CRISTO REVELADO NO LIVRO DE MIQUÉIAS

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CRISTO REVELADO NO LIVRO DE MIQUÉIAS

         As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento. O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias posteriores afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no princípio.
         A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunido como ovelhas num curral. Então, alguém quebraria     o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu “rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e físicos.
         Miquéias 5.2 é um das mias famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como “a Palavra do Senhor” (1.1; 2.7;; 4.2) A expressão “a Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13). A profecia de Mq 52 é, explicitamente, messiânica (Senhor em Israel”) e específica seu lugar de nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida. Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.
         A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor do Messias (“apascentará o povo”), sua unção (“na força do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”), e sua humanidade (“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até será a nossa paz”).
         O clímax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, definitivamente refere-se a ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que “subjugará as nossas iniqüidades”, lançando-as nas profundezas do mar, para que Deus possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.
 
 *Extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Anotações sobre o Livro de Miquéias
Preparadas por Dennis Allan - 2002



O autor: O nome Miquéias vem, provavelmente, de uma palavra que tem o significado de: “Quem é semelhante a Jeová?” (parecido com Miguel, que quer dizer “Quem é semelhante a Deus?”). Ele era morastita, ou seja, de Moresete-Gate (1:1,14) um povoado uns 40 km a sudoeste de Jerusalém.
Data: Miquéias profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de  Judá, ou seja, entre 740 e 690 a.C. (aproximadamente), talvez durante um período menor que abrangeu uma parte dos reinados dos três. Ele começou o seu trabalho alguns anos antes da queda de Samaria (722/1 a.C.). A falta de mênção dos últimos reis de Israel sugere que a mensagem dele fosse dirigida principalmente ao reino do sul, Judá.
Os três reis citados eram bem diferentes um do outro.

(1) Jotão foi um bom rei que “...se foi tornando mais poderoso, porque dirigia os seus caminhos segundo a vontade do Senhor, seu Deus” (2 Crônicas 27:6).
(2) Seu filho, Acaz, foi um dos piores reis na História de Judá: “Andou nos caminhos dos reis de Israel e até fez imagens fundidas a baalins” (2 Crônicas 28:2). Chegou a sacrificar os seus próprios filhos aos ídolos (2 Crônicas 28:3). Colocou um altar sírio no lugar do altar de Deus diante do templo, e fez outras alterações no templo (2 Reis 16:10-18). Deus permitiu castigos severos durante o reinado de Acaz, incluindo: (1) Derrota pelos siros que levaram presa uma grande multidão (2 Crônicas 28:5); (2) Derrota por Israel que resultou na morte de 120.000 soldados e no cativeiro de 200.000 (2 Crônicas 28:6-8); (3) Derrota pelos Edomitas (2 Crônicas 28:17); (4) Perda de várias cidades de Judá para os filisteus (2 Crônicas 28:18); (5) Traição pelo rei da Assíria (2 Crônicas 28:16,20).
(3) Ezequias era um dos melhores reis da História de Judá. Fez grandes reformas no templo, restaurou a celebração da Páscoa, etc. Quando Senaqueribe ameaçou Jerusalém, Ezequias e Isaías buscaram o Senhor. Deus salvou a cidade e mandou seu Anjo para matar 185.000 soldados assírios. Veja os detalhes do reinado deste bom rei em 2 Crônicas 29-32.
Mensagem: Além de repreender o povo pelo pecado e de falar sobre as conseqüências da desobediência, Miquéias revelou ou afirmou vários pontos importantes da mensagem de Deus para seu povo. Ele olhou para a vinda do Messias e fez a mesma profecia de Isaías 2:1-4 sobre o estabelecimento do monte da casa do Senhor (4:1-3). Mais de 700 anos a.C., ele profetizou especificamente do lugar do nascimento de Jesus (5:2). Apresentou resumidamente as exigências que Deus faz ao homem: “...o que o Senhor pede de ti...” (6:8).
Nos próximos estudos, examinaremos o texto de Miquéias. É sempre importante acompanhar o estudo com a leitura do texto bíblico.
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1:1
A introdução ao livro. Veja as informações sobre Miquéias, Moresete-Gate e os reis citados aqui na introdução ao livro.
1:2-7
O Senhor sai do seu santo templo para testemunhar contra os povos (2-3).
Quando ele desce, a presença dele causa calamidades na terra (4).
Os motivos deste transtorno: as transgressões dos povos de Israel e Judá (5).
A conseqüência dos pecados de Israel: Castigo de Samaria (6-7). A destruição atingiria:
    (1) Os edifícios da cidade (6).
    (2) As imagens de idolatria (7).
    (3) Os salários de impureza (7), ou seja, a prosperidade adquirida pelo pecado contra Deus.
    (4) Todos os ídolos (7).
1:8-9
O profeta lamenta o sofrimento de Samaria, e logo pensará no seu próprio povo de Judá (8-9).
1:9-16
O castigo alcançará Judá e chegará até Jerusalém (9).
A palavra se espalhou pela terra sobre o castigo que Deus traria contra o seu povo (10-16).
