APOSTILA DE
ARQUELOGIA BIBLICA
ÍNDICE
ÍNDICE 1
01. INTRODUÇÃO 3
A. Conceito\: 3
B. Fontes de
Estudo\: 3
a. Fontes Gerais\:
3
b. Fontes
Especiais\: 4
C. A Importância do
Estudo da Arqueologia para a Bíblia\: 4
02. O
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA ARQUEOLOGIA 4
A. Fase das
Peregrinações\: 4
B. Fase dos
Caçadores de Tesouros (1810-1890)\: 5
C. Fase da
Arqueologia Científica\: 6
03. IDADES DO
DESENVOLVIMENTO DA CULTURA 7
PROTO-HISTÓRIA\: 7
HISTÓRIA\: 7
04. DA CRIAÇÃO AO
DILÚVIO 8
1. Descobrimento de
Nínive 8
A. Relação
Nínive/Bíblia 8
B. Escavações 8
2. Versão
Mesopotâmica da Criação 9
A. Descoberta do
Relato da Criação 9
B. O Conteúdo da
Versão da Criação 9
3. Criação do Homem
e da Mulher 11
A. Criação do Homem
11
B. A Criação da
Mulher 11
4. Dilúvio 12
5. A TORRE DE BABEL
E O “PAI DE NAÇÕES 13
1. A Torre de Babel
13
2. Geografia das
Terras Bíblicas 14
a. A Fértil
Crescente 14
b. Culturas
Mesopotâmicas 14
c. Síria\: Cultura
Ugarítica / Ugarit (Ras-Shamra) 14
d. Palestina 15
3. A Cultura
Sumeriana 15
a. Características
16
b. Os Reis
Antediluvianos 16
4. O Pai de Muitas
Nações 17
a. A Cidade de
Abraão - Ur dos Caldeus 17
b. A Peregrinação
de Abraão 17
6. O PERÍODO
PATRIARCAL 17
1. Documentos
Relacionados Com o Período Patriarcal 17
2. O Descobrimento
de Mari 18
3. Costumes
Patriarcais 18
a. O Princípio da
Propriedade 18
b. Documento de
Adoção 19
c. A Adoção da
Serva da Esposa 19
d. Herança dos
Terafins 20
7. ISRAEL NO EGITO
E O ÊXODO 20
1. A Dominação dos
Hicsos 20
2. Israel no Egito
21
a. A prisão de José
21
b. A Investidura de
José 21
c. A Fome no Egito
21
3. O Êxodo 21
a. A Data do Êxodo
21
b. A 18ª Dinastia
22
4. A Rota do Êxodo
23
8. ISRAEL EM CANAÃ
24
1. Nações que
Habitavam em Canaã 24
a. Filisteus 24
b. Cananeus 24
c. Arameus 25
2. Documentos
Arqueológicos da Presença Israelita em Canaã 25
a. Cartas do Tell
el Amarna 25
b. Stela de
Merneptah 25
3. Cidades
Conquistadas 26
a. Jericó 26
b. Ai 26
c. Beth Shan 26
d. Hazor 27
9. REINO UNIDO E
REINO DIVIDIDO 27
1. Reino Unido 27
a. Período de Saul
27
b. Período de Davi
27
c. Período de
Salomão 27
2. Documentos
Arqueológicos do Período do Reino Dividido 28
a. A Pedra Moabita
28
b. Obelisco de
Salmanassar III 28
01. INTRODUÇÃO
A. Conceito:
ARCHAIOS (grego) =
ANTIGO
LOGOS (idem) =
ESTUDO
Seria,
etmologicamente, o estudo de vestígios de antigas civilizações. Contudo, no
passado, havia um outro significado.
De acordo com Dennis
de Alicarnasso (II séc.), que escreveu um livro chamado História de Roma,
que é conhecido como Arqueologia de Roma.
Da mesma
forma, Tucidides (III séc.), escreveu a um livro chamado História
da Grécia. No prólogo, ele cita que sua obra trata da Arqueologia da
Grécia.
No I
século temos Flávio Josephus autor do livro História
de Israel, utilizado no título original em grego o nome Arqueologia de
Israel.
De acordo com isso,
afirmamos que ARQUEOLOGIA É O ESTUDO DE VESTÍGIOS DE CIVILIZAÇÕES
ANTIGAS, E, TAMBÉM, DAS INTEPRETAÇÕES DESSAS CIVILIZAÇÕES.
B. Fontes de
Estudo:
a. Fontes Gerais:
• Expostas: são
vestígios antigos observados sobre a superfície da Terra.
Exs.: templos,
ziggurat (torres), pirâmides, monumentos.
• Parcialmente
cobertos: são, principalmente, ruínas de cidades.
• Totalmente
cobertos: são vestígios soterrados. Neste caso, temos os agentes do
soterramento:
- erosão eólica:
(principal) provocada pelo transporte de areia pelo vento.
- erupção
vulcânica.
- construção de
Tell: um Tell é uma montanha artificial, resultado da construção de uma cidade
sobre as ruínas de outra cidade.
b. Fontes
Especiais:
São fontes que
apresentam escritas. Os maiores são tijolos, ou tabuinhas de argila,
pergaminhos, papiros, moedas.
Em muitos casos,
também aparecem inscrições em paredes e monumentos.
Havia também
os OSTRACOM, que eram fragmentos de cerâmica, principalmente, em
forma de conchas, utilizados por pessoas pobres para confeccionar alguns
documentos.
Os documentos mais
antigos são os PAPIROS. Entre esses, os mais antigos que se
conhecem datam de 3100 a.C., e foram escritos pelo Faraó
ASSA.
Os PERGAMINHOS são
mais recentes, sendo utilizados primeiramente pelos Ptolomeus em 250
a.C. Por serem de couro, eram caros, e quando um documento já não
tinha validade, era reutilizado, apagando-se o que havia sido escrito
anteriormente.
Assim, um
pergaminho passava a se chamar PALIMPSESTO.
C. A Importância do
Estudo da Arqueologia para a Bíblia:
a. A Arqueologia dá
uma base histórica-geral ao relato bíblico.
b. A Arqueologia
complementa o relato histórico da Bíblia.
c. Os documentos
arqueológicos escritos das civilizações passadas, servem para auxiliar a
interpretar o texto bíblico.
d. Os relatos
arqueológicos, transformam os relatos bíblicos, em eventos dignos de crédito.
