Quatrocentos Anos de Silêncio
Autoria / Fonte: Enéas Tognini
Entre o final do Antigo Testamento e o início do Novo
Testamento há uma lacuna de 400 anos sem a manifestação de um profeta de Deus.
Durante esse longo período ocorreram eventos marcantes, guerras e o surgimento
de diversos grupos que estão presentes nas páginas do Novo Testamento. Qual a
característica desses grupos? O que idealizavam? Nesse artigo procuramos
destacar, no formato esboço, uma coletânea de eventos ocorridos entre o Período
Persa e o Período Romano, os quais envolveram a nação de Israel.
Entre os Testamentos
Definição: Trata do período de eventos que ocorreram entre o
fim do AT e o início do NT. As datas são de 424 a.C até 5 a.C.
Por Que Estudar?
*
"Razões
Históricas" que explicam os acontecimentos "de fundo" do NT.;
*
"Razões
Culturais" que explicam a origem e desenvolvimento dos costumes,
instituições e vida espiritual do povo judaico do período do NT;
*
"Razões
Messiânicas" que demonstram como Deus preparou o mundo para o Seu Advento.
As Divisões do Período Interbíblico
Entre as datas marcadas para nosso estudo muitos eventos
passaram que não teremos oportunidade de reconhecer. Nós daremos atenção
especial ao fim do AT, os tempos de Alexandre, as "Guerras dos
Macabeus" e Herodes. São eles:
1. Período Persa (536-331)
2. Período Grego (331-167):
2.1. Período
Grego Próprio (331-323)
2.2. Período
Egípcio (323-198)
2.3. Período
Sírio (198-167)
3. Período Macabeu (167-63)
4. Período Romano (63-5)
Fim do Período Antigo - Início do Período Persa
a) Os cativeiros
*
Depois de um
longo período de apostasia, o Reino do Norte foi conquistado e levado para o
cativeiro pelos assírios em 721 a.C.
*
O Reino do Sul recebeu tratamento
semelhante ás mãos dos babilônios sob Nabucodonozor em 586 a.C.
b) As restaurações:
* Cerca de 50.000
exílios cerca do ano 536 foram permitidos por Ciro voltar a Palestina com
Zorobabel (Esdras 1:6);
* Os eventos do
livro de Ester passaram na Pérsia cerca do ano 483;
* Esdras, um
escriba, chegou em Jerusalém cerca do ano 457, promoveu várias reformas civis e
religiosas (Esdras 7:10);
* Neemias e seus
companheiros chegaram na Palestina cerca de 445 a.C;
* Malaquias
dirigiu seus ministério num período de decadência espiritual cerca de 432-424,
ele marcou o fim do AT.
O Período Pérsico
Ao encerrar-se o A.T, por volta de 430 a.C, a Judéia era uma
província da Pérsia. Esta havia sido potência mundial por uns 100 anos.
Continuou a ser por outros 100 anos, durante os quais não se conhece muito
acerca da história judaica. O domínio pérsico, na sua maior parte, foi brando e
tolerante, gozando os judeus de considerável liberdade.
Os reis persas desse período foram:
* Artaxerxes I
(464–423) - Sob seu governo Neemias reconstruiu Jerusalém.
* Xerxes II (423)
* Dario II
(423-404)
* Artaxerxes II [
Mnemom ] (404–359)
* Dario III [
Codomano ] (335-331). Sob o governo deste o "Império Pérsico" caiu.
Características do Período Persa
* Decadência
espiritual vista em Ageu e Malaquias.
* Desenvolvimento
do poder do sumo sacerdote. Após Neemias, a Judéia foi incluída na província da
Síria, assim, o Sumo Sacerdote se tornou governador da Judéia e autoridade da
Síria.
* Os inícios do
escribismo com um interesse exagerado na Letra da Lei.