**Obs.: O profeta, nestes versículos, emprega nomes de diversas cidades e fala do castigo em termos relacionados com o significado dos nomes. Perdemos este aspecto da lamentação em nossas traduções. Um comentarista (F. W. Farrar) sugere significados como estes para alguns dos nomes citados: Gate = Cidade de Anúncios (10): “Não o anuncieis em Gate”. Bete-Leafra = Cidade de Pó (10): “Revolvei-vos no pó, em Bete-Leafra”. Laquis = Cidade do Cavalo (13): “Ata os corcéis ao carro, ó moradora de Laquis”. Aczibe = Fonte de Decepção ou Fraude (14): “As casas de Aczibe serão para engano dos reis de Israel”.
Independente dos significados específicos dos nomes destas cidades, o trecho deixa bem clara a intenção de Deus de castigar o povo. Eles seriam envergonhados e deixados sem refúgio (11). Deus enviaria alguém para tomar posse da terra (15) e pessoas seriam levadas para o cativeiro (16).
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Neste trecho encontramos uma das acusações de Deus contra seu povo: seriam castigados por causa da injustiça e opressão.
2:1-2
Estes opressores nem esperaram o dia começar. Já de madrugada, ainda deitados, tramaram seus planos contra os outros. Logo no início do dia, já praticam o mal. Por quê? Simplesmente porque eles têm poder para fazer isso (1).
**Obs.: “Porque o poder está em suas mãos”: Miquéias obviamente se refere aos ricos e aos líderes que usaram as suas posições de poder para maltratar os pobres. O poder, seja econômico ou político, não deve ser usado para ganhar vantagem sobre os menos poderosos. O rico deve ser generoso (veja 1 Timóteo 6:17-19). O governante deve proteger os justos (veja Romanos 13:4). O senhor deve tratar os seus servos com justiça (Colossenses 4:1).
Os opressores tomam as posses dos outros sem mostrar compaixão ou consideração pelas vítimas (2). Como Jezabel tomou a vinha de Nabote para agradar ao marido, Acabe, outros tomaram as terras e as casas dos vizinhos pelas práticas corruptas e desonestas.
2:3
Os arrogantes ricos e líderes não teriam como esconder do castigo que Deus traria. “O tempo será mau” sugere o sofrimento vindouro.
2:4-5
Deus inverteria totalmente a situação. Os opressores seriam oprimidos. Os que tomaram as posses dos outros perderiam tudo aos saqueadores.
**Obs.: Lançando o cordel sem medir possessões. A lei dada aos israelitas exigiu respeito pelos marcos separando as propriedades (terrenos, campos, etc.). Veja Deuteronômio 19:14; 27:17; Provérbios 22:28; 23:10. Mudar os marcos foi considerado uma infração grave, que traria a ira do Senhor sobre o culpado (Oséias 5:10). Trazendo estas informações ao texto de Miquéias 2, entendemos que os opressores tiraram os marcos e tomaram as propriedades dos outros. Agora, depois do castigo que Deus trouxe contra eles, ninguém (nem os líderes e ricos culpados) consegue medir alguma herança. Tomaram dos outros, e Deus tomou tudo deles.
*Obs.: Se nós esperamos medir a possessão de uma herança eterna, devemos respeitar os antigos marcos postos por Deus. Ninguém tem direito de ultrapassar os limites que o Senhor tem revelado.
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2:6-11
“Não babujeis tais coisas” (6). Depois do aviso de castigo dado nos versículos 4 e 5, o povo, e especialmente alguns líderes, rejeitam a palavra e negam a possibilidade de tal punição. Rejeitaram a advertência de Miquéias.
O significado do versículo 7 é obscuro. É difícil discernir quem disse o que. Algumas traduções apresentam estas palavras como vindo dos ricos opressores ou seusfalsos profetas, e outras sugerem que o próprio Miquéias esteja falando. Em qualquer caso, o resultado é o mesmo: Deus responde dizendo que ele faz bem aosque andam retamente.
Embora Deus abençoe os que fazem bem, o povo de Israel não estava fazendo bem (8-9). Ele se levantou contra Deus e começou a agir como seu inimigo. Como?
Quando se posicionaram contra os pobres, tomando suas roupas e expulsando mulheres e crianças de casa, os opressores ricos se tornaram inimigos de Deus.
**Obs.: O segundo maior mandamento de Deus é “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39). A maneira como tratamos outras pessoas tem tudo a ver com a nossa comunhão com Deus (veja Mateus 25:40; Tiago 2:15-17; 1 Pedro 3:7). As pessoas que abusam do seu poder para oprimir os pobres e inocentes não demonstram o amor de Deus.
Da mesma maneira que os opressores expulsaram as mulheres e crianças, Deus os expulsaria da terra (10). O motivo da destruição: “a imundícia que destrói”. 
**Obs.: Pessoas que querem fugir das suas responsabilidades diante do Senhor argumentam, às vezes, que não conseguem aceitar a idéia de um Deus que se vinga e que castiga suas criaturas. Assim, desviam a atenção de sua própria responsabilidade e tentam jogar toda a responsabilidade sobre Deus. Sempre devemos lembrar que é a imundícia que destrói, que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Deus aplica a justiça, mas o pecador é responsável por sua própria morte.
