A
Interpretação das Sagradas Escrituras
A Bíblia Sagrada não
é simplesmente um livro, é uma Pessoa Viva, porque Jesus Cristo é o Verbo Vivo
de Deus.
Para alcançar conhecimento, interpretação e
discernimento das Escrituras Sagradas é necessário estar disposto a se
submeter, totalmente, ao Senhor, em Obediência, em Santidade, em Amor e em Comunhão. Disse Jesus :
"...sem mim nada podeis fazer." João 15: 5
Além disso, é importante conhecer, pelo
menos, dez regras fundamentais que servem para nortear o
trabalho de interpretação das Sagradas Escrituras.
Primeira Regra: A Oração
Qualquer leitura que façamos das Escrituras
Sagradas deve ter início com a oração. Todo o trabalho de interpretação deve
começar com a oração. É necessário que nos cubramos com a proteção de Deus e
convidemos o Espírito Santo a ser o nosso Mestre."Falamos, não com
palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo
Espírito Santo." 1 Coríntios 2: 13
De acordo com o que está escrito em 1 Coríntios
2: 10, o Espírito Santo esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de
Deus e nos revela. Assim, o verdadeiro conhecimento e a verdadeira
interpretação são conseqüências da leitura da Palavra e da comunhão com o
Senhor Nosso Deus.
Segunda Regra: Identificar
a diferença entre descrição e prescrição
O texto é descritivo quando narra um
acontecimento. Nem sempre os fatos narrados na Bíblia são regras para serem
seguidas. Os relatos dos Livros Históricos da Bíblia transmitem profundas
lições espirituais, mas somente são considerados como doutrinas, para nós,
cristãos, se houver concordância nos textos bíblicos doutrinários existentes,
principalmente, nas Epístolas do Novo Testamento.
O texto é considerado prescritivo quando encerra ensinamentos e mandamentos para nós cristãos.
Terceira Regra: Utilizar o Método Indutivo
O texto é considerado prescritivo quando encerra ensinamentos e mandamentos para nós cristãos.
Terceira Regra: Utilizar o Método Indutivo
O método indutivo é o processo de
pensamento que vai do simples ao mais complexo. Assim, é importante em primeiro
lugar compreender o significado mais simples e mais direto, apesar disso não
significar que os textos bíblicos sejam de fácil compreensão. Muitas vezes,
necessitamos de auxílio de Bíblias de Estudos, Dicionários Bíblicos, ajuda do
pastor e, algumas vezes nada disso adiantará. "Porque agora vemos como por
espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas
então conhecerei plenamente." 1Coríntios 13: 12
Por esta razão, somente prosseguir em busca de
respostas complexas se houver indícios de revelação progressiva.
Quarta Regra: Não
fique buscando respostas para questões que não têm resposta
Algumas pessoas tentam saber quem foi a mulher de
Caim, outras têm perguntas cujas respostas não nos foi dado a conhecer.
Sabemos, também, que toda a a sã doutrina está disponível e compreensível,
conforme a Vontade Soberana de Deus. Não devemos tentar decifrar mistérios ou
desejar ser especialistas em uma espécie de esoterismo cristão. Essa
insistência pode levar a uma obsessão e a idéias que não edificam. "Evita
questões tolas, genealogias, contendas e debates acerca da lei; porque são
coisas inúteis e vãs." Tito 3: 9
Quinta Regra: Revelação Progressiva
Muitas vezes vemos alguma passagem no Velho
Testamento que é revelada em sua plenitude, no Novo Testamento, como acontece
com a vinda de Jesus Cristo à terra e seu ministério.Assim, é importante saber
que o processo de interpretação das Sagradas Escrituras não é instantâneo e sim
progressivo.
Sexta Regra: Textos Analógicos
Sexta Regra: Textos Analógicos
Para uma boa interpretação é necessário
comparar Escritura Sagrada com Escritura Sagrada. O melhor comentário
sobre a Bíblia é a própria Bíblia. Compare os princípios encontrados com
o restante das Escrituras. Se houver reafirmação da verdade, principalmente no
Novo Testamento, devemos tê-las com convicção. Essa regra é chamada pelos
intérpretes de Analogia das Escrituras, e, bem utilizada, evita uma
série de erros grosseiros de interpretação. Podemos estar certos de que não
existem contradições na Bíblia. "Compreenderás a Palavra de Deus melhor
que de outro modo, comparando uma parte com outra, comparando o espiritual com
o espiritual." 1Coríntios 2: 13
Sétima Regra: A
Iluminação e a Revelação
Não existem novas verdades a serem
acrescentadas à Palavra de Deus. A Bíblia possui sessenta e seis livros. O
primeiro Livro é o de Gênesis e o último o de Apocalipse. Há nova iluminação,
ou seja, novos aspectos nos são mostrados. A verdade é apenas uma. Não fomos
chamados para descobrir novas verdades, mas para aprender e proclamar a Palavra
da Verdade, ou seja, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo.
Oitava Regra: O
Contexto e o Teor
É de fundamental importância, analisar o conteúdo
geral de cada passagem. De acordo com Chamberlain (1989), "para
interpretar, contextualmente, há de se levar em conta o conteúdo geral de todo
o documento, se ele é um discurso unificado. Então, o matiz de pensamento que
circunscreve a passagem, pois que mui freqüentemente afeta ele o sentido dos
termos a interpretar-se." Assim, observe o Contexto. Uma das maneiras
de analisar um texto contextualizando-o é fazer esta análise em blocos e não
isoladamente. Quando, por exemplo, estamos estudando um versículo, é
importante estabelecer a relação deste versículo com o capítulo e com o
restante do livro. Essa análise ampla permite uma interpretação harmoniosa e
equilibrada.
Nona Regra: Está Escrito
Nona Regra: Está Escrito
O texto normalmente significa aquilo que está
escrito mesmo. Ele é a Palavra de Deus. Não devemos buscar a interpretação com
base em alegorias ou utilizando artifícios figurativos, porque corremos o risco
de entender algo totalmente diferente do que a Escritura Sagrada está
ensinando. Jesus nos exorta a examinar as Escrituras para achar a verdade, e
não a interpretar as Escrituras para estabelecer a verdade a nosso arbítrio.
Décima Regra: Orar
sem Cessar
O conhecimento e a interpretação da Bíblia é uma
tarefa para a vida inteira. Então, não precisamos ter pressa. A cada obstáculo
devemos parar e orar. Devemos estar sempre e sempre e sempre orando.
Disse Jesus:
"Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto
todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim." João 6: 45
Bibliografia
CARSON, D. A.. A exegese e suas falácias: Perigos na interpretação da Bíblia. Vida Nova, São Paulo, 1992.
CHAMBERLAIN, W. D. Gramática
exegética do grego neo-testamentário. Casa Editora Presbiteriana, São
Paulo, 1992
LUND, E.. Hermenêutica.
Vida, Minas Gerais, 1995.
VALADÃO, Márcio. Contradições
Divinas. Profetizando Vida, Minas Gerais, 1999.
ZUCK, Roy B. . A
interpretação bíblica: Meios de descobrir a verdade da Bíblia. Vida Nova,
São Paulo, 1994.
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