TESTEMUNHAS DE
YEHOSHUA
Esequias Soares da
Silva
( Revista Defesa da
Fé: WWW.ICP.COM.BR)
História e doutrina
Um novo movimento
está surgindo entre o povo, denominado Igrejas de Deus das Testemunhas de
Iehoshua, conhecido também por Testemunhas de Iehoshua. Fizemos um levantamento
sobre esta nova seita, pesquisamos seu material (algumas apostilas) e
entrevistamos, via telefone, o fundador da nova religião. O movimento foi
fundado em 1987, em Curitiba, PR, por Ivo Santos de Camargo. O fundador não possui
formação teológica formal. Diz que estudou hebraico durante dois anos, após a
suposta revelação.Atualmente dirige a Igreja, segundo ele, com cerca de 100
membros. Afirma que seu movimento está do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do
Norte.
O fundador afirma
nunca pertencer a uma igreja evangélica, mas diz haver visitado algumas delas.
Diz que recebeu uma revelação de Deus sobre a pronúncia exata do tetragrama
(nome divino, as quatro consoantes [YHWH] e que esse nome é o mesmo do
Salvador. Segundo o fundador, o nome "Jesus" é uma abominação, é o
paganismo do catolicismo romano. O nome que veio do céu, diz, é Iehoshua.
Afirma ainda "ser filho direto da revelação", portanto sua ordenação
é direta com Deus. É contra a todas as igrejas evangélicas, admite que a
salvação depende do conhecimento e da revelação do nome Iehoshua, e mesmo
assim, dentro de sua organização religiosa.
Os adeptos do
referido movimento, sob a orientação de seu fundador, negam a doutrina da
Trindade, embora defenda a deidade absoluta de Jesus. É o sabelianismo modal,
como a Igreja Local de Witness Lee e a Igreja Voz da Verdade, do conjunto
musical de mesmo nome. São sabatistas, defendem a guarda do sábado, como os
adventistas do sétimo dia. Defendem duas categorias de salvos, mais ou menos
como as Testemunhas de Jeová: Os cristãos salvos vão para céu, exceto os
judeus, assírios e egípcios, estes herdarão a terra. São exclusivistas como as
demais seitas pseudo-cristãs.
Os adéptos da nova
seita costumam visitar os templos evangélicos em grupos, para tumultuar o
ambiente. Um membro do grupo pergunta ao pregador sobre Iehoshua e Jesus. É
óbvio que dificilmente vai encontrar alguém que saiba hebraico, nem elas mesmas
o sabem, são pedantes. Quando o pregador se embaraça os demais membros do grupo
começam a gritar criando uma verdadeira balbúrdia no culto. São proselitistas.
Estão preocupados em arrebanhar os cristãos evangélicos, pois são pescadores de
aquários.
É uma seita
inexpressiva e seus argumentos só podem convencer as pessoas mais simples e os
incautos. Suas crenças são inconsistentes e de uma pobreza franciscana. É bom
lembrar que C. T. Russell, fundador das Testemunhas de Jeová, começou com suas
idéias subjetivas, posteriormente transformando suas ficções em
"verdades", pelo processo de lavagem cerebral. Sua religião conta
hoje com quase seis milhões de adeptos em todo o mundo. A Igreja do final do
século passado e do início do século vinte subestimou o tal grupo. Com o
trabalho ferrenho de casa em casa, aos poucos eles vão crescendo.
Se as igrejas da
atualidade subestimarem a seita Testemunhas de Iehoshua, poderemos ter o mesmo
problema no futuro, pois a mentira repetida vinte vezes se torna
"verdade", como dizia Mussolini. Apesar das crenças dessas seitas
serem ficções, doutrinas subjetivas, sem base bíblica, todavia elas estão
fazendo proselitismo. O povo precisa saber que a crença delas é um combate
contra o Cristianismo bíblico.
JESUS OU IEHOSHUA?
Origem do nome
O nome Jesus vem do
hebraico (Yehoshua) — "Josué", que significa "Iavé é
salvação". Josué era chamado de Oshea ben Num "Oséias filho de
Num" (Nm 13.8; Dt 32.44). "Oshea" significa
"salvação". Moisés mudou seu nome para Yehoshua ben Num "Josué
filho de Num" (Nm 13.16).