Um povo que foge da responsabilidade, querendo justificar as suas imundícias, procura pregadores que agradam a ele, e não que falam a verdade (11). 
**Obs.: Nada mudou! Até hoje, os homens gostam de pregadores que agradam a eles, pregando mensagens que prometem muito e exigem pouco (2 Timóteo 4:3).
Não é difícil achar tais pregadores. Muitos querem conformar a mensagem ao mundo e às mudanças da cultura moderna, ao invés de transformar as pessoas com a palavra viva e eficaz que foi entregue uma vez por todas aos santos (veja Romanos 12:1-2; Hebreus 4:12; Judas 3).
2:12-13
Depois de avisar e prometer castigo, Deus muda de assunto e insere palavras de consolo e esperança (11-12). O castigo não seria total nem final. Algumas pessoas sobreviveriam e seriam protegidas e abençoadas por Deus. Ele seria o pastor de uma grande multidão de homens. O Rei conduziria este povo resgatado.
**Obs.: Esta é uma das profecias messiânicas do livro de Miquéias. A linguagem aqui se encaixa perfeitamente no cumprimento de profecias sobre o Cristo no Novo Testamento. Ele congrega o restante de Israel, procurando as ovelhas perdidas (Mateus 15:24) e cuidando delas como o bom pastor (João 10:11). Elas entram e saem pela porta (João 10:9). Ele é o Rei que conduz o povo (João 1:49; Apocalipse 19:16).
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3:1-4
Depois da mensagem de esperança de 2:12-13, Miquéias volta aos problemas do povo. Ele continua as reprovações de 2:1-11 contra os ricos e os líderes do povo. 
O papel dos líderes é conhecer e aplicar a justiça (1). Mas estes líderes inverteram a justiça, aborrecendo o bem e amando o mal (2).
**Obs.: Juízo exige julgamento. Muitas pessoas usam erradamente as palavras de Jesus, “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1), para tentar manter uma posição neutra, sem condenar nada que outros fazem. Tal postura reflete falta de entendimento e até falta de respeito para com as coisas de Deus. No mesmo contexto de Mateus 7, Jesus exige o julgamento (discernimento) para distinguir entre bons e falsos mestres (Mateus 7:15-20). Paulo disse: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:21- 22). Presbíteros têm de ser amigos do bem, capazes de conhecer e corrigir aqueles que contradizem a sã palavra (Tito 1:8-11). A pessoa que não condena o pecado e não reprova o pecador jamais conhecerá o bem, nem apoiará o servo fiel. Não cabe a nós condenar ninguém, nem julgar com hipocrisia (o ponto de Jesus em Mateus 7:1-5), mas é nossa obrigação discernir entre doutrinas, práticas e pessoas que seguem ou não a palavra de Deus.
Os líderes abusaram do povo, devorando os pobres e aqueles que não tinham poder (2-3). 
Por terem maltratado os seus irmãos, esses líderes não achariam defesa nem refúgio no Senhor no dia de necessidade (4).
3:5-8
Deus pronuncia contra os falsos profetas (5). Os erros deles: (1) Fazem errar o povo. Ele não isenta o povo de responsabilidade, mas a maior culpa fica com os falsos mestres (veja Oséias 4:6; Mateus 15:14; Tiago 3:1). (2) Pregam para agradar os que pagam. Quando alguém paga o salário deles (“têm o que mastigar”), eles pregam uma mensagem de paz. Mas se não pagar, eles se tornam inimigos dos ouvintes apregoando “guerra santa”. 
**Obs.: A atitude de alguns pregadores de hoje não está tão longe dos mestres da época de Miquéias. Pregam bênçãos e mensagens agradáveis aos que contribuem bem, e falam só de maldições para aqueles que não se sacrificam para sustentá-los.
Estas atitudes repreensíveis dos líderes religiosos os levariam ao castigo divino (6-7): Não teriam nenhuma luz de revelação de Deus.
**Obs.: Cobrir o bigode (7) sugere a imundícia como se fosse um leproso saíndo do meio do povo (Levítico 13:45) ou manifestação de tristeza e vergonha (Ezequiel 24:15-17). Os profetas imundos ficariam envergonhados, e não teriam lugar no meio do povo de Deus.
Em contraste com os falsos profetas, Miquéias afirmou ser cheio do Espírito de Deus (8). Assim, ele tinha poder para julgar e para declarar a vontade de Deus ao povo.
**Obs.: Estar cheio do poder do Espírito não sugere algum estado emocional alterado, nem algum sentimento estranho e indescritível. Miquéias claramente entendeu o papel do Espírito em relação à palavra, e estava cheio do Espírito na medida que recebia e comunicava a palavra de Deus. Homens cheios do Espírito são aqueles que estudam a palavra, conhecem a vontade de Deus e a divulgam a outras pessoas. Assim, falam poderosamente pelo Espírito Santo (veja Atos 6:3,5,8-10). Por outro lado, aqueles que desprezam a palavra e não se dedicam ao estudo dela não podem ser cheios do Espírito.
