ORIENTAÇÃO PARA UMA VIDA
SEXUAL SADIA
I. A ATIVIDADE SEXUAL NA
NATUREZA:
Sua finalidade é
garantir a manutenção das espécies de seres vivos. É por isso que o impulso
sexual é algo tão forte. A energia sexual é seguramente a energia biológica
mais poderosa que existe, pois é através dela que nos tornamos parceiros de
Deus no processo da Criação. É a única energia natural capaz de gerar Vida (Gn.
1.22,28).
O Sexo na espécie humana
e nas demais espécies de seres vivos: a diferença está no fato de que o ser
humano é o único animal que usa o sexo não só para procriar, mas como fonte de
prazer e expressão de amor. Grifamos a conjunção "e" para realçar o
fato de que as duas coisas vêm necessariamente juntas: à luz da Palavra de
Deus, o sexo apenas como fonte de prazer torna-se pecaminoso, como veremos no
decorrer do estudo.
1.- O plano de Deus para
a sexualidade humana: à luz de Gn. 2.24 e Mt. 19.3-11, compreendemos que o
plano de Deus é que o ser humano exerça sua sexualidade no plano de
companheirismo entre o homem e a mulher numa parceria de vida, e não só de
sexo. Uma união tão completa que torna dois indivíduos de sexos opostos partes
de uma unidade que, idealmente, deve ser indissolúvel (ver também I Co. 7.4).
A importância que a
Bíblia dá à relação sexual fica clara no texto de I Co. 6.16, onde podemos
perceber que o vínculo criado por esse relacionamento é intenso, mesmo quando
exercido de modo leviano e irresponsável. A intimidade compartilhada gera uma
espécie de compromisso implícito, que a qualquer momento pode surgir na forma
de cobranças afetivas ou materiais.
2.- Erotismo x
pornografia: Há uma diferença básica entre estas duas palavras, embora elas
venham sendo usadas hoje em dia praticamente como sinônimos. Erotismo é o
conjunto de sensações e impulsos que nos impelem à atividade sexual. Dentro de
um relacionamento sexual sadio, os estímulos eróticos, como beijos e carícias,
fazem parte do "jogo do amor", e levam a sensações e experiências
muito agradáveis. Pornografia, por outro lado, é o mau uso do erotismo, levando
a práticas sexuais erradas e pervertidas: o estímulo à prostituição, ao
homossexualismo, etc. A confusão de erotismo com pornografia tem levado muitos
crentes a deixarem de exercer e aproveitar as práticas eróticas normais, como
se o erotismo em si mesmo fosse pecaminoso. Ver I Tm. 4.1-5 e Tt. 1-15. A este
respeito, citamos Robinson Cavalcanti em seu livro Libertação e Sexualidade:
"O que pode o ser
humano fazer com a sua sexualidade:
Realizá-la:
Realizá-la:
de
forma estável, comprometida e heterossexual (ideal) - o que nem sempre é
possível, por fatores interiores ou alheios à vontade (falta de condições,
falta de parceiros, etc.);
de forma instável, não comprometida ou mecânica com relacionamentos heterossexuais sucessivos e superficiais;
de forma homossexual, instável ou estável, o que não é recomendável;
de forma isolada pela masturbação.
de forma instável, não comprometida ou mecânica com relacionamentos heterossexuais sucessivos e superficiais;
de forma homossexual, instável ou estável, o que não é recomendável;
de forma isolada pela masturbação.
Reprimi-la: violentando a natureza,
o que traz conseqüências negativas;
Sublimá-la: canalizando a libido
para atividade alternativas e compensatórias, de forma temporária ou
permanente, quando possível.
A culpa é um ponto de
encontro entre a Teologia e a Psicologia. A Graça pode ser outro ponto de
encontro, que substitui o anterior. A culpa, quanto à sexualidade, tem afetado
a saúde mental de milhares de pessoas, inclusive cristãs. De onde, então, pode
se originar o sentimento de culpa?
do Espírito Santo, quando nos procura
convencer "do pecado, da justiça e do juízo", sintonizado com a Palavra
e impelindo à Graça, ao perdão e à restauração;
do maligno, quando, até usando a
Palavra, procura manter as pessoas derrotadas, presas, auto-destruídas;
da cultura, das tradições, dos
ambientes, que alimentam negativamente o nosso superego.
