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Arqueologia e Geografia Bíblica
Introdução
Até o
século XIX, o estudo da Bíblia sofreu limitações decorrentes da quase total
ausência de informações históricas extrabíblicas sobre os fatos narrados na
Bíblia. Os relatos das peregrinações cristãs datadas, aproximadamente, do
século IV, constituem a única fonte de informação sobre sítios arqueológicos
bíblicos até esse século, quando teve início a moderna exploração histórica na
Palestina. Com as descobertas proporcionadas por escavações arqueológicas, foi
possível compor um quadro geral mais nítido de todo o mundo antigo
contemporâneo da história de Israel e do cristianismo primitivo, isto é, desde
a civilização sumeriana, da qual saiu Abraão, até à época do helenismo e do
Império Romano, em que se expandiu o Evangelho.
Vários são os aspectos
pesquisados pela arqueologia -- desde a construção de edifícios e confecção de
vestuário, até a organização militar, administrativa, política, religiosa e
comercial. Os meios de transporte, as armas e utensílios, a educação, o lazer,
as profissões e ofícios, os meios de subsistência, a estrutura urbana,
sanitária e viária, a escrita e as artes -
-
tudo
concorre para formar esse imenso pano de fundo, contra o qual se pode assistir
com maior nitidez ao desenrolar da história relatada nos livros bíblicos.
A partir de escritos preservados
em tábuas de pedra e barro, em hieróglifos ou em caracteres cuneiformes, foi
possível uma compreensão mais clara de como os judeus e os povos com os quais
coexistiram pensavam e agiam, como se vestiam, de que se alimentavam, que
deuses cultuavam, quais os seus ritos, sua filosofia, suas artes, como guerreavam
ou estabeleciam tratados de paz. Restaurar todos esses elementos, no grau em
que foi possível, significou restabelecer todo um conjunto de símbolos, um
sistema de significação que permitiu compreender melhor as inúmeras metáforas,
a rede de sentidos figurados em que se tece a linguagem da Bíblia.
Várias
descobertas desse teor podem ser citadas: as escavações realizadas em Ur,
cidade natal de Abraão, que permitiram a descoberta de textos alusivos a uma
grande enchente, que se pode correlacionar ao relato do dilúvio; e a
localização de restos de uma construção que pode ser ligada à descrição da
torre de Babel. Em Nuzi, encontraram-se referências ao sacrifício de crianças -
que Abraão substituiu pelo de animais - e ao roubo de ídolos, como refere o
Gênesis (capítulo 31). No Egito, levantaram-se relatos sobre a invasão dos
hicsos, ao tempo de José. Em Susa, na Babilônia, restaurou-se o código de
Hamurabi, contemporâneo de Abraão. Numa estela construída por volta do ano 1200
a.C., há citações sobre Israel e Palestina.
A
Natureza e o Propósito da Arqueologia Bíblica.
A palavra
arqueologia vem de duas palavras gregas, archaios
e logos, que significam literalmente “um estudo das coisas antigas”. No
entanto, o termo se aplica, hoje, ao estudo de materiais escavados pertencentes
a eras anteriores. A arqueologia bíblica pode ser definida como um exame de
artefatos antigos outrora perdidos e hoje recuperados e que se relacionam ao
estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos.
A arqueologia é basicamente uma
ciência. O conhecimento neste campo se obtém pela observação e estudo sistemati
cos, e os fatos descobertos são avaliados e classificados num conjunto
organizado de informações. A arqueologia é também uma ciência composta, pois
busca auxílio em muitas outras ciências, tais como a química, a antropologia e
a zoologia.
Naturalmente,
alguns objetos de investigação arqueológica (tais como obeliscos, templos
egípcios e o Partenon em Atenas) jamais foram “perdidos”, mas talvez algum
conhecimento de sua forma e/ou propósito originais, bem como o significado de
inscrições neles encontradas, tenha se perdido.
Sabemos
que muitas civilizações e cidades antigas desapareceram como resultado do
julgamento de Deus. A Bíblia está repleta de tais indicações. Algumas
explicações naturais, todavia, também devem ser brevemente observadas até
porque elas foram instrumentos de Deus para o exercício do julgamento.
As
cidades eram geralmente construídas em lugares de fácil defesa, onde houvesse
boa quantidade de água e próximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares
eram extremamente raros no Oriente Médio antigo. Assim, se alguma catástrofe
produzisse a destruição de uma cidade, a tendência era reconstruir na mesma
localidade. Uma cidade podia ser amplamente destruída por um terremoto ou por
uma invasão. Fome ou pestes podiam despovoar completamente uma cidade ou
território. Nesta última circunstância, os habitantes poderiam concluir que os
deuses haviam lançado sobre o local uma maldição, ficando assim temerosos de
voltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a ruínas. E
quando os antigos habitantes voltavam, ou novos moradores chegavam à região, o
hábito normal era simplesmente aplainar as ruínas e construir uma nova cidade.
Formava-se, assim, pequenos morros ou taludes, chamados de tell, com muitas camadas superpostas de habitação. Às vezes, o
suprimento de água se esgotava, rios mudavam de curso, vias comerciais eram
redirecionadas ou os ventos da política sopravam noutra direção - o que resultava
no permanente abandono de um local.
I. A
importância da arqueologia no estudo do Velho Testamento
A
arqueologia auxilia-nos a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos
tempos bíblicos, o que passagens obscuras da Bíblia realmente significam, e
como as narrativas históricas e os contextos bíblicos devem ser entendidos. A
Arqueoloia também ajuda a confirmar a exatidão de textos bíblicos e o conteúdo
das Escrituras. Ela tem mostrado a falsidade de algumas teorias de
interpretação da Bíblia. Tem auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais
gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bíblico foi transmitido com um
alto grau de exatidão. Tem confirmado também a exatidão de muitas passagens das
Escrituras, como, por exemplo, afirmações sobre numerosos reis e toda a
narrativa dos patriarcas.
Não se deve ser dogmático. Relatos recuperados na
Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo notavelmente
semelhante ao relato bíblico deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Porém, em
declarações sobre as confirmações da arqueologia, ela também cria vários
problemas para o estudante da Bíblia. Até o presente não houve um caso sequer
em que a arqueologia tenha demonstrado definitiva e conclusivamente que a
Bíblia estivesse errada!
1. A
Arqueologia e o Texto da Bíblia
Embora a maioria das pessoas
pense em grandes monumentos e peças de museu e em grandes feitos de reis
antigos quando se faz menção da arqueologia bíblica, cresce o conhecimento de
que inscrições e manuscritos também têm uma importante contribuição ao estudo
da Bíblia. Embora no passado a maior parte do trabalho arqueológico estivesse
voltada para a história bíblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto
da Bíblia.
Até recentemente, o manuscrito
hebraico do AT de tamanho considerável mais antigo era datado aproximadamente
do ano 900 da era cristã, e o AT completo era cerca de um século mais recente.
Então, no outono de 1948, os mundos religioso e acadêmico foram sacudidos com o
anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna
próxima à extremidade noroeste do mar Morto. Desde então um total de 11
cavernas da região têm cedido ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos.
Dezenas de milhares de fragmentos escritos originalmente sobre couro ou papiro
e atribuídos aos membros de uma congregação judaica desconhecida, são mais de
600 e se encontram em diferentes estados de conservação. Incluem manuais de
disciplina, livros de hinos, comentários bíblicos, textos apocalípticos, duas
das cópias mais antigas conhecidas do Livro de Isaías, quase intactas, e
fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento, com exceção do de Ester..
Como se poderia esperar,
fragmentos dos livros mais freqüentemente citados no NT também são mais comuns
em Qumran (o local das descobertas). Esses livros são Deuteronômio, Isaías e
Salmos. Os rolos de livros bíblicos que ficaram melhor preservados e têm maior
extensão são dois de Isaías, um de Salmos e um de Levítico.
Entre estes fragmentos
encontra-se uma extraordinária paráfrase do Livro do Gênesis. Ainda se
descobriram textos, em seus idiomas originais, de vários livros dos apócrifos,
deuterocanônicos e pseudoepígrafos. Estes textos, nenhum dos quais incluído no
cânon hebraico da Bíblia, são: Tobias, Eclesiástico, Jubileus, partes de Enoc e
o Testamento de Levi, conhecido, até então, somente em suas antigas versões
grega, síria, latina e etíope.
Ao que parece, os manuscritos
foram parte da biblioteca da comunidade, cuja sede se encontrava no que hoje se
conhece como Kirbet Qumran, próximo ao local das descobertas. As provas
paleográficas indicam que a maioria dos documentos foi escrita em distintas
datas. Parece que de 200 a.C. até 68 d.C. As provas arqueológicas têm
ressaltado a data mais tardia, já que as escavações demonstram que o local foi
saqueado em 68 d.C. É possível que um exército, sob as ordens do general romano
Vespasiano, tenha saqueado a comunidade quando marchava para sufocar a rebelião
judaica que estourou em 66 d.C. O mais provável é que os documentos foram
escondidos entre 66 e 68 d.C.
Nos rolos encontrados no Mar
Morto encontraram-se alusões a pessoas e acontecimentos dos períodos helenista
e romano primitivo da historia judaica. Assim, um comentário do Livro de Naum
menciona um homem de nome Demétrio, parecendo referir-se a um incidente
registrado por Josefo e acontecido em 88 a.C. Nele estiveram implicados
Demétrio III, rei da Síria, e Alexandre Janeu, o rei macabeu. De forma similar,
pensa-se que as repetidas alusões a um "mestre da justiça" perseguido
dizem respeito a figuras religiosas. Entre elas, o último sumo sacerdote judeu
legítimo, Onias III, destituído em 175 a.C.; os líderes macabeus Matatias, o
sumo sacerdote e seu filho, o líder militar Judas Macabeu, e a Manaém, líder
dos zelotes em 66 d.C. Também se tem tentado vincular certas referências -
principalmente as que mencionam um "sacerdote perverso" e "homem
de falsidade" - com determinadas figuras como o sacrílego sumo sacerdote
judeu Menelau; Antíoco IV, rei de Síria; o líder macabeu João Hircano e
Alexandre Janeu. No entanto, até agora, todas estas identificações são ensaios
e teorias. As opiniões acadêmicas ainda são objeto de fortes polêmicas.
O material descoberto entre os
Manuscritos do mar Morto tem sido publicado pela American School of Oriental
Research, a Universidade Hebraica e o Serviço de Antigüidades da Jordânia. A
maioria dos manuscritos encontram-se, hoje, no Templo do Livro, no Museu
Rockefeller, de Jerusalém, e no Museu do Departamento de Antigüidades, em Aman.
Desde seu descobrimento, têm se publicado várias traduções dos manuscritos e
numerosos comentários sobre os mesmos. Em 1947, Jumea, um pastor da tribo
Taaeamireh dos beduínos nômades, descobriu alguns manuscritos antigos, em pele
e tecido, numa caverna a noroeste do Mar Morto, vale de Qumran. Importantíssimo
achado arqueológico, estes manuscritos constituíam a primeira parte de uma
coleção de textos hebraicos e aramaicos, revelados após o primeiro achado de
Jumea. Estes antigos textos, que incluem o Livro de Isaías completo e
fragmentos de todos os demais livros do Antigo Testamento - exceto do Livro de
Ester - são mil anos mais antigos do que qualquer outro texto hebraico
conhecido.
O significado dos Manuscritos do
Mar Morto é tremendo. Eles fizeram recuar em mais de mil anos a história do
texto do AT (depois de muito debate, a data dos manuscritos de Qumran foi
estabelecida como os primeiros séculos AC e AD). Eles oferecem abundante
material crítico para pesquisa no AT, comparável ao de que já dispunham há
muito tempo os estudiosos do NT. Além disso, os Manuscritos do Mar Morto
oferecem um referencial mais adequado para o NT, demonstrando, por exemplo, que
o Evangelho de João foi escrito dentro de um contexto essencialmente judaico, e
não grego, como era freqüentemente postulado pelos estudiosos. E ainda,
ajudaram a confirmar a exatidão do texto do AT. A Septuaginta, comprovaram os
Manuscritos do Mar Morto, é bem mais exata do que comumente se pensa. Por fim,
os rolos de Qumran nos ofereceram novo material para auxiliar na determinação
do sentido de certas palavras hebraicas.
2. A
arqueologia moderna
Ao longo dos anos, muito
criticismo tem sido levantado quanto à confiabilidade histórica da Bíblia.
Estes criticismos são usualmente baseados na falta de evidência de fontes
externas confirmando o registro bíblico. E sendo a Bíblia um livro religioso,
muitos eruditos tomam a posição de que ela é parcial e não é confiável a menos
que haja
evidência externa confirmando-a. Em outras
palavras, a Bíblia é culpada até que ela seja provada inocente, e a falta de
evidências externas colocam o registro bíblico em dúvida.
Este
padrão é extremamente diferente do aplicado a outros documentos antigos, mesmo
que muitos deles, se não a maioria, contém um elemento religioso. Eles são
considerados acurados a menos que a evidência demonstre o contrário. Embora não
seja possível verificar cada incidente descrito na Bíblia, as descobertas
arqueológicas feitas desde a metade do século XVIII têm demonstrado a
confiabilidade e plausibilidade da narrativa bíblica. Alguns exemplos1:
•
A
descoberta do arquivo de Ebla no norte da Síria nos anos 70 tem mostrado que os
escritos bíblicos concernentes aos Patriarcas são de todo viáveis. Documentos
escritos em tabletes de argila de cerca de 2300 A.C. mostram que os nomes
pessoais e de lugares mencionados nos registros históricos sobre os Patriarcas
são genuínos. O nome "Canaã" estava em uso em Ebla - um nome que
críticos já afirmaram não ser utilizado naquela época e, portanto, incorretamente
empregado nos primeiros capítulos da Bíblia. A palavra "tehom" (o
abismo) usada em Gn 1:2 era considerada como uma palavra recente, demonstrando
que a história da criação fora escrita bem mais tarde do que o afirmado
tradicionalmente. "Tehom", entretanto, era parte do vocabulário usado
em Ebla, cerca de 800 anos antes de Moisés. Costumes antigos, refletidos nas
histórias dos Patriarcas, também foram descritos em tabletes de argila
encontrados em Nuzi e Mari.
•
Os
Hititas eram considerados como uma lenda bíblica até que sua capital e
registros foram encontrados em Bogazkoy, Turquia. Muitos pensavam que as
referências à grande riqueza de Salomão eram grandemente exageradas. Registros
recuperados mostram que a riqueza na antiguidade estava concentrada como o rei
e que a prosperidade de Salomão é inteiramente possível. Também já foi afirmado
que nenhum rei assírio chamado Sargon, como registrado em Is 20:1, existiu
porque não havia nenhuma referência a este nome em outros registros. O palácio
de Sargon foi então descoberto em Khorsabad, Iraque. O evento mencionado em Is
20 estava inclusive registrado nos muros do palácio. Ainda mais, fragmentos de
um obelisco comemorativo da vitória foram encontrados na própria cidade de
Asdode.
•
Outro rei
cuja existência estava em dúvida era Belsazar, rei da Babilônia, nomeado em Dn
5. O último rei da Babilônia havia sido Nabonidus conforme a história
registrada. Tabletes foram encontrados mais tarde mostrando que Belsazar era
filho de Nabonidus e co-regente da Babilônia. Assim, ele podia oferecer a
Daniel "o terceiro lugar no reino" (Dn 5:16) se ele lesse a escrita
na parede. Aqui nós vemos a natureza de "testemunha ocular" do
registro bíblico frequentemente confirmada pelas descobertas arqueológicas.
3.
Arqueologia do Oriente Próximo
De todas
as regiões da terra, a mais escavada e perfurada é a do oriente médio. Ali
surgiram e desapareceram reinos e civilizações. Muito do que se sabe hoje sobre
esses reinos e civilizações desaparecidos deve-se a arqueologia.
Há cerca de 2.500 anos, desenvolveu-se
na Grécia uma das civilizações mais importantes da Antiguidade e também uma das
mais influentes de toda a história. Arquitetos gregos criaram estilos que são
copiados até hoje. Seus pensadores fizeram indagações sobre a natureza que
continuam a ser discutidas nos dias atuais. O teatro nasceu na Grécia, onde as
primeiras peças eram apresentadas em anfiteatros abertos. Foi em Atenas que se
fundou a primeira democracia, isto é, o governo do povo. A democracia ateniense
incluía apenas os cidadãos homens, excluindo escravos (um número muito alto) e
mulheres, portando, uma minoria votava. A sociedade grega atravessou diversas
fases, atingindo o apogeu entre os anos 600 e 300 a.C., com grande
florescimento das artes e da cultura. A Grécia foi unificada por Filipe da
Macedônia. Seu filho, Alexandre o Grande, disseminou a cultura grega pelo
Oriente Médio e pelo norte da África.2 As pesquisas arqueológicas nos grandes centros
urbanos do período homérico revelaram-nos muito das cidades antigas.
Tróia - Aos 46
anos de idade, Heinrich Schliemann fã das leituras homéricas ouvidas na
infância dos lábios de seu pai.