3:9-12
Deus traz a sentença contra Jerusalém por causa dos pecados dos líderes:
(1) Abominar o juízo (9).
(2) Perverter o direito (9).
(3) Edificar Sião/Jerusalém com sangue e perversidade (10).
(4) Aceitar subornos para perverter a justiça (11).
(5) Ensinar/profetizar por interesse financeiro (12).
(6) Confiar, sem motivo, na presença do Senhor (12).
**Obs.: Os profetas adivinham (11). A palavra adivinhar se refere a falsas profecias, e mostra que estes profetas não eram mensageiros de Deus.
**Obs.: Deus condena o sustento financeiro dos seus servos? O ponto do versículo 11 não é condenar a prática, em si, de sustentar homens que se dedicam ao serviço do Senhor. A lei do Velho Testamento, em vigor quando Miquéias profetizou, exigia o sustento dos sacerdotes e outros obreiros religiosos. Semelhantemente, o Novo Testamento autoriza o sustento de pregadores e presbíteros (1 Coríntios 9:14; 1 Timóteo 5:17-18). O problema não é o sustento em si, mas o motivo da pregação. Aqueles que agradam aos ouvintes para manter ou aumentar a sua renda financeira não são servos fiéis ao Senhor. O próprio Paulo recebia sustento (2 Coríntios 11:8; Filipenses 4:14-18) mas ele não procurou o favor dos homens (Gálatas 1:10). Ele claramente condenou outros que pregavam por interesse: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2 Coríntios 2:17). Não é difícil imaginar como Paulo reagiria hoje em dia às táticas de alguns pastores e igrejas que conhecem mais sobre propaganda do que sobre a palavra do Senhor. Fiquei enjoado recentemente numa feira de livros quando vi um que abertamente sugeriu a aplicação dos princípios de “marketing” para fazer igrejas crescerem. Não guardei o título exato, nem o nome do autor, mas deve sentir envergonhado qualquer autor que escreve, publicadora que produz, livraria que vende ou leitor que aplica tais táticas no reino do Senhor. Devemos fazer como Miquéias, e confiar no poder da palavra que o Espírito revelou, e não nas teorias e táticas de grandes vendedores de produtos mundanos. Podemos imaginar, também, a reação de Paulo aos pastores que falam mais sobre a necessidade de pobres fazerem sacrifícios para pagar o dízimo e fazer as suas ofertas do que sobre a necessidade de Jesus sacrificar o próprio sangue para nos resgatar do pecado. Devemos pregar a palavra de Deus em sua pureza como servos dele, não por interesse financeiro ou outros motivos egoístas.
A cidade seria destruída por causa desses pecados dos líderes (12).
**Obs.: Imaginaram que a presença do templo fosse garantia da proteção divina, mas erraram! Apesar da incredulidade do povo, Deus destruiria a sua própria “casa”. O povo confiava na presença do templo (veja Jeremias 7:4) sem admitir que os seus próprios pecados estavam expulsando Deus de casa (veja Ezequiel 8-11).
**Obs.: Os líderes pecaram, mas a cidade toda sofreria. “Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mateus 15:14).
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4:1-5
**Obs.: Os primeiros versículos do capítulo 4 apresentam a mesma profecia que se encontra em Isaías 2:2-4. Isso não nos supreende, pois Miquéias e Isaías profetizaram na mesma época e trataram de muitos dos mesmos problemas. Enquanto Isaías pregou na cidade, Miquéias pregou no interior. Ambos revelaram a mesma profecia importantíssima sobre o monte da Casa do Senhor.
Esta profecia fala sobre os últimos dias (1).
**Obs.: A expressão “nos últimos dias” é usada diversas vezes nas profecias do Velho Testamento para apontar às coisas que aconteceriam na primeira vinda do Messias, ou como resultado de sua vinda (veja, por exemplo, Isaías 2:2; Daniel 2:28; Oséias 3:5; etc. e o comentário de Pedro em Atos 2:16-17). Jesus veio e enviou os apóstolos para pregar o evangelho nos últimos dias do sistema antiquado de judaismo. Ele introduziu uma nova aliança, causando que a antiga desaparecesse (veja Hebreus 8:6-13).
O monte da Casa do Senhor seria estabelecido (1). Montanhas freqüentemente representam autoridade, e este representa a autoridade absoluta do Messias. Este monte está acima de todos os outros (veja Daniel 2:34-35,44-45; Mateus 28:18-20).
**Obs.: A ênfase está no monte, não na Casa. É fácil imaginar que esta profecia esteja falando principalmente sobre a igreja do Senhor, mas a igreja (a Casa) é o resultado, não o foco. Miquéias profetizou do estabelecimento do monte (a autoridade) do Senhor, como fundamento da casa (igreja) dele. Semelhantemente, a pregação do evangelho no Novo Testamento é do reino dos céus (Mateus 3:2; 4:17; Atos 1:3), enfatizando a posição do rei e não a importância dos súditos.