02. O
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA ARQUEOLOGIA
A. Fase das
Peregrinações:
Era uma fase em que
se descobria lugares arqueológicos ou sagrados, apenas pelo desejo de ver,
conhecer o lugar (peregrinações).
Esta fase começou
na época do Imperador Constantino que estimulava a visitação
de lugares sagrados.
Helena, mãe de
Constantino, identificou muitos lugares sagrados, sem nenhuma confirmação dos
eruditos da época, entre eles, Cirilo de Jerusalém e Eusébio de
Cesaréia (260-340 a.C.).
Eusébio de
Cesaréia, escreveu uma obra chamada ONOMASTICON, onde ele
relacionou 1000 nomes de lugares sagrados, como altares,
templos, cidades, etc., dos quais a Arqueologia moderna já confirmou mais da
metade.
Durante o período
do Movimento Maometano, as peregrinações diminuem, mas
aumentam no período das Cruzadas.
Em 1404, o
italiano CIRÍACO DE PIZZICOLLI viajou pela Palestina, e fez
uma coleção sistemática de objetos da antigüidade. Por esse interesse ele é
conchecido por alguns como o Pai da Arqueologia.
Em 1550, um
francês chamado JEAN FABRI, viajou à Palestina e preparou um
estudo do solo e do relevo palestino, indicando vários lugares sagrados.
Em 1648,
PIETRO DELLA VALLE, um italiano, viajou pela Palestina durante 10
anos, e após essa viagem, escreveu um relato dos lugares arqueológicos
entitulado: VIAGGIO DE PIETRO DELLA VALLE, IL PEREGRINO.
Em 1800, WINCKELMAN, realiza
escavações na Palestina, descreve alguns lugares arqueológicos, E
,VERDADEIRAMENTE, É CONSIDERADO O “PAI DA ARQUEOLOGIA”.
B. Fase dos
Caçadores de Tesouros (1810-1890):
Nesta fase, os
descobrimentos arqueológicos eram estimulados unicamente pelo valor comercial
dos achados.
Entre os primeiros
objetos encontrados e levados para Europa, está a PEDRA ROSETA,
encontrada no Egito, na cidade de Roseta, pelo exército de Napoleão. Essa pedra
continha 3 inscrições, nas seguintes línguas:
• Hieróglifo
• Demótico
• Grego
Levada à França,
foi estudada por CHAMPOLION FRANÇOIS. Ele que já conhecia o grego,
com algum esforço decifrou o demótico e notou que as duas mensagens eram
semelhantes. Notou ainda que o nome do REI PTOLOMEUencerrava as
mensagens e que estas eram equivalentes.
Entre 1811
e 1817, CLAUDIUS RISH encontrou através de escavações
a ANTIGA BABILÔNIA. Escreveu uma obra chamada MEMÓRIAS
SOBRE AS RUÍNAS DA BABILÔNIA.
Em 1815,
GEORGE GROTEFEND conseguiu traduzir os CUNEIFORMES DA PÉRSIA.
Em 1842,
PAUL EMILE BOTTA descobriu NÍNIVE. Como não conseguia
descobrir mais nada no sítio da Antiga Nínive, começou a escavar mais ao Norte,
num local chamado KORSADABE, e descobriu o PALÁCIO DO
REI SARGÃO II (730 a.C.).
Em 1845,
AUSTEN LAYARD, continuou a escavar Nínive, e encontrou o grande e
famoso PALÁCIO DE ASSURBANIPAL III. Já em 1850,
seu auxiliar HORMUZ RASHAN, encontrou o achado que revolucionou a
Arqueologia:
A BIBLIOTECA DE
ASSURBANIPAL III, com cerca de 18 a 20 mil documentos.
Em 1871,
foi encontrada a PEDRA MOABITA.
C. Fase da
Arqueologia Científica:
Talvez tenha
começado com FLINDERS PETRIE, em 1880, que engenhou um método
de medição das pirâmides de GIZÉ.
Fez também
escavações na Palestina; no sul da Palestina em SERABITH EL KHADEN,
encontrou vestígios do alfabeto primitivo, que corresponde
a cerca de 1800 a. C., derrubando a idéia de que o alfabeto foi
criado pelos fenícios em 3200 a.C., colaborando para provar que
Moisés teve condições plenas de ter escrever seus respectivos livros
bíblicos (cerca de 1400 a.C.).
No Egito, ele
fundou a ESCOLA BRITÂNICA DE ARQUEOLOGIA.
Dois arqueólogos
ingleses aperfeiçoaram o método de escavações de estratigrafia
vertical: FRANK BLISS E G. MAKALISTER. Estabeleceram também um método
para datação de cerâmicas.
Mais tarde,
surge WILLIAM F. ALBRIGHT que é tido como o maior
intelecto do século XX. Ele determinou a cronologia do
desenvolvimento das cerâmicas.
CHARLES-CLERMONT
GANNAU é identificado como o descobridor da PEDRA MOABITA.
C. GARSTANG, fez um estudo sobre
o desenvolvimento das línguas semíticas.
NELSON GLUEK desenvolveu um
método para identificar períodos de ocupação do Antigo Próximo Oriente.
KATLEEN
KENYON criou um método de estratigrafia vertical escalonada para
escavações.
03. IDADES DO
DESENVOLVIMENTO DA CULTURA
PROTO-HISTÓRIA:
PERÍODOS
|
DURAÇÃO
|
Paleolítico - Pedra Bruta
|
*
|
Mesolítico - Pedra Cortada
|
4000? - 3100 a.C.
|
Neolítico - Pedra Lavrada
|
*
|
Calcolítico - Pedra Polida
|
*
|
Início da
Civilização em 3100 a.C. com os Sumérios, Mesopotâmios, etc.
