MARIOLATRIA
(Mary Ann Collins -
Ex-freira católica)
Como católica fiel, e mais tarde
freira, eu era devota de Maria. As orações e práticas marianas me eram muito
familiares. Eram ensinadas por pessoas sinceras. Eu sempre rezava o rosário e
fazia novenas. Usava o escapulário marrom e uma medalha milagrosa. Visitava os
santuários marianos. Possuía uma bela imagem de Maria. Freqüentava os cultos
especiais onde se invocava Maria, recitando a liturgia de títulos que a
honravam. Lia livros sobre as aparições de Maria e sonhava em visitar os
santuários de Lourdes e Fátima. Participava de procissões em honra a Maria. Uma
imagem dela era colocada num andor decorado com flores. Havia suportes no
andor, de modo que os homens pudessem carregá-lo. Esses homens percorriam as
ruas carregando a imagem sobre o andor. Atrás da imagem seguiam os fiéis
cantando hinos de louvor a Maria.
Seria
isso adoração? Naquele tempo esta pergunta jamais me ocorreu, mas hoje,
relembrando tudo aquilo, eu acredito que sim
Prioridades
Como podemos saber quais são as
prioridades de alguém? Basta observar como ele reage numa situação crítica de
sua vida.
O Papa JP2 foi alvejado em 13/05/1981.
Enquanto a ambulância corria para o hospital, o Papa não orava a Deus nem
clamava pelo nome de Jesus. Em vez disso, ele ia o tempo inteiro repetindo:
“Maria, minha mãe!” Os peregrinos poloneses colocaram um quadro de Nossa
Senhora de Cracóvia, no trono onde o Papa costumava se sentar. As pessoas se
reuniam ao redor desse quadro. Os porta-vozes do Vaticano transmitiam preces do
rosário. Quando o Papa se recuperou, deu toda a glória a Maria, porque ela
salvou sua vida, e fez uma peregrinação a Fátima para agradecer-lhe
publicamente (1).
Outro teste sobre a prioridade de uma
pessoa é observar o que ela faz com o seu dinheiro. Jesus disse em Lucas 12:34:
“Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”.
Algumas imagens de Maria usam coroas
reais feitas de ouro (2). Vastas somas de dinheiro são gastas em imagens
especiais de Maria. Por exemplo, a Catedral de Saragossa (Espanha) tem uma
imagem de Maria usando uma coroa de 25 libras [12 kg] de ouro e diamantes, com
tantos diamantes que mal se pode ver o ouro. Além desta, a imagem possui outras
seis coroas de ouro, diamantes e esmeraldas. Ela possui 365 mantos bordados a
ouro, decorados com diamantes e outras pedras preciosas. Ela tem 365 colares
feitos de pérolas e diamantes e seis braceletes de ouro cravejados de diamantes
(3).
Honrando Maria
Em Savana Grande, Porto Rico, estão fazendo
preparações para a construção de uma estatua de Nossa Senhora do Rosário com
365 pés [110 m] de altura (será tão grande como a Estatua da Liberdade). O
plano inclui capelas, salões de conferências, apartamentos, praça de
alimentação, plataforma de observação e estações de rádio e TV. A estátua vai
fazer parte do complexo “Cidade Mística” de 500 acres [202 hectares] (4).
As procissões carregando a imagem de
Maria são tradicionais. Elas reúnem algumas pessoas e até multidões. Em Fátima
(Portugal), multidões acima de um milhão de pessoas se reúnem no aniversário da
aparição de Nossa Senhora de Fátima. A celebração inclui a procissão de um
milhão de pessoas acompanhando a estátua e cantando hinos em seu louvor. (5).
Uma das orações tradicionais recitadas
em honra a Maria é a “Salve Rainha”. Nela está incluída uma porção do rosário.
Vejamos a oração e descubramos se ela é ou não um ato de adoração a Maria:
“Salve Rainha, mãe de
misericórdia, vida, doçura e esperança nossa. A vós bradamos, os degradados filhos
de Eva, por vós suspirando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Ó
graciosa Advogada nossa, voltai vossos olhos e tende misericórdia de nós. E
depois deste degredo, mostrai-nos o fruto do vosso ventre, Jesus. Ó clemente,
amorosa e doce Virgem Maria!”
Afonso de Ligório (1696-1787) foi o
principal proponente do Movimento Mariano, o qual glorifica Maria. Seu livro
“As Glórias de Maria” tornou-se famoso, influente e amplamente lido. Neste
livro Ligório diz que a Maria foi entregue a metade do reino de Deus. Que ela
governa o reino da misericórdia, enquanto Jesus governa o reino da justiça.