Devemos, também,
procurar distinguir o pecado da mera tentação, pois a tentação é parte do
dia-a-dia da humanidade, e o próprio Senhor foi tentado.
A Igreja, como
comunidade terapêutica, deve ser ministradora da Graça, visando o perdão e a
restauração, visando a construção e a maturidade, visando a santidade e a
sanidade, o que implica na aceitação do outro e no exercício do amor. O amor é
o maior canal da Graça."
3.- Há erotismo na
Bíblia? Leia-se Pv. 5.15-20; Ct. 1.2; 4.10,11; 7.9-12. É fácil perceber, por
estas passagens, que o erotismo é parte natural e agradável da vida humana, em
nada afastando o Homem do seu Criador.
Podemos notar, por esta
primeira parte do estudo, que a sexualidade e o erotismo são bênçãos que Deus
nos dá, e não pecados em si mesmos. Como, então, a sexualidade pode se tornar
um fator de afastamento de Deus? Passamos então a analisar o
II. COMPORTAMENTO SEXUAL
FORA DO PLANO DE DEUS
Procedimentos
"normais" do ponto de vista exclusivamente biológico (ou seja,
envolvendo duas pessoas de sexos opostos, numa relação pênis/vagina); podemos
analisar dois tipos de situação:
Relações sexuais antes
do compromisso conjugal: quando o casal ainda não tem condições de maturidade,
estabilidade financeira e psicoafetiva, quando ainda não é possível assumir um
com o outro o compromisso de parceria de vida, e não só de sexo. Este tipo de
situação ocorre:
para adquirir
experiência: o jovem ou adolescente acha que precisa aprender antes de
comprometer-se com o (a) futuro (a) companheiro (a);
por amor, entre
namorados. Neste caso, freqüentemente há o compromisso afetivo mas não existem
condições de se assumir o compromisso conjugal. O casal sente que "um
pertence ao outro", e a atração é muito forte, e sempre muito difícil de
resistir.
A Palavra de Deus adverte
expressamente contra a prática do ato sexual sem o compromisso conjugal. Ver
Dt. 22.20,21,28 e 29. No segundo livro de Samuel, no capítulo 13, há a história
de Amnom e Tamar (ambos filhos de Davi, mas de mães diferentes), em que Amnom
sente fortíssima atração pela meia-irmã, e a seduz. O relato bíblico diz que
"Depois Amnom sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que
sentiu por ela, que o amor que ele lhe votara". Este é um fato comum: um
dos parceiros passa a desprezar o outro (mais freqüentemente o rapaz despreza a
moça), e o relacionamento, inicialmente bonito, correto e saudável, dá lugar a
tristeza, humilhação e sofrimento.
Como resistir? A receita
bíblica é o autocontrole, fruto do Espírito: I Ts. 4.3-8; I Co. 13.7; Gl. 5.23.
Ver também a advertência aos jovens, em Ec. 11.9.
a) Relações sexuais
extraconjugais: o adultério.
A Bíblia proíbe
expressamente a prática do adultério, sendo esta proibição um dos dez
mandamentos (Ex. 20.14). Na lei mosaica, este pecado era punido com a pena de
morte (Dt. 22.22-27).
Salomão, no livro dos
Provérbios, adverte contra esta prática: Pv. 7.7-23.
É comum o adúltero achar
que pode justificar-se argumentando que a atração que sente pela outra (ou o
outro, no caso da mulher) surgiu como uma coisa espontânea,
"honesta", até bonita. Isto é uma ilusão. Há no adultério uma dupla
deslealdade: para com o cônjuge, que está sendo traído, e para com o
companheiro ou companheira clandestina, com quem não se pode assumir nenhum
compromisso definitivo, a não ser à custa de romper o vínculo com o parceiro
original.
A gravidade do adultério
como pecado compreende-se claramente pela importância que Jesus lhe dá: na
ótica do Mestre, é a única justificativa aceitável para o processo de divórcio
(Mt. 19.9).
b) O incesto, ou relação sexuais
entre parentes íntimos, também é expressamente reprovado na instrução dada por
Deus a Moisés (Lv. 18.6-16).
c) Relações sexuais sem
amor,
sem comprometimento mútuo, pelo simples prazer, ou em troca de dinheiro ou
favores especiais (por interesse). No primeiro caso, falamos em fornicação, e
no segundo, em prostituição.