A Septuaginta usou o
nome (Iesus) para Yehoshua, portanto Iesus é a forma grega do nome Yehoshua,
exceto I Cr 7.27, que transliterou por (Iousue) — "Josué". Depois do
cativeiro de Babilônia, o nome Yehoshua era conhecido por (Yeshua). Em Neemias
8.17 Josué é chamado Yeshua ben Num. Yeshua é o nome hebraico para Jesus até
hoje em Israel. Isso pode ser comprovado em qualquer exemplar do Novo
Testamento hebraico.
O sumo sacerdote
Josué, filho de Joazadaque, é chamado em hebraico simultaneamente de Yeshua (Ed
3.2, 8; 4.3; 5.2; Ne 7.7) e Yehoshua (Ag 1.1, 12, 14; 2.2, 4; Zc 3.1, 3, 6, 8,
9; 6.11). Embora nossas versões usem Jesua (Almeida Corrigida, Atualizada e
Contemporânea) Jesuá (Revisada) Jeshua (Brasileira), contudo a Septuaginta não
faz essa distinção — Usa Iesus para ambos. Iesus é o nome do Messias, o nosso
Salvador, registrado no Novo Testamento, que chegou para nossa língua como
Jesus.
O NOME YEHOSHUA
O que as Testemunhas
de Jeová fazem com o nome "Jeová", assim o fazem as Testemunhas de
Yehoshua com relação ao Deus-Pai e ao Deus-Filho. O fundador disse que recebeu
uma revelação de que a pronúncia correta do tetragrama não é Jeová, Javé,
Iahweh e nem Yehovah, mas Iehoshua. Agora procuram justificar esta
"descoberta" em Êx 23.20, 21, que diz: "Eis que eu envio um Anjo
diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho
aparelhado. Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira;
porque não perdoará a vossa rebelião; porque o meu nome está nele". Afirma
que esse Anjo é Josué, com base na expressão: "o meu nome está nele".
Como o nome "Josué" em hebraico é Yehoshua assim explica sua teoria.
Negando a doutrina
bíblica da Trindade afirma que Iehoshua é o nome do Deus de Israel, revelado no
Velho Testamento, e que esse nome é o mesmo do Messias, que deve ser invocado
por "Iehoshua" e não por "Jesus". Segundo eles: "Jesus
é o nome que os papas introduziram nas Sagradas Letras, blasfemando do nome que
veio do céu". Em outra literatura diz: "No fim do III século da era
cristã, quando o bispo Jerônimo traduziu as Escrituras para o latim, a língua
oficial do império romano. Nesta ocasião o nome original IERROCHUA foi
substituído pelo nome grego-romano <JESU> (IESOUS)".
É pena que essas
vítimas estejam tão mal-informadas. Há textos do Novo Testamento anterior a
data apresentada pela seita, que mostram que a infirmação dessas vítimas não é
verdadeira. Por exemplo: Os papiros 45, 46 e 47, conhecidos como Chester
Beatty, que se encontram atualmente no museu Beatty, em Dublin, Irlanda, são do
início do terceiro século, e trazem a forma abreviada de (Iesus) — IS ou IC. Da
mesma forma os Papiri Bodmeriani, 66, 75 e 76, que se encontra na Biblioteca
Bodmer, em Geneve, Suiça. O papiro 75 contém os evangelhos de Lucas e João, é
datado entre 175 e 225 AD. Esse argumento de que o nome Iesus é coisa de
Jerônimo, no fim do século III não procede.
Ensinam que o Pai é
Filho e o Filho é Pai: Doutrina sabelianista. Jesus disse: "E na vossa lei
também está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que
testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai, que me enviou"
(Jo 8.17, 18). Essa passagen bíblica, por si só, destrói completamente o sabelianismo
e qualquer doutrina unicista. Além disso, encontramos vezes, nios evangelhos,
Jesus se dirigindo ao Pai como outra pessoa. Negam, como as Testemunhas de
Jeová, a personalidade do Espírito Santo.
