Moisés plagiou o Código de Hamurábi?
A revista teológica Hermenêutica (volume 6, 2006), do curso de Teologia da Faculdade Adventista da Bahia, publicou um artigo que refuta a acusação que alguns céticos fazem a respeito de um possível plágio de Moisés. O autor é o pastor Ozeas Caldas Moura, doutor em Teologia e editor da Casa Publicadora Brasileira. A seguir, alguns trechos do artigo: “Dentre as críticas que se fazem à Bíblia, está a de que Moisés (1520 – c. 1400 a.C.) teria dependido literariamente do Código de Hamurábi, rei babilônico de 1792 a 1750 a.C. Por essa datação para o reinado de Hamurábi, vê-se que entre sua morte e o nascimento de Moisés há um espaço de cerca de 230 anos. Assim, o Código Mosaico e o de Hamurábi estariam separados por um período aproximado de 300 anos.
“Seriam as leis do Código Mosaico mero plágio das contidas no Código de Hamurábi ou os paralelos poderiam ser fruto de antecedentes intelectuais e culturais semelhantes? Até que ponto as Leis Mosaicas são semelhantes ou diferentes das contidas no Código de Hamurábi?”
Em seguida, o Dr. Ozeas apresenta onze semelhanças entre ambas as leis, como por exemplo: Código Moisaico: “O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Lv 20:11). Código Hamurábico: “Se um cidadão, depois (da morte) de seu pai, dormiu no seio de sua mãe, queimarão a ambos” (Art. 157).
Segundo o Dr. Ozeas, “no que diz respeito às leis civis, morais e éticas, há bem pouca diferença entre as leis mosaicas e hamurabianas. A explicação para isso é que o tipo de sociedade da Babilônia, país onde reinou Hamurábi, era parecido com a sociedade israelita (com exceção de que a Babilônia era altamente urbana e comercializada, além de ser de cultura de irrigação, e a israelita era mais agrícola e pastoril e suas terras mais secas do que as da Babilônia). Assim, era de se esperar leis parecidas e, em alguns casos, iguais. Isso não denota plágio por parte de Moisés, pois se a vida nas sociedades babilônica e israelita era parecida, então as leis também deveriam sê-lo (como ainda hoje ocorre entre vários países do mundo e as leis que os regem)”.
O artigo apresenta, também, as significativas diferenças entre os códigos, que podem ser resumidas em três pontos:
1. Os códigos Mosaico e Hamurábico são diferentes em conteúdo: o Código Mosaico, além de conter leis civis, contém também leis religiosas; o Código de Hamurábi é puramente civil.
2. Os dois códigos são diferentes em sua origem: Hamurábi diz que recebeu seu código do deus sol (Shamash), enquanto Moisés recebeu suas leis diretamente de Deus (Yahweh).
3. Os dois códigos diferem em sua moralidade: do ponto de vista ético e espiritual, as leis de Moisés são superiores às de Hamurábi. Nas leis hebraicas é dado valor muito maior à vida humana; uma consideração muito maior à honra da mulher é vislumbrada, e um tratamento mais humano dos escravos é prescrito. Sobretudo, o Código Babilônico nada tem que corresponda à dupla regra áurea que percorre toda a legislação mosaica – o amor a Deus e ao próximo (Mt 22:37-40).
Alfred Jeremias resumiu a diferença no espírito da Tora e do Código Babilônico: “(1) Não há [no Código Babilônico] controle da cobiça; (2) não há limitação para o egoísmo, através do altruísmo; (3) não há nenhum lugar onde se encontre o postulado da caridade; (4) não pode ser encontrado um motivo religioso que reconheça o pecado como a destruição do povo porque está em oposição ao temor de Deus. No Código de Hamurábi estão ausentes todos os traços de pensamento religioso; por detrás da lei israelita levanta-se, a cada passo, a vontade soberana de um Deus santo; ela ostenta um caráter inteiramente religioso.”