Ligório diz que as pessoas devem recorrer a Maria como Mediadora e buscá-la
como objeto de garantia em resposta às suas orações. O livro diz ainda que não
há salvação fora de Maria.
Algumas pessoas afirmam que essas
visões são extremistas e não representam o ensino da Igreja Católica Romana
(ICR). Contudo, em vez de silenciar Ligório como herege, a ICR o canonizou como
santo e o fez “Doutor da Igreja” (uma pessoa cujos ensinos são carregados de
autoridade). Além do mais, o seu livro é pública e oficialmente promovido pela
Igreja e os seus ensinos têm influenciado muitos papas (6).
O Papa Pio IX reinou de 1846 até 1878.
Ele disse que nossa salvação está alicerçada em Maria (7). O Papa Bento XV
reinou de 1914 até 1922. Ele disse que Maria redimiu a humanidade junto com
Cristo (8).
O Catecismo da Igreja Católica diz que
Maria tem um “múnus salvífico” e que “por sua múltipla intercessão, ela
continua a nos alcançar o dom da salvação”. (#969).
Um movimento leigo chamado “Vox Populi”
(A Voz do Povo) tem coletado assinaturas num abaixo assinado a ser enviado ao
Papa, para que ele declare oficialmente que Maria é Co-Redentora (Existem gravuras
mostrando Jesus pendurado na cruz, de um lado, e Maria do outro lado. Ela não
está pregada à cruz, mas visualmente ela se apresenta como essencial à nossa
salvação, do mesmo modo como Jesus). Mais de 6 milhões de assinaturas já foram
enviados ao Papa, representando 138 países de todos os sete continentes. Esta
doutrina é apoiada por mais de 40 cardeais e 600 bispos do mundo inteiro (9).
A ICR exalta Maria
como tendo sido a mãe ideal e perfeita em toda a sua vida. Contudo, a Bíblia
mostra que, em certa ocasião ela tentou atrapalhar o ministério de Jesus. Maria
e os irmãos de Jesus tentaram fazê-Lo parar o Seu ministério. Esta passagem
pode ser encontrada em Marcos 3:20-35 e vejam o que diz o verso 21: “E, quando
os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si”.
Segundo a
“Concordância Strong”, a palavra “seus” tem uma variedade de significações,
podendo, inclusive, significar “parentes”. Mas não precisamos depender de tal
significação, pois isso fica bem claro no verso 31: “Chegaram, então, seus
irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar”. Eles pensavam que Jesus
não sabia o que estava fazendo. Então, resolveram tomar o controle da situação
(Mateus 10:36).
Em Marcos 3:32-35, vemos a reação de
Jesus: “E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que
tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora. E ele lhes respondeu,
dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que
estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha
irmã, e minha mãe”.
Comparando as
doutrinas católicas sobre Maria com a Escritura
As fontes de informação para esta
seção são o Catecismo da Igreja Católica e a Bíblia.
O Catecismo faz um resumo essencial
dos ensinos da ICR. Ele foi aprovado pela Papa JP2, em 1992. Contém parágrafos
numerados, de modo a facilitar as consultas. Ele está disponível na Internet e
os assuntos podem ser buscados pelos parágrafos e pelos tópicos (10).
Para cada categoria doutrinária vou
indicar a doutrina católica seguida pelas correspondentes referências no
Catecismo, conforme os parágrafos indicados. Em seguida, darei a citação
bíblica relacionada à doutrina
Dogma da Imaculada
Conceição
A doutrina católica diz que Maria foi
preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção
(Catecismo, #491, 492, 508). Mas a Bíblia diz que Maria reconheceu que
necessitava de um Salvador, conforme suas palavras dirigidas à prima Isabel, em
Lucas 1:46-47: “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu
espírito se alegra em Deus meu Salvador”.
A doutrina da Imaculada Conceição de
Maria foi primeiramente apresentada por um herege (conforme os ensinos oficiais
da ICR). Durante séculos ela foi unanimemente rejeitada pelos Pais da Igreja e
pelos teólogos católicos (11).
Maria Santíssima
A doutrina católica afirma que Maria é
“Santíssima”, tendo vivido uma vida absolutamente sem pecado (Catecismo
#491,493 e 508). Contudo, a Escritura diz: “Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). “Quem te não temerá, ó Senhor, e não
magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão,
e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos” (Apocalipse
15:4). “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3:10).