O Período Grego
A história do AT se encerrou com o cativeiro que a Assíria
impôs ao "Reino do Norte" (Israel); com o subseqüente cativeiro
babilônico do "Reino do Sul" (Judá); e com o regresso à Palestina de
parte dos exilados, quando da hegemonia persa nos séculos VI e V a.C. Os quatro
séculos antes do início da história do NT compreendem o período
intertestamentário, também conhecido como “Os Quatrocentos Anos de Silêncio”
devido ao hiato, nos registros bíblicos, e ao silenciamento da voz profética.
Durante esse hiato é que Alexandre, o Grande, se tornou senhor do antigo Oriente
Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas.
Os Tempos e Significância de Alexandre, O Grande
a) A origem de Alexandre
*
Felipe de
Macedom uniu os estados gregos para expulsar os persas da Ásia Menor. Morreu
assassinado durante uma festa (337 a.C);
*
Alexandre seu
filho, de grande capacidade de liderança, educado sob o famoso Aristóteles, era
devotado a cultura grega. Tirou sua inspiração da ilíada de Homero.
b) As conquistas de Alexandre
1. Após o domínio
da Grécia, adentrou a Pérsia, império 50 vezes maior, com população 20 vezes a
da Grécia;
2. Em 334 adentrou
na Ásia Menor vencendo o exército persa no Rio Grânico, perto de Trôade;
3. Em pouco tempo,
com apenas a idade de 22 anos, conquistou a Sardo, Mileto, Éfeso e Halicarnaso,
estabelecendo em cada cidade a democracia grega;
4. Em 333 a.C foi
ao encontro de Dario na Batalha de Isso, a qual ganhou;
5. Daí foi sem
grande resistência até o Egito que também o dominou;
6. Em 332 cercou a
Tiro, que tomou antes de descer ao Egito;
7. Venceu Dario
decisivamente na batalha de Arbela em 331 a.C pondo fim ao grande império
Persa;
8. Continuou suas
conquistas até o Rio Indo;
9. Morreu com
apenas 33 anos (323 a.C) com suas forças dissipadas pelo álcool e malária;
10. Fundou 70
cidades, moldando-as conforme o estilo grego. Ele e os seus soldados contraíram
matrimônio com mulheres orientais e misturaram, desta forma, as culturas grega
e oriental;
11. Antes do falecimento
de Alexandre (323 a.C) seus principais generais dividiram o império em quatro
porções, duas das quais são importante no pano-defundo do desenvolvimento
histórico do NT, que são a porção do Ptolomeus e a dos Selêucidas. O
"Império dos Ptolomeus" centralizava-se no Egito, tendo Alexandria
por capital. A dinastia governante naquela fatia do império veio a ser
conhecida como "Os Ptolomeus". Cleópatra, que morreu no ano 30 a.C,
foi o último membro da dinastias dos Ptolomeus. O "Império Selêucida"
tinha por centro a centro a Síria, e Antioquia era a sua capital. Alguns,
dentre a casa ali reinante, receberam o apelido de "Seleuco", mas
diversos outros foram chamados "Antioco". Quando Pompeu tornou a
Síria em província romana (64 a.C), findou o "Império Selêucida";
12. A Palestina
tornou-se vítima das rivalidades entre os Ptolomeus e os Selêucidas. A
princípio, os Ptolomeus dominaram a Palestina por cento e vinte dois anos
(320-198 a.C). O judeus gozaram de boas condições durante este período. De
acordo com um antiga tradição, foi sob Ptolomeu Filadelfo (285-246 a.C) que
setenta e dois eruditos judeus começaram a tradução do AT hebraico para o
grego, versão essa que se chamou Septuaginta.
c) A influência de Alexandre
1. Sua influência
foi muito grande por causa de sua extensão e permanência;
2. Estabeleceu
centro de comércio e cultura em toda a extensão do seu império;
3. Com a imposição
da cultura grega, a superstição oriental cedeu a liberdade do pensamento grego
na filosofia, arquitetura, deuses, religiosidade, atletismo (primeira olímpiada
em 776 a.C). Surgiram bibliotecas e universidades em Alexandria e Tarso como em
outros lugares. Preparou-se assim o campo para religião universal;
4. De grande
importância foi a disseminação da língua grega, criando a possibilidade de
pregação do evangelho fazendo uso de uma língua universal e a criação de uma
Bíblia legível em toda a extensão da bacia do Mediterrâneo.