O primeiro problema
dessa interpretação, para não dizer invenção, é que a pronúncia Yehoshua, não
comporta no tetragrama. Diz o fundador do referido movimento: "Essa
vocalização foi feita pelo ANJO, não por homens". Isso que a seita fez não
é vocalização, pois as letras hebraicas (ayin) e (shin), que aparecem no nome
Yehoshua são consoantes. O problema da pronúncia exata do tetragrama diz
respeito meramente com as vogais, e o fundador acrescenta duas consoantes. As
letras y (yiud), h (he) e w (vav) aparecem no nome Yehoshua, mas no tetragrama
o he aparece duas vezes. O nome (Yehudah) "Judá" traz as quatro
consoantes hdwhy, eliminando a letra dalet d fica o tetragrama hwhy. O nome
"Judá", em hebraico, se aproxima mais do tetragrama que o nome de
"IEHOSHUA". Nem com uma camisa-de-força seria possível ser essa a
pronúncia exata do tetragrama, é impossível tal pronúncia. Yehoshua não é o
nome do Deus de Israel e nem de seu Filho Jesus, mas o nome de dois personagens
que são figuras de Cristo: Josué filho de Num e Josué filho de Jozadaque.
O misterioso anjo
Por que o referido
Anjo deveria se Josué, segundo a seita? Alegam esses adeptos que isso é pelo
fato de o texto afirmar: "o meu nome está nele". A Bíblia diz que
Deus pôs o seu nome sobre os filhos de Israel (Nm 6.27); sobre o Templo de
Jerusalém (II Cr 7.15); sobre a cidade Santa e assim por diante. Por que só
nessa passagem os adeptos de Ivo dos Santos Camargo afirmam que esse Anjo é
Josué? Assim, essa expressão "o meu nome está nele" não justitica a
teoria das Testemunhas de Iehoshua.
O Anjo nesta passagem
é um ser sobrenatural que haveria de proteger Israel até a total extinção dos
amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus e jebuseus (Êx 23.23). A fortaleza
dos jebuseus só foi conquistada por Davi, mais de 350 anos depois da morte de
Josué (2 Sm 5.6-9). Logo esse anjo não pode ser Josué.
Deus se manifestou
como anjo diversas vezes. Esse misterioso Anjo aparece a Agar, no relato do
nascimento de Ismael (Gn 16.7-13). No v. 10 o Anjo diz: "Multiplicarei
sobremaneira a tua semente". No v. 13 "E Ela chamou o nome do SENHOR,
que com ela falava: Tu és o Deus da vista". Quem falava com ela era Deus
ou o Anjo? Da mesma forma, encontramos na teofania do sarçal ardente: "E
apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo... e vendo o SENHOR que se
virava... bradou Deus... Eu sou o Deus de teu pai... (Êx 3.2, 4, 6). Ora, quem
apareceu a Moisés foi Deus ou o seu Anjo? Como se explica isso Esse Anjo, que
além de apresentar atributos divinos, diz explicitamente que é Deus. Ele é o
Messias pré-encarnado, portanto, o próprio Deus. É esse o significado de
"o meu nome está nele". (Êx 23.21). O próprio Josué teve um encontro
com esse Anjo (Js 5.13-15).
Assim fica claro que
Yehoshua é um nome e o tetragrama é outro. O que nos espanta é o fato de alguém
afirmar de maneira aleatória que "isso é aquilo" sem sustentação
alguma baseado exclusivamente no subjetivismo e em cima disso criar uma
religião. O pior de tudo isso é que ainda consegue adeptos!
Algumas supostas
objeções
Questão da letra j.
Diz o fundador das Testemunhas de Iehoshua que o nome correto de nosso Salvador
não pode ser "Jesus" por não existe a letra j na língua hebraica.
Esse argumento é de uma pobreza franciscana! É verdade que o j não existe no
hebraico, grego e latim. No hebraico a letra y yud representante tanto o som
vogal i como a consoante y. O mesmo acontecia com o latim com as letras i e u.