Depois de aprender grego e dono de sólida fortuna, partiu em busca de um mundo
sonhado. Em contato com os lugares homéricos pelos documentos históricos que
afirmam que no século VI a.C. ali esteve o Novum
Ilium - dizem-lhe, ao contemplar a colina de Hissarlik, que ali debaixo
está Tróia. Dá início às escavações em 1870. Estas demonstram que aquela colina
oculta ruínas de diversos povoados superpostos. Qual deles terá sido a Tróia da
Ilíada? Logo Schiliemann anuncia que no segundo povoado encontra-se o Tesouro
de Príamo, depois de remover 250.000 metros cúbicos de escombros. Após
dispensar os operários da escavação, ele escava, ao anoitecer, as muralhas da
cidadela recém descoberta juntamente com sua esposa (uma jovem grega também
apaixonada por Homero). Naquela noite ele retira dois diademas de ouro, 4.066
plaquetas, 16 estatuetas, 24 colares de ouro, anéis, agulhas, pérolas.., num
total de 8.700 artefatos provavelmente guardados num cofre por alguém que teria
abandonado precipitadamente a cidade ao ser assaltada.
Micenas -
Schiliemann prossegue com suas pesquisas, agora seu objetivo era encontrar a
famosa "Micenas rica em ouro",
como descreviam os textos homéricos. Ele começou as escavações no local que
achou mais conveniente, ignorando as opiniões do "inteirados" no
assunto. Acertou em cheio e logo se deparou com uma espécie de altar que
poderia ter servido para a prática de sacrifícios de cunho religioso. Depois de
algum tempo ele consegue chegar aos sepulcros. Ao abrí-los, um círculo de
refulgentes machados, lanças e outros objetos parecem querer defender os
cadáveres, os quais encontravam-se cobertos por máscaras e discos de ouro na
fronte e sobre os olhos. A terceira das cinco tumbas abrigava esqueletos
femininos e encontrava-se cheia de objetos de ouro e jóias. Schiliemann
escreveu à um amigo a seguinte frase: "Encontrei um tesouro tão fabuloso
que todos os museus do mundo reunidos equivalem a sua quinta parte". A
máscara funerária que ele atribuíra à Agamemnom, no entanto, não tivera
pertencido àquele famoso rei grego e combatente da Guerra de Tróia. Os
especialistas demonstraram implacavelmente que aquelas tumbas eram anteriores à
grande rixa com os troianos.
1 Bryant Wood da Associates for
Biblical Research. Translated by Ronaldo Melo Ferraz
2 Fonte:
Enciclopédia do Estudante n° 5, editora Globo
Creta - Bastaram umas horas de trabalho para que Evans
encontrasse o fruto de suas escavações. Três semanas depois, estava a frente de uma construção impressionante (ocupava
uma extensão de mais de um hectare) que deixava pequenas as de Micenas. À
memória de Evans chegaram as palavras de Homero: "E em Creta se encontra
Cnossos, uma grande vila onde, durante nove estações, reinou Minos, amigo
inseparável de Zeus Todo Poderoso". A obra era de exterior muito simples,
ao contrário do interior, que era intrincado. As prodigiosas pinturas
encontradas do lado interno falavam claramente do esplendor da civilização minóica.
A emoção de Evans e dos trabalhadores chegou ao máximo quando encontraram o
"Salão do Trono", com os altares em honra à Grande Deusa (divindade
que remonta a época dos agrupamentos matriarcais do neolítico), porcelanas,
pinturas, etc. O que mais impressionou neste grande edifício foi o excelente
serviço de encanamentos e de escoadouro. As pinturas retratavam um ambiente de fim de século. Vale lembrar que Evans
passou 25 anos escavando em Cnossos.3
Após
sucessivos conflitos internos na Grécia, como a Guerra do Peloponeso (431
a.C.), entre Atenas e Esparta, da qual a última saiu vitoriosa, inciou-se um
período de enfraquecimento da Cidades Estados gregas. Houve ainda uma hegemonia
temporária de Tebas, que foi sucedida pelo início das incursões de Felipe da
Macedônia sobre o restante do mundo grego (338 a.C.).
Os exércitos de Alexandre, O
Grande da Macedônia (que deu continuidade às conquistas de seu pai, Felipe), em
oito anos já haviam conquistado quase todo o mundo conhecido daquela época: da
Grécia à Índia; do Egito ao Cáucaso. Seus homens cansados se amotinaram o que
obrigou-o a regressar de suas campanhas militares. No Irã (antiga Pérsia),
ainda pode ser visto o que sobrou dos palácios que Alexandre Incendiou. No
Egito ele foi elevado à condição de deus. Durante uma batalha porém levou uma
flechada no peito, mas como um milagre se salvou, e veio a morrer anos depois
(323 a.C.) por umapicada de mosquito que lhe transmitiu a malária. Como um
sonho fabuloso a pequena Macedônia dominou o mundo, Alexandre foi imortalizado
em mosaicos, estátuas de rocha e em contos que narram vitórias intermináveis de
um homem que como um deus marchou sobre o mundo antigo e, apesar de sua vida
curta (33 anos), marcou para sempre a história mundial.
Mesopotâmia
significa literalmente, Terra Entre Rios, está situada entre cursos inferiores
dos rios Tigre e Eufrates. Dentre os povos que viveram em tempos remotos na
Mesopotâmia, podemos destacar: A cultura sumeriana (IV-III milênio a.C.), A
cultura sumério-acadiana (após séc. XXIII a.C.), Os impérios mesopotâmicos
(séc. XXIV-XVI a.C.): Império de Elba, Império de Lagash e Império neo-
sumério. Após também encontramos os chamados Reinos rivais, duas nações
mesopotâmicas em constante tensão. Os Impérios do Oriente, basicamente constituídos
de assírios que entraram em domínios babilônicos e por lá obtiveram êxitos
militares formando assim o Império neo-assírio.
A habitação da Mesopotâmia data
de tempos pré-históricos, pode-se observar nitidamente a linha de
desenvolvimento cultural da região, vê-se os primeiros focos de organização
urbana, a criação das primeiras grandes metrópoles mundiais, como a antiga
Uruk, em camadas um pouco mais superficiais nota-se os rastros dos grandes
impérios.
É
interessante
olhar atentamente a uma tabuinha de escrita cuneiforme (Uma das primeiras
formas de escrita criadas pelo homem), muitas vezes sem entender nada,
compreendemos a maneira de se expressar dos antigos habitantes do mundo.
A região da Mesopotâmia despertou
interesses de muitos usurpadores, que apareceram em busca de ouro, o qual
encontraram em quantidade. Exemplo de uma "Mesopotâmia rica em ouro",
são as tumbas de Ur, que abrigavam tesouros inestimáveis, entre carneiros de
ouro maciço e pedras preciosas, capacetes bélicos ornados em puro ouro, jóias.
Além das preciosidades, belíssimas obras de arte ornamentam as diversas regiões
da Terra entre Rios.
Por isso tudo é que a região do oriente próximo e
médio constituiem-se no paraíso dos escavadores.
4. Idades
Arqueológicas
Asprincipais eras ou Idades arqueológicas são:
paleolítico, mesolítico e neolítico.
0005.
|
"Paleolítico"
ou "Idade da Pedra Antiga (lascada)" é um termo criado no século XIX
para definir o período mais antigo da História do Homem, anterior ao
"Neolítico" ou "Idade da Pedra Nova (polida)". A duração
deste período, o mais longo da História da Humanidade, é de cerca de 2,5
milhões de anos, desde o momento em que surgiram os primeiros seres humanos que
fabricaram artefactos líticos até ao fim da última época glaciar, que terminou
há cerca de 10 000 anos.
Mesolítico
deve ser entendido como um período intermediário entre a economia predatória
(caça e coleta), característica do Paleolítico, e a economia de produção
(agricultura), característica do Neolítico. Alguns historiadores consideram-no
um mero prolongamento do Paleolítico Superior, daí a denominação alternativa Epipaleolítico. Na maioria das regiões o
Mesolítico corresponde aos últimos séculos que precederam a adoção da
agricultura, com freqüência após o
3 Bolívar, A. Padilla Bolivar Atlas de
Arqueologia, editora Lial
degelo da última glaciação. As mais antigas
culturas mesolíticas, datadas aproximadamente de -10.000/-8.000, são as da
Europa e Ásia Ocidental.
No
período Neolítico, o homem aprendeu a polir a pedra. A partir de então,
conseguiu produzir instrumentos (lâminas de corte, machados, serras com dentes
de pedra) mais eficientes e mais bem acabados. Empurrado pela necessidade, já
que a caça e coleta tornaram-se escassas, o homem descobriu uma forma nova de
obter alimentos: a agricultura. Com a prática da agricultura, o homem passou a
necessitar de recipientes em que pudesse armazenar, conservar e cozinhar os
cereais. Em resposta a essa necessidade, inventou a cerâmica: o barro modelado
e cozido, usado para produzir jarros, potes, vasos e panelas.
No final do Período Neolítico, o
homem aperfeiçoa os seus instrumentos através do uso da metalurgia. Os
artefatos de pedra polida serão substituídos por ferramentas de metal, por
volta do ano 5000 a.C., inaugurando a chamada Idade dos Metais. O
domínio da técnica de fundição dos metais representa um grande avanço
científico alcançado pelos homens naquele
período. O primeiro metal utilizado pelo homem foi o cobre; posteriormente,
através da fusão do cobre com o estanho, o homem obteve o bronze.
O
processo de desenvolvimento da metalurgia culminou finalmente com a utilização
do ferro. Porém, sendo o ferro um metal escasso e mais difícil de ser fundido,
só foi obtido por volta de 1500 a.C. e dominado somente por alguns povos. Eles
aproveitaram o ferro para a utilização de seus armamentos afirmando sua
superioridade militar.
5. O
Surgimento do Universo
Basicamente
são apenas duas as teorias do surgimento do universo: Criado por um ser
todopoderoso e criação espontânea. Esta última com alguns desdobramentos. As
duas teorias partem de um axioma. A primeira de um Deus onipotente criador de
todas as coisas, a segunda da auto criação da matéria. Ambas são inacessíveis à
verificação científica. Ambas podem apenas ser avaliadas pelos respectivos
postulados ou previsões, por exemplo, antes da primeira alunisagem:
Evolucionistas
na NASA insistiam que as pernas do módulo lunar tivessem 13 m de altura porque,
segundo a teoria da evolução, a Terra/Lua existem há 4,5 bilhões de anos e a
taxa, conhecida por medições, de precipitação de pó cósmico na Lua deve ter uma
camada média de 12,8 m de pó por lá. Os criacionistas da NASA, inclusive Werner
von Braun, insistiam no absurdo de tais providências e insistiam que a Lua não
teria uma camada de pó superior a 1 cm porque Deus criou os céus e a Terra em
menos de 10 mil anos atrás. Tiraram a média entre os dois grupos para o
comprimento dos pés. Qual surpresa quando chegaram lá e mediram a espessura da
camada de pó que media pouco menos de 1 cm!
Desta
forma também é o resultado para a maioria das demais previsões pelas duas
teorias e por este motivo companhias petrolíferas procuram por geólogos
criacionistas para prospectar petróleo baseado em previsões pela teoria
criacionista. Assim como existem apenas duas teorias sobre as origens, assim
também existem apenas dois grupos de religiões no mundo: Aquelas que tentam
procurar por divindades e aquelas para as quais Deus se revelou. Para o segundo
grupo pertencem o judaísmo e o cristianismo. As demais pertencem ao primeiro
grupo. Estas também são chamadas de religiões experimentais.
6.
Carbono 14
O carbono
14 é um elemento radiativo de meia vida de, em torno de, 5730 anos. O 14C, como
é denominado abreviadamente, se forma à partir do Nitrogênio, nas altas camadas
da atmosfera. Raios cósmicos bombardeiam constantemente a nossa atmosfera
produzindo nêutrons livres.Estes bombardeiam o Nitrogênio produzindo um isótopo
do Carbono, o Carbono 14. Este é radiativo.
De uma
dada quantidade de átomos de 14C a metade decai, aleatoriamente, para 12C em
5730 anos, ou seja, após 5730 só resta ainda a metade de 14C do original. O 14C
está uniformemente distribuido na atmosfera. Todos os seres vivos metabolizam o
14C contido nos seus alimentos, na concentração proporcional aproximada de
10-12 % do 12C no ar, porque ambos tem a mesma reatividade e afinidade química.
Quando um ser vivo morre deixa de metabolizar 14C e este começa a reduzir a sua
concentração, por força do decaimento radiativo, nos tecidos mortos. Medindo-se
a proporção entre o 14C e o 12C de restos mortais e comparando-os com as
proporções contidas nos seres vivos pode-se calcular a sua idade. Devido às
concentrações extremamente pequenas de 14C na atmosfera, cerca de 1 14C para
cada trilhão de átomos de 12C,
é impossível medir datas além de 20 ou 30 mil anos.
Os criacionistas que mantém que a Terra é muito jovem, no entanto, não aceitam
nem datas desta grandeza, mas porque?
A taxa de
formação de 14C é muito pequena e necessitaria de milhares de anos para que se
equilibre com a taxa de decaimento. Se estas taxas não estiveram em equilíbrio
por ocasião da época de vida do ser vivo a ser datado se parte de uma
concentração inicial de 14C menor e a idade apurada é maior do que a real.
Ninguém consegue determinar que a taxa atual de formação é igual a taxa atual
de decaimento, ou seja, ninguém consegue determinar se estas duas grandezas
estão em equilíbrio. Para medições até 3000 AC existe um desvio não muito
significativo, comparado com fosséis de data arqueológica conhecida, mas antes
desta data ninguém sabe. O campo magnético da Terra mantém o cinturão Van
Allen. Este cinturão é um escudo contra radiação cósmica. Quanto mais forte o
campo eletromagnético da Terra mais forte o escudo Van Allen. Quanto mais forte
o escudo menor a radiação cósmica e quanto menor a radiação cósmica menor a
taxa de formação de 14C.
Acontece que o capo eletromagnético da Terra está
em franco decaimento. Há apenas dois mil anos atrás, por exemplo, ele tinha
três vezes a sua intensidade de hoje.
Se, por exemplo, devido ao acima exposto, a
concentração de 14C na atmosfera, há 5000 anos atrás, tivesse um quarto da
concentração atual, um fóssil morrido naquela data forneceria uma idade atual
de 5730 x 2 + 5000 = 16460 anos.
Por estes
e mais motivos fala-se, cientificamente, em anos ou idade radiocarbono, que
obrigatoriamente não quer dizer necessariamente a mesma coisa que anos solares.
A mídia, muitos cientistas e leigos interessados além de muitos livros
escolares não sabem distinguir entre os dois.
7.
Evolução
Segundo o
evolucionismo, o homem é o resultado final de uma longa evolução, que começou
há cerca de 5 milhões de anos com o mais antigo dos hominídeos: o
Australopithecus. O Australopithecus adulto tinha um modo de andar e uma arcada
dentária semelhante ao dos seres humanos atuais. O volume de seu crânio, no
entanto, quase três vezes menor do que o nosso. Há cerca de 2 milhões de anos,
ele desapareceu da Terra, por causas ainda desconhecidas pelos cientistas.
Nesse
mesmo período, segundo pesquisas, começou a surgir o Homo habilis, que possuía
um crânio maior, com cerca de 800 centímetros cúbicos: um claro sinal do
desenvolvimento do cérebro. O Homo habilis conseguia fazer utensílios de pedra,
inclusive armas, com as quais podia caçar animais, o que lhe permitiu incluir a
carne na sua dieta.
Há cerca de 1,5 milhão de anos
surgiu o Homo erectus, um descendente direto do Homo habilis. Seu corpo e
crânio eram maiores (cerca de 900 centímetros cúbicos). Sabia usar, também, o
fogo, vivia em cavernas e conseguia construir elaborados instrumentos de pedra.
Finalmente,
há cerca de 200 mil anos, surgiu o Homo sapiens sapiens, cujo crânio media
1.500 centímetros cúbicos. Ele é o nosso antepassado mais próximo, e foi o que
melhor soube transformar a natureza em seu benefício. Abaixo vamos contradizer
algumas das principais bases teóricas da evolução humana.
8. O
Crânio 1470 de Richard Leakey
É
cedo
demais para avaliar acertadamente o verdadeiro significado da descoberta feita
por Richard Leakey perto da praia leste do lago Rodolfo, no Quênia. Não
obstante, o impacto sobre as teorias evolucionistas relacionadas com a origem
do homem é potencialmente tão explosivo que essa notícia merece, uma tentativa
de avaliação. Um jornal disse: "Por causa dele (o crânio 1470 de Leakey),
todos os livros sobre antropologia, todos os artigos sobre evolução e os
desenhos da árvore genealógica do homem terão de ser jogados no lixo. Estão
aparentemente errados". O artigo publicado em Science News4 tinha o seguinte título: "O novo crânio de
Leakey muda o nosso pedigree..." Richard Leakey é filho do Dr. Louis
Leakey. O Dr. Leakey adquiriu fama mundial através de uma série de descobertas
supostamente sensacionais em Olduvai George, na Tanzânia, cerca de 800km ao sul
do lago Rodolfo. A descoberta principal do Dr. Leakey foi um crânio de um
pretenso "homem-macaco", que se chamou de Zinjanthropus, ou
"Homem do Leste da África". Através de uma combinação de julgamentos
apressados, reivindicações exageradas e grande publicidade feita pelo National
Geographic, outros jornais e outros meios de comunicação, muitas pessoas, e
quase todos os evolucionistas, ficaram convencidos de que o Dr. Leakey tinha
realmente encontrado os restos mortais de uma criatura muito especial, uma
criatura da qual o homem teria descendido diretamente e que viveu cerca de dois
milhões de anos atrás.