Antíoco Epifânio e a "Revolta do Macabeus"
Antíoco significa "Opositor" (gr.). Foi este o nome
de treze reis da "Dinastia Selêucida". Estabeleceram-se após a morte
de Alexandre, o Grande, em 323 a.C.
Os reis:
* Antíoco I [
Soter ] - (324 a 261);
* Antíoco II [
Theos ] - (286 a 246);
* Antíoco III [ O
Grande ] - (242 a 187);
* Antíoco IV [
Epifânio ] - (170 a 169);
* Antíoco V [
Eupator ] - (173 a 162).
Eventos Relacionados com Alexandre e com Antíoco
1. Após a morte de
Alexandre, começou a luta para o controle do império;
2. Em 301 a.C, na
batalha de Ipso, a divisão efetuou-se em quatro partes;
3. Egito e
Palestina ficaram com Ptolomeu Soter (Lagos) e a Síria do Norte e Ásia Menor
com Seleuco;
4. Os Ptolomeus
dominaram a Palestina até 198 quando os sírios com Seleuco anexaram a Terra
Santa ao seu domínio;
5. Antíoco III, o
Grande, que conquistou a Palestina, morreu e cedeu lugar a seu filho, Seleuco
Filopater (187–175) que foi envenenado, abrindo caminho para a sucessão de seu
irmão Antíoco Epifânio (IV).
Os Atos de Antíoco Epifânio (175–164)
1. Epifânio (nome
que deu a si mesmo) significa “deus manifesto”;
2. O sumo
sacerdote, Onias III, liderou os nacionalistas; Jasom, seu irmão dirigiu os
helenistas. Jasom ofereceu grande soma de dinheiro a Antíoco por ser apontado
sumo sacerdote no lugar do seu irmão. Prometeu também helenizar Jerusalém.
Quando assim foi apontado, tornou o povo cidadãos da capital da Síria
(Antioquia), erigiu um ginásio grego logo em baixo o Templo e os jovens judeus
começaram tomar parte nos jogos gregos. Jasom criou um altar, até mandou
ofertas às festas de Hércules, em Tiro. Os nacionalistas são os antecedentes
dos Fariseus, helenistas dos Saduceus;
3. Antíoco fez
várias expedições para o Egito. Numa delas surgiram rumores de sua morte, algo
que provocou grande regozijo entre os judeus. Ao ouvir isto, Antíoco massacrou
40.000 judeus num só dia. Muitos judeus foram escravizados e o Templo roubado;
4. Numa campanha
seguinte, os romanos forçaram sua desistência no Egito. Em face desta derrota,
derramou sua grande ira sobre Jerusalém. No Sábado matou muitos, escravizou
outros e destruiu partes da cidade. Mandou erradicar a religião judaica. Quem
possuia cópia da Lei (Torah), ou tivesse circuncidado a criança, seria morto.
Finalmente converteu o Templo em "templo de Zeus". Profanou o Templo,
em cujo altar, ofereceu uma porca em sacrifício. Destruiu cópias das
Escrituras, vendeu milhares de judias para o cativeiro e recorreu a toda
espécie imaginável de tortura para forçar os judeus a renunciar sua religião.
Isso deu ocasião à "Revolta dos Macabeus", umas das mais heróicas
façanhas da história.