Existe apenas uma exceção sobre alguém que não pecou. Jesus é o ser
humano que jamais cometeu pecado algum. A Bíblia diz:
“Porque não temos um sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em
tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15).
“Àquele que não conheceu pecado, o fez
pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios
5:21).
“O qual não cometeu pecado, nem na sua
boca se achou engano” (1 Pedro 2:22).
A Bíblia diz que os pais de João
Batista eram “justos perante o Senhor, andando sem repreensão...” (Lucas 1:6.
Se Maria fosse impecável não teria a Bíblia afirmado isso? Ela diz que Maria
foi ”agraciada” e diz: “O Senhor é contigo” (Lucas 1:28), mas não diz que ela
era sem pecado. Ela mesma diz que necessitava de um Salvador. Ora, pessoas sem
pecado não necessitam de um Salvador.
No Livro de Apocalipse, quando estavam
procurando alguém que fosse digno de abrir o livro selado com sete selos, a
única pessoa encontrada com essa dignidade foi Jesus Cristo, o Cordeiro.
“Ninguém mais no céu e nem na terra” era digno de fazê-lo (Apocalipse 5:1-5).
Virgem Perpétua
A doutrina católica diz que Maria foi
virgem, antes, durante e depois do nascimento de Jesus (Catecismo #3499, 510).
Mas a Bíblia diz em Mateus 1:24-25: “E José, despertando do sono, fez como o
anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; e não a conheceu até que
deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus”.
Esse “até” significa que, a partir
daí, as coisas mudaram. Então, José passou, eventualmente, a “conhecer” Maria
(Isto é, a ter relações sexuais com ela). Em Gênesis 4:1 vemos que Adão
“conheceu” Eva, ela concebeu e gerou filhos. Além disso, a expressão “filho, o
primogênito” significa que houve outros filhos, depois. Maria e José tiverem
pelo menos seis filhos. A Bíblia fala dos quatro irmãos de Jesus e das irmãs.
Ela dizia:
“E, chegando à sua pátria, ensinava-os na
sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a
sabedoria, e estas maravilhas? Não é este o filho do carpinteiro? e não se
chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão
entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?” (Mateus
13:54-56). Marcos 6:2-3 diz o mesmo.
Quando eu era católica, ensinaram-me
que a palavra “irmãos” nesta citação poderia significar qualquer tipo de parente,
inclusive “primos”. E que Maria não era a mãe desses ”irmãos”, portanto, eles
não haviam interferido em sua virgindade.
A língua hebraica tem um termo geral
para irmãos, primos ou outros parentes. Contudo, o Novo Testamento não foi
escrito em Hebraico. Ele foi escrito em Grego e a língua grega é muito exata.
Ela sempre deixa bem claro se as pessoas têm ou não os mesmos pais. Conforme a
“Concordância Strong”, a palavra grega usada para os irmãos de Jesus é
“adelphos”, significando “do mesmo ventre”, isto é, pessoas nascidas da mesma
mãe. “Adelphos” é a palavra usada para descrever os irmãos de Jesus, em Mateus
12:46; João 2:12; João 7:3; e Atos 1:14. “Adelphos” é também usada para falar
de Tiago, o irmão do Senhor, em Gálatas 1:19. “Adelphos” ainda é usada quando
fala dos irmãos Pedro e André (Mateus 4:18) e dos irmãos Tiago e João (Mateus
4:21). “Adelphe” (feminino de Adelpho) é usado para falar das irmãs de Jesus
(Mateus 13:56).
A língua grega tem outra palavra para
significar parentes que não vêm do mesmo ventre. Essa palavra é “suggenes”,
usada com Isabel, a prima de Maria (Lucas 1:36). “Suggenes” significa “parente
consangüíneo”.
Alguns católicos podem ficar admirados
porque estou falando de palavras gregas e hebraicas, pois se lembram apenas da
Bíblia escrita em Latim. O Velho Testamento foi escrito pelos israelitas que
falavam Hebraico e Aramaico (os judeus que moram hoje em Israel falam o
Hebraico). O Novo Testamento foi escrito em Grego. Esta era a língua comum dos
povos que residiam na parte oriental do Mar Mediterrâneo. Ele era amplamente
falado desde o reinado de Alexandre O Grande, no Século V. Jerônimo traduziu a
Bíblia para o Latim. Até o Concílio Vaticano II (1962-1965), a Bíblia era lida
em Latim, durante a Missa.