Uma avaliação mais completa e
cuidadosa de achado do Dr. Leakey feitos por técnicos da matéria revelou
finalmente que o "Zinjanthropus" do Dr. Leakey não passava de uma
variedade de Australophithecos (como o próprio Dr. Leakey finalmente admitiu),
uma criatura parecida com um macaco, cujos restos foram descobertos 35 anos
antes por R. A. Dart na África do Sul. O Dr. Leakey ficou, portanto, por ter "descoberto"
uma coisa que já tinha sido descoberta muitos anos antes! Embora algumas
autoridades, como Montagu5 e von Koenigswald,6 há muito
tinham afirmado que o australopithecus estão fora da linhagem dos ancestrais do
homem, a opinião geral dos evolucionistas era que os australopithecus foram
macacos bípedes parecidos com o homem em linha direta na árvore genealógica do
homem.
Richard Leakey não tem doutorado
um antropologia. Na verdade, ele não é formado em nada. Ele nem mesmo
freqüentou uma faculdade. Não obstante, passou muitos anos trabalhando e
estudando com o seu pai, e reuniu uma equipe que inclui cientistas formados.
Durante os anos passados, sua pesquisa deu forte apoio àqueles que defendiam
que os australopithecus não tinham nada a ver com a origem do homem. Nós já
fizemos a nossa avaliação das evidências relacionadas com essas criaturas,
evidências que nós cremos que provam conclusivamente que eles foram macacos.
Ponto final.7 Se a avaliação de Richard Leakey de sua
descoberta, o Crânio de 1470, for aceita, terá não apenas acabado completamente
com as teorias de seu pai sobre a origem do homem, nas quais o australopithecus
recebeu um papel principal, mas também terá acabado com as teorias de todos os
outros também.
O Dr. Leakey reivindicou que encontrou
dois espécimes do seu "Zinjanthropus", uma forma menos evolutiva e
mais primitiva, mais tarde intitulada Australopithecus
Robustus e uma forma mais desenvolvida e mais graciosa, chamada A. Africanus.
Richard Leakey reivindica agora que esses não passavam de macho e fêmea de
uma só espécie, a forma mais graciosa
sendo a fêmea e a mais robusta, o macho.8 9 Nenhuma evolução da forma primitiva para a mais
avançada.
Com base em evidências
extremamente fragmentárias (e com fortes idéias preconcebidas), a opinião geral
dos evolucionistas tem sido que os australopithecus andavam abitualmente sobre
duas pernas, uma das características para a forma transicional entre o suposto
ancestral do homem parecido com um macaco e o próprio homem. Evidências
apresentadas por Richard Leakey nos dois ou três anos passados deram forte
apoio ao fato de que os australopithecus não andavam sobre duas pernas, mas
tinham longos braços, pernas curtas e andavam com o auxilio das mãos, como os
demais macacos africanos ainda existentes.10
A última descoberta de Leakey talvez tenha agora
dado o último golpe para derrubar o australopithecus como
candidato a antepassado do homem; na verdade, se
aceita, vai destruir todas as teorias atualmente defendidas pelos
4 Science,
News, Vol. 102, p.
324 (1972)
5 A. Montagu, Man: His First MiIion Years, World
Publishers, Yonkers, N. Y., 1957, p.51
6 G. H. R. von Koenigswald,
The Evolution of Man, University of Michigam Press, Ann Arbor, 1962; ( veja
também a crítica deste livro feita por J. Hawkes, Science, Vol. 204, p. 952,
1964)
7 D. T. Gish, Evolution: The
Fossils Say No!, Institute for Creation Research, San Diego, 1973
8 R. E. F. Leakey, Nature,
Vol. 231, p. 241 (1971)
9 Sience News, Vol. 99, p. 398 (1971)
10Science News, Vol. 100, p. 357 (1971)
evolucionistas sobre os antepassados do homem. Em
sua conferência no ano passado em San Diego (que o autor assistiu), Leakey
disse que o que ele encontrou destrói tudo o que aprendemos até agora acerca da
evolução do homem, e, ele disse, "Eu não tenho nada para oferecer em seu
lugar!"
As idéias geralmente aceitas até
agora sobre a evolução do homem incluíam um antepassado hipotético comum para
homens e macacos, que deveria ter existido cerca de 30 milhões de anos atrás
mais ou menos, talvez um pouco mais (no que se refere aos verdadeiros fósseis)
até que se chegou ao estágio do australopithecus, cerca de dois milhões de anos
atrás segundo se supõe. Mais tarde, cria-se, esses antepassados do homem
parecidos com macacos foram seguidos por uma criatura mais parecida com o homem
(ou menos parecida com o macaco!), representada em Java pelo Pithecanthropus Erectus (o Homem de Java), e na China pelo Sinanthropus Pekinensis (o Homem de Pequim). Eles foram datados
pelos evolucionistas (através de
simples conjecturas) em cerca de 500.000 anos, e atualmente a maioria dos
evolucionistas os coloca em uma só espécie intitulada Homo Erectus. Já discutimos em alguns detalhes por que cremos que a
única evolução que ocorreu nessas criaturas foi a evolução dos modelos e
descrições feitas pelos evolucionistas desde que foram descritos pela primeira
vez! As primeiras descrições dessas criaturas eram muito parecidas com os
macacos, mas elas foram se tornando cada vez mais parecidas com o homem nos
relatórios subseqüentes, culminando nos modelos de Franz Weidenreich, que eram
quase humanos. Infelizmente, todos os ossos desapareceram durante a Segunda
Guerra Mundial, portanto não há meios agora de confirmar se essa criatura era
um homem ou um macaco. Estamos convencidos de que, tal como os australopithecus,
eram simplesmente macacos. Assim, temos o quadro:
• antepassado comum do homem e do macaco (30 m.a.)
• australopithecus (homem parecido com macaco, 2
m.a.)
• o Homem de Java, o Homem de Pequim (quase homem,
0,5 m.a.)
• o homem atual (foi reconhecido que o homem de
Neandertal era totalmente homem, o Homo Sapiens).
Isso é muito pouco, considerando
um suposto período evolucionário de 30 milhões de anos e a fértil imaginação
dos evolucionistas!
Richard Leakey reivindica agora
que a sua equipe descobriu um crânio (chamado de KNMR 1470) muito mais recente
ainda do que o "Homem de Pequim", essencialmente o mesmo, de fato, do
homem moderno (exceto no tamanho), e ainda assim foi datado em cerca de três
milhões de anos!11 12 Se a avaliação de Leakey tiver apoio, e, se as
datas atribuídas aos australopithecus (2 milhões de anos), o "Homem de
Pequim" (112 milhão de anos), e o KNMR 1470 (3 milhões de anos) forem
aceitas, é óbvio que nem os australopithecus nem o "Homem de Pequim"
estão na árvore genealógica do homem, pois corno poderia o homem moderno, ou
essencialmente o homem moderno, ser mais velho que seus antepassados? Quem já
ouviu falar de pais que são mais jovens que seus filhos?
Conforme foi reconstituído pela
Sra. Richard Leakey, o Dr. Bernard Wood, um anatomista londrino, e outros, o
crânio é notavelmente semelhante ao do homem moderno? A parede do crânio é
fina, sua conformação geral é humana, e não possui as pesadas saliências dos
supercílios, as cristas supramastóides e outros aspectos simiescos encontrados
variadamente nos australopithecus e no "Homem de Pequim". Além disso,
a algumas milhas de distância, mas na mesma camada, o Dr. John Harris, um
paleontólogo ligado aos Museus Nacionais do Quênia, descobriu ossos de membros
que, segundo consta, não diferem em nada dos ossos do homem moderno. São
presumivelmente ossos de membros de criaturas idênticas ao 1470.
A
capacidade craniana do 1470 foi calculada por Leakey em apenas 800 cc. Embora
isso seja muito mais que o atribuído aos australopithecus (450 a 500 cc), e,
considerando sua alegada antigüidade, ele é chamado de "cérebro
grande", embora esteja abaixo da média do homem moderno (cerca de 1.000 a
2.000 cc, com uma média de 1.450 cc). A idade e o sexo do 1 1470 não pôde ser
determinado com certeza (primeiro pensou-se que fosse macho; agora crê-se que
seja fêmea).
A pequena capacidade craniana
desse crânio é difícil de reconciliar com o fato de que tudo mais nele seja,
segundo consta, essencialmente parecido com o homem moderno. (O Dr. Alec Cave,
um anatomista inglês, descreveu o crânio como "tipicamente humano")13. Até
mesmo um pigmeu deveria possuir uma capacidade craniana maior do que a do 1470,
embora já tenha menos da encontrada numa mulher aborígene australiana com uma
capacidade craniana de cerca de 900 cc.
Um recente artigo publicado em um
jornal14 fala de uma entrevista com o Dr Alan Mann, um
antropólogo da Universidade da Pennsylvania, que passou quatro semanas com
Leakey no Quênia no verão passado. Conta-se que Mann foi no começo muito cético
quanto aos relatórios de Leakey sobre o 1470, mas depois de sua experiência
durante o verão, ficou convencido de que Leakey revolucionou a antropologia.
Ele conta que Leakey agora encontrou um segundo crânio, e que esse crânio é
bastante grande para ser colocado em cima do 1470. Mann, como a maioria dos
outros evolucionistas, ficou totalmente confuso pelas desnorteantes implicações
da descoberta de Leakey. Ele teria dito: "Simplesmente não sabemos o que
aconteceu. Não há teorias reais. Todos estão um tanto confusos. ...Simplesmente
voltamos ao ponto de partida."
E o que
dizer da data atribuída por Leakey ao seu 1470, como também das datas
atribuídas ao "Zinjanthropus" 1 e 3/4 milhões de anos) e ao
"Homem de Pequim"? Seria legítimo que um criacionista que crê numa
terra jovem e, portanto, crê que os métodos para datar usados para chegar a
essas datas são inválidos, que usasse essas mesmas datas para invalidar a
teoria evolucionista? Absolutamente. Se
o que Leakey relata acerca do seu 1470 é verdadeiro, e se as datas atribuídas a essa criatura, ao
"Zinjanthropus" e ao "Homem de Pequim " são válidas, então
o "Zinjanthropus" (e todos os Australopithecus) e o "Homem de
Pequim" são eliminados como antepassados do homem, e os evolucionistas
ficam sem nada. Por outro lado, se a idade da terra tem alguns milhares de anos
em vez de bilhões de anos, então todo o conceito da
11Science
News, Vol. 102, p.
324 (1972)
12R. E. F. Leakey, National Geographic, Vol. 143, p. 819
(1973)
13J. Hillaby, "Dem Ole
Bones'', New Scientist, December 21, 1972.
14J. N. Shurkin ( Knight
Newspapers writer ), The Cincinnat Enquirer, October, 1973. p. 6
evolução se torna inconcebível. Assim, tanto num
como no outro caso, ficamos sem nenhum antepassado evolucionista.
para o homem.
Gostaríamos
de enfatizar que a esta altura estamos quase completamente dependentes do
julgamento de Richard Leakey e seus colegas quanto à natureza dos seus achados.
No momento, além disso, estamos; limitados às notícias publicadas em jornais e
revistas pseudocientíficas. A importância e as implicações das descobertas de
Leakey são assim publicadas com base em relatórios que talvez não sejam assim
tão dignos de confiança e dados que ainda não foram examinados pelos críticos.
Devemos, portanto, olhar para tudo isso com muita cautela. Não obstante,
podemos dizer a este ponto, que o último relatório de Leakey dê considerável
apoio aos criacionistas , que defendem que o homem e os macacos sempre foram
contemporâneos. Por outro lado, isso teve o efeito de uma bomba entre os
evolucionistas. Talvez seja por isso que em nossas muitas discussões e debates
com os evolucionistas, neste último ano, não tenhamos encontrado ninguém que
queira conversar sobre a evolução humana!
Outros acontecimentos recentes
fortaleceram a posição dos criacionistas. Por exemplo, o Homem de Neandertal
costumava ser descrito como uma criatura primitiva sub -humana, o antepassado
imediato do Homo Sapiens. Cria-se
que ele possuía uma postura apenas semiereta e que possuía alguns outros
aspectos primitivos, inclusive destacadas saliências nos supercílios, pescoço
curto e em declive, ombros curvos e pernas em arco. Durante muitos anos o Museu
de História Natural de Chicago exibiu uma família do Homem de Neandertal,
apresentado-o como uma criatura sub-humana, inclinada para frente, arrastando
os braços no chão, cabeluda, grunhindo, espiando sob uma compacta saliência
supraciliar, com olhos profundamente encaixados.
Essa
figura do Homem de Neandertal foi desenvolvida porque o indivíduo cujo
esqueleto foi usado para essa figura sofria de uma forma severa de artrite o
outras condições patológicas. Já no século XIX isso foi destacado por Virchow,
um famoso anatomista. Isso foi confirmado mais recentemente por Straus e Cave
que disseram:
"Não há, portanto, motivos
válidos para presumir que a postura do Homem de Neandertal... diferisse
significativamente dos homens da atualidade... Talvez o 'ancião' artrítico de
La Chapelle-aux-Saints, o protótipo da postura do homem de Neandertal, se
postasse e andasse com algum tipo de cifose patológica; mas, nesse caso, ele
tem os seus companheiros entre os homens modernos semelhantemente afligidos com
osteoartrite espinal. Ele não pode, à vista de sua manifesta patologia, ser
usado para. nos dar um quadro digno de confiança de um neandertaliano normal e
sadio. Não Obstante, se ele pudesse ser reencarnado e colocado em um metrô de
New York (depois de tomar um banho, fazer a barba e vestir roupas atualizadas
), duvidamos que atraísse mais atenção do que outros cidadãos." 15
Ainda mais recentemente, o Dr.
Francis lvanhoe declarou que os dentes do Homem de Neandertal apresentam
evidências de raquitismo (causada pela ausência de vitamina D) e que
radiografias dos ossos do Homem de Neandertal indicam o característico padrão
do raquitismo.16 Ele ainda diz que cada crânio das crianças de
Neandertal estudado até agora apresenta sinais associados a severo raquitismo:
cabeça grande com testa alta e bulbosa, fechamento retardado das juntas ósseas
e fragmentos de ossos defeituosos, e dentes fracos.
Por isso
é que o Homem de Neandertal foi um tipo de má postura! Seus supercílios
salientes, a testa bulbosa, os ombros caídos, as pernas arcadas e outros
aspectos "primitivos" eram devidos ao amolecimento dos seus ossos e
outras condições patológicas causadas por uma séria deficiência de vitamina D.
Vamos ainda lhe dar uma artrite e teremos o quadro do Homem de Neandertal que
enfeita tantos livros escolares há 100 anos - a figura que os evolucionistas
reivindicaram provar que o Homem de Neandertal era um elo entre o homem moderno
e criaturas semelhantes aos macacos.
Mas agora essa figura do Homem de
Neandertal foi abandonada e hoje ele já não é mais classificado como Homo Neanderthalensis, mas é classificado como Homo Sapiens , exatamente como eu e você. 0 Museu de História
Natural de Chicago retirou os seus
antigos modelos do Homem de Neandertal e os substituiu com modelos atualizados,
mais modernos. Assim, um a um: - o "Homem de Nebraska" (construído
com base num dente de porco!), o "Homem de Piltdown" (construído a
partir do maxilar de um macaco da atualidade!), o "Zinjanthropus", ou
o "Homem do Leste da África", o "Homem de Pequim", o Homem
de Neandertal, - nossos supostos antepassados semelhantes a macacos foram
deixados de lado. E Richard Leakey clama por fundos para começar tudo de novo!
A teoria
da evolução transgride duas leis fundamentais da natureza: a primeira e a
segunda Lei da Termodinâmica. A Primeira Lei declara que não importa que
mudanças se efetuem, nucleares, químicas ou físicas, a soma total da energia e
da matéria (realmente equivalentes) permanece constante. Nada atualmente está
sendo criado ou destruído, embora transformações de qualquer espécie possam
acontecer. A Segunda Lei declara que cada alteração que acontece tende natural
e espontaneamente a sair de um estado ordenado para um estado desordenado, do
complexo para o simples, de um estado de energia alta para um estado de energia
baixa. A quantidade total de casualidade ou desordem no universo (a entropia é
uma medida dessa casualidade) está constante e inevitavelmente aumentando.
Qualquer aumento na ordem e complexidade que possa ocorrer, portanto, só
poderia ser local e temporária; mas a evolução exige um aumento geral na ordem
que se estenda através dos períodos geológicos. Os aminoácidos não se combinam
espontaneamente para formar proteínas, mas as proteínas se quebram
espontaneamente em aminoácidos, e os aminoácidos lentamente se desfazem em
compostos químicos mais simples. Com cuidadoso controle de reagentes, uso de
energia e remoção de produtos da fonte de energia (conforme se faz nas atuais
experiências da "origem da vida"), o homem pode sintetizar
aminoácidos a partir de gases, e proteínas a partir de aminoácidos. Mas, sob
quaisquer combinações das condições realistas primordiais da terra, esses
processos jamais poderiam ter acontecido. Esse fato ficou adequadamente
demonstrado por Hull que concluiu: "O químico físico, orientado pelos
princípios comprovados da termodinâmica. química e cinética, não pode oferecer
nenhum
15W. L. Straus, Jr., and A, J. E. Cave, The
Quarterley Review of Biology, December, 1957, pp. 358, 359
16F. lvanhoe Nature, August
8, 1970 (v. também Science Digest, February, 197 1, P. 35, Prevention, October,
1971, p. 115)
incentivo ao bioquímico que necessita de um oceano
cheio de compostos orgânicos para formar até mesmo coacervatos sem vida. Hull
estava aqui se referindo às especulações sobre a origem da vida.