O Dr. Ozeas conclui: “Graças a Deus pelos ensinamentos deixados por Moisés e aqueles contidos nas demais partes da Bíblia! E em comparação com o Código de Hamurábi ou outro qualquer, vemos a superioridade, o alcance, a profundidade e atualidade da Palavra de Deus. Sejam nossas as palavras do salmista, quando disse: ‘Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o Teu mandamento é ilimitado. Quanto amo a Tua lei! É minha meditação, todo o dia!’ (Sl 119:96, 97).”
“Seriam as leis do Código Mosaico mero plágio das contidas no Código de Hamurábi ou os paralelos poderiam ser fruto de antecedentes intelectuais e culturais semelhantes? Até que ponto as Leis Mosaicas são semelhantes ou diferentes das contidas no Código de Hamurábi?”
Em seguida, o Dr. Ozeas apresenta onze semelhanças entre ambas as leis, como por exemplo: Código Moisaico: “O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Lv 20:11). Código Hamurábico: “Se um cidadão, depois (da morte) de seu pai, dormiu no seio de sua mãe, queimarão a ambos” (Art. 157).
Segundo o Dr. Ozeas, “no que diz respeito às leis civis, morais e éticas, há bem pouca diferença entre as leis mosaicas e hamurabianas. A explicação para isso é que o tipo de sociedade da Babilônia, país onde reinou Hamurábi, era parecido com a sociedade israelita (com exceção de que a Babilônia era altamente urbana e comercializada, além de ser de cultura de irrigação, e a israelita era mais agrícola e pastoril e suas terras mais secas do que as da Babilônia). Assim, era de se esperar leis parecidas e, em alguns casos, iguais. Isso não denota plágio por parte de Moisés, pois se a vida nas sociedades babilônica e israelita era parecida, então as leis também deveriam sê-lo (como ainda hoje ocorre entre vários países do mundo e as leis que os regem)”.
O artigo apresenta, também, as significativas diferenças entre os códigos, que podem ser resumidas em três pontos:
1. Os códigos Mosaico e Hamurábico são diferentes em conteúdo: o Código Mosaico, além de conter leis civis, contém também leis religiosas; o Código de Hamurábi é puramente civil.
2. Os dois códigos são diferentes em sua origem: Hamurábi diz que recebeu seu código do deus sol (Shamash), enquanto Moisés recebeu suas leis diretamente de Deus (Yahweh).
3. Os dois códigos diferem em sua moralidade: do ponto de vista ético e espiritual, as leis de Moisés são superiores às de Hamurábi. Nas leis hebraicas é dado valor muito maior à vida humana; uma consideração muito maior à honra da mulher é vislumbrada, e um tratamento mais humano dos escravos é prescrito. Sobretudo, o Código Babilônico nada tem que corresponda à dupla regra áurea que percorre toda a legislação mosaica – o amor a Deus e ao próximo (Mt 22:37-40).
Alfred Jeremias resumiu a diferença no espírito da Tora e do Código Babilônico: “(1) Não há [no Código Babilônico] controle da cobiça; (2) não há limitação para o egoísmo, através do altruísmo; (3) não há nenhum lugar onde se encontre o postulado da caridade; (4) não pode ser encontrado um motivo religioso que reconheça o pecado como a destruição do povo porque está em oposição ao temor de Deus. No Código de Hamurábi estão ausentes todos os traços de pensamento religioso; por detrás da lei israelita levanta-se, a cada passo, a vontade soberana de um Deus santo; ela ostenta um caráter inteiramente religioso.”
O Dr. Ozeas conclui: “Graças a Deus pelos ensinamentos deixados por Moisés e aqueles contidos nas demais partes da Bíblia! E em comparação com o Código de Hamurábi ou outro qualquer, vemos a superioridade, o alcance, a profundidade e atualidade da Palavra de Deus. Sejam nossas as palavras do salmista, quando disse: ‘Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o Teu mandamento é ilimitado. Quanto amo a Tua lei! É minha meditação, todo o dia!’ (Sl 119:96, 97).”
A LEI DE MOISÉS X CÓDIGO DE HAMURABI.