O Grego é uma língua
muito exata. As palavras gregas usadas para “irmãos” e “irmãs” de Jesus em
Mateus 13:54-56, deixam claro que Maria era mãe deles. Ora, por que a ICR
insiste em que ela não era?
Talvez por causa de
Santo Agostinho. Sua tese “Sobre o Casamento e a Concupiscência” influenciou a
ICR durante 1.500 anos. Agostinho disse que “se um casal tiver relações sexuais
para gerar filhos, sem o desejo de gratificar os seus desejos sexuais, isso é
bom. Se ele desejar ter filhos e ao mesmo tempo gratificar os seus desejos
sexuais, esse é um pecado perdoável. Mas se ele desejar apenas gratificar os
seus desejos sexuais, sem gerar filhos, então isso é igual ao pecado de
adultério e prostituição” (12). Visto como o leito conjugal foi considerado
pecaminoso, não é surpresa que os teólogos católicos romanos tenham desejado
que Maria continuasse virgem para sempre, deixando de ser uma esposa normal
Mãe de Deus
A doutrina católica afirma que por ser
a mãe de Jesus e Jesus sendo Deus,
Maria é Mãe de Deus (Catecismo #963, 971, 2677). Mas isso é contrário à
Escritura. Pela Encarnação Jesus se tornou verdadeiro homem, assim como sempre
foi verdadeiro Deus. Maria foi a mãe de Jesus homem. Ela não foi a Mãe de Deus.
A Bíblia diz que o mundo foi criado através de Jesus Cristo e isso aconteceu
muito antes de Maria ter nascido. A Escritura diz em Hebreus 1:1-2:
“Havendo Deus
antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu
herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”. Ela também diz em Colossenses
1:16-17: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele”. E em João 17:5: “E agora
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo
antes que o mundo existisse”.
Mãe da Igreja
Conforme a doutrina católica, Maria é
“Mãe da Igreja” (Catecismo #963, 975). Mas isso não consta na Bíblia. O Livro
de Atos fala de um grupo de pessoas que estava em reunião de oração e Maria é
mencionada como uma delas, porém nada indica que ela tivesse preeminência
alguma na igreja primitiva. A Bíblia diz: “E, entrando, subiram ao cenáculo,
onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus,
Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. Todos estes
perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de
Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1:13-14).
Provavelmente, Maria estava no
cenáculo, quando as línguas de fogo desceram sobre os 120 discípulos. Mesmo
assim ela nunca mais é mencionada no Livro de Atos, o qual é um registro
histórico do nascimento da igreja. Ela também não é especificamente citada nas
epístolas. Paulo enviou saudações a uma certa Maria; contudo “Maria” era um
nome muito comum. O Evangelho de Lucas e o Livro de Atos se referem a “Maria,
mãe de Jesus”, a fim de distingui-la das outra Marias.
É notável que João, tendo levado Maria
para a sua casa depois da crucificação de Jesus, jamais a tivesse mencionado em
suas epístolas. Ele a menciona apenas duas vezes em seu Evangelho (nas bodas de
Caná e na crucificação de Jesus). Ele menciona Maria Madalena com mais
freqüência do que o faz com Maria, mãe de Jesus.
Assunção
A doutrina católica ensina que no
final de sua vida “Maria foi assunta em corpo e alma à glória celeste”
(Catecismo, #966, 974). Mas na Bíblia não existe referência alguma sobre a
assunção de Maria. Acredita-se que o evangelho de João tenha sido escrito uns
90 anos após o nascimento de Cristo. Se Maria tivesse sido levada ao céu de
maneira sobrenatural, será que João (o discípulo com quem Maria residia) não
teria mencionado esse maravilhoso evento em seu evangelho? [E no Livro de
Apocalipse, será que João estava tão míope que não a enxergou sentada no trono
de Deus Pai? – M.S.] Ora, quando Enoque e Elias foram arrebatados ao céu, a
Bíblia fez um registro disso. No caso de Elias, o arrebatamento foi descrito
com alguns detalhes. (Gênesis 5:24 e 2 Reis 2:1-2).
A
Assunção de Maria foi oficialmente declarada como dogma de fé da ICR, em, 1950.
Isto significa que todo católico é obrigado a crer nessa doutrina sem
questioná-la. Contudo, o dogma da Assunção foi originado em escritos heréticos
oficialmente condenados pela igreja primitiva.