Considerando que o universo, como
um relógio, está se deteriorando, é óbvio que ele não existiu eternamente. Mas
de acordo com a Primeira Lei, a soma total da energia e matériaprima é sempre
uma constante. Como podemos, então, numa pura e simples base natural, explicar
a origem da ma téria e da energia das quais este universo é composto. A continuidade
evolucionária, do cosmos ao homem, é criativa e progressiva, enquanto que a
Primeira e a Segunda Lei da Termodinâmica declaram que os processos naturais
conhecidos são quantitativamente conservativos e qualitativamente
clegenerativos. Em qualquer caso, sem exceção, quando essas leis foram sujeitas
a testes foram comprovadas válidas. Os exponentes da teoria evolucionista
ignoram assim o observável a fim de aceitar o inobservável (a origem
evolucionista da vida e das principais espécies das coisas vivas).
9.
Criacionismo
No princípio criou Deus os céus e
a terra. (Gn 1:1) Este versículo é o mais importante e fundamental de todos.
Quando cremos de fato neste versículo, não temos dificuldade em crer em todo o
restante da palavra de Deus. A teoria do Criacionismo tem sido baseada no livro
de Gênesis capítulo primeiro. Teoria defendida por católicos, evangélicos
(protestantes) entre outros. Segundo a bíblia o ser humano foi criado por Deus
o que rebate diretamente todas as demais teorias inventadas pelos homens acerca
de sua origem.
Alguns criacionistas afirmam que
a palavra dia, que aparece sete vezes na história bíblica da criação (Gn
1.1-2.3), deve ser interpretada como um período de tempo de 24 horas. Como pode
ser isso, se os luzeiros "para marcarem os dias, os anos e as
estações" (Gn 1.14, BLH) foram formados no quarto dia?
Parece-me que a palavra yom pode
ser entendida pelo menos de três maneiras: a) como dia, aproximadamente 12
horas, em contraste com noite; b) como dia de 24 horas; c) como uma era. O
intérprete deve decidir o que é mais apropriado em cada texto. Uma explicação é
que os quatro atos da criação nos três primeiros dias descrevem a criação de
espaços, e os quatro atos dos últimos três dias correspondem ao preenchimento
destes espaços. Desta forma, a criação nos seis dias é uma resposta à descrição
do versículo 2, de "um universo sem forma e vazio". Então os luzeiros
correspondem a criação de luz no primeiro dia. Segundo esta explicação, a
seqüência no texto não é cronológica, mas, sim, segundo os temas. Gostaria de
observar que o ano, o mês e o dia são baseados nos movimentos da Terra e da
Lua, mas não existem explicações astronômicas para a semana. Se admitirmos que
a lua tem quatro fases, cada uma delas um pouco maior que uma semana. Mas
poderia-se falar em duas fases, o crescente e o minguante, porque o número de
fases é arbitrário. Parece-me que a semana tem origem teológica, ou seja, Deus
está ensinando a observância de seis dias de trabalho e um de descanso, e, não,
necessariamente que o universo apareceu em 6 dias de 24 horas.
Esta é uma questão- chave. O dia
de 24 horas só foi criado no quarto "dia". A Bíblia usa a expressão
"dia" para designar períodos. Um bom exemplo disso encontra-se já em
Gênesis 2.4: "Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram
criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus". A
expressão-chave é "céus e terra". Se interpretarmos literalmente,
veremos então que não foram criados no mesmo dia. Gênesis 1 relata que "os
céus" foram criados no segundo dia (Gn 1.8) e "a terra", no
terceiro dia (Gn 1.10). Obviamente, então, dia, em Gênesis 2.4, está falando de
pelo menos dois dias diferentes. Mas a outra maneira de compreender a expressão
"céus e terra", que é mais correta, é a que denota toda a criação. Na
poesia hebraica isto é chamado de merisma - a menção de elementos extremos para
se incluir tudo o que está entre os dois. É como dizer "crianças e
adultos" para incluir todas as idades, como os jovens e adolescentes
também. Deste modo, a expressão se refere a toda a criação. Todavia, ao
contrário do capítulo 1, este versículo está falando de um dia em que foram
criadas todas as coisas. Portanto, dia pode se referir a épocas. Entretanto,
ressalto, que esta interpretação tem por base a própria evidência bíblica do
uso da palavra dia. Sou contrário à interpretação que tem por finalidade
validar o texto bíblico diante das teorias sobre a idade da terra. Isto seria
uma acomodação do texto bíblico, que julgo desnecessária.
Alguns evolucionistas argumentam:
Se a Terra é tão nova, então como se formou o petróleo que precisa ficar por
milhões de anos em alta temperatura e pressão? Contudo, a explosão do vulcão
Santa Helena no noroeste dos EUA, em maio de 1980, arrancou grande quantidade
de árvores e os lançou no lago Spirit. A ação do vento e das ondas, além do
efeito de apodrecimento, arrancou a casca dos troncos enquanto flutuavam. Estas
cascas foram cobertas com detritos. Em questão de dois anos retiraram uma
amostra desta camada e ela já se havia transformada em uma substância
betuminosa, semelhante ao piche leve. A história dos milhões de anos é uma
suposição apenas. Muitos processos são extremamente rápidos, dadas as
necessárias condições, inclusive a formação de estalactites e estalagmites.
Aqueles que combatem a existência
de um casal original afirmam que o teórico cruzamento entre irmãos, os filhos
de Adão e Eva, teria causado anomalias genéticas? Mas, as anomalias só
acontecem na somatória de códigos genéticos, tanto bons como já comprometidos. O
processo sucessivo de cópias introduz erros. Como a humanidade estava em seu
início não havia códigos genéticos defeituosos e o risco era nulo.
10. Como
se organiza uma expedição arqueológica
O arqueólogo bíblico pode ser
dedicar à escavação de um sítio arqueológico por várias razões. Se o talude que
ele for estudar reconhecidamente cobrir uma localidade bíblica, ele
provavelmente procurará descobrir as camadas de ocupações relevantes à
narrativa bíblica. Ele pode estar procurando uma cidade que se sabe ter
existido mas ainda não foi positivamente identificada. Talvez procure resolver
dúvidas relacionadas à proposta identificação de um sítio arqueológico.
Possivelmente estará procurando informações concernentes a personagens ou fatos
da história bíblica que ajudarão a esclarecer a narrativa bíblica.
Uma vez que o escavador tenha
escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos necessários (incluindo
permissões governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele estará
pronto para começar a operação. Uma
exploração cuidadosa da superfície é normalmente
realizada em primeiro lugar, visando saber o que for possível através de
pedaços de cerâmica ou outros artefatos nela encontrados, verificar se certa
configuração de solo denota a presença dos restos de alguma edificação, ou
descobrir algo da história daquele local. Faz-se, sem seguida, um mapa do
contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em) escavado (s)
durante uma sessão de escavações. Esses setores são geralmente divididos em
subsetores de um metro quadrado para facilitar a rotulação das descobertas.
II. Civilizações
Antigas
1. A
Mesopotâmia
Entre a
Ásia, a África e Europa, uma região fertilizada pelas inundações periódicas de
dois grandes rios atraiu muitos povos e os obrigou a desenvolver obras de
engenharia. Para coordenar sua realização surgiu o Estado. Essa região foi
chamada Mesopotâmia e dominada, sucessivamente pelos sumérios, acádios,
amoritas, assírios e caldeus.
A
economia da Mesopotâmia baseava-se principalmente da agricultura, mas os povos
da região desenvolveram também a criação de gado, o artesanato, a mineração e
um ativo comércio à base de trocas que se estendia à Ásia menor, ao Egito e à
Índia.
Sua organização social formava
uma pirâmide que tinha no topo os membros da família real, nobres, sacerdotes e
militares. A base era composta por artesões, camponeses e escravos.
Famosos
desde os tempos antigos pela crueldade e pelo talento guerreiro, os assírios
também se destacaram pela habilidade na construção de grandes cidades e
edifícios monumentais, como atestam as ruínas encontradas em Nínive, Assur e
Nimrud. Estabelecido no norte da Mesopotâmia, o império assírio foi uma
das civilizações mais importantes do Oriente Médio. Os primeiros povoadores
conhecidos da região eram nômades semitas que começaram a levar vida sedentária
ao longo do IV milênio a.C. Alguns dados atestam a formação, a partir do século
XIX a.C., de um pequeno estado assírio, que mantinha relações comerciais com o
império Hitita. No século XV a.C., depois de longo período de submissão
ao império da Suméria, o estado assírio, com capital em Assur, começou a
tornar-se independente e a se estender. Graças ao apogeu comercial, os assírios
puderam lançar-se, sob o reinado de Shamshi-Adad I (1813-1781 a.C.), às
conquistas que tanta glória lhes trouxeram. O soberano concentrou esforços na
construção de um estado centralizado, segundo o modelo da poderosa Babilônia.
Suas conquistas se estenderam aos vales médios do Tigre e do Eufrates e ao
norte da Mesopotâmia, mas foram barradas em Alepo, na Síria. O rei Assur-Ubalit
I (1365-1330) foi considerado pelos sucessores o fundador do império assírio,
também conhecido como império médio. Para consolidar seu poder, estabeleceu
relações com o Egito e interveio nos assuntos internos da Babilônia,
casando sua filha com o rei desse estado. Depois de seu reinado, a Assíria
atravessou uma fase de conflitos bélicos com hititas e babilônios, que se
prolongou até o fim do século XIII a.C. Quem afinal conseguiu impor-se foi
Salmanasar I (1274-1245), que devolveu ao estado assírio o poder perdido. Esse
monarca estendeu sua influência até Urartu (Armênia), apoiado num exército
eficaz que conseguiu arrebatar da Babilônia suas rotas e pontos comerciais. Sob
o reinado de Tukulti-Ninurta I (1245-1208), o império médio alcançou seu máximo
poderio. A mais importante façanha do período foi a incorporação da Babilônia,
que ficou sob a administração de governadores dependentes do rei assírio. Com
as conquistas, o império se estendeu da Síria ao golfo Pérsico. Depois da morte
desse rei, o poder assírio decaiu em benefício da Babilônia. Assur-Nasirpal II
(883-859), o mais desumano dos reis assírios, que pretendeu reconstruir o
império de Tiglate-Pileser I e impôs sua autoridade com inusitada violência.
Foi o primeiro rei assírio a utilizar carros de guerra e unidades de cavalaria
combinadas com a infantaria. O último grande império assírio iniciou- se com
Tiglate-Pileser III (746-727), que dominou definitivamente a Mesopotâmia. Sua
ambição sem limites o levou a estender o império até o reino da Judéia,
a Síria e o Urartu. Salmanasar IV e Salmanasar V mantiveram o poderio da
Assíria, que anexou a região da Palestina durante o reinado de Sargão II
(721-705). O filho deste, Senaqueribe (704-681), teve que enfrentar revoltas
internas, principalmente na Babilônia, centro religioso do império que foi
arrasado por suas tropas. Asaradão (680-669) reconstruiu a Babilônia e atacou o
Egito, afinal conquistado por seu filho Assurbanipal (668-627). No ano 656,
porém, o faraó Psamético I expulsou os assírios do Egito e Assurbanipal não
quis reconquistar o país. Com esse soberano, a Assíria tornou-se o centro
militar e cultural do mundo. Depois de sua morte, o império decaiu e nunca mais
recuperou o esplendor. Fruto das múltiplas relações com outros povos, a
civilização assíria alcançou elevado grau de desenvolvimento. Entre as
preocupações científicas dos assírios destacou-se a astronomia: estabeleceram a
posição dos planetas e das estrelas e estudaram a Lua e seus movimentos. Na
matemática alcançaram alto nível de conhecimentos, comparável ao que
posteriormente se verificaria na Grécia clássica. A religião assíria manteve as
ancestrais tradições mesopotâmicas, embora tenha sofrido a introdução de novos
deuses e mitos. A eterna rivalidade entre assírios e babilônios chegou à
religião com a disputa pela preponderância de seus grandes deuses, o assírio
Assur e o babilônio Marduk. O império assírio sucumbiu ao ataque combinado de
medas e babilônios. Sob as ruínas de uma esplêndida civilização, ficou a
trágica lembrança de suas impiedosas conquistas e da ilimitada ambição de seus
reis.
1.1. A
localização do Éden
O bíblico
jardim do Éden é visto por muitos como uma simples alegoria associada à criação
da espécie humana, mas se o arqueólogo Prof. David Rohl estiver certo, o
"paraíso". pode ser mais real do que imaginávamos. Em seu livro
"Legend: The Genesis of Civilization" (Lenda: A Gênese da
Civilização), o Prof. Rohl apresenta evidências de que o Éden era localizado
numa planície fértil de 320 km de extensão e 96 km de largura, que começa a uns
16 km de Tabriz, no Irã. A região é uma linda área rural e florida, com
pastagens de ovelhas, vinhedos, oliveiras e árvores frutíferas. Os vilarejos
próximos tem as paredes públicas pintadas com temas folclóricos sobre o
paraíso.
O livro
do Gênesis 2:10 -14 situa o Éden na divergência de quatro rios: "E saía um
rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro
braços." O Hiddekel (Tigre) e o Perath (Eufrates) podem ser localizados em
qualquer mapa, mas os outros dois, Giom e Pison,
são mais difíceis. O cientista Reginald Walker, já falecido, publicou um
trabalho sobre seus indícios de que o rio Aras foi também conhecido como
Gaihun, equivalente ao hebraico Gihon (Giom). Analisando a palavra Pison,
Walker se convenceu que é uma corruptela do hebraico Vizun, um rio que ainda
corre pela mesma planície. O estudo de Walker foi ignorado pela maioria dos
estudiosos, mas o Prof. Rohl acredita que ele estava certo. Este é o motivo de
muitos cristãos terem assumido que o local original do jardim está em algum
lugar na região mesopotâmica (próximo ao Iraque atual), onde passam os rios
Tigre e Eufrates modernos.
Rohl fez
várias descobertas sugestivas enquanto investigava a localização do Éden.
Afirma ter encontrado o local do exílio de Caim e assegura que o ponto da
parada da arca de Noé não foi o monte Aratat, mas sim o monte Judi Dagh que
fica na mesma cadeia de montanhas na Turquia.
Em seu livro "A Test of Time"
(Um teste do tempo), Rohl traçou a linhagem de Adão a partir de Jacó e José. A
Bíblia diz que Adão veio do barro e, em hebraico, "Adão" quer dizer
homem da "terra vermelha". Curiosamente, o monte que fica atrás de
Tabriz, na cadeia Zagros, é composto de barro ocre e desponta avermelhado sob a
luz do sol.17
No
entanto, a Bíblia registra um dilúvio mundial devastador, vários séculos após
Adão e Eva serem expulsos do Jardim. As camadas de rochas sedimentares, muitas
vezes com quilômetros de espesura, são testemunhas mudas desta imensa enchente
que enterrou definitivamente o mundo pré-diluviano.
Após o
Dilúvio, os sobreviventes (Noé e sua família) se mudaram para a planície de
Sinar (Suméria/Babilônia) onde se encontram os atuais rios denominados Tigre e Eufrates.
Deste modo, percebe- se claramente que não se tratam dos mesmos rios que fluíam
no Jardim. Os rios atuais correm acima das camadas de rocha depositadas no
Dilúvio, que contém bilhões de seres mortos (pelo Dilúvio). Os nomes destes
rios foram provavelmente adotados dos rios originais pré-diluvianos, do mesmo
modo que os pioneiros das Ilhas Britânicas aplicaram nomes de lugares
familiares na colonização da América e Austrália, seu "novo mundo".
Note
também que a Bíblia menciona um rio se tornando em quatro braços, dos quais
apenas dois são chamados de Tigre e Eufrates. Não é esta a geografia que
encontramos no Oriente Médio atual. O Jardim foi destruído pelo Dilúvio. A sua
localização verdadeira jamais será determinada - quem sabe estivesse no Oceno Pacífico
atual? 18
1.2. A
civilização primitiva
Os
sumérios fixaram-se no sul da Mesopotâmia em 3500 a.C. Agricultores e criadores
de gado desenvolveram a escrita cuneiforme e os veículos sobre rodas. Em 2300
a.C., os acádios dominaram os sumérios graças ao uso do arco e flecha, mas
trezentos anos depois foram dominados pelos amoritas (antigos babilônicos),
cuja principal criação foi os primeiros códigos de leis escritos da História -
o Código de Hamurabi.
No século
VIII a.C., os amoritas foram dominados pelos assírios, que haviam desenvolvido
um poderoso exército usando armas de ferro, carros de combate e aríetes. Além
da Mesopotâmia, dominaram a Síria, Fenícia, Palestina e Egito. Em 612 a.C.,
foram vencidos por uma aliança de caldeus e medos. Os caldeus (novos
babilônicos) reconstruíram a Babilônia, mas sua dominação durou pouco: em 539
a.C. foram vencidos pelos medo-persas de Dario e Ciro, o Grande, que libertou
os judeus do cativeiro da Babilônia.
1.3.
Religião
A
religião era politeísta e os deuses antropomórficos. Destaca-se o deus do Sol,
Shamach; Enlil, a deus do vento e das chuvas; e Ishtar, a deusa do amor e da
fecundidade. Não acreditavam na vida após morte e não se preocupavam com os
mortos, mas acreditavam em demônios, gênios, espíritos bons, magias e
adivinhações. A importância que atribuíam aos astros levou-os a criar o
zodíaco, os primeiros horóscopos, a identificarem a estrela que anunciou o
nascimento de Jesus e a enviarem magos parapresentearem o rei recém-nascido.
1.4.