Desvios ou aberrações do
comportamento sexual: já mencionamos acima que a relação sexual normal do ponto
de vista biológico envolve duas pessoas de sexos opostos, sexualmente maduras,
isto é, cujo organismo está pronto para o ato da procriação. Qualquer relação
fora deste padrão já não envolve apenas questões éticas, mas sim condições
patológicas: doenças da mente e do espírito. Em Lv. 18.22,23, e Rm. 1.26,27
compreendemos a gravidade deste tipo de comportamento. Conhecemos vários tipos
de aberração:
d) Bestialismo ou
zoofilia:
a prática de relações sexuais com animais.
e) Pedofilia: a atração anormal por
crianças ( criaturas ainda não sexualmente maduras).
f) Necrofilia: a prática de relações
sexuais com cadáveres.
g) Homossexualismo: o relacionamento sexual
com pessoas do mesmo sexo.
h)Sexo anal: a relação sexual com
penetração no ânus em vez da vagina. Biologicamente, o ânus é um orifício de
saída, não de entrada. O material contido na ampola retal, que é a última parte
do intestino e que desemboca no ânus, é cheio de bactérias, cuja presença é
normal no local mas nas vias urinárias pode levar ao aparecimento de lesões e
infecções às vezes graves. Além disso, é uma relação mais traumática, causando
freqüentemente escoriações e fissuras por onde podem entrar microorganismos
atingindo a corrente sangüínea e causando doenças como a AIDS.
É interessante a maneira
como Robinson Cavalcanti analisa os desvios do comportamento sexual, no livro
já citado acima:
"Há um certo
consenso na ética cristã de que:
a) por certo Deus destinou
o ser humano a buscar a realização sexual com outros seres vivos. A necrofilia,
ou atração sexual por cadáveres, fere esse padrão;
b) Deus destinou o ser humano à realização sexual com outro ser da mesma espécie. A zoofilia, ou atração sexual por irracionais, fere esse padrão;
c) Deus destinou o ser humano à realização com o sexo oposto. O homossexualismo, ou atração pelo mesmo sexo, fere esse padrão;
d) Deus destinou o ser humano a se realizar sexualmente por livre manifestação de vontade. O estupro, ou relações sexuais à força, fere esse padrão;
e) Deus destinou o ser humano à realização sexual por amor. A prostituição, ou relação sexual mediante remuneração ou recompensa, fere esse padrão;
f) Deus destinou o ser humano a relacionamentos estáveis, que crescem e se aprofundam. A fornicação, ou relacionamentos sexuais efêmeros e sucessivos, fere esse padrão;
g) Deus destinou o ser humano a relacionamentos na amplitude da espécie. O incesto, ou relacionamento sexual com parentes próximos, fere esse padrão;
h) Deus concebeu a atividade sexual como um ato de comunicação interpessoal. A masturbação, ou auto-realização sexual solitária, quando opção permanente de um egoísmo sexual, fere esse padrão;
i) Deus deixou ao ser humano a incumbência e a capacidade de reprodução da espécie. Ele é a fonte da vida e condena a morte. O aborto, ou destruição do ser enquanto ainda no útero, fere esse padrão;
j) Destinou Deus o ser humano a fazer da atividade sexual um ato construtivo de afeto. O sadismo, ou prazer em fazer sofrer, e o masoquismo, ou prazer no sofrer, com suas agressões e mutilações, fere esse padrão;
k) Destinou Deus o ser humano à integração da sua sexualidade com equilíbrio, dentro de uma pluralidade de atividades e interesses. A lascívia, sexocentrismo, sexomania ou obsessão sexual, fere esse padrão."