Em 495, o papa Gelásio declarou que os
homens que estavam ensinando essa doutrina eram hereges. Papas “infalíveis”
consideraram essa doutrina como heresia. Foi então que, em 1950, o Papa Pio XII
(outro infalível) [o qual, segundo o escritor Avro Manhattan, vivia encharcado
de drogas medicinais] transformou essa “heresia” como dogma oficial da ICR.
Mediadora
A doutrina católica diz que as pessoas
devem invocar Maria como Advogada e Mediadora, pois suas orações contribuem
para a nossa salvação (Catecismo #969). Ela diz que os fiéis devem confiar em
Maria para solucionar os problemas e atender suas petições (Catecismo # 2677).
Mas a Bíblia diz que “...há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os
homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por
todos, para servir de testemunho a seu tempo” (1 Timóteo 2:5-6). E que Jesus “pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles” (Hebreus 7:25). E ainda que “temos ousadia e acesso
com confiança, pela nossa fé nele” (Efésios 3:12). Ora, se Jesus é “o único mediador”,
“intercedendo sempre por nós”, Ele não precisa da ajuda de Maria. Se podemos
nos achegar a Deus com ousadia e confiança, por causa de nossa fé em Jesus, não
precisamos da ajuda de nenhum santo ou santa.
Rainha do Céu
Diz a doutrina católica que Deus exaltou
Maria à glória celestial, como Rainha do Céu e da Terra, e que devemos louvá-la
com especial devoção (Catecismo 966, 971, 2675). A Bíblia diz que “Rainha dos
Céus” é o título de uma deusa pagã. Deus ficou irado com o Seu povo porque este
a adorava e o castigou duramente por causa desse pecado. (Jeremias 7:17-20;
44:17-28). A Bíblia deixa claro que somente o nome de Deus (não o de Maria)
deve ser exaltado. Ele diz: “Louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é
exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu” (Salmos 148:13).
Quando algumas pessoas tentaram dar
honra e supremacia a Maria, porque ela era a mãe de Jesus, ele as corrigiu,
conforme Lucas 11:27-28:
“E aconteceu que, dizendo ele estas
coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse:
Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. Mas ele
disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Aqui
vemos Jesus dizendo que não se deve prestar honra especial à Sua mãe e que importante
é obedecer à palavra de Deus. Precisamos nos concentrar nesta, a fim de não nos
desviarmos da verdadeira meta por ela traçada (Hebreus 12:2).
Nos capítulos 4 e 5 de Apocalipse,
Deus está assentado no trono, rodeado dos 24 anciãos e dos 4 seres viventes. O
Cordeiro (Jesus Cristo) está de pé no centro do trono. Miríades de anjos
circundam o trono, cantando hinos de louvor a Deus. Maria não aparece em parte
algum nessa descrição. Se ela fosse realmente a Rainha do Céu, por acaso não
teria sido mencionada?
Como chegamos aqui
Como foi que a moderna doutrina
católica sobre Maria pôde afastar-se tanto do que a Bíblia realmente ensina?
Por duas razões: 1.) - Por causa da importância que a ICR dá à Tradição. 2.) -
Por causa da doutrina da Infalibilidade Papal.
A ICR declara oficialmente que a
Tradição Católica tem a mesma autoridade da Bíblia (Catecismo # 80, 84 e 97).
Essa tradição está embasada nas práticas e crenças religiosas do povo católico
(Catecismo # 78, 113, 2650 e 2661) e desse modo ela está sempre sujeita a
mudanças e também a influências culturais e não cristãs. Por ser a tradição de
difícil definição, os teólogos podem adaptá-la aos propósitos da Igreja, em
determinados momentos.
Os Pais da igreja primitiva usaram a
Escritura como padrão contra o que era entregue como tradição. Contudo, a
doutrina moderna da ICR diz que a tradição tem o mesmo peso da Escritura,
contrariando, assim, os escritos dos Pais antigos (14).
Conforme Jesus
ensina, a Escritura é o modelo. Ele julgou as tradições religiosas
comparando-as com a Escritura e quando estas contradiziam a Escritura, Jesus as
condenava. Vejamos Marcos 7:1-13: “E ajuntaram-se a ele os fariseus, e alguns
dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. E, vendo que alguns dos seus
discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os
repreendiam.Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos
antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; e, quando voltam do mercado,
se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para
observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas.
Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus
discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por
lavar? E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós,
hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu
coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são
mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a
tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas
outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de
Deus para guardardes a vossa tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a
tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém,
dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de
mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai
ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que
vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas”. Como vemos, nada
pode se igualar à Escritura. A Bíblia permanece como padrão de todas as coisas
que forem julgadas.
Conforme antes
mencionado, o ensino oficial da ICR não permite que homens e mulheres acreditem
no que eles lêem na Bíblia, sem antes passar pelo crivo da Igreja. Eles devem
aceitar “com docilidade” tudo que os bispos interpretam, como se eles fossem o
próprio Jesus Cristo. Eles não podem seguir a própria consciência e devem
aceitar tudo sem questionar (Catecismo #85, 87, 100, 862, 891, 2034 e 2037).
A ICR ensina que o
Papa é infalível, sempre que ele faz um decreto sobre assunto de fé e moral.
Segundo a Igreja, é impossível que o papa ensine uma falsa doutrina. Os fiéis
devem obedecer ao Papa, mesmo quando este não faz uma declaração “infalível”
sobre doutrina. Suas mentes e vontade devem ser submetidas ao Papa sem
questionamento algum (Catecismo #87, 892, 2037, 2051).
Aparições de Maria
Alguma coisa aparece às pessoas. Elas
dizem que foi a Virgem Maria. Geralmente apenas uma pessoa (às vezes algumas)
consegue vê-la. Tais aparições às vezes são acompanhadas de manifestações
sobrenaturais, tais como curas físicas. Algumas, como as de Lourdes e Fátima,
foram oficialmente aprovadas pela Igreja. Essa aprovação oficial significa que
a aparição é um acontecimento sobrenatural válido e quem apareceu foi de fato a
Virgem Maria e nada do que essa aparição tenha dito ou feito é contrário à ICR.
Se esses acontecimentos são de fato
sobrenaturais, como podemos garantir que eles não procedam do Diabo? A Bíblia
nos diz: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de
luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da
justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11:14-15).
Ela também nos admoesta para o fato de que Satanás também pode operar “sinais e
prodígios de mentira”, conforme a 2 Tessalonicenses 2:9.
Muitos católicos fazem peregrinações
aos lugares onde “Maria” aparece. O Papa JP2 encorajou isso, quando visitou os
locais de aparições. Ele tinha uma devoção especial por Nossa Senhora de Fátima
e acreditava que foi ela quem o livrou da morte, quando foi alvejado em 1981.
Ele viajou em peregrinação a Fátima e ali dedicou toda a raça humana à “santa”
(15). O vídeo “Catolicismo, Crise de Fé” mostra o Papa ajoelhado diante da
imagem de Maria, beijando-lhe os pés (16). Milhões de peregrinos vão aos
santuários para honrar Maria. Cada ano, 15 a 20 milhões de peregrinos chegam a
Guadalupe (México); 5,5 milhões vão a Lourdes (França); 5 milhões vão a
Cracóvia (Polônia) e 4,5 milhões vão a Fátima (Portugal). Datas especiais
atraem enormes multidões. Em 15 de agosto, meio milhão chega a Cracóvia; em 13
de outubro, um milhão chega a Fátima; em 12 de dezembro de 1999, cinco milhões
de peregrinos foram ao México, a fim de honrar Nossa Senhora de Guadalupe (17).
Esses peregrinos vão adorar Maria?
Vocês podem observá-los e chegar à própria conclusão, através do vídeo
“Mensagens do Céu” (18). Podem vê-lo on line (19). Quem observar o vídeo verá o
Papa JP2 ajoelhado em frente a uma imagem de Maria, cobrindo a área de incenso.
Verá muitos peregrinos cantando hinos de louvor a Maria. Verá milhões de
pessoas em procissão, seguindo uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Verá a
maior assembleia de bispos e cardeais, desde o Concílio Vaticano II, reunida ao
redor do Papa, em solene consagração do mundo inteiro ao “Sagrado Coração de
Maria”.
Conclusão
Nossas mentes podem ser enganadas e também
as mentes dos papas e dos bispos. Somente a Bíblia é totalmente confiável. Ela
nos admoesta em Colossenses 2:8: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça
presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos
homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.” Em Provérbios
14:12 e 16:25: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são
os caminhos da morte”.
Cap. 15 do livro “Catholicism Unveiled”, de
Mary Ann Collins
Traduzido por Mary
Schultze, em 15/01/2007. http://www.cpr.org.br/Mary.htm
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