HISTÓRIA:
PERÍODOS
|
IDADE
|
PALESTINA
|
EGITO
|
MESOPOTÂMIA
|
Bronze
Primitivo
|
3100-2000
|
Civilização
Cananita
|
Império Unido: Tebas e Menfis
|
Civilização
Sumeriana
|
Bronze
Médio
|
2000-1550
|
Cultura
Patriarcal
|
Império Médio: Invasão dos
Hicsos
|
Antigo Império
Babilônico:
Hamurabi
|
Bronze
Posterior
|
1550-1200
|
Conquista de Canaã pelos
Povos do Mar
|
Império
Novo
|
Império
Assírio
|
Ferro
I
|
1200-900
|
Reino Unido de Israel
|
Últimas Dinastias do Império
Novo
|
Apogeu do
Império
Assírio
|
Ferro
II
|
900-600
|
Reino Dividido de Israel
|
Domínio
Saia
|
Decadência do Império Assírio:
Queda de Nínive
|
Ferro
III
|
600-330
|
Domínio
Babilônico e Medo-Persa
|
Domínio Medo:
Cambises
|
Neo Império
Babilônico*
|
*Em 538 a.C.,
surge o domínio Medo-Persa.
No tocante a
identidade dos períodos, temos:
> Idade: tempo
cronológico.
> Cultura: desenvolvimento
cultural (como ASD é o que devemos usar. Ex.: Cultura do Ferro III).
04. DA CRIAÇÃO AO
DILÚVIO
1. Descobrimento de
Nínive
A. Relação
Nínive/Bíblia
Gn. 10:11 - Fundada
por NINRODE, descendente de Cão e Noé. Ela tornou-se importante no
período do profeta JONAS. Também chegou a ser uma das capitais
do IMPÉRIO ASSÍRIO, durante o período de SARGÃO II (722-705
a.C.). E tornou-se única capital no período de SENAQUERIBE
(705-681 a.C.)
Chegou ao esplendor
no período de TIGLAT-PILESER, e foi embelezada no período
de ASSURBANIPAL (669-626 a.C.).
Depois desse
período, seu declínio foi rápido. Foi destruída em 612 a.C., pelos
exércitos de NABOPOLASSAR.
B. Escavações
Em 1820,
CLAUDIUS RISH, fez um mapa da região do Rio Tigre, onde ele
destacou duas colinas:
• Nebi-Junnus
• Kuyundiki
Os nativos da
região relacionam a colina Nebi-Junnus com o profeta JONAS.
Em 1842,
o francês PAUL EMILLE BOTTA, inicia escavações na colina KUYUNDIKI,
descobrindo ruínas de uma cidade; como não as considerou importantes, abandonou
os trabalhos.
Em 1845, AUSTERN
LAYARD, um inglês, continua as escavações, e encontra o PALÁCIO DE
ASSURBANIPAL.
Em 1850, seu
assistente HORMUZ RASHAN, encontrou a BIBLIOTECA DE
ASSURBANIPAL, com cerca de 20 mil documentos (tabuinhas de argila).
Esses documentos
foram levados ao Museu Britânico.
Por essa
Biblioteca, sabe-se que Assurbanipal enviou escribas pelo
território de seu reino e além-fronteira, para que eles copiassem os escritos
mitológicos da época.
2. Versão
Mesopotâmica da Criação
A. Descoberta do
Relato da Criação
GEORGE SMITH, funcionário do
Museu Britânico, traduziu os documentos da Biblioteca de Assurbanipal; em 1875,
ele descobre uma parte do Relato do Dilúvio, e comunicou ao
jornal The Dialy Telegraf sua descoberta.
Esse jornal passou
a oferecer mil libras esterlinas para quem encontrasse o restante do Relato. O
próprio George Smith encontrou o restante do Relato do Dilúvio; além disso,
encontrou também o Relato da Criação.
Em 1876, George
Smith publica um livro chamado A Versão Caldéia do Gênesis.
Em 1890,
PETER JENSEN, publica sua versão: Cosmologia Babilônica.
Em 1895,
HEINRISH ZIMMERM, publica em alemão sua versão sobre a Criação, baseado
também, nos documentos de Assurbanipal.
Em 1900, surge
a obra: Os Sete Tijolos da Criação Mesopotâmica. Seu autor
é W. KING.
B. O Conteúdo da
Versão da Criação
O conteúdo da
versão da Criação está registrado em 7 tijolos de 2 faces:
> 1º. Caos
Primitivo
> 2º. Luz
> 3º. Firmamento
> 4º. Terra
> 5º. Luminares
> 6º. Homem
> 7º. Repouso
dos deuses
As primeiras
palavras com as quais se inicia o Relato são: ENUMA ELISH... - Quando
lá... A seguir, o relato:
• APSU
- deus masculino - águas frescas
• TIAMAT -
deusa feminina - águas salgadas
Os dois geram
diversos deuses que causam muita desordem.
Apsu resolve por
essa razão destruí-los. Contudo, um dos deuses chamado EA descobre
o plano e mata Apsu.
Tiamat então,
decidi vingar o marido, porém está sozinha. Para isso, ela cria outros deuses.
Esses outros deuses são liderados por KINGU.
EA por sua vez,
cria Marduk para liderar os rebeldes.
As batalhas
iniciais são favoráveis a Kingu; diante disso, Marduk é nomeado Rei dos
deuses. E como Rei dos deuses, ele derrota a Kingu.
Marduk então toma
as seguintes atitudes:
- Tiamat é dividida
em duas partes:
> Parte
Superior: Marduk cria as estrelas, o Sol e a Lua.
> Parte
Inferior: Marduk cria o mundo.
- Quanto a Kingu,
foi degolado. Seu sangue é misturado com o barro, e Marduk
cria o HOMEM.
Após ter criado o
homem, há o Repouso da Divindade, e assim termina o Relato.
Outra versão desse
Relato é chamada: ATARHASIS.
No final do século
passado, surgiram críticos da Bíblia que divulgaram o PANBABILONISMO, mencionando
que a Bíblia é simplesmente cópia das mitologias babilônicas. Contudo, observe
as diferenças no quadro abaixo:
Relato Babilônico
|
Relato Bíblico
|
1. Politeísmo exagerado
|
1. Único Deus - Monoteísmo
|
2. Deuses mortais
|
2. Deus Eterno - Imortal
|
3. Criação a partir de matéria
preexistente
|
3. Criação a partir do NADA
|
4. Deuses de poderes limitados
|
4. Deus Todo-Poderoso
|
E por que a
semelhança entre ambos?