Publicado em 07 de April de 2011 por Davi Ribeiro da Silva
A Lei de Moisés X Código de Hamurabi.
Davi Ribeiro da Silva.
Bacharelando em Direito pelo Centro de Ensino Superior do Vale da Parnaíba ? CESVALE.
Mais de duzentos e trinta anos separam os códigos de hamurabi da Lei de Moisés. Nesse tempo de critica ao texto sagrado parece que o código de hamurabi é invocado para confirmar uma "ilegitimidade" da lei de Moisés, fazendo pairar na mente dos pesquisadores questões do tipo ? Será que Moisés plagiou o código de Hamurabi? Se o fez, terá valor espiritual o "seu" código? Deus é realmente o autor do texto "sagrado"? O código de Hamurabi é o mais antigo código?
A grande questão está nas similitudes encontradas entre os códigos, portanto, será preciso entender a origem de ambos e verificar o contexto em que foram escritos para que se faça um juízo de valor.
O código de hamurabi foi elaborado pelo rei Hamurabi (1810 -1750 a.C), por volta de 1700 a.C. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã. É digno de nota que Hamurabi recebeu seu código do deus Shamas, uma deidade mesopotâmica também chamada de "o deus da justiça", e que o referido código está talhado em pedra.
O código de Moisés (1520 ? 1400 a.C.) foi escrito por Iavé (Deus dos Hebreus) e sua versão original foi escrita em pedra. Posteriormente Moisés a escreveu em livros, como diz a bíblia:
"Então disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar." (Êxodo 24 : 12)
"E Moisés escreveu esta lei, e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca da aliança do SENHOR, e a todos os anciãos de Israel". (Deuteronômio 31: 24).
A Lei Mosaica acha-se reunida no Pentateuco (Cinco Livros), um dos códigos mais importantes da antigüidade e se encontram nos livros de: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O código de Moisés consagra a Lei de Talião, porém sua índole era humanitária.
Mas a pergunta que carece de resposta é: O código Bíblico é uma plagia do de hamurabi?
Se a resposta pudesse ser dada apenas levando em consideração a data de escrita dos códigos, dever-se-ia pender para uma resposta favorável ao código de hamurabi, visto ser mais antigo que o de Moisés, porém esse não deve ser o critério para aferição da verdade. Considerando ainda o aspecto de artigos parecidos também seria favorecido ao de hamurabi. Quais seriam, portanto a principio, as respostas a essas possibilidades elencadas?
Em relação à antiguidade do código de hamurabi deve-se considerar que existem outros códigos mais antigos que o de hamurabi, por exemplo, o código mais antigo é o código de Ur-Nammu (2100 a.C). Aqui quebra o princípio da antiguidade. Considerando ainda que esse código traga em seu conteúdo, diversos dispositivos que tratam do princípio da reparidade dos chamados danos morais, pode se aproximá-lo mais do código Mosaico que o de Hamurabi, visto que o código Mosaico é sem sobra de duvidas, como já foi citado, mais humanitário que o de hamurabi. Ainda assim cabe dizer que os códigos se completam.
Quanto à similitude dos códigos a resposta é simples. A sociedade da Babilônia (Urbana, comercializada e com cultura de irrigação), país onde reinou hamurabi, era parecida com a sociedade israelita, que era mais agrícola e pastoril e suas terras mais secas do que as da Babilônia. Outro fator importante a ser destacado é a formação de Moisés, que segundo a bíblia "Foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras." (At.7:22).Era pois de esperar que Moisés tivesse conhecimento do código de hamurabi, bem como de outros. Considere ainda que em ambos os códigos antecedia a questão consuetudinaria.
O direito Penal, portanto como se conhece hoje, é fruto de evolução e de várias influencias como o Código de Ur-Nammu, Hamurabi, a lei de Moisés, o direito Romano, o Grego e o Canônico. Não se pode negar o valor dessas influencias no direito Penal moderno. Aos códigos antigos, cabem os agradecimentos dos que labutam na pratica forense.
