Porque Rejeitamos os Livros Apócrifos?
Neste Artigo vou falar sobre os Livros Apócrifos porque o rejeitamos? Porque os Judeus atuais não têm estes livros inseridos em seu Cânon? Porque os Católicos Romanos aceitam em suas Bíblias?. Bom, aqui mesmo, já foi provado a Veracidade dos 66 Livros Canônicos, em vez de 73 do Cânon Católico. Mostrando o porque de os Livros Apócrifos não fazerem parte do Cânon.
Mas é especialmente este Artigo que me dedicarei a falar sobre estes livros. Para quem não sabe, Apócrifo palavra Grega ‘’Apocripho’’ significa oculto, escondido, secreto. Ao todo são 14 Livros Apócrifos, que alguns fazem parte da Bíblia Católica Romana e outros da Bíblia Católica Ortodoxa. Sabemos como no artigo anterior que foram os Judeus que escreveram o Antigo Testamento, e Reconheceram quais certamente eram os Livros Inspirados.
O Cânon Veterotestamentário ficou completo no 445 a.C. Bom, o Cânon Hebraico tinha 3 Divisões: Lei, Profetas, e Escritos. Até o próprio Jesus confirmou isso (Lc 24:44). Já que sabemos como é a Divisão da Bíblia Hebraica. É bom que o Leitor saiba que os Apócrifos, foram escritos logo após o fechamento do Cânon Veterotestamentário. Na Verdade eles foram escritos entre Malaquias e Mateus.
Ou seja no Período Inter Bíblico nos 400 anos do Silêncio Profético, esses livros na verdade, eles contam a continuidade do povo judeu. O Concílio de Trento, realizado em 1546, permitiu e aprovou a aceitação dos Livros Apócrifos, este concílio aprovaram ao máximo, como canônicos, tendo sob inspiração divina. Antes do Concílio de Trento a Igreja Católica aceitava todos, mas depois passou a aceitar apenas 11 Livros, sendo 7 Livros e 4 Acréscimos. Esses livros que a Igreja Católica declarou como Inspirados, não faziam parte do Cânon do A.T estabelecido pelos Judeus da Palestina. Você deve estar se perguntando porque a Igreja Romana colocou estes livros como canônicos?
Caro leitor a Reforma Protestante que ocorre em 1517 com martin Lutero, combatia severamente os Dogmas Romanos, então o que a Igreja Católica fez é que ela Apelou aos Livros Apócrifos citados acima. Esses livros certamente iriam Defender suas Heresias. Além do mais, Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: ‘’O Papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, excluiu os Apócrifos e sua obra foi aprovada pelo Papa Leão X. Será que esses papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre de doutrina’’. Certamente nessa época os Protestantes já combatiam:
- Purgatório
- Oração pelos Mortos
- Salvação pelas obras
Como você pode ver os Romanistas viram nestes livros a base para apoiar essas doutrinas heréticas. Para você ter uma idéia, o Cardeal Pallavacini, em sua ‘’História Eclesiástica’’ ‘’declara que em pleno concílio, 40 Bispos dos 49 Presentes travaram luta corporal, agarrados as barbas e batinas um dos outros’’.
Foi nesse ambiente ‘’espiritual’’ que os apócrifos foram aprovados. Bom os Católicos hoje em dia falam que Lutero tinha a Bíblia com os Apócrifos, e que os evangélicos atuais não aceitam. Mas na Verdade Lutero e os reformados, eles tinham, mas não o aceitavam como canônicos, mas somente para uso de Edificação. Lutero ele até concordava que os livros eram valiosos, mas nunca o considerou como canônicos.
Cânon Hebraico:
O mais antigo e decisivo testemunho é do Historiador judeu Flávio Josefo (37/38 d.C). ‘’Desde Artexerxes até nosso dias foi escrita uma história completa, mas não foi julgada digna de crédito igual ao dos registros mais antigos, devido a falta de sucessão exata dos profetas. (Contra Ápião 1.41)
Flávio Josefo ‘’Porque nós não temos (como têm os gregos) miríades de livros discordantes e contraditórios entre si, mas apenas vinte e dois… em que justamente se acredita. Cinco destes são os Livros de Moisés, que compreendem as leis e as tradições da origem da humanidade até a sua morte. Os profetas que foram depois de Moisés escreveram em treze livros o que sucedera no tempo em que viveram. Os restantes quatro livros encerram hinos a Deus e preceitos’’.