Depois do Dilúvio,
o Relato da Criação estaria intacto. Após a Torre de Babel, porém, com a
separação dos grupos étnicos, o relato foi adaptado aos novos ambientes, e alterado
na sua essência.
3. Criação do Homem
e da Mulher
A. Criação do Homem
No 6º
tijolo da Criação encontra-se o Relato da Criação do Homem.
Na Versão
ATARHASIS, temos que reuniu-se um Conselho de Deuses, que
resolveu criar o homem, com características divinas. Para isso, um deus é
sacrificado - KINGU.
Neste Relato
aparece uma frase muito interessante, se a relacionarmos com o texto bíblico:
“Que o pingar
do seu sangue nos purifique...”
A deusa NINTU mistura
o sangue de Kingu com o barro, formando o homem.
Existe outro Relato
da Criação do homem, chamado: MITO DE ADAPA.
Este Relato
encontra-se escrito em 4 tijolos. Na Biblioteca de Assurbanipal
foram encontrados 3 tijolos. O 4º tijolo foi encontrado
nas Ruínas do PALÁCIO DO FARAÓ AKENATHEN. A capital do Reino
desse Faraó era Tell el AMARNA.
O Relato diz
que ADAPA foi criado como um semideus, e portanto, mortal.
Além de ser um semideus, ele era Sacerdote e Pescador. Um dia
o vento que soprava virou a embarcação de Adapa. Ele ficou furioso e quebrou as
asas do vento.
Sendo assim, o
vento não podia soprar durante 7 dias. O deus ANU chama Adapa,
pois não gostou de sua atitude. Adapa tinha um conselheiro e protetor: o
deus EA. Este o orientou a não comer e nem beber nada que Anu lhe
oferecesse. Adapa fiel, rejeitou o oferecimento de alimentos e bebidas por
parte de Anu.
Mas, um outro deus
disse a Adapa que ele havia sido tolo, porque havia rejeitado a comida e bebida
da imortalidade. Sua vida passou a ser de sofrimento e angústia.
B. A Criação da Mulher
Existe
um tijolo que fala da formação da mulher; porém, está muito apagado,
deteriorado.
Contudo,
nota-se que o nome da mulher é NIN-TI = “a dama da costela”.
Em 1975, WISSEMAN afirmou
que esse nome significa “a dama de quem procede vida”.
Os
dois significados têm relação com o nome bíblico EVA, que
significa “que dá vida.”
4. Dilúvio
O
Relato do Dilúvio encontra-se em 12 tijolos, também da Biblioteca
de Assurbanipal. Recebem o nome de: A EPOPÉIA DE GILGAMESH.
No
Relato de Gilgamesh, ele é 2/3 deus e 1/3 humano. Existe um documento antigo
que afirma que um tal Gilgamesh foi Rei de Uruk. Porém, não se sabe
se é o mesmo Gilgamesh do relato mitológico.
O
Relato mitológico diz que por algum motivo morreu o deus ENKIDO. Por
esse motivo, Gilgamesh por ser uma parte humana, outra divina, angustia-se
tremendamente, com medo de morrer.
Gilgamesh
então passa a buscar a Fonte da Imortalidade, e nessa busca ele
atravessa o Mar Grande ou Mar da Morte, auxiliado por uma
mulher-serpente chamada SINDRA.
Então
ele se encontra com UTNAPIST (Noé), e este lhe conta como se
tornou imortal: Utnapist é comunicado pelos deuses da destruição de todos os
seres vivventes. Os deuses pediram a Utnapist para construir uma embarcação
utilizando 30 mil cestos de palha. Logo após ele entrou na embarcação,
e começou a chover. A chuva foi tão grande e forte, que os deuses fugiram para
o céu de ANU como cães feridos.
A
deusa ASHATAR gritou tanto de pavor, como os gritos da dor de
parto. Depois de terminada a chuva, Utnapist ficou 7 dias dentro da embarcação.
Enquanto esteve ali, soltou 1 pomba, 1 andorinha e finalmente 1 corvo.
O
corvo não voltou mais. Mais tarde, a embarcação permaneceu sobre uma montanha.
Após alguns dias, as águas baixaram, e Utnapist ofereceu um sacrifício, que os
deuses apareceram como moscas para consumir o sacrifício.
Nessa
desordem o deus ENLIL aparece e fica desagradado pelo fato de
Utinapist estar vivo ainda. Por isso, pergunta:
--
Por que Utnapisti está vivo se ordenei que todos os seres vivos fossem
destruídos?
Nesse
instante surge o deus EA que sugere a Enlil que dê
imortalidade a Utnapist. Enlil aceitou a sugestão.
5. A TORRE DE BABEL E O “PAI DE NAÇÕES”
1. A Torre de Babel
Em
Babilônia realizaram-se escavações por ROBERT KOLDEWEY entre 1900-1915. Entre
seus achados, está uma plataforma de 90 m2. Achou também duas pedras
cada uma contendo uma inscrição:
•
uma de Nabopolassar (625 - 605 a.C.)
•
outra de Nabucodonosor (605 - 572 a.C.)
A
inscrição de Nabopolassar dizia o seguinte: Marduk ordenou que a Torre
enfraquecida deveria ser reconstruída, pois antes existia e foi destruída.
A
inscrição de Nabucodonosor dizia o seguinte: Para que ETEMENANKI (nome
da Torre) possa subir e desafiar as nuvens dos céus, eu, Nabucodonosor,
coloquei as minhas mãos.
No
ano 458 a.C., o Pai da História, HERÓDOTO, visita
Babilônia e descobre as ruínas da Torre Etemenanki; por alguma razão, ele
afirma que esta Torre estava composta por 8 pirâmides escalonares;
ele descreve até a altura das pirâmides:
1ª.
33 m
2ª.
18 m
3ª.
- 7ª. 6 m
8ª.