Cuneiforme
No início,
a escrita era feita através de desenhos: uma imagem estilizada de um objeto
significava o próprio objeto. O resultado era uma escrita complexa (havia pelo
menos 2.000 sinais) e seu uso era bastante complicado. Assim, os sinais
tornaram-se gradativamente mais abstratos, tornando o processo de escrever mais
objetivo. Finalmente, o sistema pictográfico evoluiu para uma forma escrita
totalmente abstrata, composta de uma série de marcas na forma de cunhas e com
um número muito menor de caracteres. Esta forma de escrita ficou conhecida como
cuneiforme (do grego, em forma de cunha) e era escrita em tabletes de argila
molhada, usando-se uma espécie de caneta de madeira com a ponta na forma de
cunha. Quando os tabletes endureciam, forneciam um meio quase indestrutível de
armazenamento de informações.
Os Pictogramas eram difíceis de
se aprender e embora o método cuneiforme fosse muito mais fácil, a escrita
àquela época era principalmente uma “reserva exclusiva” de escribas
profissionais. Com o objetivo de determinar a posse de algo, quase sempre um
selo era usado. Os selos primitivos constavam simplesmente de um desenho
pessoal referente ao proprietário. Mais tarde, uma inscrição por escrito, seria
também incluída.
A escrita
cuneiforme teve muito sucesso. Milhares de tabletes de argila foram
desenterrados contendo registros de transações comerciais e impostos de cidades
da Mesopotâmia, e a escrita cuneiforme foi usada para escrever a língua
sumeriana. A escrita cuneiforme também foi usada para a forma escrita das
línguas da Assíria e Babilônia, línguas bastante diferentes da sumeriana.
Embora a escrita cuneiforme fosse muito menos adaptada à estas línguas, a
escrita foi amplamente usada no Oriente Médio, numa vasta gama de documentos,
desde registros comerciais até cartas de reis. O sucesso da
17 Fonte: ARQUIVOS DO INSÓLITO
- Informativo redigido por Philippe Piet van Putten e distribuído pela Mahatma
Multimídia - mahatma@uol.com.br
18 Answers in Genesis. 1999,
ChristianAnswers.Net
escrita cuneiforme foi parcialmente devido ao fato
de que suas matrizes em forma de cunha eram bastante adequadas para o meio em
que se escrevia - o tablete de argila.19
1.5.
Descobertas arqueológicas relacionadas com a Bíblia
O evento
bíblico mais documentado é o dilúvio universal descrito em Gênesis 6-9.
Diversos documentos babilônicos foram descobertos e descrevem o mesmo dilúvio.
A Lista de Reis Sumérios (aqui
ilustrado), por exemplo, indica que todos os reis reinaram por longos anos. E
então veio uma grande inundação, e após este acontecimento, os reis sumérios
reinaram por períodos bem menores. Este é o mesmo padrão de acontecimento
encontrado na Bíblia. Os homens tinham uma maior longevidade antes do dilúvio e
menor após o mesmo. O 11o. tablete do Épico de Gilgamesh descreve uma arca,
animais levados até a arca, pássaros sendo soltos durante a grande inundação, a
arca repousando sobre uma montanha e um sacrifício oferecido após a arca estar
parada.
A estória de Adapa conta sobre um
teste de imortalidade envolvendo alimento, similar à estória de Adão e Eva no
Jardim do Éden.
Os
tabletes de argila sumérios registram a confusão de línguas assim como se
observa no histórico bíblico da Torre de Babel (Gn 11:1-9). Existiu uma era de
ouro onde toda a humanidade falava a mesma língua. As línguas foram então
confundidas pelo deus Enki, senhor da sabedoria. Os babilônios têm registros
similares onde os deuses destruíram a torre do templo e "dispersaram-nos e
tornaram suas línguas estranhas."
Queda de Samaria (2 Re 17:3-6, 24; 18:9-11) a Sargão
II, rei da Assíria, registrado nos muros de seu palácio real.
Derrota de Asdode por Sargão II (Is 20:1), como
registrado nos muros de seu palácio real.
Campanha do rei assírio Senaqueribe contra Judá (2
Re 18:13-16), como registrado no Prisma Taylor.
Queda de Nínive como predito pelos profetas Naum e
Sofonias (2:13-15), registrado no Tablete de Nabopolazar. Queda de Jerusalém
por Nabucodonosor, rei de Babilônia (2 Re 24:10-14), como registrado nas
Crônicas
Babilônicas.
Cativeiro de Joaquim, rei de Judá,
em Babilônia (2 Re 24:15-16), como registrado nos Registros de Alimentação
Babilônicos.
Queda de Babilônia para os medos e os persas (Dn
5:30-31), como registrado no Cilindro de Ciro.
Libertação dos cativos da Babilônia por Ciro o
Grande (Ed 1:1-4; 6:3 -4), como registrado no Cilindro de Ciro. Existem outras
três tumbas esculpidas no rochedo próximo à capital persa Persépolis, no Irã,
que acredita-se serem
dos reis persas Xerxes (485-465
A.C.), Artaxerxes I (465-424 A.C.) e Dario II (423-405 A.C.). Não há, no
entanto, inscrições em todas as tumbas que permitiriam ter certeza sobre suas
identificações. Só na de Dario há uma inscrição identificando -a. Xerxes é o
Assuero do livro de Ester, o rei que Ester se desposou. Esdras foi um escriba
(Ed 7:6) e Neemias um mordomo (Ne 2:1) servindo a Artaxerxes I. Este autorizou
tanto a Esdras quanto a Neemias a retornarem a Jerusalém: Esdras iria assumir
assuntos religiosos e judiciais (Ed 7:12-26), e Neemias iria reconstruir os
muros da cidade (Ne 2:1-9). Dario II pode ser o Dario mencionado em Neemias
12:22, porém isto é ainda um pouco duvidoso.
Algumas construções também foram
localizadas: O palácio real da Babilônia onde o rei Belsazar deu um grande
banquete e Daniel interpretou a escrita na caiadura da parede (Dn 5). O palácio
real em Susã onde Ester foi a rainha do rei persa Assuero (Et 1:2; 2:3, 5, 9,
16). O portão real em Susã onde Mordecai, tio de Ester, se assentou (Et 2:19,
21; 3:2, 3; 4:2; 5:9, 13; 6:10, 12). A praça da cidade em frente ao portão
real, onde Mordecai encontrou Hataque, eunuco de Assuero (Et 4:6).
Algumas pessoas alegam que existem referências no
épico sumério denominado "Emerkar e o Senhor de Arata."
Existe, na fala de Emerkar, um encantamento que na
verdade é uma introdução mitológica. A tradução de Kramer diz que:
Existiu uma época em que não havia a serpente e nem
o escorpião, Não havia a hiena e nem o leão,
Não havia o cão selvagem e nem o lobo,
Não existia o medo e nem o terror,
O homem não possuía rival.
Nestes dias, as terras de Subur (e) Hamazi,
tinham as
línguas em harmonia, a
Suméria, a grande terra da ordenação de príncipes, Uri, a terra que tinha tudo que era apropriado, A terra Martu,
repousando em segurança,
O universo inteiro, as pessoas em uníssono
A Enlil
em uma língua [falavam].
...
(E então)
Enki, o senhor da abundância (cujas) ordens são confiáveis, O senhor do saber,
que compreende a terra, O líder dos deuses,
Revestido
de saber, o senhor de Eridu
Transformou
a fala em suas bocas, [trouxe] disputas
Na fala
do homem que (até então) era única.
É interessante observar que Enki, o deus de Eridu,
está relacionado a este mito e pode perfeitamente representar a memória de um
evento verdadeiro do fim do quarto milênio a.C. 20
19Fonte:
http://www.10emtudo.com.br/artigos_1.asp?CodigoArtigo=24
20 Kramer, S.N. 1968 The
"Babel of Tongues": A Sumerian Version. Journal of the American Oriental Society 88: 109, 111.
Susã - Referência bíblica: "As palavras de Neemias,
filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza" (Ne 1.1; Et 1.1).
"Escavações conduzidas por Marcel Dieulafoy no período de 1884 a 1886
comprovaram a existência da cidade de Susã". (Douglas, J. D., Comfort,
Philip W & Mitchell, D., Editors. Whos Who in Christian History Wheaton,
Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1992.)
Nínive - Referência
bíblica: "E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
Levantate, vai à grande cidade de
Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a minha
presença" (Jn 1.1,2; 2 Rs 19.36). "Nínive foi encontrada nas
escavações de Austen H. Layard no período de 1845 a 1857". (Douglas, J.
D., Comfort, Philip W & Mitchell, Donald, Editors. Who's Who in Christian
History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1992).
Ur - Ur dos
Caldeus teria sido efetivamente descoberta no ano de 1854, por J. E. Taylor,
cônsul inglês em Bassorá, que
pretendia encontrar antiguidades para o Museu Britânico. Ele conseguiu
localizar Ur, no sul da Mesopotâmia, isto é, junto ao Golfo Pérsico, no delta
do rio Eufratesonde hojeé o Kwait, fazendo parte daquilo que Keller chama de
"crescente fértil", berço de varias antigas civilizações.
1.6. O
código de Hamurábi
Esse
Código, criado por volta de 1700 a.C., é um dos mais antigos conjuntos
de leis jamais encontrados, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo
de documento da antiga Mesopotâmia.
Algumas
partes da Torah são similares a certas seções do código de Hamurabi, e
devido a isso alguns especialistas sugerem que os hebreus tenham derivado sua
lei deste. No entanto, o livro Documents
from Old Testament Times (Documentos da época do Velho Testamento) diz:
"Não existe fundamento algum para se assumir qualquer empréstimo pelos
hebreus dos babilônicos. Mesmo se os dois conjuntos de leis diferem pouco na
prosa, eles diferem muito no espírito." Alguns exemplos das diferenças:21
Código
de Hamurabi
|
Torah
|
||
Pena de morte para roubo de templo ou propriedade
estatal, ou por
|
Roubo punido por compensação à vítima. (Ex
22:1-9)
|
||
aceitação de bens roubados. (Seção 6)
|
|||
Morte por ajudar um escravo a fugir ou abrigar um
escravo
|
"Você não é obrigado a devolver um escravo
ao seu
|
||
foragido. (Seção 15, 16)
|
dono se ele foge do dono dele para você."
(Dt 23:15)
|
||
Se uma casa mal-construída causa a morte de um
filho do dono da
|
"Pais não devem ser condenados à morte por
conta
|
||
casa, então o filho do construtor será condenado
à morte (Seção
|
dos filhos, e os filhos não devem ser condenados
à
|
||
230)
|
morte por conta dos pais." (Dt 24:16)
|
||
Mero exílio por incesto: "Se um senhor
(homem de certa
|
Pena de morte por incesto. (Lv 18:6, 29)
|
||
importância) teve relações com sua filha, ele
deverá abandonar a
|
|||
cidade." (Seção 154)
|
|||
Distinção de classes em julgamento: Severas penas
para pessoas
|
Você não deve tratar o inferior com parcialidade,
e
|
||
que prejudicam outras de classe superior. Penas
médias por
|
não deve preferenciar o superior. (Lv 19:15)
|
||
prejuízo a membros de classe inferior. (Seção 196–205)
|
|||
2. O
Egito
As
enchentes periódicas do Nilo fertilizavam as terras ao longo do vale e também
causavam inundações, o que obrigou seus habitantes a represar e distribuir as
águas. Esse trabalho intenso e organizado levou à criação de uma civilização.
Inicialmente, dividia-se em Alto Egito (vales) e Baixo Egito (deltas).
2.1.
Religião do Antigo Egito
De
religião politeísta, os egípcios adoravam deuses antropormóficos (sob a forma
humana) e antropozoomórfica (corpo humano com a cabeça de um animal). O deus
mais importante era Rá (depois Amon-Rá), mas o mais popular era Osíris.
Acreditando que os mortos podiam voltar à vida, desenvolveram a mumificação.
2.2.
Período Pré-Dinástico
De
4.000-3.200 a.C., foram construídas as pirâmides de Queóps, Quéfren e
Miquerinos. Essas obras custaram tanto esforço e sacrifício que a população
rebelou-se. A nobreza de Tebas restabeleceu a autoridade do faraó e teve início
ao Médio Império(2100-1750 a.C.). Foi uma época de prosperidade, mas as
revoltas internas facilitaram a vitória dos hicsos, que dominaram o Egito por
150 anos. A expulsão do hicsos deu início ao Novo Império (1580-525 a.C.),
marcado por uma política guerreira e expansionista. Nesse período ocorreu a
ocupação dos persas.
2.3.
Sociedade
A
sociedade era dividida em camadas sociais rígidas: a dos privilegiados
(sacerdotes, nobres, funcionários) e a dos populares (artesãos, camponeses e
escravos.)
21 Oppert & Menant (1877).
Documents juridiques de l'Assyrie et de la Chaldee. Paris, Kohler, J. &
Peiser, F.E. (1890). Aus dem Babylonischen Rechtsleben. Leipzig e Falkenstein,
A (1956–57). Die neusumerischen Gerichtsurkunden I–III. München
2.4.
Economia
A
economia baseava-se na agricultura (trigo,cevada, linho, algodão, legumes,
frutas e papiro), na criação (bois, asnos, gansos, patos, cabras e carneiros),
na mineração (ouro, cobre e pedras preciosas) e no artesanato.
2.5. A
mulher, a família e o Casamento
A visão
da mulher institucionalizada no Antigo Egito aparece claramente em alguns
textos chamados de Instruções de Sabedoria. Os escriba aconselha aos egípcios a
se casarem cedo e terem muitos filhos, além de abordar o cuidado que um homem
deve ter com as mulheres estranhas e belas.
3. A
Palestina
Palestina é o nome do território
situado entre o Mediterrâneo a oeste, o rio Jordão e o Mar Morto a este, a
chamada Escada de Tiro a norte (Ras en-Naqura/Roch ha-Niqra, fronteira com o
Líbano) e o Wadi el-Ariche a sul (fronteira com o Sinai, tradicionalmente
egípcio). Com 27.000 Km2, a Palestina é formada, de um modo geral, por uma planície
costeira, uma faixa de colinas e uma cadeia de baixas montanhas cuja vertente
oriental é mais ou menos desértica.
A Palestina foi habitada desde os
tempos pré-históricos mais remotos. A sua história esteve geralmente ligada à
história da Fenícia, da Síria e da Transjordânia. Talvez por causa da sua
situação geográfica – faz parte do corredor entre a África e a Ásia e ao mesmo
tempo fica às portas da Europa – a Palestina nunca foi sede de um poder que se
estendesse para além das suas fronteiras. Pelo contrário, esteve quase sempre
submetida a poderes estrangeiros, sediados na África, na Ásia ou na Europa. Em
regra geral, foi só sob as potências estrangeiras que ela teve alguma unidade
política.
A
Palestina esteve organizada em cidades-estado sob a hegemonia egípcia durante
uma boa parte do II milênio a. C.. A situação mudou nos últimos séculos desse
milênio. Chegaram então à Palestina sucessivas vagas de imigrantes ou invasores
vindos do norte e do noroeste, das ilhas ou do outro lado do Mediterrâneo. Os
historiadores costumam designá-los com a expressão "Povos do Mar".
Esses povos parecem ter-se fixado sobretudo ao longo da costa. Os mais
conhecidos entre eles são os Filisteus que se fixaram sobretudo no sudoeste
(costa oeste do Neguev e Chefela). Aí fundaram vários pequenos reinos (Gaza,
Asdod, Ascalão, Gat e Ekron). Paralelamente aos reinos filisteus,
constituíram-se primeiro o reino de Israel no norte da Palestina e depois o
reino de Judá, mais pequeno, na zona de baixas montanhas do sul. Durante a
maior parte da sua existência, Israel teve como capital Samaria. Hebron foi a
primeira capital de Judá, mas depressa cedeu o lugar a Jerusalém.
Entre os
antigos povos da Palestina, os Filisteus foram talvez os que maior influência
exerceram até aos últimos séculos da era pré-cristã. Com efeito, não deve ter
sido por acaso que o seu nome foi dado a toda a região, a Palestina, isto é, o
país dos Philisteus. Com o sentido que se tornou habitual, o nome já está
documentado nas Histórias de Heródoto em meados do séc. V a. C. Apesar da sua
importância na antiguidade, conhecem-se muito pouco os Filisteus e a história
dos seus reinos. A razão óbvia dessa ignorância é a inexistência de bibliotecas
filistéias comparáveis ao Antigo Testamento. Praticamente tudo o que se sabe ou
se pensa saber sobre os Filisteus se baseia nos escritos bíblicos. Por
conseguinte, a posteridade só conhece os Filisteus na medida em que eles estão
em relação com Israel, com Judá, ou com os judeus. Além disso, são vistos
através dos olhos daqueles que foram os seus concorrentes e, não raro, seus
inimigos declarados. De fato, a posteridade, de maneira geral, não se interessa
pelos Filisteus nem os estuda por si mesmos, mas só por causa da sua relação
com a história bíblica. Tudo isso deformou a visão que se tem deles, do lugar
que ocuparam e do papel que desempenharam, aparecendo os Filisteus como um
elemento marginal na história da Palestina antiga. Esse erro de perspectiva
influencia, sem dúvida alguma, a visão corrente que se tem da atual Palestina,
da sua composição étnica e da sua situação política.
3.1.