O emprego das letras j e v para representar i e u consonânticos ocorreu na
época do Renascimento, e difundido por Pierre de la Ramée. Por isso lemos
Jerusalém, e não Yerushalayim; Jeremias, e não Yeremiahu; Jonas, e não Yonah;
Joaquim, e não Yehoiacin; e assim por diante.
O número 666. Alegam
que a expressão "Jesus Cristo Filho de Deus" equivale ao número 666,
isso para consubstanciar sua teoria de que o nome "Jesus" é satânico.
Antes de tudo, convém salientar que, com um pouco de criatividade, é possível
tomar o nome de qualquer personagem e adaptar com seus títulos selecionados até
que se chegue ao número 666. Isso é possível fazer com o nome do próprio líder
do movimento Testemunhas de Iehoshua. Quando se quer rotular alguém de 666 há
muitas maneiras de fazê-lo. Se não funcionar em caracteres latinos, pode-se
usar caracteres hebraicos. Se um título não encaixar, substitui por outro, ou
adiciona mais um adjetivo. Se mesmo assim não for possível, basta criar
cálculos cabalísticos. Esse artifício das Testemunhas de Iehoshua só convence
quem prefere trevas à luz.
Outro ponto
importante é que não existe na Bíblia a expressão "Jesus Cristo Filho de
Deus". Essa construção não é bíblica. A Bíblia ensina inúmeras vezes que
Jesus é o Filho de Deus, mas não com essa construção. Colocar essa construção
em latim para depois adaptar ao número 666 é um artifício maligno para atacar o
cristianismo bíblico.
Nome não se traduz. É
verdade que nome não se traduz, mas se translitera conforme a índole de cada
língua. Os nomes Eva, David e outros que levam a letra w wav, "v" em
hebraico aparecem como Eua, Dauid, nos textos gregos. No grego moderno a letra
b beta b na antigüidade", hoje é v. Hoje se escreve Dabid para David e Eba
para Eva.
Há nomes que
permanecem inalteráveis em outras línguas, mas não são todos. O nome
"João", por exemplo é Yohanan, em hebraico; Ioannes, em grego; John,
em inglês; Jean, em francês; Giovani, em italiano, Juan, em espanhol; Johannes,
em alemão. Jacó, em hebraico é Yaakov; Iakobo (Tiago), em grego; Jacques, em
francês; Giácomo, em italiano; Jacob, em inglês. Há nomes que mudam
substancialmente de uma língua para outra. Eliazar, em hebraico, é Lázaro em
grego. Elisabete é a forma hebraica do nome grego Isabel. O argumento,
portanto, de o nome deve ser preservado na forma original, em todas as línguas
é inconsistente, sem apoio bíblico.
Iesus. Alegam que o
nome Iesus é uma zombaria do nome de Deus, pois sUs (sus) significa
"cavalo" em hebraico. Esse argumento é um insulto à inteligência
humana, porque Iesus é nome grego e sus é hebraico. O nome Iesus é a forma
grega do nome hebraico Ieshua. Segundo O Novo Dicionário Internacional de
Teologia do Novo Testamento, o "s" foi acrescido para facilitar a
declinação: "Iesus é a forma gr. Do antigo nome judaico Yesua, forma esta
que se obtém mediante a transcrição do heb., acrescentando-se um -s para
facilitar a declinação". "Cavalo", em grego, é hyppos, e não
sus.
OS DISSIDENTES E SUAS
CRENÇAS
Apesar de o movimento
ser tão novo, já saiu outro grupo dele. Os dissidentes do movimento, que também
se identificam como Testemunhas de Iehoshua, defendem os mesmos princípios do
fundador, indo mais além: Negam a autoridade do evangelho de Mateus; ser Jesus
o Filho de Deus, dizem que Jesus é filho de José e Maria, negando o nascimento
virginal de Jesus, alegam que só após a ressurreição ele "tornou-se"
Filho de Deus.
Filho de Deus
Os dissidentes das
Testemunhas de Iehoshua catalogam todas as passagens bíblicas que revelam a
linhagem humana de Jesus para questionar a sua filiação divina. Isso para
consubstanciar a sua doutrina de que Jesus tornou-se Filho de Deus pela sua
ressurreição, e citam para isso Romanos 1.4. Onde eles citam tais passagens,
deveriam acrescentar as passagens bíblicas que provam ser Jesus o Filho de
Deus, mesmo durante o seu ministério terreno, portanto, antes de sua morte e
ressurreição, mas isso não o fazem.