15 m (Templo de Marduk)
Heródoto
afirma que esta Torre foi construída na Região de Sinear. E de
acordo com a Bíblia:
Gên. 10:10 - Ninrode fundou uma cidade na
planície de Sinear
Gên. 11:2 - Torre construída na
planície de Sinear
Evidências
registram que essa Torre foi destruída diversas vezes, e um dos primeiros
registros indicam que o Rei TUKULTI NINURTA (2100 a.C.) foi o
primeiro a destruí-la. Foi seguido ainda por:
Sargão
II (2000 a.C.)
Senaqueribe
(705 a.C.)
Assurbanipal
(699 a.C.)
Nabopolassar
e Nabucodonosor reconstruíram-na.
Ciro
preservou
Xerxes
(480 a.C.) destruiu
2. Geografia das Terras Bíblicas
a. A Fértil Crescente
Uma
região geográfica em forma de meia lua, cuja extensão segue o curso
de rios importantes:
Tigris
(flecha)
Eufrates
Jordão
Nilo
É
composta por: Mesopotâmia, Síria, Palestina e Egito.
b. Culturas Mesopotâmicas
Dividida
ao:
N>
Suber (suberianos)
Centro>
Acade (acadianos)
S>
Sumer (sumerianos)
Ocidente>
Amurru (semitas)
Oriente>
Elam (elamitas)
Essas
culturas subsistiram de 3100 - 2000 a.C., e desapareceram
completamente com o surgimento do Império Assírio (1800 - 612 a.C.).
O Império Assírio foi substituído pelo Império Neo-Babilônico (612 -
538 a.C.).
c. Síria: Cultura Ugarítica / Ugarit (Ras-Shamra)
Cultura
Fenícia> Tiro e Sidom
Cultura
Síria> Aram (Norte), Biblos
d. Palestina
Geograficamente
é formada por 4 regiões de N a S.
Dã
(N) ® 240 km ® Berseba (S)
Mediterrâneo
(L) ® 110 km ® Jordão (O)
•
Planície Marítima:
-
Acre
-
Sharon
-
Shephelah (Região dos filisteus)
•
Montanhas:
-
Galiléia
-
Samaria
-
Jerusalém
•
Vale do Jordão:
-
Rio Hule
-
Mar da Galiléia
-
Rio Jordão
-
Mar Morto (400 m abaixo do nível do mar)
•
Planície Montanhosa:
-
Basã
-
Gileade
-
Amon
-
Moabe
3. A Cultura Sumeriana
a. Características
Uma
das primeiras culturas da História da Civilização é a Cultura Sumeriana. Ela
ocupava o Sul da Mesopotâmia. Eles chamavam o seu território
de Kengir, e denominavam a língua como Emegir. E a
si próprios denominavam-se Sag-Giga = Cabeça Preta, pela
cabeleira e barba pretas e abundantes.
A
Arqueologia descobriu naquela região uma camada que apresenta alicerces de
várias cidades sumerianas. Essa camada é chamada Jemdet Nasr.
Por
que eles fundaram tantas cidades?
1.
Aumento da população
2.
O acúmulo de riquezas
3.
A invenção da escrita (a História só começa quando o homem começa a
escrever).
Escrita
dos sumerianos: CUNEIFORME - Escritos em formato de cunha.
Essa escrita tem:
-
forma pictográfica: Não parecem letras, mas sim, desenhos (não tão claros).
-
caracteres logográficos: não pertencem a um alfabeto. Um desenho que tem uma
mensagem.
b. Os Reis Antediluvianos
Encontrou-se
uma pedra em forma de prisma, na cidade de Nippur, e esse
prisma contém uma lista de reis sumerianos, divididos em 2 grupos: reis
antediluvianos e pós-diluvianos.
Outra
relação com a narrativa bíblica, é a seguinte: Cidades governadas por reis
sumerianos:
Shurupak
Nippur
Uruk
Lagark
Os
reis antediluvianos tinham seu período de governo durando milhares de anos. O
rei que governou menos tempo, o fez durante 12 mil anos, enquanto que o que
mais governou o fez durante 50 mil anos. Porém, nesse caso, a palavra ano não
tem o conceito atual; seria humanamente impossível.
O
primeiro rei desta lista chama-se HA-LI-LU, e o último UBAR-TUTTU.
Este último pode ter sido o Utinapisti (Noé) da história do Dilúvio. Esses
governates governavam com auxílio de seres semi-divinos conhecidos
como: APKALLU. O primeiro Apkallu, chamava-se UANNA-ADAPPA,
que foneticamente tem que ver com o Adão bíblico.
4. O Pai de Muitas Nações
a. A Cidade de Abraão - Ur dos
Caldeus
Ur,
segundo a História, não tem uma existência relacionada com o período
patriarcal. Em 1850, W. K. LOFTUS, visitou no Sul da
Mesopotâmia, uma colina chamada Tell el Muqayyar. Ali
encontrou as ruínas de uma torre edificada com tijolos. Essa torre era um Ziggurate.
Em 1856, RAWLINSON,
numa das esquinas deste Ziggurate, encontrou uma inscrição de Nabonido
(556-538 a.C.). Essa inscrição dizia:
“Esta
Torre pertence a UR NAMU”
Em 1918, H.
WOOLEY realiza escavações no Telll el Muqayyar e um pouco mais
distante em Ubaid. Em Ubaid ele encontra referências da cidade de
Ur, e também a indicação da Primeira Dinastia de Ur que data
de 3000 a.C. A 3ª Dinastia é justamente a de Ur Namu (2200
a.C.).
b. A Peregrinação de Abraão
Foi
encontrada uma pintura em Beni-Hasan, que fica à margem do Rio
Nilo, a 400 km ao sul da cidade do Cairo. Nesse desenho se
encontra a figura de um grupo de semitas visitando o Egito, que são liderados
por um homem chamado ABSHA = equivalente ao Abraão bíblico =
em 1800 a.C., que justamente corresponde ao período de Abraão.
6. O PERÍODO PATRIARCAL
1. Documentos Relacionados Com o Período Patriarcal
Um
dos mais importantes documentos desse Período é o Código do Rei
Hammurabi, de 1850 a.C.
Antes
da Lei de Hammurabi, existem:
•
Leis da Cidade de Schnunna
•
Leis de Lipit Ishtar
•
Leis da Cidade de Nuzzi (cerca de 18 mil documentos)
•
Leis da Cidade de Mari (cerca de 25 mil documentos)
2. O Descobrimento de Mari
Em 1933,
um árabe beduíno encontrou uma estátua sem cabeça numa região chamada Tel
Hariri, ao Norte do Eufrates.