No Contexto mostra bem Josefo a reverência que os seus conterrâneos votavam as coleções de livros santos, não usando pessoa alguma ‘’acrescentar, remover ou alterar alguma sílaba’’. Por esse tempo, estava virtualmente formado o Cânon.
O testemunho de Josefo é o mais notável, porque ele escreve em grego para os gregos. Estes e ele conheciam muito bem a versão dos Setenta. Existe outros Livros Apócrifos do Antigo Testamento que não foram reconhecidos por nenhuma igreja e chagam a 26 Livros. Abaixo a cerca de 15 Livros, que preenchem a lacuna entre Malaquias e Mateus.
Gênero do Livro | Versão Revista Padrão | Versão de Douai | |
Dídatico |
Eclesiástico (Siraque) (c. 132 a. C.)
| O livros da sabedoriaEclesiástico | |
Religioso | Tobias (c. 200 a. C.) | Tobias | |
Romance | Judite (c. 150 a. C.) | Judite | |
Histórico | 1 Esdras (c. 150-100 a. C.)1 Macabeus (c. 110 a. C.) 2 Macabeus (c. 110-70 a. C.) | 3 Esdras*1 Macabeus 2 Macabeus | |
Profético | Baruque (c. 150-50 a. C.)Epístola de Jeremias (c. 300-100 a. C.) 2 Esdras (c. 100 a. C.) | Baruque 1-5Baruque 6 4 Esdras** |
Lendádio | Adições a Ester (140-110 a. C.)Oração de Azarias (Séc. I ou II a. C.) Suzana (Séc. I ou II a. C.) Bel e o dragão (c. 100 a. C.) Oração de Manassés (Séc. I ou II a.C) | Ester 10:4 – 16:24Daniel 3:24-90* Daniel 13** Daniel 14** Oração de Manassés* |
Veja agora os Pais da Igreja que rejeitaram os ‘’Apócrifos’’
Militão, bispo de Sardis, no segundo século.
Orígenes, no terceiro século.
No quarto século, baniram-nos igualmente os “santos” Atanásio, Hilário, Cirilo de Jerusalém, Cipriano, Gregório Nazianzeno e Eusébio, bispo de Cesaréia, Anfilóquio e os bispos reunidos no Concilio de Laodicéia (3), o qual foi confirmado por um decreto do Concilio Geral em Trulo (Can.2), e que, portanto, é obrigatório para a Igreja de Roma (4).
No 5º século: São Jerônimo e Epifánio.
No 6º século: Junílio, bispo africano, e alguns mencionam também Isidoro, bispo de Sevilha.
No 7º: Temos nada menos que a autoridade do próprio Papa Gregório, o Grande. A mesma edição Vaticana (5) das obras de Gregório prova que ele não admitia os livros “apócrifos”.
No 8º: João Damasceno, fundador da teologia escolástica entre os gregos, e Alcuíno, abade de São Martinho de Tours, na França.
No 9º: Nicéforo, patriarca de Constantinopla, e a “Glosa Ordinária”, começada por Alcuíno, ou por Estrebão, e concluída por vários escritores. No décimo: O monge Flaviacense e Élfrio, abade de Malmesbury. No décimo primeiro: Pedro, abade de Clugni.
O 12º: Hugo de São Vítor, Ricardo de São Vítor, Roberto, abade de Duits e autor da “Glosa” sobre Graciano e da versão inglesa da Bíblia que existe na biblioteca da Universidade de Oxford.
No 13º: O cardeal Hugo e São Boaventura.
No 14º: Ricardo Fitz Ralph, arcebispo de Armagh e primaz da Irlanda, Nicolau Lira e Viclef.
No 15º: Tomás Valdense e Dionísio Cartusiano.