Os povos afluiriam para o monte (1). O Cristo não atrairia apenas os judeus, mas os povos. Como várias outras profecias do Antigo Testamento, esta mostra que a salvação seria oferecida a todos.
As nações subiriam ao monte do Senhor para aprender e obedecer a palavra de Deus (2).
**Obs.: A existência e a autoridade de Deus exigem uma resposta do homem. Não podemos tratar a mensagem do evangelho como se fosse meramente alguma coisa interessante. Ela exige uma resposta. Ou aprendemos e praticamos o que Deus ensina, ou o rejeitamos.
O Senhor julga e corrige as nações, fazendo paz (3).
**Obs.: Não devemos interpretar este versículo de uma maneira contraditória ao contexto. Ele fala aqui de um reino espiritual (veja João 18:36) com um rei espiritual e cidadãos espirituais (Filipenses 3:20; Efésios 1:3). Não faz nenhum sentido interpretar o versículo 3 literalmente para predizer algum período de paz entre nações físicas aqui na terra. Jesus é a paz que trouxe reconciliação entre inimigos aqui e entre Deus e homens pecadores (Efésios 2:14-18). Cada servo do Senhor tem a tranqüilidade de saber que Deus cuida dos seus (4-5).
Enquanto outros andam em nome dos falsos deuses, os servos do Senhor confiam exclusivamente nele (5).
4:6-8
Deus aceitaria aqueles que foram, anteriormente, rejeitados (6-7). Por causa do pecado, ele lançou fora os defeituosos e impuros. Nos últimos dias, ele os chamaria de volta e reinaria sobre o povo restaurado.
**Obs.: A torre do rebanho (veja 2 Crônicas 26:10) mostra que o rei não seria daqueles que dominam por interesse próprio, mas um rei/pastor que cuidaria do rebanho. Esta figura é muito usada na Bíblia a partir de Davi, que serve como tipo do Messias. Jesus é o rei, mas ele também é o bom pastor (João 10:11,14).
4:9-10
As promessas de futura glória não negam o fato do castigo que ainda viria sobre o povo. Israel sofre a dor como se fosse de parto (9-10). Depois das dores, vem a alegria. O povo sofreria e seria levado em cativeiro, mas Deus o libertaria.
4:11-13
**Obs.: Deus domina sobre os reinos (veja Daniel 4:32). Aqui ele afirma que a vontade dele seria feita, independente dos planos e das expectativas dos homens.
As nações se reuniram para fazer a sua própria vontade contra Judá (11-12).
**Obs.: O fato é que Deus usou outras nações para castigar o seu povo, mas eles não reconheceram o domínio dele e nem respeitaram a vontade dele em relação à tarefa (Jeremias 50:7). Algumas nações participaram, sem direito, do castigo do povo de Deus, e foram punidas por isso (veja Obadias 11-14).
Afinal, Deus daria a vitória ao seu povo de Israel (13).
5:1
Mas, a vitória viria depois da vinda do inimigo (1).
**Obs.: Talvez estes versículos estejam falando sobre a vinda da Assíria contra Judá. Viria com intenção de destruir (4:11), mas Deus não o deixaria (4:12). Ele daria a vitória a Judá (4:13), mesmo quando o inimigo chegasse perto para ferir o juiz de Israel (5:1). Os assírios invadiram Judá e sitiaram Jerusalém, mas Deus matou os soldados e deu a vitória ao povo (2 Crônicas 32:1-23).
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Neste trecho a mensagem volta à esperança futura do povo sob a liderança do Messias (veja 4:1-8).
5:2-5
De todos os lugares em Judá, Deus escolheu a pequena cidade de Belém-Efrata como origem do rei futuro (2)
**Obs.: Esta profecia é especialmente interessante à luz do cumprimento no Novo Testamento. Miquéias profetizou 700 anos antes do nascimento de Jesus. Maria, que foi escolhida como mãe do Messias, não morou em Belém. Na hora certa, por decreto do imperador de Roma, José e Maria viajaram até a cidade ancestral deles, onde Jesus nasceu. Os sacerdotes e escribas da época usaram esta profecia para orientar os magos que procuraram Jesus (Mateus 2:5-6).
**Obs.: O mesmo versículo que profetiza do nascimento do Messias em Belém esclarece um ponto importante. No sentido mais amplo, ele não teria sua origem naquele povoado, pois suas “origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (2). Esta profecia não é de um mero homem, mas do próprio Senhor que “reinará sobre eles no monte Sião” (4:7). O rei que nasceria em Belém é, ao mesmo tempo, o eterno Deus!
Portanto, o povo ainda passaria por um período de sofrimento, como se fosse de dores de parto (veja 4:10) antes de dar à luz o Libertador (3).
**Obs.: Quem é a mulher que sofre aqui? Alguns acham que seja Maria, a mãe de Jesus, mas o contexto sugere outra resposta. É o próprio povo, ou melhor, o restante do povo que passaria pelo sofrimento do cativeiro antes de dar à luz o Messias (veja Isaías 66:7-8 e Apocalipse 12:1-5).