Um
arqueólogo francês, André Parrot, por causa desta estátua, inicia
escavações no Tel Hariri encontrando dois Templos:
•
Um dedicado ao deus Dagon: nele havia uma lista dos deuses daquele lugar.
•
Outro dedicado à deusa Ishtar: nele havia uma lista dos reis daquele lugar.
Eram nomes semitas.
Em 1934,
na continuidade das escavações no Templo de Ishtar, encontrou-se uma inscrição,
e nela o nome da cidade: Mari.
Outros
descobrimentos:
•
Templo Ninni-Zaza: encontrou-se colunas de pedra, como altares que lembravam
uma divindade: Massebah (influência israelita do período de
apostasia).
•
Templo de Dagon: encontrou-se colunas de madeira, como símbolos para adoração,
chamadas Asherim (influência israelita do período de
apostasia).
•
Palácio de Zin-Ri-Ilu: foi encontrado um arquivo com cerca de 25 mil
documentos, com registros da era patriarcal.
Os
arqueólogos destacam uma expressão pela qual acreditam que o povo de Mari se
identificava com os israelitas:
Bene Yamini = Benjamim - “Filho do
Sul”
3. Costumes Patriarcais
a. O Princípio da Propriedade
•
Propriedade: era inalienável; algo de maior importância.
•
Sistema de Adoção: O proprietário de muitas terras, sem filhos, poderia adotar
um herdeiro. Esse herdeiro poderia ser:
>
Livre
>
Escravo
>
Parente
O
adotado deveria servir ao dono e conceder-lhe um sepultamento digno. A
propriedade era demarcada por terafins: “deuses da propriedade”.
A
adoção era escrita num tijolo, e este era colocado na entrada da cidade.
b. Documento de Adoção
Este
documento foi encontrado nas ruínas de Nuzzi por volta
de 1935. Descrição do documento:
Shuriha-Ilu, adota um jovem chamado Sheninna. Ele,
em vida, recebe uma porção da herança. Contudo, se Shuriha-Ilu tiver um filho
próprio, este filho recebe uma porção duplicada e Sheninna fica em 2º lugar.
Sheninna
recebe como esposa uma jovem chamada Kelim-Ninu.
Se
Kelim-Ninu não tivesse filhos, ela mesmo deveria procurar outra mulher para ter
filhos com Sheninna; essa mulher deveria ser da Terra de Lillu -
expressão que significa “moças servas”.
Por
outro lado, a Lei nº 163 de Hammurabi, afirmava que essa moça
não precisava ser necessariamente uma “serva”; poderia ser de família, ou outra
qualquer condição.
c. A Adoção da Serva da Esposa
A
continuidade do Documento de Adoção diz:
Por
ocasião do casamento de Kelim-Ninu, ela recebe como serva, a jovem Yalampa.
Se Kelim-Ninu não tiver filhos, Sheninna terá filhos com Yalampa.
d. Herança dos Terafins
Há
um documento que trata da adoção de Wullu. Neste documento se
estipula que Wullu é herdeiro, e como tal ele deve alimentar e vestir ao seu
senhor até a sua morte. Após a morte, Wullu recebe a terra e os ídolos que
representavam a herança. Wullu havia sido adotado por Nashwi.
Existem
9 outros tijolos onde se relaciona a propriedade com os ídolos (terafins).
7. ISRAEL NO EGITO E O ÊXODO
1. A Dominação dos Hicsos
Manetho, sacerdote de Sebanitos, que
viveu aproximadamente em 240 a.C., fez uma relação da História do Egito,
dividindo-a pelas Dinastias dos governantes, totalizando 30 Dinastias ao
todo.
A
1ª Dinastia começou com o faraó Menes, e corresponde a 3100
a.C. Foi o primeiro faraó egípcio a unir o Alto e o Baixo
Egito. Segundo Manetho, a História começa neste período. Segundo a
História, os governantes da 1ª à 12ª Dinastias, eram egípcios.
Na
13ª Dinastia ocorreu a invasão dos Semitas, que eram chamados
de Hikaw Koswer - governantes de terras estrangeiras.
Mais
tarde, os gregos chamaram os invasores de Hicsos.
Os
hicsos, primeiramente, se apoderaram do Alto Egito (aproximadamente 1758 a.C.).
A 14ª Dinastia já não foi de egípcios, mas de hicsos. Durante esta Dinastia,
eles se apoderaram de Menphis, no Baixo Egito. Eles fundaram a
capital Avaris. Nesta capital estabeleceram o território de Gosen,
que é conhecido atualmente como Wadi Tumilat.
•
Aporte Cultural:
Os
hicsos levaram para o Egito o cavalo, tipos de facas, espada, carros de guerra,
construção de fortificações, flechas de pontas metálicas.
2. Israel no Egito
a. A prisão de José
A
Arqueologia descobriu um Papiro nas ruínas de Elefantina, que se
encontra no Museu do Brooklin. Neste papiro há uma lista de
prisioneiros onde estão designados o sexo, a idade, a criminalidade e a
sentença de cada um.
No
verso deste documento, encontram-se 79 nomes de prisioneiros, dizendo que os
mesmos são servos de um grande senhor do Egito. 40 nomes aparecem juntamente
com suas funções. Há exemplos de profissões como: mordomo da casa, chefe dos
padeiros, chefe dos copeiros.
b. A Investidura de José
Foi
encontrada uma pintura em uma das paredes do palácio do faraó Seti I
(1308 a 1290 a.C.). Nesta pintura, o faraó aparece colocando uma corrente
de ouro em um estrageiro, elegendo-o Vizir.
c. A Fome no Egito
O
sonho para os egípcios era uma mensagem divina. Possivelmente, foi por esta
razão que Deus deu um sonho a faraó.
A
vaca era representação de divindade; o deus Hourus tinha
cabeça de vaca. O rio Nilo era representado pelo boi que significava o deus da
fertilidade. O deus Osiris tinha cabeça de boi. Existe um
documento escrito pelo faraó Djoser (2700 a.C.), no qual ele diz:
“Meu
coração está triste... pessoas... o rio Nilo está deficiente, os frutos são
poucos e os cereais são escassos.”