No 16º: Temos o famoso cardeal Caetano. Este ilustre prelado da Igreja Romana escreveu um comentário sobre os livros históricos do Antigo Testamento, oferecido ao Papa Clemente VIII. Este livro foi publicado só doze anos antes de reunido o Concílio de Trento. Na dedicatória, o cardeal faz sua a regra de São Jerônimo, relativa à clara distinção que este faz entre os livros canônicos propriamente ditos e os “apócrifos”. Eis as suas palavras:
Bem-aventurado padre: A Igreja Latina Universal deve muitíssimo a São Jerônimo, não só por causa de suas notas sobre as Escrituras, como também porque fazia distinção entre os livros canônicos e os não canônicos, por cujo motivo nos pôs a salvo da acusação dos judeus que, de outra maneira, poderiam dizer que nós havíamos forjado livros ou parte de livros pertencentes ao antigo cânon, os quais eles nunca haviam recebido” (6).
Fica claro a Declaração acima que Jerônimo (ano 418) claramente aderiu a lista de livros que formavam o Cânon Judaico e expressamente rejeitou os Apócrifos. Os Reformados Protestantes publicaram a Bíblia com os Apócrifos, entre o A.T e o N.T, não como Canônicos, mas para Leitura. Mas em 1629 as Igrejas Reformadas excluíram os Apócrifos das Edições da Bíblia, porque o povo com pouco conhecimento que tinha, não sabia diferencia um canônico de um apócrifo.
- Porque nós Evangélicos rejeitamos os Apócrifos:
Como eu tinha dito num outro Artigo sobre a Canonicidade dos 66 Livros, com o encerramento do Cânon do Antigo Testamento, ou seja o A.T termina em Malaquias. No ano 445 a.C não houve mais nenhum Profeta que tenha deixado um Escrito, esse período de 400 anos, também chamado de “Período Inter-bíblico´´ ou silêncio Profético.
- É provável que esses livros Apócrifos tenha sido escritos entre o A.T e o N.T. Se assim for, nós podemos concluir, que esses livros não são inspirados, apesar do valor histórico, não são canônicos, porque o Cânon Veterotestamentário já tinha sido encerrado pelos judeus, e não houve mais profecia.
- E Assim nós podemos encerrar que os Apócrifos não fazem parte do Cânon Judaico, simplesmente porque já havia cessado a sucessão de Profetas. Porque foram escritos durante o Período Intertestamentário, e o Cânon Hebraico já estava completo, Jesus nunca os citou, nem os Apóstolos,e até mesmo os Pais da Igreja o Rejeitaram.
>> Na Parte 2 Refutarei os Apócrifos do Novo Testamento, fazendo uma análise mais ampla do contexto históricos desses livros.<<
Os Apócrifos do Novo Testamento e também chamados ‘’evangelhos apócrifos’’ são textos alguns dos quais anônimos, escritos nos primeiros séculos do Cristianismo, e portanto rejeitado pelo Cristianismo Ortodoxo.
Você pode ter visto, como no artigo anterior que falei sobre os Apócrifos do Antigo Testamento, não fazerem parte do Cânon Hebraico. Nesta 2º Parte refutarei os Apócrifos do Novo Testamento, existe um certo amigo meu do colégio, que diz que 10 supostos livros foram excluídos da Bíblia. Nos quais são (Apocalipse de Pedro, Epístola de Barnabé, Evangelho da infância de Tiago, Pastor do Hermas, 1º de Clemente, Evangelho de Tomé, a Didaqué, Epístola Perdida aos Coríntios, Terceira Carta aos Coríntios, O Documento Q, que pouco se sabem a respeito deste documento).
Para você ter uma idéia, esse meu amigo tirou esse artigo de um Site da Internet ‘’Fatos Desconhecidos’’. Eu analiso três principais fato nesse amigo, nos quais são:
1º Ele pega um artigo, se ao menos tentar fazer uma análise Textual e Histórica nesses manuscritos
2º O Que que adianta, acusar a Bíblia Sagrada de Adulterada, se nem ao menos tem um conhecimento Bíblico para fazer uma Exegese a Luz das Escrituras
3º Não adianta, a pessoa querer pegar um artigo da internet, e simplesmente concorda-lo com que está escrito.