A fé cristã nos
obriga a crer que Jesus é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. Jesus possuía
duas naturezas: Humana e divina. A Bíblia está repleta de passagens que mostram
o lado humano de Jesus, tanto nas características: Nasceu, cresceu, sentiu
fome, sede, cansaço, sono etc., bem como a sua origem humana, traçada desde a
genealogia. Isso, em nada neutraliza o lado divino e a sua filiação divina.
Disse o apóstolo João: "Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de
Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus" (1 João 4.15). "Quem é o
que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?" (1
João 5.5). "Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem
a Deus não crê, mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que Deus de
seu Filho deu"(1 João 5.10).
O evangelho de Mateus
Eles recusam o
evangelho de Mateus chamando-o de "Evangelho Duvidoso", pois se diz
que foi escrito originalmente escrito em hebraico e depois traduzido para o
grego. Nessa tradução, segundo eles, o texto foi corrompido. Alegam que é o
único dos evangelhos que tem o batismo em nome da Trindade, Pai, Filho e
Espírito Santo (Mateus 28.19); permissão para o divórcio (Mateus 19.9) salvação
pelas obras (Mateus 25.34-36); substancia o papado (Mateus 16.16-19); considera
o nascimento virginal de Jesus cumprimento de Isaías 7.14.
Só pelo fato de este
grupo rejeitar o Evangelho de Mateus já tem o repúdio dos cristãos. Não é um
grupo de pessoas obscuras e de conhecimento bíblico duvidoso que vai por em
xeque uma obra que passou por escrutínio da mais alta erudição durante esses
vinte séculos de cristianismo. Seus argumentos são artificiais e
inconsistentes.
Ainda não está
confirmado que Mateus escreveu o seu evangelho em hebraico ou aramaico. Apesar
dos fortes testemunhos da patrística, desde o segundo século, contudo, nada há
no conteúdo deste evangelho que confirme essa versão. Antes, o contrário, a
expressão encontrada nele: "Que traduzido é: Deus conosco" (Mateus
1.23) mostra que não haveria necessidade de se traduzir o significado de
"Emanuel", uma vez que o texto já está em hebraico. Outro ponto
interessante, é que há duas formas gregas de se escrever o nome"
Jerusalém": Jierosovluma, (Ierosolyma) — grega e jIerousalhv;m (Ierusalem)
— hebraica. Mateus usa a forma grega, o que seria estranho para uma obra
escrita originalmente em hebraico.
"Eis que uma
virgem conceberá"
"Portanto o
Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e será o seu nome Emanuel" (Isaías 7.14).
O substantivo
hebraico para "virgem" usado nesta passagem é (almah). Isto tem dado
espaço para intermináveis controvérsias, principalmente por eruditos judeus e
por teólogos "cristãos" modernistas, na tentativa de neutralizar a
doutrina do nascimento virginal de Jesus. Alguns afirmam que a palavra mais
apropriada para "virgem" seria (b'tulah) e com isso querem dissociar
Mateus 1.23 de Isaías 7.14. Nessa linha estão também os dissidentes
iehoshuolitas.
A palavra b'tulah
aparece 51 vezes no Velho Testamento hebraico e é traduzida 44 vezes por
(parthenos), na Septuaginta. Ela pode se aplicar a uma mulher casada (Jl 1.8) o
que não ocorre com o substantivo almah, que só se aplica a mulher solteira. W.
E. Vine, com base em Joel 1.8, diz que b'tulah nos textos aramaicos tardios era
aplicada a uma mulher casada. Isso, portanto, segundo Vine, traria muita
confusão: "Não ficaríamos sabendo o que era exatamente o que tinha em
mente. Estava se referindo a uma que era verdadeiramente virgem, ou uma que
estava desposada, ou uma que já havia conhecido marido? À luz destas
considerações, parece que a eleição da palavra almah foi deliberada. Parece que
é a única palavra hebraica disponível que indicaria com clareza que aquela a
que ele designa não estava casada".
