externas à Bíblia?
 
Outros exemplos de confirmações extra-bíblicas de eventos bíblicos: 25
 
  Campanha em Israel do Faraó Sisaque (1 Re 14:25-26), registrado nos muros do Templo de Amon em Tebes, Egito.
 
  Revolta de Moabe contra Israel (2 Reis 1:1; 3:4-27), registrado na Inscrição Mesha.
 
  Cerco de Laquis por Senaqueribe (2 Reis 18:14, 17), como registrado nos relevos de Laquis.
 
  Assassinato de Senaqueribe por seus próprios filhos (2 Re 19:37), como registrado nos anais de seu filho Esar-Hadom.
 
  A existência de Jesus como registrado por Josephus, Suetonius, Thallus, Plínio o Jovem, o Tálmude e Lucian.
 
  Expulsão de judeus de Roma durante o reinado de Claudius (A.D. 41-54) (At 18:2), como registrado por Suetonius.
 

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