A Revolta dos Macabeus (167–63)
1. A revolta
começou com Matatias, sacerdote em Modim (167) . Período de Independência,
também chamado de Hasmoneano. Matatias, era sacerdote patriota e de imensa
coragem, furioso com a tentativa de Antioco Epifânio de destruir os judeus e
sua religião, reuniu um bando de leais compatriotas e defraudou a bandeira da
revolta. Essa revolta teve inicio quando Matatias, sendo obrigado por um agente
de Antioco a oferecer um sacrifício pagão, este recusou matando-o, e fugiu na
companhia dos cinco filhos, para uma Região Montanhosa. Seus filhos eram:
Judas, Jônatas, Simão, João e Eleazar. Essa familia era chamada de "Hasmoneanos",
por causa de Hasmom, bisavô de Matatias, e também de "Macabeus",
devido ao apelido Macabeu (Martelo) conferido a Judas, um dos filhos de
Matatias;
2. Judas Macabeu
encabeçou uma campanha de guerrilhas de extraordinário sucesso, até que os judeus
se viram capazes de derrotar os sírios em campo de batalha regular. A revolta
dos Macabeus, entretanto , foi também uma guerra civil deflagrada entre os
judeus pró-helenistas e anti–helenistas;
3. Judas entrou em
Jerusalém e reedificou o Templo. Os judeus recuperaram a liberdade religiosa,
sendo esta a origem da Festa da Dedicação (João 10:22), entre 165 e 164 a.C;
4. Significância da
opressão síria e revolta dos macabeus: Restaurou a nação da decadência política
e religiosa; Criou um espiríto nacionalista, uniu a nação e suscitou
virilidade; Deu um novo impulso ao judaismo, novo zelo pela lei e esperança
messiânica.
5. Intensificou o
desenvolvimentos dos dois movimentos que se tornaram os Fariseus e os Saduceus:
Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista; Os Saduceus surgiram do
grupo que se aliou com os helenistas.
6. Deu maior ímpeto
ao movimento da Dispersão, com muitos judeus querendo se ausentar durante as
terríveis perseguições de Antíoco.
Período Romano (63)
1. Eventos que relacionaram os dias dos Macabeus com o tempo
de Herodes
* Os irmãos de
Judas, Jônatas e Simão sucessivamente lideraram o povo após a morte de Judas;
* Os descendentes
dos Macabeus continuaram no poder até o ano 63 a.C, quando os romanos tomaram o
poder;
* A junção do
poder civil com sumo sacerdócio provocou uma decadência espiritual. A luta pelo
poder tirou a devoção a Jeovah.
2. Antecedentes na vida de Herodes
* Antipater, um
Idumeu (descendente de Edom, nome dado a Esaú, conseguiu lugar de destaque com
os romanos;
* Como procurador
judeu, colocou seu filho Herodes como tetrarca de Galiléia;
* Herodes mostrou
grande zelo no seu governo, erradicando os bandidos que tinham infiltrado a
Galiléia;
* Com a morte de
Antipater (40 a.C) conseguiu de Cesar ser apontado rei de Judeia;
* Com a invasão de
Jerusalém e a morte de Antigono, ultimo descendente dos Macabeus, Herodes
começou a reinar no ano 37 a.C;
3. Três períodos no reinado de Herodes
* Os primeiros 12
anos (37-25) foram gastos na luta pelo poder;
* Os segundos 12
anos (25–13) foram seus melhores anos;
* Os últimos 9
anos (13 –4) se caracterizaram pela crueldade e amargura (assassinou duas de
suas esposas e pelo menos três de seus próprios filhos. Foi este Herodes que
governava Judá quando Jesus nasceu, e que trucidou os meninos de Belém. Herodes
morreu de hidropsia e câncer nos intestinos, em 4 a.C;
4. Os sucessos de Herodes
* Uso de muito tato na sua tentativa de
helenizar os judeus, que Antíoco Epifania;
* Com espetáculos,
jogos, entre outras coisas, ganhou a lealdade dos jovens judeus que se tornaram
os herodianos;
* Aumentou a
fortaleza de Jerusalém, denominada “Antonia”;
* Edificou a
Cesaréia.
Entre seus muitos projetos de edificação, sua maior
contribuição para os judeus foi o embelezamento do Templo de Jerusalém. Tal
fato não expressava sua participação na fé judaica (ele não acreditava nela),
mas foi uma tentativa de conciliar seus súditos. O Templo de Jerusalém,
decorado com mármore branco, ouro e pedras preciosas, tornou-se proverbial
devido ao seu esplendor: "Quem jamais viu o templo de Herodes, nunca viu o
belo!”.