O trabalho do rei (4-5). O papel do Messias:
(1) Manter-se firme.
(2) Apascentar o povo na força do Senhor.
(3) Ser engrandecido até aos confins da terra (veja Atos 1:8).
(4) Ser a paz do povo, protegendo-o dos seus inimigos.
5:5-9
O Messias daria ao povo segurança e vitória sobre os seus inimigos (5-6).
**Obs.: Profecias da Bíblia freqüentemente utilizam elementos conhecidos na época da mensagem para falar sobre conceitos futuros e, às vezes, mais difíceis a serem compreendidos. Assim Ezequiel 40 - 48 usa Jerusalém e o templo para profetizar sobre a igreja, Isaías 11 usa imagens de paz entre animais para predizer a paz espiritual no reino de Cristo e Miquéias usa o povo da Assíria e a terra de Ninrode (6) para representar os inimigos dos servos de Jesus.
Entre as nações, o povo seria como:
(1) Orvalho/chuvisco que refresca (7). O povo de Cristo traz as boas novas da salvação ao mundo (veja Mateus 5:14-16).
(2) Leão/leaõzinho que domina (8-9). João disse que “aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus” vence o mundo (1 João 5:5). Paulo acrescenta: “somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37). Ainda devemos lembrar que a nossa vitória, assim como a luta, é espiritual e não carnal (2 Coríntios 10:3-6).
5:10-15
O domínio do Messias seria absoluto e puro. Ele prometeu eliminar:
(1) Cavalos, carros de guerra e fortalezas (10-11), porque os servos dele não venceriam por guerras físicas e carnais (veja João 18:36), nem dependeriam mais da força humana para se salvar.
(2) Feitiçaria e adivinhação (12), porque os sujeitos do Rei procurariam revelações somente da palavra de Deus (veja Gálatas 1:6-9).
(3) Toda forma de idolatria (13-14), porque Deus é único.
(4) Os rebeldes que não obedecem a ele (15; veja 2 Tessalonicenses 1:8-9).
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No capítulo 6, o profeta volta mais uma vez à circunstância do povo na sua época. Ele deixa de falar sobre a glória futura do povo no reino messiânico para mostrar novamente a corrupção do povo e os motivos do castigo iminente.
6:1-8
Deus chama o seu povo ao julgamento, pedindo que Israel se defenda contra as acusações dele (1-2). Ele chama os montes para ouvir a contenda de Deus contra o povo.
**Obs.: Os montes como júri. Os montes estavam presentes durante toda a história de Israel. Presenciaram a bondade de Deus e a rebeldia do povo. Aqui o profeta emprega uma figura comum nas Escrituras. Quando o povo nega os fatos, Deus chama montes, pedras e a própria terra como testemunhas, pois sabem de toda a história das pessoas acusadas. Veja Habacuque 2:9-11; Lucas 19:39-40; Salmo 85:11.
Deus pede que o povo responda às acusações com sua própria queixa contra o Senhor (3).
**Obs.: Deus sabia muito bem que não teria nenhuma acusação válida contra ele mas, mesmo assim, ele dá oportunidade para o povo o acusar. Quando procuramos resolver conflitos entre nós e outras pessoas, mesmo se acharmos que o problema esteja com a outra parte, devemos dar oportunidade para a pessoa nos acusar e mostrar como contribuímos ao problema. Isso não quer dizer que alguém deve assumir responsabilidade por algo que não fez. Deus não admite culpa aqui, e nem sempre temos culpa nas diferenças que surgem entre pessoas. Mas, muitas vezes, problemas entre duas pessoas envolvem duas parcelas de culpa. Quando presenciamos discórdias entre pessoas, devemos sempre lembrar da observação sábia de Provérbios 18:17 - “O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina.”
Deus se defende, citando exemplos históricos de sua fidelidade para com o povo de Israel (4-5). Considere o que ele tinha feito para mostrar o seu amor para seu povo:
(1) Tirou-os do Egito (4).
(2) Remiu-os da escravidão (4).
(3) Enviou Moisés, Arão e Miriã diante deles (4).
(4) Protegeu o povo das maquinações de Balaque e das profecias de Balaão (5; veja Números 22-24).
(5) Cuidou deles desde Sitim (a última parada antes de atravessar o rio Jordão) até Gilgal (o primeiro acampamento na terra prometida), cumprindo a sua promessa de dar-lhes a terra (5).
**Obs.: O papel de Miriã (4). Sabemos que, desde a criação do primeiro casal até o Novo Testamento, Deus sempre tem dado aos homens a responsabilidade de liderança (veja, por exemplo, o ensinamento de 1 Timóteo 2:8-15, onde aprendemos que o mesmo princípio da autoridade masculina estava em vigor desde a criação). Este fato não nega a importância das mulheres no plano de Deus, e a Bíblia destaca o papel de algumas delas, incluindo Miriã, a irmã de Moisés e Arão. Como profetisa, ela conduziu as mulheres de Israel no seu louvor (Êxodo 15:20-21). Mas, quando ela tentou assumir um papel maior, até desafiando a posição de Moisés, Deus a castigou (Números 12:1-15). Todos nós devemos aceitar os papéis que Deus nos deu, quaisquer que sejam.