Enfim, Neste artigo mostrarei o porquê destes livros apócrifos do Novo Testamento, simplesmente porque não fazem parte do nosso Cânon Atual.
Apresentarei aqui uma Tabela, com a Lista de Livros do A.T e do Novo Testamento, ambos de Gênesis até Apocalipse.
Como você pode ver neste Quadro, esse é atualmente os livros que compõem o nosso A.T e Novo Testamento. Agora o Argumento desse meu amigo é que o Novo Testamento Grego tinha outros 10 livros juntos, que eu mencionei antes dessa Tabela. Os Livros do Novo Testamento estavam escritos todos em 100 d.C, e durou cerca de cinco décadas para a conclusão das Escrituras do Novo Testamento. É certo que naquela época o Antigo Testamento Hebraico já estava completo, pois até Jesus o usou como por exemplo em Lucas (4:17-19)’’Então lhe deram o livro do Profeta Isaías e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vistas aos cegos, para pôr em liberdade de oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor’’
Quando Jesus leu o Livro de Isaías era óbvio que o Antigo Testamento Hebraico, já estava completo pois isso é mencionado várias vezes no Novo Testamento. Os Primeiros Cristão já reconheciam o A.T Judaico como ‘’Escrituras’’ como Palavra de Deus. A partir deste momento as primeiras comunidades cristãs foram recebendo os Evangelhos, e as Epístolas Paulinas, que eles já reconheciam como tendo Inspiração Divina.
Os concílios tiveram grande influência na formação do Cânon do N.T. Como por exemplo em Laodicéia (393 d.C) os não canônicos foram proibidos sendo aceito somente os atuais 27 livros com exceção de Apocalipse. Em Hipona (393 d.C) foram aceitos os 27 livros que temos hoje. em Cartago (397) foram os 27 aprovados em 419 houve a separação da Epístola aos hebreus e escritos de Paulo por aceitar que não fora este que os escrevera. Em Nicéia (393) d. C. o Cânon de Atanásio foi aceito com os atuais 27 livros, sendo aceitos por Eusébio bispo de Cesáreia, mas não sem restrições; Crisóstomo patriarca de Constantinopla aceitou essa decisão aceitava os 4 Evangelhos, Atos, Epístolas de Paulo, Pedro, João, Tiago e Judas sendo chamado Cânon Peshitto (síriaco).
A Primeira separação oficial entre os textos aconteceu em 325 d.C no Primeiro Concílio de Nicéia. Foram feitas votações para eleger quais os evangelhos faria parte da Bíblia oficial. A separação atual foi imposta pelo Concílio de Trento convocado pelo Papa Paulo III, representante da Igreja Católica realizado em 1545 a 1563. Mas bem antes disso, os Pais da Igreja já no século II combateram esses textos nos seus escritos. Eusébio por exemplo, denomina como ‘’totalmente absurdos e ímpios’’. Desde o inicio do Cristianismo houve falsos escritos. O Apóstolo Paulo, por exemplo começou a assinar suas cartas por causa de textos falsos que circulavam na igreja já no século I (II Ts 3:17 e 2:2). Eu digo que não é de se espantar como os siríacos ocidentais que adicionaram os cinco livros faltantes ao seu Novo Testamento (como a Lee Peshitta de 1823). Atualmente apenas a Igreja Ortodoxa da Etiópia reconhece o Pastor de Hermas, I Clemente, Atos de Paulo, e diversos apócrifos do Antigo Testamento, livros que as demais Igrejas Cristãs consideram como apócrifos.
Agora veja este Quadro abaixo, nos quais eu menciono, 13 Livros considerados espúrios não é somente esses 13 livros que não foram aceitos mas são dezenas de escritos heréticos, mas portanto alguns tendo valor e importância espiritual mas não canônico.
