O Amilenialismo é Bíblico?

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O Amilenialismo ensina que no futuro, não haverá um reinado literal de Cristo durante mil anos. A maioria dos amilenialistas acredita que uma forma espiritual deste reino já existe. Antes de analisarmos como surgir o Amilenialismo no seio da igreja, temos que primeiro saber que o amilenialismo sistemático foi a segunda das três principais visões escatológicas que se desenvolveram. Ela começou a ser ensinada na Igreja no início do século V.
Primeiramente que não há qualquer registro do amilenialismo na Igreja Primitiva, e ele surgiu para opor-se ao literalismo pré-milenista, o que eu poderia resumir é que a Igreja Primitiva era Pré-milenista, o amilenialismo acabou por dominar a igreja quando o grande pai da igreja e teólogo, Agostinho (354-430), abandonou o pré-milenismo em favor do amilenialismo.
O principal problema do amilenialismo esta no fato de a Bíblia simplesmente não ensina-lo. O texto das Escrituras fala claramente sobre o retorno de Cristo em Apocalipse 19, e, em Apocalipse 20, ensina que Ele estabelecera seu reino sobre a terra por mil anos. Os amilenialistas não conseguem apresentar uma única passagem que defenda claramente sua posição. A falta de uma fundamentação bíblica clara e fatal para o amilenialismo perante qualquer cristão que creia na Bíblia. E por isso que os amilenialistas normalmente atacam o pré-milenialismo e, só então, apresentam complexos conceitos teológicos que devem ser aceitos para uma interpretação bíblica que “apóie” o amilenialismo.
O amilenialismo carece de uma hermenêutica consistente. Para subsistir, ele precisa se afastar da hermenêutica literal, da abordagem histórica, gramatical e contextual, em direção a algum grau de alegorização. O amilenialismo precisa de idéias e conceitos que não podem ser percebidos através de uma simples leitura do texto. A alegorização, ou espiritualização, extrai uma interpretação tirada de um determinado texto, em vez de compreendê-lo a partir do que está literalmente escrito.
 
O NT não ensina em parte alguma que o Reino de Deus passou a existir com a primeira vinda de Cristo. Nele lemos que o Reino de Deus estava “próximo” durante o ministério de Cristo. Além disso, o fato
de a redenção pessoal ser fundamental para se entrar no reino não nega ensinos igualmente claros sobre a natureza física deste reino. Uma coisa não exclui a outra, mas ambas são complementares.
As epístolas do NT, escritas para orientar a Igreja durante a presente era, não ensinam ou supõem que vivemos na era do reino. O NT muitas vezes se refere ao reino como algo futuro, e não presente. Ao admoestar Timóteo, Paulo coloca tanto a “vinda” de nosso Senhor como o “reino” no futuro (2 Tm 4.1). O reino começaria com a segunda vinda dt) Senhor. Paulo demonstra sua confiança: “E o Senhor me livrará de toda má obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial” (4-18).
Após serem perseguidos em Derbe, Paulo e Barnabé retornaram a algumas das cidades onde tinham conquistado almas para Cristo, e procuravam aconselhá-los: “[…] pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Se eles já estivessem no reino, tal afirmação não faria sentido algum. Visto que eles não estavam no Reino, nós também não estamos. Eles se referiam ao reino como algo que ainda estava por vir. Diversas passagens no NT dizem que Igreja herdará o reino no futuro (1 Co 6.9-10; 15.50; G15.21; Ef 5.5;Tg 2.5).
McClain comenta que ‘’Paulo não apenas vê a Igreja herdando o reino no futuro, mas seguramente o exclui da presente era, fixando-o após a ressurreição e o arrebatamento da igreja’’.
Atualmente, Cristo esta vitoriosamente sentado a destra do Pai (Ap 3.2 i ) e intercede Pelos santos (1 Jo 2.1-3). Tais expressões não sugerem que Cristo esteja no trono de Davi, que Ele haverá de ocupar durante mil anos em Jerusalém ao retornar. Trata-se de dois tronos distintos que Ele ocupara em momentos e locais diferentes. Apocalipse descreve Cristo como pessoalmente presente na terra durante seu governo milenial. Apocalipse 5.10 prediz que os santos reinarão com Ele sobre a terra. Ao fim dos mil anos, os santos continuam na terra, pois e na terra que Satanás os ataca(Ap 20.9).
O amilenialismo se baseia em uma compreensão artificial e simbólica dos mil anos mencionados por seis vezes em Apocalipse 20.2-7. Ninguém jamais demonstrou, na literatura antiga, por que o número “mil” devesse ter algum significado simbólico. Aliás, não vemos nenhum uso simbólico deste número no NT ou no AT. Sempre que as   palavras hebraica e grega para “anos” são utilizadas juntamente com números, elas referem-se a anos literais. Vemos por toda a Bíblia números comunicando quantidades matemáticas, salvo quando o contextoestabelece o contrário.
Satanás está aprisionado?
O amilenialismo ensina que Satanás foi aprisionado em algum momento durante a primeira vinda de Cristo. Esta vivo apresenta diversos problemas. O NT não indica em momento algum que Satanás» foi aprisionado no passado. Como Satanáspoderia estar aprisionado e tão ativo ao mesmo tempo? Afirmar realidades tão absurdamente  contraditórias desafia a lógica e lança dúvidas quanto ao testemunho das Escrituras. Cristo volta à terra em Apocalipse 19.1 1-16 e Satanás é aprisionado em Apocalipse 20.1-3. A prisão de Satanás é claramente um evento futuro. Se Satanás está aprisionado hoje, por que ele “habita em Pérgamo” em Apocalipse 2.13? Como é possível ele ser um leão que ruge (1 Pe 5.8)? A prisão de Satanás é firme e definitiva, não progressiva ou parcial. Os verbos “prender”, “amarrar”, “lançar”, “fechar” e “selar” estão no aoristo, indicando ações completas e definitivas. Nenhuma está no modo imperfeito, indicando uma ação inconclusa no passado.
Israel e a Igreja
O amilenialismo confunde Israel com a Igreja. Se o Reino de Deus já está presente, as promessas de Deus para Israel são cumpridas na Igreja. Jesus Cristo, sem dúvida alguma, cumpriu as promessas veterotestamentárias de Deus para a igreja, mas isto não significa que Ele deixará de cumprir as promessas de Deus para Israel. O amilenialismo moderno inclui o que é conhecido como teologia da substituição ou supersessionismo. Tal proposta nega que o moderno Estado de Israel tenha qualquer relevância nos planos proféticos de Deus. O NT, no entanto, não afirma em parte alguma que Israel foi substituído pela Igreja. Quanto a isto, Paulo diz o seguinte: “[…] porventura, rejeitou Deus o seu povo? [Israel] De modo nenhum!” (Rm 11.1) A Igreja é certamente participante nas promessas abraâmicas, mas de modo algum usurpa as promessas para Israel.
 Para todos os que estão em Cristo Jesus.
 Por Jean Carlos: (Apologia Bíblica)
 Extraído da Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica

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