b) Deus destinou o ser humano à realização sexual com outro ser da mesma espécie. A zoofilia, ou atração sexual por irracionais, fere esse padrão;
c) Deus destinou o ser humano à realização com o sexo oposto. O homossexualismo, ou atração pelo mesmo sexo, fere esse padrão;
d) Deus destinou o ser humano a se realizar sexualmente por livre manifestação de vontade. O estupro, ou relações sexuais à força, fere esse padrão;
e) Deus destinou o ser humano à realização sexual por amor. A prostituição, ou relação sexual mediante remuneração ou recompensa, fere esse padrão;
f) Deus destinou o ser humano a relacionamentos estáveis, que crescem e se aprofundam. A fornicação, ou relacionamentos sexuais efêmeros e sucessivos, fere esse padrão;
g) Deus destinou o ser humano a relacionamentos na amplitude da espécie. O incesto, ou relacionamento sexual com parentes próximos, fere esse padrão;
h) Deus concebeu a atividade sexual como um ato de comunicação interpessoal. A masturbação, ou auto-realização sexual solitária, quando opção permanente de um egoísmo sexual, fere esse padrão;
i) Deus deixou ao ser humano a incumbência e a capacidade de reprodução da espécie. Ele é a fonte da vida e condena a morte. O aborto, ou destruição do ser enquanto ainda no útero, fere esse padrão;
j) Destinou Deus o ser humano a fazer da atividade sexual um ato construtivo de afeto. O sadismo, ou prazer em fazer sofrer, e o masoquismo, ou prazer no sofrer, com suas agressões e mutilações, fere esse padrão;
k) Destinou Deus o ser humano à integração da sua sexualidade com equilíbrio, dentro de uma pluralidade de atividades e interesses. A lascívia, sexocentrismo, sexomania ou obsessão sexual, fere esse padrão."
Todo desvio de conduta é
conseqüência da negação de Deus por parte do ser humano (Rm. 1.21-32).
Em 1 Co. 6.9,10 há uma
lista de tipos de pessoas que não podem herdar o reino de Deus: "nem
impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem
ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o
Reino de Deus".
É claro que isto não
significa que não há esperança para os adúlteros, homossexuais, fofoqueiros,
furadores de fila, pão-duros, etc. Porém, é uma ilusão perigosa achar que Jesus
vai garantir salvação sem conversão. Devemos respeito a essas pessoas enquanto
seres humanos, mas não podemos, por exemplo, pedir que Deus abençoe uma união
homossexual sob o pretexto de que "é uma relação de amor"(!).
Imitando Jesus, devemos amar o pecador, mas não o pecado.
Felizmente, em Jesus há
esperança para todas estas pessoas (1 Co. 6.11).
Para terminar o nosso
estudo, analisaremos agora a
III. ATITUDE DO CRISTÃO
DIANTE DO PECADO E DO PECADOR
Atitude errada: o
legalismo (Cl. 2.16-23). A postura dos "crentes" tem sido
tradicionalmente assim. Estamos sempre prontos a apontar o dedo, a julgar e a
condenar, apesar de todas as advertências da Palavra de Deus contra este hábito
(Rm. 2.1; Tg. 2.8-13; Lc. 18.9-14).A Igreja tem um Código de Disciplina que tem
sido aplicado com extremo rigor e sem misericórdia no caso dos pecados sexuais,
e de maneira branda ou mesmo nenhuma no caso de intrigas, fofocas maldosas,
atitudes desonestas, etc. Membros têm sido afastados do convívio dos crentes
por causa da disciplina mal aplicada. Muitos, por não terem ainda maturidade
espiritual, têm se afastado de Deus por confundirem a "justiça" da
igreja com a Justiça de Deus.
Não queremos dizer com
isto que o Código de Disciplina é supérfluo ou está errado, mas que ele tem
sido aplicado de maneira totalmente distante dos propósitos de Deus. Punições
como suspensão ou exclusão da comunhão só devem ser aplicadas em casos de
membros não arrependidos e reincidentes contumazes apesar das exortações feitas
com amor.
A disciplina de Deus
está bem exemplificada na história de Davi (2 Sm. 12.1-25). Tendo cometido o
duplo crime de adultério e assassinato, Davi é exortado e depois informado que
tem o perdão de Deus, mas não pode fugir às conseqüências do seu pecado. E a
sua atitude é exemplo para todos nós.
A atitude correta:
i) A atitude de Jesus: o
episódio da mulher adúltera nos dá o exemplo (Jo. 8.1-11). Ficam claras a Sua
misericórdia para com a pecadora, sem tornar-se cúmplice ou conivente com o seu
pecado ("Vai, e não peques mais").
j) A "receita"
bíblica para a nossa atitude: Gl. 6.1-5).
Encerramos este estudo
com uma afirmação de fé: talvez muitos de nós tenhamos em nosso passado algum
pecado, de ordem sexual ou não, do qual nos envergonhamos. Mas podemos confiar
na promessa de Deus em Sua Palavra: "Tais fostes alguns de vós; mas vós
vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do
Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1 Co. 6.11).
Que a Graça do Nosso
Senhor Jesus Cristo esteja com todos nós.
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