Livros Canônicos (Aceito) Livros Apócrifos (Não aceito)
Evangelho segundo MateusEvangelho segundo Marcos
Evangelho segundo Lucas
Evangelho segundo João
13 Cartas de Paulo
Hebreus
Tiago
I Pedro
II Pedro
I João
II João
III João
Judas
Apocalipse
| Evangelho da Infância de TiagoEvangelho de Tomé
Didaqué
Epístola perdida aos Coríntios
Terceira Carta aos Coríntios
Epístola de Barnabé
Epístolas de Clemente
Pastor do Hermas
Apocalipse de Pedro
Apocalipse de Abraão
Atos de Paulo
Atos de João
Atos de Pedro…
|
Para você ter uma idéia como por exemplo Apocalipse de Abraão, ele não foi escrito pela Patriarca Abraão, Tomé não foi escrito pelo Apóstolo Tomé. De um jeito eles podem ser datados de 200 d.C e 200 a.C, pois contém os extremos de fantasia religiosa. É bom que o leitor entenda que o N.T jamais cita um livro apócrifo como sendo inspirado, há algumas menções a outros escritos fora da Bíblia, mas não quer dizer que uma simples menção de trechos destes livros lhe atribuem alguma autoridade divina.
Agora veja o Contexto histórico desses livros:
- Apocalipse de Pedro: Eu poderia dizer que este mais um na verdade um livro gnóstico apesar de ser popular no Cristianismo Primitivo no séc II d.C. Esse texto existe em duas versões incompletas de um original grego perdido, uma grego Koiné e outra em Etiópico que divergem bastante. Ainda que numerosas referências atesta a enorme popularidade e circulação deste manuscrito o Apocalipse de Pedro não foi finalmente aceito dentro do Cânon Bíblico.
- Epístola de Barnabé: ( em grego Επιστολή Βαρνάβα, em Hebraico איגרת בארנבס) é uma epístola grega preservada no Codex Sinaiticus do século IV d.C. É tradicionalmente atribuída a Barnabé citada no Atos dos Apóstolos embora outros atribuem a um outro Padre Apostólico Barnabé de Alexandria. No Final do Século II d.C Clemente de Alexandria citou a Epístola. Ela também faz referência por Orígenes, Eusébio, porém relatou objeções a ela e ela acabou.
Jerônimo disse:
“Barnabé, o Cipriano, também chamado José, o levita, ordenado apóstolo dos gentios junto com Paulo, escreveu uma Epístola, valiosa para a edificação da Igreja, que é contada entre os escritos apócrifos” (De Viris Illustribus, 6)
- Evangelho da Infância de Tiago: Ele é uma evangelho apócrifo escrito provavelmente em 150 d.C. Muitos estudiosos consideram o seu texto muito remoto, anterior mesmo aos Evangelhos canônicos ou até a base deles.
- Pastor do Hermas: As vezes chamado o Pastor. A obra originalmente foi escrito em Roma, em grego, embora uma tradução latina tenha sido feita logo em seguida. Comentários de Tertuliano e Clemente de Alexandria transparecem uma resistência ao Pastor a quem os lê. Tertuliano conclui que o Papa Calisto I o citou como uma autoridade( não como canônico) pois ele diz ‘’ Eu admitiria seu argumento se a escritura do Pastor, a única que favorece os adúlteros, tivesse merecido ser incluída no Divino Instrumento e se ela não tivesse sido julgada por todos os concílios de Igrejas (mesmo as vossas), como sendo parte dos apócrifas e falsas’’
Veja o que Jerônimo (347-419 d.C) Tradutor da Vulgata Latina:
Hermas, a quem o apóstolo Paulo menciona por escrito aos Romanos: ‘Saúdem Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermas, e aos irmãos que estão com eles’ (Rm.16:14) é famoso por ser o autor do livro que é chamado de ‘O Pastor’ e que também é lido publicamente em algumas igrejas da Grécia. É, de fato, um livro útil e muitos dos antigos escritores o citam como autoridade, mas entre os latinos é quase desconhecido” (De Viris Illustribus, 10)
- 1º de Clemente: Também conhecida de Clemente de Coríntios, mas abreviada como I Clemente uma carta endereçada aos Cristãos em Corinto. A Epístola era lida publicamente de tempos em tempos em Corinto, ela também estava incluída no Codex Alexandrinus do século V d.C, embora seja bastante conhecido na antiguidade, não foi considerado canônico.