O povo procura uma maneira de reconciliar com Deus (6-7). Adiantaria chegar com sacrifícios abundantes? Ofertas das primícias resolveriam o problema? O sacrifício de seus próprios filhos tiraria a culpa? Nada disso resolve o problema do pecado.
O que Deus quer do homem? Miquéias resume em três itens o que Deus quer dos seus servos (8):
(1) Praticar a justiça.
(2) Amar a misericórdia.
(3) Andar humildemente com Deus.
**Obs.: Este versículo (8) apresenta um bom resumo da vontade de Deus na vida de cada servo dele. Por um lado, devemos mostrar a justiça, odiando o pecado e aplicando a palavra dele em tudo que fazemos. Mas a justiça precisa ser governada pela misericórdia, mostrando o amor de Deus em nossa atitude para com outros. Da mesma maneira que ele perdoa, devemos perdoar as pessoas que pecam contra nós (Mateus 6:12-15; Efésios 4:32). Em tudo isso, é essencial mostrar a humildade e manter a comunhão com Deus.
**Justiça X Sacrifício (6-8). Deus sempre quis a obediência do homem. Samuel disse para Saul: “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22). No sistema do Velho Testamento, os sacrifícios foram uma maneira de pedir perdão, e assim se tornaram dever de todo pecador. Mas, Deus prefere obediência. Um exemplo esclarecerá a idéia: Imagine qualquer pai cujo filho faz algo errado, desrespeitando o próprio pai. Se o filho chegar ao pai, arrependido, e pedir perdão, é claro que o pai perdoará. Mas, qual pai não ficaria mais contente se o filho tivesse obedecido a sua palavra, ao invés de desobedecer e pedir desculpas? Deus perdoa, mas ele prefere o nosso respeito e obediência.
6:9-12
Na primeira fase do julgamento, Deus deu oportunidade para o povo acusá-lo de algum erro, mas o povo não levantou queixa nenhuma. Agora, o Senhor traz as suas acusações contra o povo por meio de perguntas feitas para mostrar a culpa deles.
**Obs.: “A voz do Senhor clama...” (9). As interrogações deste parágrafo vêm do próprio Deus, e a palavra dele sempre merece respeito. Quando lemos as Escrituras, Deus está falando conosco. Devemos mostrar reverência e respeito por tudo que ele fala (João 12:47-50; Colossenses 3:17).
As perguntas do Senhor acusaram o povo de várias ofensas:
(1) Desonestidade no comércio (10-11).
(2) Violência (12).
(3) Mentiras (12).
**Obs.: Quando olhamos para o mundo de hoje, percebemos que nada mudou. A violência e a desonestidade ainda dominam a vida de muitas pessoas. Muitas empresas incentivam os funcionários a mentir para aumentar os seus lucros. O servo de Deus no meio de um mundo corrupto, precisa mostrar a sua lealdade a Deus e resistir a estas tendências pecaminosas.
6:13-16
Deus já apresentou suas acusações e provas; agora chega à sentença da pena imposta ao povo pelos crimes cometidos.
Ele mesmo castigaria o povo (13).
Eles sofreriam fome, e mesmo tentando proteger os seus bens, perderiam tudo (14-15).
O motivo deste castigo: praticaram as obras da casa de Acabe (16).
**Obs.: Acabe, influenciado por sua mulher Jezabel, foi um dos piores reis da história de Israel. Sua influência também atingiu o povo de Judá até o ponto de um dos reis de Judá casar-se com a filha de Acabe (2 Crônicas 21:6). Leia mais sobre o reinado de Acabe em 1 Reis 16-22.
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Nesta primeira parte do capítulo 7, Miquéias dá a resposta de Jerusalém às acusações e à sentença apresentadas por Deus no capítulo anterior.
Judá reconhece e lamenta o seu estado, encarando o seu castigo (1).
O próprio povo admite a justiça de Deus no castigo (2-4):
(1) Não há na terra homem piedoso ou reto (2).
(2) Todos praticaram a violência (2).
(3) Maltrataram os próprios irmãos (2).
(4) Dedicam-se à prática do mal (3).
(5) Os príncipes, juízes e poderosos abusam da justiça para oprimir os outros (3).
(6) Todos se mostraram corruptos (4).
O povo reconheceu, também, a chegada do castigo previsto (4). Deus tinha avisado por meio de sentinelas (profetas - veja Ezequiel 3:17; 33:2) e agora o castigo vem.
Afinal, Judá não podia confiar em ninguém (5-6):
(1) Não no amigo nem no companheiro (5).
(2) Nem nas pessoas mais íntimas (5).
(3) Nem na própria família, pois teria traição entre pais e filhos (6).
A única pessoa digna de confiança é o próprio Senhor (7).
**Obs.: Algumas pessoas aprendem cedo a confiar no Senhor, e outras sofrem as conseqüências da própria maldade antes de voltar para ele. Judá pecou contra Deus durante gerações antes de aprender que ele é o único Deus verdadeiro.