Palavras-chave:
Moisés, Códigos, Lei, Antiguidade, Plagia.
Davi Ribeiro da Silva.
Bacharelando em Direito pelo Centro de Ensino Superior do Vale da Parnaíba ? CESVALE.
Mais de duzentos e trinta anos separam os códigos de hamurabi da Lei de Moisés. Nesse tempo de critica ao texto sagrado parece que o código de hamurabi é invocado para confirmar uma "ilegitimidade" da lei de Moisés, fazendo pairar na mente dos pesquisadores questões do tipo ? Será que Moisés plagiou o código de Hamurabi? Se o fez, terá valor espiritual o "seu" código? Deus é realmente o autor do texto "sagrado"? O código de Hamurabi é o mais antigo código?
A grande questão está nas similitudes encontradas entre os códigos, portanto, será preciso entender a origem de ambos e verificar o contexto em que foram escritos para que se faça um juízo de valor.
O código de hamurabi foi elaborado pelo rei Hamurabi (1810 -1750 a.C), por volta de 1700 a.C. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã. É digno de nota que Hamurabi recebeu seu código do deus Shamas, uma deidade mesopotâmica também chamada de "o deus da justiça", e que o referido código está talhado em pedra.
O código de Moisés (1520 ? 1400 a.C.) foi escrito por Iavé (Deus dos Hebreus) e sua versão original foi escrita em pedra. Posteriormente Moisés a escreveu em livros, como diz a bíblia:
"Então disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar." (Êxodo 24 : 12)
"E Moisés escreveu esta lei, e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca da aliança do SENHOR, e a todos os anciãos de Israel". (Deuteronômio 31: 24).
A Lei Mosaica acha-se reunida no Pentateuco (Cinco Livros), um dos códigos mais importantes da antigüidade e se encontram nos livros de: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O código de Moisés consagra a Lei de Talião, porém sua índole era humanitária.
Mas a pergunta que carece de resposta é: O código Bíblico é uma plagia do de hamurabi?
Se a resposta pudesse ser dada apenas levando em consideração a data de escrita dos códigos, dever-se-ia pender para uma resposta favorável ao código de hamurabi, visto ser mais antigo que o de Moisés, porém esse não deve ser o critério para aferição da verdade. Considerando ainda o aspecto de artigos parecidos também seria favorecido ao de hamurabi. Quais seriam, portanto a principio, as respostas a essas possibilidades elencadas?
Em relação à antiguidade do código de hamurabi deve-se considerar que existem outros códigos mais antigos que o de hamurabi, por exemplo, o código mais antigo é o código de Ur-Nammu (2100 a.C). Aqui quebra o princípio da antiguidade. Considerando ainda que esse código traga em seu conteúdo, diversos dispositivos que tratam do princípio da reparidade dos chamados danos morais, pode se aproximá-lo mais do código Mosaico que o de Hamurabi, visto que o código Mosaico é sem sobra de duvidas, como já foi citado, mais humanitário que o de hamurabi. Ainda assim cabe dizer que os códigos se completam.
Quanto à similitude dos códigos a resposta é simples. A sociedade da Babilônia (Urbana, comercializada e com cultura de irrigação), país onde reinou hamurabi, era parecida com a sociedade israelita, que era mais agrícola e pastoril e suas terras mais secas do que as da Babilônia. Outro fator importante a ser destacado é a formação de Moisés, que segundo a bíblia "Foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras." (At.7:22).Era pois de esperar que Moisés tivesse conhecimento do código de hamurabi, bem como de outros. Considere ainda que em ambos os códigos antecedia a questão consuetudinaria.
O direito Penal, portanto como se conhece hoje, é fruto de evolução e de várias influencias como o Código de Ur-Nammu, Hamurabi, a lei de Moisés, o direito Romano, o Grego e o Canônico. Não se pode negar o valor dessas influencias no direito Penal moderno. Aos códigos antigos, cabem os agradecimentos dos que labutam na pratica forense.
Palavras-chave:
Moisés, Códigos, Lei, Antiguidade, Plagia.
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