Jerônimo (347-419 d.C) disse:
“Clemente… escreveu, por parte da Igreja de Roma, uma especialmente valiosa carta à igreja de Corinto, que em alguns lugares é lida publicamente…” (De Viris Illustribus, 15)
- Evangelho de Tomé: Segundo a sugestão do Prof. Helmut Koester, que leciona na Universidade Harvard, o Evangelho de Tomé foi recompilado por volta do ano 140, mas talvez contenha textos de algumas tradições ainda mais antigas que os evangelhos canônicos possivelmente da segunda metade do século primeiro (50-100), em Síria, Palestina ou Mesopotâmia. Koester também disse que este evangelho lembra a fonte hipotética denominada Q com ditos que seriam usados pelos evangelhos de Lucas e Mateus. Portanto o Evangelho de Tome não foi aceito porque foi influenciado pelo Gnosticismo.
- Didaqué: (Διδαχń, “ensino”, “doutrina”, “instrução” em grego clássico) Instrução dos Doze Apóstolos, ele é um Escrito Cristão que trata sobre o catecismo Cristão é uma obra pequena, mas de grande valor histórico e teológico. Estudiosos estimam que são escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os os anos 60 e 70 d.C. Segundo Willy Rordorf, a Didaquê é uma ‘’compilação anônima de diversas fontes derivadas da tradição viva, de comunidades eclesiais bem defenidas’’. Não foi escrito pelos doze apóstolos, mas estudiosos acreditam na compilação de fontes orais tendo recebido os ensinamentos quer resultaram no texto. É considerado apócrifo por Eusébio, Atanásio (c. 367) e Rufino (c. 380).
- Epístola de Coríntios a Paulo: É uma obra apócrifa do Novo Testamento e parte de Atos de Paulo, eu poderia dizer que é mais um texto herético porque fala a respeito dos ensinamentos de Simão Mago que incluem idéias heréticas e absurdas tais como Deus não é onipotente, que a ressurreição é falsa, e outras. Apesar de ter sido amplamente conhecido como uma farsa nos tempos antigos por um tempo essa Epístola figurava na Bíblia Armênia .
- Terceira Epístola aos Coríntios: É também uma obra apócrifa do N.T, ela foi composta por um presbítero da igreja em aproximadamente 160-170 d.C. Na tradição Ocidental esta epístola nunca foi considerada canônica e no século IV d.C passou a fazer parte dos Apócrifos do N.T. Já na tradição Oriental na Igreja Ortodoxa Síria (c. 340 d.C) a considerou canônico.
Aqui já deixa claro que eram lidos na igreja publicamente para edificação, mas não eram tidos no Cânon Cristão/Judaico. São Escritos considerados eclesiásticos, ou seja somente para o Uso de Edificação
Bom a Igreja Católica Romana se orgulha em dizer que foi ela que formou os Livros do Novo Testamento, não só do N.T mas do A.T também, como eu tinha escrito num artigo anterior ‘’Canonicidade dos 66 Livros’’. Eu mostrei que quem escreveu o Antigo Testamento e reconheceu quais certamente eram os Livros Inspirados e quais não eram foram os Judeus, o povo da Antiga Aliança, e não a Igreja Católica ‘’Romana’’ que nem sequer existia. Já no Novo Testamento eu também tinha escrito que quem escreveu e Reconheceu foram os Cristãos, e não a ‘’Igreja Católica Romana’’. Por isso creio que D. A. Carson, D. J. Moo e L. Morris tem razão quando dizem: ‘’It, is not so much that the church selected the canon as that the canon selected itself.’’ (Não foi a igreja que fez a seleção dos livros que iriam para o cânon e dos que não, mas o cânon fez a sua própria seleção).
‘’Eu portanto creio que foi a ação do Espírito Santo, de que Jesus tinha dito que conduziria todos os discípulos a toda a verdade (Jo 16:13)’’
Para todos os que estão em Cristo Jesus
Por Jean Carlos: (Teologia da Bíblia)
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