5. Herodes e a vinda de Cristo
* Ele foi parte do
governo romano que preparou o contexto da vinda de Cristo;
* Foi rei
governante quando Cristo nasceu.
As Seitas Judaicas
1. Os Fariseus
* Seus
antecedentes eram os reformadores dos tempos de Esdras e Neemias;
* Quando Matatias
revoltou-se contra os esforços de Antíoco, os Hasidim (“Os Piedosos”), o
apoiaram e se ligaram a ele;
* Mais tarde os
Hasidim foram denominados Perushim (“Os Separados”).
2. Os Saduceus
* O nome
possivelmente vem de Zadoque, o sumo sacerdote dos tempos de Davi (II Sm 8:17 e
15:24);
* Eles aparecem na
história na mesma época que os Fariseus;
* Enquanto os
Fariseus eram nacionalistas, a tendência dos saduceus era na direção da
filosofia grega com a cultura grega;
* Sendo eles um
partido político de tendências sacerdotais e aristocráticas, tinham pouca
influência com o povo comum.
3. Uma comparação entre Fariseus e Saduceus
Fariseus
* Constituíram o
núcleo da aristocracia religiosa e acadêmica;
* Ensinavam que a
alma era imortal, que havia uma ressurreição corporal e julgamento futuro com
galardão ou castigo;
* Acreditavam na
existência de anjos e espíritos bons e maus;
*
Predestinatários, mas aceitaram que o homem tinha livre arbítrio e responsável moralmente;
* Coordenaram a
tradição e a Lei escrita numa massa de regras de fé e a prática evoluindo com
os tempos.
Saduceus
* Constituíram o
núcleo da aristocracia sacerdotal, política e social;
* Ensinaram que
não há nem galardão nem castigo;
* Negaram a
existência de espíritos e anjos;
* Enfatizaram a
liberdade da vontade humana, rejeitando o determinismo e o azar;
* Mantinham que a
Torah era única fonte infalível de fé e prática.
4. Os Essênios
* Não mencionados
no N.T. mas Filo disse que havia 4.000 ou mais;
* Eram uma seita
ascética com sede na beira ocidental do mar morto;
* Pensa-se que
houve muitos deles nas vilas e cidades da Palestina;
* Seguiram, o
conceito de comunidade de bens, abstinência , meditação, trabalho zeloso e o
celibato.
5. Os Herodianos
* Eram partido
político não religioso;
* Esperaram que
Herodes cumprisse a realização da esperança da nação.
6. Os Zelotes
* Legalistas;
* Pietistas;
* Messianistas
nacionalistas
* Intolerantes dos
judeus impiedosos e de Israel na subjugação aos romanos.
A Esperânça Messiânica dos Judeus
1. No surgimento no Período Interbíblico
Na época da restauração, e com o desaparecimento dos
profetas, houve pouca ênfase na esperança messiânica. O interesse do povo era a
observação da Lei (Ne 8:1-3 e 9:13-16).
2. Na época dos Macabeus
A perseguição intensa inspirou a esperança dum líder
super-humano. Especialmente após a tomada de Jerusalém pelos romanos (63 a.C),
encontramos o ressurgimento da esperança messiânica.
3. Na época do nascimento de Cristo
É fato conhecido que quando Cristo veio houve uma larga
expectativa da vinda do Messias, especialmente com a morte de Herodes, o
Grande. Mesmo pensadores gentios como Tácito e Suetonio manifestam esta
esperança de alguém surgir dentre os judeus.
4. A idéia básica
* Os judeus
esperavam que fossem resgatados por um Rei que levantaria um reino eterno e
julgaria os maus;
* Esperavam a
salvação de Israel, não dos gentios;
* Esperavam alguém
mais do que mero homem denominando-o de “O santo e Poderoso”, “Messias “, entre
outros títulos. Pode ser que pensavam nele com um anjo poderoso que viesse agir
sobrenaturalmente.
