CRISTO REVELADO NO
LIVRO DE EZEQUIEL
Em Ezequiel, a
Cristologia, a Pessoa e a obra do Espírito Santo são indissoluvelmente ligadas
umas com as outras. Embora uma figura messiânica não seja claramente
perceptível na visão final de Ezequiel, vários títulos messiânicos e usos no
livro indicam que um Messias é parte de sua visão escatológica.
O titulo “Filho do Homem” ocorre umas
noventa vezes em Ezequiel. Enquanto o titulo é aplicado a ele mesmo, foi
apropriado por Jesus como sua favorita autodesignação. Então, Ezequiel foi
aceito como uma voz profética da era messiânica quando o Espírito do Senhor
“caiu” sobre ele (11.5). A descida do Espírito Santo sobre Jesus, no Jordão,
deu-lhe poder para anunciar a vinda do Reino messiânico (Lc 4.18-19).
Outro titulo messiânico é refletido na visão
do Senhor Deus como o divino Pastor que busca o rebanho que anda espalhado
(34.11-16). A figura de linguagem desperta representações de Jesus como o bom
Pastor (Jo 10.11-16).
Ezequiel, mais adiante, desenvolve a
idéia fundamental de Israel como “reino sacerdotal e povo santo,” que foi
enraizado no concerto do Sinai (Êx 19.6). Um santuário restaurado no meio de um
povo reagrupado cujo cabeça é o Sacerdote-Rei, o Messias dadívico (37.22-28),
prenuncia o tabernáculo restaurado de Davi, a Igreja (Am 9.11; At 15.16).
Uma profecia messiânico final de
Cristo emprega a figura de linguagem de uma galho novo de cedro plantado pelo
próprio Senhor numa grandiosa montanha, na qual se torna um grandioso cedro,
dando frutos e ninhos para passarinhos. Essa metáfora da natureza, como “tronco
de Jessé” (Is 11.1,10; Rm 15.12), serve para representar o futuro Messias.
Passarinhos e árvores representam as nações de gentios para mostrar o reinado
universal de Cristo.