Invasões na Palestina
Os vários reinos palestinenses22,
filisteus e hebraicos, coexistiram durante séculos. Ora guerrearam entre si,
ora se aliaram para sacudir o jugo de alguma grande potência do momento. A
primeira vítima desse jogo foi Israel, conquistado e anexado pela Assíria em
722 a.C. Desde então até 1948 não houve nenhuma entidade política chamada
Israel. Os reinos filisteus e o reino de Judá continuaram a existir sob a
dependência da Assíria, a grande potência regional entre o séc. IX e fins do
séc. VII a.C., cujo território nacional se situava no norte da Mesopotâmia, no
atual Iraque.
No fim do séc. VII a. C., o Egito
e a Babilônia, a outra grande potência mesopotâmica, com a sede no sul do
Iraque atual, disputaram os despojos do Império Assírio. Tendo a Babilônia
levado a melhor, a Palestina ficou-lhe submetida durante cerca de oito décadas.
De um modo geral, as histórias, focadas como estão em Judá, falam só da
conquista desse reino por Nabucodonosor, da deportação para a Babilônia de
parte da sua população, da destruição de várias das suas cidades, nomeadamente
de Jerusalém com o templo de Iavé (597 e 587 a.C.). Deve-se no entanto reparar
que os reinos filisteus de Ascalão e de Ekron, conquistados por Nabucodonosor
respectivamente em 804 e em 803, tiveram um destino semelhante.
Em 539
a.C. a Palestina passou com o resto do império babilônico para as mãos dos
Persas Aquemênidas. Sabe-se que estes entregaram a administração do território
de Judá, pelo menos de parte dele, a membros da comunidade judaica da
Babilônia. Em 331 a Palestina foi conquistada pelo macedônio Alexandre Magno.
Após a morte deste, ficou primeiro sob o domínio dos Lágidas ou Ptolomeus que
tinham a capital em Alexandria, no Egito (320 -220 a.C.). Depois passou para a
posse dos Selêucidas sediados em Antioquia, na Síria (220-142 a.C.). Entre 142
e 63 a.C, os Asmoneus, uma dinastia judaica, com Jerusalém como capital,
conseguiu não só libertar-se do poder selêucida, mas até impor o seu domínio
22Alguns autores usam palestinense em relação com a Palestina antiga, palestino em relação com a Palestina
moderna.
praticamente em toda a Palestina, e também nos
territórios filisteus. Nessa altura a grande maioria dos judeus já vivia fora
da Palestina, encontrando-se dispersos em todo o Oriente Próximo. A dispersão
deveu-se sobretudo à emigração e, numa medida muito menor, às deportações de
597 a 587. Os principais centros judaicos fora da Palestina eram então Alexandria
e Babilônia. Profundamente helenizados, os judeus de Alexandria liam as suas
Escrituras em grego, e a eles deve-se a coletânea de escritos que se tornará o
Antigo Testamento cristão.
Em 63
a.C., a Palestina passou a fazer parte do Império Romano dentro do qual não
teve sempre o mesmo estatuto. Por voltas de meados do séc. I da era cristã, os
judeus da Palestina tentaram libertar-se do domínio romano. Houve primeiro
várias sublevações locais. Em 66 a revolta generalizou-se. Em 70 os Romanos
conquistaram Jerusalém e destruíram o templo judaico. Os judeus da Palestina
voltaram a revoltar-se em 131. Após ter esmagado a revolta, em 135, o imperador
Adriano fez de Jerusalém uma colônia romana, Colonia Aelia Capitolina, da qual
os judeus estiveram excluídos durante algum tempo. Com a ruína do templo e o
fim da autonomia judaica na Palestina desapareceu a maioria dos grupos
político-religiosos nos quais o judaísmo, sobretudo o judaísmo palestinense,
estava então dividido. Praticamente só ficaram em campo dois grupos: o
farisaísmo e o cristianismo, recém-formado. Os dois grupos acabaram por
separar-se e evoluíram de maneira independente, em concorrência e, não raro, em
conflito. O farisaísmo deu origem ao judaísmo rabínico, isto é, o judaísmo
atual.
Graças à
cristianização do império romano, a Palestina, palco dos acontecimentos
fundadores do cristianismo, adquiriu uma grande importância para o mundo
cristão, sobretudo para os cristãos que se encontravam dentro do império
romano. Por isso durante o período bizantino (324-638) a Palestina conheceu uma
prosperidade e um crescimento demográfico notáveis. Durante esse período a
esmagadora maioria da sua população tornou-se cristã. Em 614 os Persas
Sassânidas invadiram a Palestina, onde causaram grandes estragos. Ocuparam-na
até 628, ano em que os Bizantinos a reconquistaram, mas por pouco tempo.
Com
efeito, dez anos mais tarde, em 638 toda a Palestina passou para o domínio
arábico-muçulmano. Este exerceu-se através de uma sucessão de dinastias, de
origens, de etnias e com capitais diferentes. A primeira dessas dinastias, a
dos Omíadas (660-750), com a capital em Damasco, foi uma das que mais marcou a
Palestina, nomeadamente com a construção do Haram ech-Cherife (o Nobre
Santuário/Esplanada das Mesquitas) no
lugar que ocupara outrora o templo judaico,
tornando Jerusalém na terceira cidade santa do islamismo. Seguiram-se os
Abássidas (750-974) e os Fatimidas (975-1071),
com as capitais respectivamente em Bagdá e no Cairo. Entre 1072 e 1092 a
Palestina esteve sob os Turcos Seldjúcidas, que então tinham a sede em Bagdá.
Embora não tenha dado origem a
uma imigração popular e, por conseguinte, não tenha mudado a composição étnica
e a demografia de maneira apreciável, o regime árabo-muçulmano teve como
conseqüência a arabização e a islamização da Palestina. A arabização (Adoção da
língua árabe, da forma árabe dos nomes pessoais e da era da Hégira),
nomeadamente da população cristã de língua aramaica, língua aparentada com o
árabe, deu-se muito depressa. Não se pode dizer o mesmo da islamização. Apesar
de o islamismo se apresentar como o acabamento da tradição bíblica, partilhada
pelo cristianismo, pelo judaísmo e pelo samaritanismo, o processo de
islamização da população palestinense (cristã, judaica e samaritana) parece ter
sido muito lento. Em 985, após três séculos e meio de regime islâmico, o
geógrafo árabe-muçulmano de Jerusalém, conhecido pelo nome de el-Maqdisi
("o jerosolimitano") lamenta-se de que os cristãos e os judeus são
maioria na sua cidade natal. O que el-Maqdisi escreve a respeito da Jerusalém
de fins do séc. X valia para o conjunto da Palestina e continuou provavelmente
a valer durante cerca de mais dois séculos e meio.
Organizada
com o intuito declarado de arrancar o túmulo de Cristo das mãos dos
"infiéis", a primeira cruzada terminou, em 1099, com a conquista de
Jerusalém e, no ano seguinte, a criação do Reino Latino de Jerusalém. Este
manteve-se até 1187, tendo sido então conquistado pelo curdo Saladino, o
fundador da dinastia ayúbida. Aos Ayúbidas seguiram- se os Mamelucos, primeiro
turcos (1250-1382) e depois circassianos (1382-1516). Os Ayúbidas e os
Mamelucos tiveram a capital no Cairo. Segundo a maioria dos especialistas da
questão, foi durante o período mameluco que teve lugar a grande vaga da
islamização popular da Palestina. Desde então até à segunda metade do séc. XX,
os muçulmanos constituíram a esmagadora maioria da população. Do ponto de vista
numérico, o segundo grupo era constituído pelos cristãos, seguidos, de muito
longe, pelos grupos dos judeus e dos samaritanos. Em 1517 a Palestina passou
para o poder dos Turcos Otomanos, cuja capital era Istambul.
3.2.
Jericó
Seu nome
e seu significado - A
origem do nome “Jericó” é semita. As pessoas comuns o pronunciam como “Riha”. Para os cananitas significa “a lua”. A
palavra é derivada do verbo “yerihu”, e “Yarah”. Al-yarah na língua árabe do
sudeste significa “um mês” e “lua”. Em hebraico “yarihu” é a cidade mais antiga
conhecida na Bíblia Judaica. “Riha” em sírio significa “aroma” e “odor”. Os
árabes conheciam a cidade de Jericó, referida na Bíblia pelo nome “Raiha” e “Ariha”.
Yaqut, o escritor de “Mu´jam al-Buldan”, menciona que esta era a cidade de
Al-Jabbarin (o Poderoso) em Ghaur. Era também chamada Madinat an_Nakhil (A
cidade de palmeiras) no lado ocidental do Rio Jordão, a 250m abaixo do nível do
mar. O local, segundo o Velho Testamento foi uma cidade que Josué destruiu. Nos
dias de Jesus um novo centro foi construído no primeiro plano por ordem de
Herodes o Grande.
A
história de Jericó até o tempo dos árabes
Jericó é uma das mais antigas
habitações humanas. O mais antigo ser humano foi ali encontrado, com data de
5000 anos A.C. Outros acreditam que estes humanos são de 7000 anos A.C. O mais
recente achado remonta a 8000 anos A.C. O local da antiga Jericó está a meio
quilômetro da moderna Jericó. A evidência indicando isto é uma das mais antigas
cidades do mundo, que nasce após uma série de escavações feitas em “Tall as
Sultan”, que é oval em sua forma, estruturada em uma acumulação sucessiva de
ruínas com o passar dos tempos. As escavações continuaram sucessivamente desde
meados do século dezenove até os dias de hoje.
A missão austro-germânica, na
qual dois arqueologistas, E. Sellin e C. Watzinger trabalharam, foi a primeira
a se interessar por descobrir as antiguidades de Jericó, e isto foi em 1911.
Eles foram sucedidos pelos ingleses, que conduziram escavações em Tall
as-Sultan, sob a supervisão, inicialmente de J. Garstang (1930-1936) e
posteriormente de K. Kenyon (1952-1961). Ela publicou um resumo do trabalho em
dois grandes volumes (1960-1965). Ela é considerada como a grande autoridade
neste assunto. Foi ela quem estimou a idade da cidade em 8000 anos A.C. Sua
habitação certamente começou nesta época, o que com certeza a faz a mais antiga
cidade no mundo.
É
por isso
que podemos afirmar que provavelmente a mais antiga civilização no mundo não
apareceu no vale do rio Nilo ou do rio Tigre e Eufrates, mas no vale do rio
Jordão. Dr. Kenyon deu no nome de “Ariha al-Ula” (A primeira Jericó)
à primeira construção da cidade que foi saqueada e
destruída, como resultado de invasões, terremotos e incêndio, de tempos em
tempos. A cada destruição ela era erguida mais uma vez sob as ruínas da antiga
Jericó. Kenyon e os arqueologistas que a precederam foram hábeis para
distinguir entre os diferentes e sucessivos períodos que Jericó atravessou.
Jericó no
Período Neolítico ou na Era da Pedra Tardia:
A idade
antes da pedra ou a Primeira Era Neolítica de Jericó, 6800 A.C. As escavações
da Srta. Kenyon revelaram que a antiga cidade fora habitada durante quatro
sucessivos intervalos dentro desta era. A princípio foi o Primeiro Período
Neolítico. Neste tempo foi habitada por um povo chamado “An-Natifiyyun”, que se
alimentavam da coleta de sementes. Provavelmente eles não plantavam estas
sementes, mas possuíam grandes foices com extremidades pontiagudas, grandes
ossos para colhe-las, e pedras para moer as sementes. Alguns destes grupos
viviam em cavernas, enquanto outros ocupavam vilas primitivas se sobressaindo
na arte da arquitetura. Então eles começaram a construir choupanas redondas,
com tijolos secados ao sol. Eles usavam enterrar seus mortos com jóias pessoais
com túmulos recortados nas pedras.
Este
povos construíram canais, usando a água de “Ain as-Sultan” para irrigar suas
terras. Eles construíram grandes paredes de dois metros para proteger suas
vilas. Eles elevaram torres circulares de nove metros de diâmetro e dez metros
de altura. Em seu interior há escadas partindo da base da cidade até o seu
topo. Eles estavam expostos ao ataque de grupos do exterior. Estes povos
praticaram a agricultura, a domesticação de animais, a criação de correntes e
esteiras, bem como a caça de animais. Eles usavam lanças e flechas afiadas.
Eles também usavam machadinhas para cortar toras de árvores. Estes grupos
começaram a se expandir de seu estabelecimento em busca de novas moradas fora
de suas redondezas.
A idade
antes da argila ou A Segunda Era Neolítica em Jericó, 5500 A.C.
A
construção de casas neste período demonstrou um grande progresso. Seus quartos
eram de aproximadamente 6.5 metros por 5 metros, ou 3 m por 7m. Eram usualmente
de forma retangular, construídas em um jardim aberto, com sete metros de
largura por sete de profundidade e utilizadas para cozinhar. A espessura da parede
era de meio metro. Eles usavam pedras para construir a fundação e o resto da
construção era feita de tijolos secados ao sol. Esta forma era similar ao ferro
usado para a cauterização de animais. Portanto o tijolo era retangular na forma
com extremidades achatadas. O chão construído era com uma camada de lama,
coberto de uma camada de lodo, seguido de uma camada de lodo com tintura
vermelha ou azul claro. Então era polido para adquirir um novo lustre.
Estas
casas eram de uma ou duas histórias. O telhado era construído de palha e lama.
Suas pedras eram afiadas como armas. Pequenas estatuetas eram produzidas de
lama cozida. No passado estas estatuetas possuíam significado religioso.
Estatuas de mulheres indicavam a benção da fertilidades. Parece que estes povos
praticavam a louvação de ancestrais com 9 rituais, quando encontravam as formas
faciais pintada com lodo com dois olhos de madrepérola colocados em suas faces.
O
Neolítico Tardio em Jericó: entre 5000-4000 A.C.
Esta era
precedeu por muitos séculos a descoberta da olaria. O povo que viveu neste
tempo era fugitivo de outras partes. Se estabeleceram em Tall, e devem ter sido
Beduínos nômades. Seus teares foram encontrados mas suas casas desapareceram.
Peças de jaspe e madrepérola foram encontradas como pertencentes a eles. Eles
enterravam seus mortos coletivamente em túmulos especiais na cidade. Mantinham
algumas caveiras em mausoléus de homens proeminentes de seu tempo. A duração da
vida de muitos deles está estimada em 35 anos. Poucos atingiram a idade de 50.
Este período pode ser dividido em: a) O primeiro período neolítico da cerâmica:
as pessoas desta era viveram em covas. Trabalhavam na agricultura e
domesticaram animais. Introduziram a manufatura da cerâmica, mas esta era
primitiva e áspera, pintada de vermelho com figuras geométricas. b) O segundo
período neolítico da cerâmica: o povo desta época era bem mais avançado do que
seu predecessor, assim como viviam em choupanas construídas de argila e louças
de barro manufaturadas em linhas inclinadas.
Jericó na
Era Pós-Neolítico, A Idade do Bronze:
No final
da Era Neolítica, que foi em aproximadamente 4000 A.C. ocorreu uma vacância com
a residência do homem em Jericó e ela se tornou inabitada por um certo período
de tempo. Existem duas evidências que suportam esta hipótese: a existência de
uma camada acumulada de matéria orgânica desintegrada sobre a montanha, parte
da qual reconhecível, e a ausência de qualquer vestígio da idade conhecida como
Chalcolítica, que seguiu a Era Neolítica, e na qual os metais eram usados pela
primeira vez. A data de habitação do homem em Tall (Montanha) pode ser traçada
em aproximadamente 3200 A.C.. A melhor ilustração disto pode ser encontrada em
tumbas. O maior cemitério de Jericó está no local no qual o campo de refugiados
Aqapat Jabr se instalou na parte nordeste., algumas sepulturas foram
encontradas abaixo das ruas e jardins do campo. A mais interessante é uma que
remonta aquele tempo, seu resultado vem de um exame com carbono 14, sua
história remonta a 3260 A.C. +_ 110 anos. Esta sepultura continha 113 caveiras
rodeando o centro da câmara, onde também se encontrava uma pilha de ossos
queimados. Alguns crânios tinham marcas, por terem sido queimados em uma pilha
de ossos, embora não deliberadamente. Isto indica a existência de certos
costumes estranhos em conexão com ritos mortuários. Nós também concluímos que
os corpos dos mortos eram a princípio colocados ao ar livre até
que houvesse a decomposição da carne e os ossos pudessem ser separados.
A coleta destes numerosos ossos era seguida da composição de um círculo com os
crânios no centro de uma tumba, com suas faces voltadas para dentro do círculo.
Os ossos eram empilhados no meio com o material inflamável necessário. Então
era ateado fogo. Assim que a pilha esfriava, após ter sido queimada,
iniciava-se o funeral com oferendas, dentro da cova, enquanto os ossos
queimados eram cobertos por uma camada de lascas de pedra. Na realidade, as
outras descobertas arqueológicas, na Palestina e na Trans-Jordania não produziu
nenhuma evidência que corroborasse a existência destes costumes, desde o
costume de expor os corpos ao ar livre até o de esperar a decomposição da carne
não era algo familiar. Nós não sabemos nada destes povos, a não ser o fato de
que foram pioneiros desta época, que foi a Primeira Era do Bronze, que se
estendeu desde 2900 A.C., claramente em Jericó, especialmente com a manutenção
das fortificações de defesa da cidade. Estas fortificações, eram, sem dúvida,
supremamente importantes.