O substantivo almah
aparece 9 vezes no Velho Testamento hebraico (Gn 24.43; Êx 2.8; 1 Cr 15.20; Sl
46 (título, pois a palavra hebraica alamoth é plural de almah); 68.25; Pv
30.19; Ct 1.3; 6.8; Is 7.14). Em dois lugares a Septuaginta traduziu por
parthenos, que significa "virgem" (Gn 24.43; Is 7.14). A mesma Rebeca
que é chamada "virgem, [b'tulah, em hebraico] a quem varão não havia
conhecido", no v. 16 desse mesmo capítulo, é chama de almah. A Septuaginta
foi traduzida antes do nascimento de Jesus (285 a. C., segundo Josefo e a carta
de Aristéia). Há muitas controvérsias quanto a essa data. Qualquer que seja, o
certo é que foi antes do nascimento de Jesus. A tradução foi feita por rabinos,
portanto, entendiam que almah em Isaías 7.14 se tratava de uma
"virgem". Assim era o significado dessa palavra na época.
É muito suspeito que
só depois do surgimento do cristianismo que os judeus procuraram reavaliar o
significado dessa palavra. As versões gregas do Velho Testamento, que vieram
após o cristianismo substituíram parthenos por neanis "jovem". Áquila
era judeu e discípulo do rabino Akiva (morto em 132 AD). A outra versão é a de
Teodócio, apóstata do cristianismo, que voltou ao judaísmo (final do segundo
século AD); e finalmente a de Símaco, que era ebionita (seita judaica que
negava a divindade de Cristo) preparada em 170 AD.
Diz o Dr. Aage Bentzen,
nada ortodoxo, contra a nossa linha conservadora, mas admite que parthenos veio
dos próprios judeus: "Contra a Igreja os judeus sustentavam que Is 7.14
não fala de uma `virgem' (parthenos), mas de uma `mulher jovem' (neanis). Os
cristãos respondiam acertadamente que a tradução parthenos provém de tradutores
judeus". Até hoje, para fazer frente contra o nascimento virginal de
Jesus, os judeus, em Israel usam almah para "senhorita".
Há quem diga que o
contexto do Velho Testamento não fornece luz suficiente para o significado de
"virgem", contudo, muitos eruditos afirmam o contrário. Gerard Van
Groningen cita cinco autoridades no assunto sobre a palavra ugarítica galmatu
encontrada nos documentos de Ras Shamra. Uma dessas autoridades, H. Wolf, em
sua obra Interpreting and Glory of the Messiah, p. 450, diz: "Nos três
lugares onde glmt, o equivalente exato de almah, é usado, ele refere-se a uma
jovem procurada para casamento".
Gerard Van Groningen
apresenta a seguinte conclusão: "Um exame dos materiais disponíveis a
estudiosos e peritos, como indicado acima, leva-nos à segura conclusão de que,
com base no uso do termo tanto em hebraico quanto em ugarítico o termo almah
deve ser traduzido por `virgem'. A Septuaginta dá pleno apoio a isto e o
testemunho do Novo Testamento (Mt 1.23) dá a palavra final. Isaías disse e
pretendeu dizer virgem".
A Trindade
Tanto as Testemunhas
de Iehoshua como seus dissidentes, ambos negam a Trindade, como é
característica das seitas. Segundo Jo 17.3, a doutrina de Deus é uma questão de
vida ou morte. Jesus classificou o assunto como o primeiro de todos os
mandamentos (Mc 12.29).