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No início do capítulo 7, o profeta respondeu às acusações feitas por Deus contra o povo, reconhecendo a culpa do povo e a justiça de Deus. No versículo 7 ele falou que esperaria em Deus a salvação. Na continuação do capítulo, ele fala do livramento que vem do Senhor.
7:8-13
O inimigo não teria direito de se alegrar a respeito do sofrimento do povo, porque Deus traria a luz (8).
Deus, e não os inimigos, controla o destino do povo (9). O povo sofreria castigo justo nas mãos de Deus, e seria salvo pelo Senhor depois do castigo.
**Obs.: Confiando em Deus, mesmo quando ele castiga. Para chegar ao ponto de aceitar o que vem da mão do Senhor, tanto castigo como livramento, o povo amadureceu muito. Judá mostra aqui a mesma atitude de Davi quando ele pecou e reconheceu seu erro no censo não-autorizado. Ele disse: “Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas, nas mãos dos homens, não caia eu” (2 Samuel 24:14). Isso não quer dizer que Deus esqueceria do pecado do homem. No caso de Davi, o pecado dele causou a morte de 70.000 homens, mais de 5% dos homens de Israel. Na profecia de Miquéias, é evidente que o povo ainda sofreria um castigo pesado, mas que Deus mostraria a justiça e a misericórdia para como Judá.
No fim, Judá seria vindicado o os inimigos que duvidaram o poder e a justiça do Senhor seriam humilhados (10-11).
O povo de Deus, espalhado pelo cativeiro, voltaria para a sua própria terra (12).
A terra seria “posta em desolação” (13).
**Obs.: A terra (13), provavelmente, representa o mundo ímpio que sofreria enquanto o povo de Deus seria abençoado (veja os versículos anteriores e posteriores). Assim o mundo abandonado no pecado fica em contraste com o povo libertado e preservado por Deus.
7:14-17
Deus apascentaria seu povo na terra fértil (14). Aqui o profeta emprega várias figuras conhecidas, pedindo que Deus cuide do povo arrependido e restaurado:
(1) O bordão do pastor (14). Serve para guiar o rebanho e resgatar ovelhas perdidas.
(2) O rebanho da herança de Deus (14). Sugere a intimidade de Deus com o povo.
(3) Mora a sós (14). Protegido de inimigos como povo santificado (veja 2 Coríntios 6:17; Hebreus 12:14).
(4) No bosque, no meio da terra fértil (14). Há dúvida sobre esta tradução. Um outra possibilidade é “no meio de Carmelo”, uma região montanhosa e fértil perto do Mar Mediterrâneo. Ambas as traduções trazem a mesma idéia.
(5) Apascentam-se em Basã e Gileade (14). Cita as regiões de boa pastagem da Transjordânia para mostrar que Deus alimentaria bem o povo restaurado.
(6) Maravilhas como na época do êxodo (15). Há muitos pontos de paralelo entre a saída do povo físico da escravidão no Egito e a saída do povo espiritual da escravidão no pecado (veja o ensinamento de Paulo em 1 Coríntios 10:1-13). Sabemos, também, que maravilhas/milagres acompanharam a introdução de novas doutrinas (Marcos 1:27; Hebreus 2:1-3).
Em contraste com o tratamento especial que Deus daria ao seu povo, as nações ímpias seriam desamparadas (16-17). Observe as descrições do estado delas:
(1) Envergonhadas por ser tão fracas em comparação com Deus (16).
(2) Não conseguem falar diante de Deus (16).
(3) Nem resistem a poderosa voz dele (16; veja Jó 26:14).
(4) Vêm ao Senhor rastejando como serpentes e trememdo como répteis, saindo de seus esconderijos com medo de Deus (17).
7:18-20
Miqueías encerra o seu livro louvando a Deus por sua misericórdia. Aqui ele destaca os seguintes fatos sobre o Senhor:
(1) Ele é único (18).
(2) Ele perdoa pecados (18).
(3) Não retém a sua ira para sempre (18).
(4) Tem prazer na misericórdia (18).
(5) Mostra compaixão ao seu povo (19).
(6) Manda embora os pecados do povo (19).
(7) Cumpre fielmente as promessas feitas a Abraão e Jacó (20).
**Obs.: Deus é misericordioso (18-19). A misericórdia é uma das qualidades essenciais do caráter de Deus, demonstrando o amor dele para com suas criaturas.
É motivo de louvor (veja Salmo 136 como exemplo).
**Obs.: Deus lança os pecados nas profundezas do mar (19). A idéia de perdão é difícil para o homem compreender. Deus totalmente afasta os pecados do pecador e nunca mais lembra dos pecados perdoados. Ele os esmaga e os lança no mar!
**Obs.: As promessas feitas aos patriarcas servem como pano de fundo para muitas coisas feitas na Bíblia. Deus totalmente destruiu outras nações rebeldes, mas resgatou e restaurou o povo de Israel para cumprir as promessas feitas a Abraão e aos descendentes dele (Gênesis 12:1-3).
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