O
faraó Seti II (1210 a 1195 a.C.) deixou um documento em que
autoriza o senhor Bedú (que possivelmente era de Moabe), a
entrar no Egito para comprar cereais.
3. O Êxodo
a. A Data do Êxodo
Recurso
bíblico: 1 Reis 6:1 = Construção do Templo de Salomão. Iniciou
no 4º ano do reinado de Salomão > 970 a.C. - 480 = 1450 a.C.
Flávio
Josefus menciona ser da época do faraó Ramsés em 1200 a.C. Contudo
a 1ª data é mais sensata.
Foi
descoberto um papiro egípcio chamado Anastasi, que segundo os
arqueólogos corresponde ao século XIII a XIV a.C. Nele há uma ordem para
fabricar tijolos que mais parece um castigo, indicando:
“Produzam
o mesmo número de tijlos...”
Pelo
que se observa, este pairo não corresponde ao período do Êxodo, pois data de
100 anos mais tarde. Seriam outros escravos.
b. A 18ª Dinastia
Kamose iniciou a expulsão dos hicsos na 17ª Dinastia. Depois de
Kamose aparece Amose, que possivelmente fosse seu filho. Amose foi
da 18ª Dinastia e foi quem terminou a expulsão dos hicsos. Reinou de 1565
a 1546 a.C.
Foi
sucedido por Amenhotep, filho de Amose, que reinou de 1553
a 1532. Amose também teve uma filha chamada Amose.
Sucessão Patrilinear: é a sucessão através do
filho.
Sucessão Matrilinear: é a sucessão através da
filha, mas quem governa é o esposo.
Tutmés I, esposo de Amose, foi faraó de 1532
a 1506 a.C. Tutmés teve uma concubina chamada Mutnofrete.
De
Tutmés I com Amose nasceu Hatshepshut. Hatshepshut casou-se
com Tutmés II, filho de Tutmés I e Mutnofrete. Tutmés II
reinou de 1508 a 1504 a.C.
Hatshepshut
assumiu o lugar do esposo, por este ser inábil para governar, e reinou de 1504
a 1482 a.C.
Nefruere, filha de Tutmés II e Hatshepshut,
casou-se com Tutmés III, que era filho de Tutmés II com uma
concubina. Tutmés III reinou de 1482 a 1450 a.C.
Amenhotep II, filho de Nefruere e Tutmés III, reinou
de 1450 a 1425 a.C., e seu filho, Tutmés IV, reinou
de 1425 a 1412 a.C.
> Êxo.
1:8 ® Amose
está neste texto = “O faraó que não conhecia José”.
> Êxo.
1:11 ® Este
faraó seria Amenhotep I = “O faraó da aflição”.
Tutmés I ® faraó
do decreto de morte. Êxo. 1:22 > Nascimento de Moisés.
Hatshepshut ® tira
Moisés do Nilo. Êxo. 2:5 > Princesa.
® Morre seu pai, Tutmés
I, e ela diminui a carga de trabalho.
Êxo. 2:25
Êxo. 2:23 > O faraó morre.
Provavelmente
este faraó tenha sido Hatshepshut. A Arqueologia descobriu o Palácio de
Hatshepshut na cidade de Deir el Bahari, perto da cidade de Luxor
(antiga Thebas). Nas colunas deste palácio, mostra-se que Hatshepshut foi
faraó. As inscrições também indicam que ela governava sob a orientação de um
homem sábio chamado Sen-Mut. Ele era conhecedor da magia,
mineralogia (exploração de minas).
Em Atos
7:22, a Bíblia menciona que Moisés foi conhecedor de toda
ciência do Egito. Sendo assim, como provavelmente Hatshepshut tirou Moisés das
águas, possivelmente Sen-Mut foi o grande instrutor de Moisés.
Êxo. 14:28 > O faraó sepultado nas águas
do Mar Vermelho.
Provavelmente
tenha sido Tutmés III, o faraó do período das pragas.
Pela
Arqueologia, sabe-se que Tutmés III, era um grande construtor. Além disso,
liderou 16 campanhas para conquista de territórios.
4. A Rota do Êxodo
A
Bíblia afirma que o Êxodo partiu de um lugar chamado Rameses. (Êxo.
12:37). A Arquelogia encontrou um local chamado Pí-Rameses, na
colina de Qantir. Identificou-se um lugar chamado Sucote, que
se encontra no extremo de Wadi Tumilat. Essa região está sobre uma
colina chamada Tel el Masqquta.
Êxo. 14:2 > Aparece o nome Pí-Harirote
Descobriu-se
um canal com a seguinte inscrição: HRT. Como no hebraico e árabe
não existem vogais, talvez esteja localizado o local indicado na Bíblia. Nessa
região existe uma torre que é identificada com o nome: MGTL. Este
corresponde a Migtol, citado na Bíblia.
8. ISRAEL EM CANAÃ
1. Nações que Habitavam em Canaã
a. Filisteus
Historicamente,
são povos que procederam do Mar Egeu. Se acredita que participaram da Guerra
de Tróia, e após isso, atravessaram o Mediterrâneo e chegaram a Canaã, e em
seguida invadiram o Egito (sécs. XIV a XII a.C.).
Eles
foram chamados pelos egípcios de Peleshet - povos do mar. Por
essa época, os egípcios expulsaram os filisteus e estes passaram a ocupar
o sul de Canaã, região conhecida como Shephelah.
Nesta
região, eles fundaram as cidades de Gaza, Ashquelon, Ekron, Asdode e
Gade.
Naquela
época, eles estabeleceram uma importante contribuição cultural: A
metalurgia.
Religião: o deus principal era Baal.
Outro deus principal era Dagon = deus da chuva. Havia também a
deusa Ashera = deusa da fertilidade.
O
nome Palestina, siginifica: Terra dos Peleshet, ou dos
filisteus.
b. Cananeus
Foram
povos que possivelmente se originaram no norte da Mesopotâmia, e
são de origem semita. Chegaram à Canaã nas famosas migrações
amoritas.