Os muros de defesa foram reparados
e reconstruídos dezesseis vezes durante a Primeira Era do Bronze, que durou 600
anos. É difícil indicar os vários períodos de renovação das construções, pois
elas costumavam cair como resultado de terremotos, ou por causa de infiltração
de água nas fundações, e as pessoas estavam prontas para repara-las. Algumas
destruições ocorreram como resultado de ataques inimigos. Em todo caso,
aparecia nestas paredes, durantes os tempos, os traços da destruição e da
ruína, mas também apareciam os traços das reparações e da renovação das
construções. Isto demonstra que os habitantes desta cidade viviam uma vida
devotada a segurança e estabilidade. De qualquer modo, as evidências demonstram
um contínuo progresso no campo da civilização e da construção, assim que as
pessoas começaram a usar o cobre em largas quantidades em ordem de fabricar
armas e ferramentas. Os utensílios de argila demonstram a abundância do
comercio realizado com as vilas vizinhas.
Este período nos revela um grande
progresso da civilização, e como este foi acompanhado pelo aparecimento de
novas cidades, em numerosos locais que jamais haviam sido habitados. Mas estas
civilizações, em conjunto com outras que as precediam, se desintegraram e
tiveram um fim nas mãos da passagem dos Beduínos. Parece que os povos do final
da 1a Era do Bronze, começaram a gostar da estabilidade e tranqüilidade
começando a negligenciar as fortificações de defesa.
Mas então veio um tempo no qual
eles começaram a despertar de sua desatenção, porque a última parede, datada
dos períodos prévios, revelava a necessidade de rápidas reparações no que
restava de construções antigas. As pedras das fundações pareciam ter sido
dispostas com pressa e sem nenhuma organização. Então as paredes começaram a
ser construídas de tijolos cozidos, moldados sobre as pedras. Moldes de tijolos
cozidos usados para outras paredes, apareciam nestas. Mas a calamidade tomou
estes povos antes que completassem a construção destes muros, que foi destruída
pelo fogo, e a cidade caiu nas mãos das tribos nômades Beduínas.
Os
sucessivos povos que vieram para Jericó após 2300 A.C.
Depois desta data, novos
habitantes se estabeleceram em Jericó. Eles residiram primeiramente no topo da
montanha. Eles construíram casas nas ruínas. Eles espalharam suas casas nas
encostas da montanha, pois não havia nenhum muro de defesa neste intervalo. Há
um edifício no lado oeste, que pode ter sido originalmente um templo, pois ali
permaneceu um altar, que foi descoberto junto a restos de um pequeno animal,
abaixo das fundações.
Na realidade os túmulos destes
povos atraíram mais atenção, pois contrariamente aos cemitérios coletivos
usados pelos povos antigos, eles velavam seus mortos dentro das covas, deixando
com o morto, alguns contos e jóias. Cemitérios medindo 248 metros, do original
360 metros, foram descobertos em Tall A-Sultan. Algumas das covas eram muito
profundas, medindo 5 metros por 3 metros de diâmetro. As dimensões da câmara do
mausoléu era de 360, 330 e altura de 260 centímetros, que necessitava a
escavação de 150 toneladas de pedras, e tudo isto era para o sepultamento de
uma pessoa. Nós podemos ver que estes corpos eram expostos até que os ossos
fossem retirados antes que eles fossem enterrados, assim como os povos
antecessores fizeram. Os objetos dispostos dentro da cova variavam de acordo
com o modelo das covas. Em alguns casos havia uma adaga, em outros alfinetes e
contas (presumidamente pertencentes às mulheres). Em algumas eram encontrados
utensílios de barro somente, enquanto em outras tumbas se encontravam numerosas
jarras, adagas e lanças. De todo modo tudo isto possuía algo em comum,
nomeadamente a existência de um pequeno nicho cortado na parede da câmara do
mausoléu. Que continha uma lâmpada com quatro cabeças, do tipo que era
prevalecente na época. Na superfície macia de uma pedra da esquina de uma cova
algumas pessoas desenhavam pequenas figuras, na forma de um carneiro ou uma
árvore, em adição a dois homens armados com lanças e espadas. Esta é, como nós
sabemos, a única ilustração conhecida deste povo. As louças de barro não podem
ser distinguidas pela preciosidade e majestade, pois não tinham adornos, exceto
por algumas linhas circulares não coloridas, sem pintura de nenhuma espécie,
uma prova de que eram feitas somente para o uso utilitário, sem nenhum
interesse de decoração. É bastante provável que estes habitantes seja os mesmos
Amorreus que ocuparam a maioria dos países do Oriente Médio, incluindo Iraque e
Egito, durante o período entre 2300-1900 A.C. Mas então eles foram vítimas de
uma grande invasão dos Hyksos.
Os Hyksos
- Jericó era uma das cidades mais
fortemente guardas pelos Hyksos ou os Reis Shepherd 1750-1580 A.C. como a Bíblia os chama. Acredita
se que trouxeram os cavalos com eles e talvés os coches, para a Palestina e o
Egito. Suas casas eram bem construídas e cobriram todo o topo da montanha.
Antes de sua chegada a cidade estava cercada por uma forte parede de tijolos
cozidos. Eles introduziram um novo sistema de fortificações de defesa, não
somente para Jericó, mas para todas as partes da Palestina. Este novo sistema
de defesa consistia de uma encosta de terra tampada por um telhado de tijolos
cozidos pré-moldados. As tumbas deste período eram geralmente caracterizadas
por serem as tumbas utilizadas pelos antepassados. Podemos ver as câmaras das
covas cobertas por uma grande pedra e as aberturas preenchidas de terra. Parece
que a razão da preservação das coisas em bom estado é creditada à infiltração
de gases pelas rachaduras das rochas. Estes eram acumulados na câmara
erradicando as traças e os germes da desintegração. Mesas de madeira, cestos,
cadeiras, enchimentos e cabelos artificiais, e até mesmo peças de oferendas
eram encontradas, todas em boas condições. Todas as tumbas eram em forma de
mausoléus coletivos. Eles usavam acumular os ossos e as primeiras oferendas nos
cantos, para deixar a sala livre para os novos mortos. No Museu Arqueológico de
Jerusalém existe uma destas tumbas,
construída de acordo com as condições dos tempos
antigos. Jericó era a terceira cidade em importância, de acordo com sua
situação geográfica, com a vantagem de controlar a direção das rotas das terras
ricas em cereais na Trans-Jordania.
Os
Cananitas - Estes
estavam entre os povos emigrantes da Arábia para a Síria, e Jericó era uma de
suas cidades mais importantes (1400
A.C.). Suas casas eram construídas próximo ao local de Al-´Ain, onde se
encontrava a entrada da fortaleza. A área das cidade era de seis acres naqueles
tempos, e suas paredes alcançavam a altura de vinte e um pés. Seu tipo de
arquitetura seguiu este modelo: toda construção consistia em um quarto,
possuindo portas nas laterais e plataformas elevadas, rodeadas de solo preto
asfaltado. Suas paredes eram construídas no estilo babilônico. A grandeza de
suas construções era evidente através de seus monumentos, que incluíam colunas
de pedra nas duas margens do rio Jordão, de dentro do Templo de Jericó, e dos
prédios erguidos em volta de um jardim no meio do qual havia um largo arco.
Este estilo cananita ainda prevalece nas áreas rurais da Palestina, assim como
nas cidades, e o tipo circular de arquitetura de cúpulas, que aparece nas vilas
de “Ain Malaha”, Ainat, Jericó e Wadi An-Nutuf. Esta é uma das características
mais proeminentes da arquitetura cananita. Os cananitas se sobressaíram na
escultura de estátuas e na escultura pictórica que aparece nas camadas de gesso
cobrindo os crânios, que são similares a uma cobertura para cabeça. Exatamente
similar aos lenços usados pelas mulheres palestinas. É conhecido por seu nome
popular, “Al-Wiqahyah” (O Protetor), ou “As-Samada” ou “Al-‘Usabh al-kan’aniyyah”
(O Turbante Canaanita). Teares de tecelagem, roupas, cobertores, tapetes,
cadeiras, agulhas minerais para costurar roupas e adornos foram encontrados.
A manufatura de louças foi
progredida com eles. Podemos encontrar pratos, jarros, grandes bacias de cobre,
grandes cântaros de água, potes e fornos de barro (pães cozidos ao forno são
remanescentes destas vilas). As escavações descobriram numerosas mausoléus de
famílias contendo corpos, perto dos quais foram encontrados restos de comida,
carneiros cozidos ou assados em utensílios de argila, e restos de cereais,
romãs e uvas passas. Está claro que a crença religiosa se tornou agora mais
evidente e mais refinada do que antes, assim como múltiplas estatuas forma
encontradas em Jericó, que nós mostra o louvor dos canaanitas por uma trindade:
o Deus da Fertilidade, a Deusa da Fertilidade e o Inimigo do Deus da
Fertilidade. A estátua da Deusa da Fertilidade era a estátua da deusa Anat,
conhecida nos textos de Agarith, onde ela vale-se de seus seios para dar
fertilidade e vida à terra dos Canaanitas. Assim como os lugares religiosos
concernentes, há um templo em Jericó que contém um nicho. A planta de sua
arquitetura foi usada pelos judeus em suas sinagqogas. Então os cristãos
transferirão isto para suas igrejas, mais tarde apareceu também nas mesquitas
islâmicas.
Jericó não atingiu este grau de
civilização sozinha, muitas cidades participaram também assim como Hazor Na’anek
e Megiddo na rota nordeste do comércio, Shkeim, Beirute e Jerusalém, alem de
outras da categoria dos Canaanitas, como Jericó, no progresso, arquitetura e
poder. A Bíblia descreve isto, quando os Israelitas dizem sobre os Canaanitas
que eles eram “um povo mais forte que eles e de grande estatura com grandes
cidades apontando para o céu. Você disse para eles: Não os tema. Deus, o senhor
que te guia, luta por você.” Escavações em Salim revelar restos de duas
fortalezas Canaanitas, uma das quais surge de uma das sete montanhas sobre as
quais Jericó foi construída. A fortaleza consiste de três colunas e pode ser
alcançada pelas escadas até uma das torres que a protegia. As escavações
revelaram também as remanescentes paredes Canaanitas construídas de tijolos
cozidos sobre pedras de não menos que três metros em espessura. Atrás da parede
haviam casas mobiliadas, contendo jarros de óleo e louças desenhadas com leões
e gazelas. Eram rodeadas de férteis oásis contendo palmeiras. Isto é porque é
chamada de “a cidade das palmeiras” no Deuteronômio e no Julgamento, e nos
livros do Velho Testamento bastante é dito sobre a prosperidade do comércio,
numerosas lojas, armazéns, animais para transporte e consumo, vasilhas e
utensílios feitos de cobre, ferro, prata e ouro.
Os
Israelenses - No
princípio do século treze a.c., os israelenses invadiram a Palestina após seu
êxito do Egito e vários anos no
Sinai e na região do norte da Península Árabe. Eles começaram pelo ataque a
Trans Jordânia onde cruzaram a pé o vale do rio Jordão, vindo das montanhas de
Moab na margem leste. Eles estabeleceram um acampamento em Abel Shetem enquanto
se moviam na Palestina sob o comando de Josué. Jericó estava entre as cidades
Palestinas que caiu em suas mãos, quarenta anos após seu êxodo do Egito. Os
sacerdotes perfuraram o Arco de Covenant e balizaram a cidade com isto, guiados
pelos sete sacerdotes, os trompetistas caminhando e tocando os trompetes com
aqueles que estavam armados andando atrás do Arco de Covenant e tocando seus
trompetes, e eles fizeram isto uma vez ao dia, durante seis dias. No sétimo dia
os sacerdotes tocaram os trompetes, e Josué disse ao povo: “Calem-se, o senhor
os deu a cidade. E a cidade deve ser dedicada, e tudo que nela há ao senhor:
somente Rahab deverá viver, ela e tudo que há com ela na casa, porque ela
escondeu os mensageiros que nós mandamos, Joshua, filho de Nun, Moses e Caleb,
filho de Yofnah – e é dito Kilab filho de Yofnah, sobrinho de Moisés.”
Na Bíblia há uma descrição
horrível do tratamento dos habitantes pelos israelitas, podemos ler na Bíblia: “então
o povo entrou na cidade” (em Jericó) “e eles rapidamente destruíram tudo que
estava na cidade, ambos homens e mulheres, jovens e velhos, os bois, as
ovelhas, os asnos, com a ponta de uma lança, foi destruído”, “e eles enfeitaram
a cidade com tudo que nela havia”, “mas toda a prata e ouro, e vasos de bronze
e ferro são consagrados ao Senhor: eles devem vir sobre o tesouro do Senhor”,
Então Jericó permaneceu nestas condições até que foi reparada no reino de Ahab,
o filho de Ouri, que era um dos reis de Israel (874-852 A.C.). Hiel, de Belém,
a fortificou e reparou quatro séculos após sua destruição. Há uma referência a
isto na Bíblia, conhecida pela reconstrução de Hiel sobre Josué.
Parece que Jericó floresceu nos
tempos romanos, como é mostrado nos canais remanescentes, que eles cavaram e
que ainda podem ser vistos no rio Kilt. Neste período Jericó iniciou a exportar
datas. Jericó adquiriu uma grande importância no tempo de Jesus (possa a paz
durar para sempre), pois Jesus Cristo a visitou e curou a vista de dois cegos,
Bartolomeu e seu amigo. Enquanto Ele estava lá, visitou Zacarias em sua casa.
Como Zacarias era de baixa estatura, foi obrigado a subir em uma árvore para
ver Jesus na multidão. Jesus caminhou ao longo da rota de caravanas entre
Jericó e Jerusalém, que era infestada de ladrões e homens perigosos.
No reinado de Constantino o
Grande (306-337 D.C.), o fundador de Constantinopla, o Cristianismo se espalhou
em Jericó através dos monges e eremitas que viveram em conventos e igrejas que
eles construíram para se tornar o centro de propagação do Cristianismo. Em 325
D.C. se tornou o centro do bispado.
O Imperador Romano Justiniano
(527-665 D.C.) construiu uma igreja nela. Foi em seu reinado que uma rodovia
foi construída juntando-a a Petra. As caravanas demoravam 4 dias para
atravessa-la. Parece que igrejas e conventos se tornaram mais numerosos do que
eram no século sete. Arco Levaux disse que sobre aquela árvore se ergueu uma
igreja em Al-Juljal, e outra no local onde foi falado que Jesus tirou suas vestimentas
antes do batismo. Outra igreja foi construída dentro de um grande convento sob
o nome de S. João, e está sobre um prado que dá de frente para o rio Jordão. De
toda forma isto não preveniu a deterioração, negligencia e ruína começaram a
tomar Jericó e as igrejas e conventos a sua volta, seguindo a rota das
caravanas. As cavernas dos ermitãos no Monte da Tentação, olhando sobre a
cidade, permaneceram como uma indicação do alto espírito do princípio dos
séculos medievais.
Finalmente
Jericó entrou na regra dos Árabes que ocuparam estes países no século sétimo
D.C.. Em baixo da Jericó islâmica surgiu uma cidade no Ghaur, habitada por um
povo do Qais, bem como um grupo de Quraish. Durante o tempo do Profeta, possa a
paz e a oração estar com ele, ele colocou os judeus para fora de Madinah por
causa de sua tirania, e eles partiram para Síria, Adhru’at e Jericó. “Umar
-Ibn-Ul-Khattab”, possa Deus estar satisfeito com ele – pronunciou o último
deles no reino de Hijaz to Taima’ em Jericó.23
As
muralhas de Jericó
E a muralha ruiu por terra... (Js
6.20). O dr. John Garstang, diretor da Escola Britânica de Arqueologia de Jerusalém e do Departamento de
Antiguidades do governo da Palestina (1930-36), descobriu em suas escavações
que o muro realmente "foi abaixo"; caiu, e que era duplo. Os dois
muros ficavam separados um do outro por uma distância de cinco metros. O muro
externo tinha dois metros de espessura e o interno, quatro metros. Os dois
tinham cerca de dez metros de altura. Eram construídos não muito solidamente,
sobre alicerces defeituosos e desnivelados, com tijolos de dez centímetros de
espessura, por trinta a sessenta centímetros de comprimento, assentados em
argamassa de lama. Eram ligados entre si por casas construídas de través na
parte superior, como a de Raabe, por exemplo, erguida "sobre o muro".
Garstang verificou também que o
muro externo ruiu para fora, pela encosta da colina, arrastando consigo o muro
interno e as casas, ficando as camadas de tijolos cada vez mais finas à
proporção que rolavam ladeira abaixo. O dr. Garstang pensa haver indícios de
que o muro foi derribado por um terremoto, o que pode ser, perfeitamente uma
conseqüência da ação divina.
Os
cristãos não possuem nenhuma dúvida quanto à existência das cidades mencionadas
no Antigo e no Novo Testamento. Por isso, dificilmente julgamos necessário
conhecer alguma documentação que comprove esse fato. Não obstante, sabemos que
muitas obras religiosas não resistem à menor verificação arqueológica, o que
contrasta imensamente com a Bíblia que, através dos séculos, tem seus
apontamentos históricos e geográficos cada vez mais ratificados pela verdadeira
ciência. Evidentemente, nossa fé não está baseada nas descobertas da ciência.
Entretanto, não podemos ignorar os benefícios provindos dela quando seus
estudos servem para solidificar a nossa crença. De fato, a Bíblia não só
descreve esses lugares em suas páginas como também o faz com extrema precisão.
4. A
Fenícia
Os
fenícios, tal como os hebreus, eram um povo de origem semita. Por volta de 3000
a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de
largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km
de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena
parte da Síria. Por habitarem uma região montanhosa, com poucas terras férteis,
eles voltaram-se para o mar, dedicando-se à pesca e ao comércio marítimo.