O nome
"Deus" é polissêmico na Bíblia. Aparece com referência ao Pai
sozinho, como Deus verdadeiro e absoluto (Fp 2.11), em Jo 1.1: "...e o
Verbo estava com Deus..."; com referência ao Filho, como sendo Deus
absoluto, com toda a sua plenitude (I Jo 5.20; Cl 2.9; e na terceira parte de
Jo 1.1: "...e o Verbo era Deus". Da mesma forma com relação ao
Espírito Santo (At 5.3-4); e muitas vezes esse termo "Deus" se aplica
à Trindade (I Co 15.28; Mc 12.32). O mesmo acontece com o tegragrama hwhy
(YHWH) "YAHWEH", ou "SENHOR", conforme nossas versões do
Velho Testamento. Refere-se ao Pai (Sl 110.1), ao Filho (Jr 23.5-6), ao
Espírito Santo (II Sm 23.2-3), e à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
A Bíblia ensina que
cada uma destas pessoas é Deus absoluto em toda a sua plenitude. Contudo não
ensina um triteísmo, pois enfatiza a existência de um só Deus. A Trindade,
portanto, é a união de três Pessoas distintas em uma só Divindade, e não em uma
só Pessoa, pois a unidade de Deus é composta e não absoluta.
Os dissidentes do
movimento de Ivo dos Santos Camargo, além de negarem a Trindade, recusam
aceitar a autoridade do evangelho de Mateus. A Trindade está em toda a Bíblia e
não meramente em Mateus. Nenhum cristão está autorizado a rejeitar certos
livros da Bíblia pelas suas peculiaridades. O fato de Mateus ser o único a
registrar a fórmula batismal não significa que o texto seja espúrio, pois cada
livro da Bíblia sem as suas peculiaridades. Marcos foi o único registrou o moço
desnudo que fugiu por ocasião de prisão de Jesus (Marcos 14.51, 52). Lucas foi
o único que registrou a origem de João Batista, a infância de Jesus, a parábola
do filho pródigo, as passagens do Rico e Lázaro e do Bom Samaritano. João foi o
único que registrou o milagre de Caná da Galiléia, transformando água em vinho,
a ressurreição de Lázaro, o lava pés etc. Isso, por si só, destrói
completamente o interpretação das Testemunhas de Iehoshua.
Quanto à salvação pelas
obras, convém salientar que a passagem de Mateus 25.34-36 não diz respeito à
salvação. O texto fala do julgamento das nações. O divórcio não é peculiaridade
de Mateus, Paulo também admitia o divórcio em certas circunstâncias (I Co
7.10-15). O nascimento virginal de Jesus é também confirmado em Lucas 1.34
"Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não conheço
varão?"
Conclusão
Ultimamente tem
havido inúmeras inovações no meio do povo de Deus. Tanto fora da Igreja como no
seio dela surgem as heresias. O apóstolo Paulo disse que Deus permite que isso
aconteça para provar os fiéis (1 Co 11.19). É verdade que cada ser humano tem a
liberdade pensamento e de expressão. Tem o direito de expressar seus
pensamentos por mais exóticos que sejam. Causa-nos estranheza o fato de esses
agentes dessas idéias excêntricas encontrarem adeptos, acharem quem acredite
nessas invenções.
Os fundadores de
seitas costumam dizer que receberam revelação direta de Deus. Geralmente essas
revelações contradizem a Bíblia. Seus adeptos, muitas vezes, deixam a Bíblia
para seguirem seus líderes. Isso aconteceu com Joseph Smith Jr, fundador do
mormonismo; William Miller, depois Ellen Gould White, com o adventismo do
sétimo dia; Charles Taze Russell, fundador das Testemunhas de Jeová; etc., e
agora Ivo dos Santos Camargo, com as Testemunhas de Iehoshua.
Todo líder que
procura impor uma inovação com base em suas supostas revelações, como doutrina
básica de sua religião, deve ser rejeitado. A dona Valnice Milhomens resolveu defender
a guarda do sábado porque, segundo ela, recebeu essa "iluminação"
quando estava visitando Israel. Agora se insurge contra a ortodoxia cristã.
Ainda que, no seu caso, não seja propriamente uma inovação, mas um retrocesso,
pois os adventistas do sétimo dia já vem defendendo essa doutrina desde os dias
da Sra. Ellen Gould White.
O nosso alerta às
igrejas se encontra no apóstolo Paulo: "Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a
ti mesmo como aos que te ouvem" (I Tm 4.16).
Só use as duas
Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus
Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e
preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a
ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que
v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Perfeita explanação exegética em defesa da fé. É triste perceber que pessoas frequentadoras de igrejas se deixam levar pelas invencionices de um falso profeta desse. Gente que não lê e medita nas Escrituras.
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