Os
cananeus tiveram grande aporte cultural: grandes cidades, estradas, invenção
do alfabeto (a maior contribuição cultural).
Deste
alfabeto, foi descoberto por Flinders Petrie, em 1905, vestígios,
num local chamado Serabith el Kaden, datado de 1800 a.C.
Outro
documento que demonstra que os cananeus inventaram o alfabeto, foi encontrado
na região de Gezer, e tratava-se de um calendário.
Os
cananeus fundaram a Cultura Ugarítica (Ugarit), cuja capital
é Ras Shamra. As ruínas deste local foram descobertas
por Claude Shaeffer, e nessas ruínas descobriram-se milhares
de tijolos em língua semítica.
Religião: o deus principal era Baal =
deus da fertilidade. O grande problema eram as festas religiosas, por se tratarem
de verdadeiras orgias.
c. Arameus
Povos
que se originaram no sul da Mesopotâmia. Se estabeleceram
no Norte de Canaã, a atual Síria. Ali fundaram
algumas cidades: Beth Rehov, Tob, Damasco (+ importante) e Hamath.
A
contribuição cultural dos arameus foi a língua: o aramaico. O
aramaico era o “inglês” dos séculos X a IV a.C. Entre os documentos
encontrados, notaram-se os nomes de reis que apenas a Bíblia mencionava até
então: Hazael, Rezin.
2. Documentos Arqueológicos da Presença Israelita em Canaã
a. Cartas do Tell el Amarna
Em 1887,
na região de Amarna, que fica no Egito, uma mulher
beduína encontrou tijolos que depois foram relacionados com cartas
recebidas pelo faraó Amenhotep IV (séc. XII a.C.). Essas cartas eram
diplomáticas entre os povos de Canaã e Mesopotâmia e o Egito,
escritas em cuneiformes, e pediam ajuda ao faraó para conter
a invasão dos habirú. Outras cartas apresentam o nome hapirú. Em
ambos os casos, trata-se dos hebreus.
Esse
faraó também é conhecido como o Herético, por ter terminado com a
religião politeísta do Egito, instituindo uma religião monoteísta, depois do
Êxodo de Israel. Depois disso, fundou a capital de seu reino em Amarna. Também
mudou o seu nome para Akenathem. Athem era o nome
do deus que ele escolheu.
b. Stela de Merneptah
Merneptah foi um faraó que governou entre 1230-1216
a.C. No 5º ano de governo já havia conquistado várias nações. Para
comemorar estas conquistas, mandou construir um Stela. Nela ele
escreveu uma relação das nações conquistadas. E nesta lista, aparece
pela 1ª vez num documento arqueológico, o nome de Israel como
nação organizada. É uma confirmação direta do relato bíblico.
3. Cidades Conquistadas
a. Jericó
As
ruínas de Jericó são encontradas no Tell el Sultan. Era conhecida
como Cidade das Palmeiras.
Jericó
deriva da palavra Jeriah, que significa Lua.
Em 1920, Garstang,
encontrou uma camada de cinzas que ele identificou como sendo do período de
Josué. Ele se enganou.
Em 1950, Katleen
Kenyon analisou essa camada de cinzas e determinou que ela pertencia à
época do Bronze I. Ela fez uma relação dos períodos de
ocupação do Tell el Sultan:
•
até 1500 a.C.: Jericó estava habitada.
•
1500 a 1400 a.C.: Desabitada
•
1400 a 1300 a.C.: Ocupada
•
1300 a 1200 a.C.: Denudação. Não há, segundo ela, nenhum vestígio desse
período. Jericó foi completamente devastada. Esse período corresponde ao
período da Conquista de Jericó. Deus destruiu tudo, a ponto de não haver nenhum
vestígio.
•
1200 a 1100 a.C.: habitada
b. Ai
Conhecida
como Et Tell. Nela encontram-se vestígios de destruição do
século XIII a.C.
c. Beth Shan
Ainda
hoje tem esse nome, e seu nome significa Casa do deus Shan. Localiza-se
ao Sul da Galiléia, às margens do Jordão.
Há
um documento de um faraó, Shetos I - séc. XIII, que invadiu
Beth Shan e desalojou os hapirú (israelitas).
d. Hazor
Encontra-se
numa montanha chamada Tell el Quedah, situada ao Norte.
9. REINO UNIDO E REINO DIVIDIDO
1. Reino Unido
a. Período de Saul
Foram
feitas escavações em Gibeã, num local chamado Tell el Ful,
por W. F. Albright. Neste local encontrou-se o Palácio de Saul.
Este palácio tem a estrutura de uma casa comum.
Os
muros deste palácio foram construídos no sistema Casamata =
muros construídos paralelamente, sendo que o espaço entre ambos era usado para
armazenar cereais, ou em locais estratégicos era preenchido com entulho.
b. Período de Davi
A
Arqueologia descobriu a Cidade de Davi, conhecida como Citadel,
localizada na Colina de Offel. Também foi descoberto o Canal
de Gihon, por onde Davi entrou em Jerusalém e dominou os jebusitas.
c. Período de Salomão
Numa
colina chamada Tell el Qasileh, foi encontrada uma ostracon,
que trazia o relato da quantidade de ouro de Offir. Esse ouro
foi usado para revestir o Templo. Foi um reinado extremamente rico.
2. Documentos Arqueológicos do Período do Reino Dividido
a. A Pedra Moabita
Em 1968,
foi encontrada por um padre franciscano, uma pedra de 1,50 cm de
altura. Depois, nas mãos de um grupo de árabes, ela foi dividida com intenções
comerciais. Mais tarde, ela foi reconstruída e então notou-se a presença de
inscrições em escrita fenícia.
Nestas
inscrições o Rei Mesha agradecia ao deus Quemosh as
vitórias contra as nações inimigas, e principalmente, pela vitória sobre Onri,
rei de Israel.
b. Obelisco de Salmanassar III
Foi
encontrado em Dibon. Nesse obelisco, Salmanassar III mandou gravar
figuras de nações derrotadas por ele. Estas figuras mostram os reis destas
nações.
Entre
as estas figuras, aparece a figura de Jeú, filho de Onri, inclinado
diante de Salmanassar III, oferecendo-lhe honrarias.
Nenhum comentário
Postar um comentário