A Fenícia era, na verdade, um
conjunto de cidades independentes entre si. Cada uma delas constituía numa
cidade-Estado. Algumas dessas cidades adotavam a Monarquia Hereditária; outras,
eram governadas por um Conselho de Anciãos, formados por grandes comerciantes,
donos de terras e armadores. As cidades fenícias disputavam entre si, e com
outros povos, o controle das principais rotas de comércio. Entre o ano de 1000
a.C. e 700 a.C., a cidade de Tiro destacou-se das demais por sua riqueza.
Inicialmente,
os fenícios viviam da pesca e da agricultura. Mas, como a produção de alimentos
não acompanhava o crescimento da população, logo passaram a dedicar-se também a
outras atividades, como o artesanato e o comércio. Para vender o que produziam
e obter as matérias-primas de que necessitavam, os fenícios foram se voltando
cada vez mais para o comércio marítimo, que logo se transformou na sua
principal atividade econômica. Os fenícios guardavam a sete chaves os segredos
das técnicas de construção naval e de suas rotas de comércio. Para consolidar e
expandir suas relações comerciais, os fenícios fundaram inúmeras colônias.
Muitas alcançaram enorme progresso.
O
alfabeto, uma criação fenícia
O que
levou os fenícios a criarem o alfabeto foi, justamente a necessidade de
controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras e era,
portanto muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. O
alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao
alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto utilizado atualmente no
Brasil. No princípio, todas as letras do alfabeto eram consoantes. Mais tarde,
os gregos acrescentaram a elas as cinco vogais.
5. A
Pérsia
A Pérsia
situava -se a leste da Mesopotâmia, no extenso planalto do Irã. Ao contrário
das regiões vizinhas, possuía poucas áreas férteis. A partir do ano 2000 a.C.,
a região foi sendo ocupada por povos pastores e agricultores, vindos da Rússia.
23 fonte: http://www.jericho-city.org/ Tradução de
Ana Maria Prestes
Desde o século VIII a.C., os medos tinham
constituído um reino e possuíam um exército ágil e organizado. Valendo-se
disso, submeteram os outros povos iranianos, inclusive os persas, cobrando-lhes
tributos. Essa situação prolongou-se até 550 a.C., em que o príncipe Ciro, o
Grande, liderou uma rebelião contra os medos e sai vitorioso. Com o objetivo de
obter riquezas e resolver problemas causados pelo aumento da população e pela
baixa produção agrícola local, Ciro, o Grande, deu início ao expansionismo
persa. Em poucos anos, o exército persa apoderou-se de uma imensa área. Ciro
tornou-se, então, o imperador do Oriente Antigo.
Dario I dividiu o Império Persa
em províncias e nomeou administradores de sua confiança. No Império, as
comunicações, o comércio e o deslocamento de tropas eram facilitados por
grandes estradas. Dario e Xerxes foram derrotados ao tentarem conquistar a
Grécia. Essas derrotas, somadas às rebeliões dos povos dominados e às disputas
pelo poder, enfraqueceram o Império Persa, que foi conquistado por Alexandre da
Macedônia em 330 a.C.
A
religião Dualista dos Persas
Os persas criaram o zoroastrismo,
uma religião dualista que acreditava na existência de dois deuses: Ormuz (Bem)
e Arimã ( o Mal). Os princípios do zoroastrismo foram reunidos num livro, o
Zend Avesta. Vários deles influenciaram o judaísmo e o cristianismo.
III. A importância da arqueologia
no estudo do Novo Testamento
O estudo intensivo de mais de
3.000 manuscritos do N.T. grego, datados do segundo século da era cristão em
diante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua
transmissão desde o terceiro século até agora. Nem uma doutrina foi pervertida.
Westcott e Hort concluíram que apenas uma
palavra em cada mil do N.T. em grego possui uma dúvida quanto à sua
genuinidade.
Uma coisa é provar que o texto do
N.T. foi notavelmente preservado a partir do segundo e terceiro séculos; coisa
bem diferente é demonstrar que os evangelhos, por exemplo, não evoluíram até
sua forma presente ao longo dos primeiros séculos da era cristã, ou que Cristo
não foi gradativamente divinizado pela lenda cristã. Na virada do século XX uma
nova ciência surgiu e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visão
cristã de Cristo sofreram evoluções até chegarem à sua forma atual. B. P.
Grenfell e A. S. Hunt realizaram escavações no distrito de Fayun, no Egito
(1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dando início à
ciência da papirologia. Os papiros, escritos numa espécie de papel grosseiro
feito com as fibras de juncos do Egito, incluíam uma grande variedade de
tópicos apresentados em várias línguas. O número de fragmentos de manuscritos
que contêm porções do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses fragmentos ajudam a
confirmar o texto feral encontrado nos manuscritos maiores, feitos de
pergaminho, datados do quarto século em diante, ajudando assim a forma uma
ponte mais confiável entre os manuscritos mais recentes e os originais.
O impacto da papirologia sobre os
estudos bíblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros datam dos primeiros três
séculos da era cristã. Assim, é possível estabelecer o desenvolvimento da
gramática nesse período, e, com base no argumento da gramática histórica, datar
a composição dos livros do N.T. no primeiro século da era cristã. Na verdade,
um fragmento do Evangelho de João encontrado no Egito pode ser
paleograficamente datado de aproximadamente 125 d.C.! Descontado um certo tempo
para o livro entrar em circulação, deve-se atribuir ao quarto Evangelho uma
data próxima do fim do primeiro século - é exatamente isso que a tradição
cristã conservadora tem atribuído a ele. Ninguém duvida que os outros 3
Evangelhos são um pouco anteriores ao de João. Se os livros do NT foram
produzidos durante o primeiro século, foram escrito bem próximo dos eventos que
registram e não houve tempo de ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo.
Todavia, a contribuição dessa
massa de papiros de todo tipo não pára aí. Eles demonstram que o grego do N.T.
não era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, como se pensava
antes. Ao contrário, era, de modo geral, a língua do povo dos primeiros séculos
da era cristã. Menos de 50 palavras em todo o N.T. foram cunhadas pelo
apóstolos. Além disso, os papiros demonstraram que a gramática do N.T. grego
era de boa qualidade, se julgada pelos padrões gramaticais do primeiro século,
não pelos do período clássico da língua grega. Além do mais, os papiros gregos
não-bíblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras bíblicas cujas
compreensão ainda era duvidosa, e lançaram nova luz sobre outras que já eram
bem entendidas.
1. Locais
mencionados no NT
Por toda a extensão do território
bíblico existem diversas tumbas "tradicionalmente" atribuídas a
vários personagens bíblicos, às vezes muitas para um único indivíduo! Em
diversos casos, não há evidência histórica ou arqueológica para validar a
identificação. No entanto, existem pelo menos sete ocasiões onde há fortes,
senão conclusivas, evidências sobre a localização do local de sepultamento de
uma pessoa, ou pessoas, descritas na Bíblia.
Jesus - Na atual Jerusalém existem dois locais declarados
como a tumba de Jesus: a Igreja do Santo Sepulcro e a Tumba do Jardim. Esta última foi identificada como a tumba de
Jesus apenas no final do século XIX e carece de credibilidade histórica. Uma
longa tradição, datada do primeiro século, atribui a tumba de Jesus ao local da
Igreja do Santo Sepulcro na Antiga Cidade de Jerusalém. No século IV
Constantino localizou o local da tumba abaixo de um templo romano do século II
e construiu a igreja sobre o local. Esta igreja foi repetidamente restaurada e
mantida pelos séculos desde então e é compartilhada por seis credos: Católico
Romano, Ortodoxo Grego, Armênios, Sírios, Coptas e Etíopes.
Caifás o
Sumo Sacerdote - Caifás
foi o sumo sacerdote por 18 anos, d.C. 18-36. Aparentemente, obteve esta posição através do casamento com a
filha de Anás, chefe de um poderoso clã de sumo-sacerdotes (Jo 18:13). Caifás é
considerado vil por ter sido o líder na conspiração que culminou na
crucificação de Jesus. Em uma reunião de líderes religiosos, Caifás declarou
que "vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda"
(Jo 11:50). Ele se referia à possível intervenção de autoridades romanas caso
os ensinamentos de Jesus gerassem uma
insurreição. Suas palavras foram proféticas no
sentido em que Jesus morreu pelas pessoas, por todas elas do mundo, como
sacrifício de expiação dos pecados.
Após ter sido preso, Jesus foi
levado à casa de Caifás e ali detido pela noite. Os guardas zombavam dele e
feriam-no (Lc 22:63-65). Na manhã seguinte Ele foi interrogado e novamente
agredido. Caifás lhe perguntou "És tu o Cristo (Messias), o Filho do Deus
bendito?" "Eu sou", Jesus respondeu (Mc 14:61-62). Caifás então
entregou Jesus a Pilatos para ser julgado.
Após a
crucificação de Jesus, Caifás continuou a perseguir a igreja primitiva, levando
os apóstolos a líderes religiosos e dizendo-lhes: "Não vos admoestamos
expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém
dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem
(Jesus)." Pedro e os outros apóstolos responderam: "Importa antes
obedecer a Deus que aos homens" (At 5:28-29).
A tumba
da família de Caifás foi acidentalmente descoberta por operários que construíam
uma estrada em um parque ao sul da Antiga Jerusalém. Os arqueologistas foram
então ao local em regime de urgência e encontraram 12 ossuários (caixas para
ossos feitas de calcáreo) ao examinar o local contendo os restos mortais de 63
indivíduos. O ossuário mais ornamentado tinha a inscrição de nome "José
filho de (ou da família de) Caifás." Este era o nome completo do sumo
sacerdote que prendeu Jesus, documentado como Josephus (Antiguidades 18:2, 2;4, 3) . No seu interior existiam os restos de
um homem de 60 anos, que quase certamente pertenciam ao mesmo Caifás do Novo
Testamento. Este memorável achado provê, pela primeira vez, os restos físicos
de um indivíduo descrito na Bíblia.
César Augusto - Um grande político e
administrador, Augusto reinou sobre o Império Romano de 27 a.C. a 14 d.C. Foi justamente Augusto que decretou o
censo que levou José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu (Lc 2:1-7). Augusto
construiu para si mesmo um grande mausoléu em Roma, nas margens orientais do
Rio Tibre, um quarto de milha a noroeste do Fórum Romano. Os restos mortais
estão atualmente localizados no centro do Piazza Augusto Imperatore. O mausoléu
possuía 285 pés de diâmetro e 143 pés de altura e tinha uma estátua do
imperador em seu topo. Suas cinzas estavam em uma urna ao centro, enquanto as
cinzas dos membros da dinastia foram colocadas em urnas em um corredor que
circundava o salão. Embora algumas urnas tenham sido encontradas por
excavações, as cinzas já haviam desaparecido há muito tempo.
2.
Cidades mencionadas no NT
Betel - Referência
bíblica: "Depois Amazias disse a Amós: Vaite, ó vidente, e foge para a
terra de Judá, e ali come o pão, e
ali profetiza, mas em Betel daqui por diante não profetizarás mais, porque é o
santuário do rei e casa real" (Am 7.12,13). "W. F Albright fez uma
escavação de ensaio em Betel em 1927 e posteriormente empenhou uma escavação
oficial em 1934. Seu assistente, J. L. Kelso, continuou as escavações de 1954 a
1960" (Achtemeier, P.J., Th.D., Harper's Bible Dictionary San Francisco:
Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).
Cafarnaum - Referência
bíblica: "E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que
cobravam as dracmas, e disseram: O
vosso mestre não paga as dracmas?" (Mt 17.24). "Cafarnaum foi
identificada desde 1856 e, a partir de então, tem sido alvo de escavações nos
últimos 130 anos" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harpers Bible Dictionary
San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).
Corazim - Referência
bíblica: "Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! peque, se em Tiro e em
Sidom fossem feitos os prodígios que
em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com
cinza" (Mt 11.21). "Escavações na atual cidade deserta indicam que
ela abrangeu uma área de doze acres e foi construída com uma série de terraços
com o basalto da região montanhosa local" (Achtemeier, Paul J., Th.D.,
Harper's Bible Dictionary San Francisco: Harper ando 10.
Éfeso - Referência
bíblica: "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos
santos que estão em Efeso, e fiéis
em Cristo Jesus" (Ef 1.1; grifo do autor). "E encheu-se de confusão
toda a cidade e, unânimes, correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco,
macedônios, companheiros de Paulo na viagem" (At 19.29) . A cidade em
referência é Éfeso. "Arqueólogos austríacos encontraram em escavações, no
século passado, um teatro de 24.000 assentos, bem como muitos outros edifícios
públicos e ruas do primeiro e segundo séculos depois de Cristo, de forma que a
pessoa que visita o local pode ter uma boa impressão da cidade como foi
conhecida pelo apóstolo Paulo" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harpers Bible
Dictionary San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc.,1985).
Jope - Referência
bíblica: "E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro
estava ali, lhe mandaram dois
varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles." (At 9.38).
"Durante escavações no local da antiga cidade de Jope (XIII a.C.) o portão
da fortaleza foi descoberto..." (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's
Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).
Diante
desta simples exposição, podemos afirmar como Sir Frederic Kenyon, que disse:
"Portanto, é legitimo afirmar que, em relação à Bíblia, contra a qual
diretamente se voltou a crítica destruidora da segunda metade do século
dezenove, as provas arqueológicas têm restabelecido a sua autoridade. E mais:
têm aumentado o seu valor ao torná-la mais inteligível por meio de um
conhecimento mais completo de seu contexto e ambiente. A arqueologia ainda não
se pronunciou definitivamente a respeito, mas os resultados já alcançados
confirmam aquilo que a fé sugere, que a Bíblia só tem a ganhar com o aprofundar
do conhecimento". 24
3.
Descobertas relacionadas a JESUS
Nas
últimas quatro décadas, descobertas espetaculares confirmam o pano de fundo
histórico dos Evangelhos. Em 1968, por exemplo, o esqueleto de homem
crucificado foi encontrado em uma caverna funerária na parte norte de
Jerusalém. Foi um achado significativo: embora se saiba que os romanos
crucificam milhares de supostos traidores, rebeldes e ladrões, os restos de uma
vítima de crucificação jamais tinham sido encontrados.
24Josh MCDOwELL, Evidência que exige um veredicto,
vol. 1, Candeia, 1992, p. 83.
Os ossos, preservados num
ossuário de pedra, pareciam pertencer a um homem entre 25 e 30 anos. Havia
indícios de que seus pulsos tinham sido transpassados com pregos. Os joelhos
haviam sido dobrados e virados para o lado, e um prego de ferro (ainda alojado
no osso de um calcanhar) fora enfiado nos dois pós. As duas tíbias pareciam ter
sido quebradas, quem sabe se confirmar o relato do Evangelho de João
(19:32-33): "Foram pois os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao
primeiro, e ao outro que com ele fora crucificado."
Havia muito que se dizia que os
carrascos romanos costumavam jogar os cadáveres dos crucificados em valas
comuns ou abandona-los na cruz para serem devorados por animais carniceiros.
Mas a descoberta dos restos de um crucificado contemporâneo de Jesus em uma
sepultura evidenciou que os romanos às vezes permitiam um enterro familiar,
como relato do sepultamento de Jesus.
Em 1990,
durante a construção de um parque a pouco mais de três quilômetros ao sul do
Monte do Templo, os operários descobriram uma câmara funerária secreta, datada
do século 1º, contendo 12 ossuários de calcário. Em um deles, que guardava os
ossos de um sexagenário, havia a inscrição "Yehosef bar Qayafa", ou
seja, "José, filho de Caifás". Os especialistas acreditam que se
trata dos restos de Caifás, o supremo sacerdote de Jerusalém que, segundo os
Evangelhos, esteve envolvido na prisão de Jesus, interrogou-o e o entregou a
Pôncio Pilatos para ser executado.
Algumas décadas antes, durante as
escavações nas ruínas de Cesaréia Marítima, a antiga sede do governo romano na
Judéia, foi encontrada uma laje de pedra com a inscrição bastante danificada.
De acordo com os peritos, a inscrição completa teria sido: "Pôncio
Pilatos, governador da Judéia, dedicou ao povo de Cesaréia um templo em
homenagem a Tibério."
A
descoberta é especialmente significativa por ser a única inscrição com o nome
de Pilatos já encontrada e por estabelecer que o personagem descrito nos Evangelhos
como governante romano da Judéia tinha de fato a autoridade a ele atribuída
pelos evangelistas.
Os
registros arqueológicos não se pronunciam sobre boa parte da história bíblica.
Mas os arqueólogos estão convencidos de que existem muito mais provas a
respeito, enterradas nas areias do Oriente Médio, à espera de que alguém as
encontre.
ANEXO I
Existe
confirmação de eventos bíblicos por fontes escritas externas à Bíblia?
Outros exemplos de confirmações extra-bíblicas de
eventos bíblicos: 25
• Campanha em Israel do Faraó Sisaque (1 Re
14:25-26), registrado nos muros do Templo de Amon em Tebes, Egito.
• Revolta de Moabe contra Israel (2 Reis 1:1;
3:4-27), registrado na Inscrição Mesha.
• Cerco de Laquis por Senaqueribe (2 Reis 18:14, 17),
como registrado nos relevos de Laquis.
• Assassinato de Senaqueribe por seus próprios filhos
(2 Re 19:37), como registrado nos anais de seu filho Esar-Hadom.
• A existência de Jesus como registrado por Josephus,
Suetonius, Thallus, Plínio o Jovem, o Tálmude e Lucian.
• Expulsão de judeus de Roma durante o reinado de
Claudius (A.D. 41-54) (At 18:2), como registrado por Suetonius.
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