5. Uma opinião de minoria
* Poucos judeus
esperavam um messias sofredor;
* Eram homens
espirituais que procuravam nas Escrituras a verdade;
* Destacam-se
pessoas como Simeão, Natanael, João Batista e Ana.
O Advento de Cristo
1. "Período de Silêncio"
O mundo foi preparado para a vinda de Cristo através de
vários povos. O Apóstolo Paulo escreveu:
“Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho”
(Gl 4:4).
Marcos afirmou o mesmo, dizendo :
“O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo” (Mc
1:15).
É interessante notar a preparação do mundo para a primeira
vinda de Cristo e as contribuições dos três grande povos daquela época.
Verdadeiramente, Cristo veio na plenitude dos tempos.
2. Elementos Judaicos na preparação para a vinda de Cristo
* Um povo
divinamente preparado;
* Um povo
escolhido para ser testemunha entre as nações;
* Escrituras
proféticas predizendo a vinda do Messias;
* A dispersão dos
judeus em todo o mundo conhecido;
* Sinagoga onde se
estudava as Escrituras que forneceriam local para a pregação do evangelho;
* Proselitismo que
trouxe muitos gentios para o judaísmo;
* Era o povo do
Livro, Interessado na prática da religião e na busca da salvação.
Uma esperança da vinda do Messias foi oferecida pelos judeus
a um mundo de religiões pagãs. Também o judaísmo ofereceu, pela parte moral da
Lei Judaica, o sistema de ética mais puro do mundo. Mas o mais importante é que
os judeus prepararam o caminho para vinda de Cristo pelo fornecimento de um
Livro Sagrado, o Velho Testamento.
3. Elementos Gregos
A filosofia grega que se aproximava do monoteísmo, tendência
para a imortalidade, ênfase sobre a consciência e dignidade humana e
liberalismo de pensamento.
A língua grega, tradução do AT, para a pregação do evangelho
e a escrita do N.T junto com os termos adotados por Paulo e outro pregadores do
Novo Testamento para explicar o evangelho.
No primeiro século os romanos cultos conheciam grego e
também latim. O dialeto grego usado no quinto século a.C, na época da glória de
Atenas, tornou-se o dialeto “Koiné” (comum) do primeiro século. O dialeto da
literatura clássica de Atenas foi modificado e enriquecido pelas mudanças que
sofreu nas conquistas de Alexandre Magno no período entre 338 e 146 a.C. O NT.
Foi escrito nesse dialeto "comum".
A cultura helenística em geral com seu espírito cosmopolita,
transcendendo as barreiras, o judeu helenizado que serviria como ponte entre o
judeu e gentio e a busca da salvação do mundo romano.
Por um lado a filosofia grega deu uma contribuição positiva,
mostrando o melhor que o homem pode fazer na busca de Deus pelo intelecto, por
outro lado contribuiu negativamente, pois, nunca deu uma satisfação aos
corações e nunca conduziu o homem a um Deus pessoal.
4. Elementos Romanos – A Contribuição Política
Cristo veio ao mundo época do Império Romano. Todo o mundo
ficou sob um governo único, uma lei universal. Era possível obter cidadania
romana, ainda que a pessoa não fosse romana. O Império Romano mostrou as
tendência de unificar os povos de raças diferentes numa organização política.
Havia paz na terra quando Cristo nasceu. Os soldados romanos
asseguravam a paz nas estradas da Ásia, África e Europa.
Construíram excelentes estradas ligando Roma a todas as
partes do Império. As estradas principais foram construídas de concreto. As
estradas romanas e as cidades estratégicas localizadas nos caminhos eram
indispensáveis a evangelização do mundo no primeiro século.
5. Resumo dos Elementos
Na plenitude dos tempos, quando a maior parte do mundo ficou
sob uma lei e um governo, e todo o mundo falou a mesma língua diariamente,
Cristo veio, cumprindo as profecias. Jerusalém, em especial, localizava-se onde
as estradas se cruzavam, ligando os continentes da Ásia e África com Europa.
Nota: Este resumo é baseado no livro "O Período
Interbíblico", de Enéas Tognini.
Enéas Tognini