Tendo presente os
aspectos apresentados nos contrastes decorrentes do “homem exterior” e “homem
interior”, que não devem ser confundidos, é de se notar que:
a) Eu não sou meu
corpo, mas o homem é distintamente espírito, alma e corpo.
b) O espírito e a
alma constituem o “homem interior”.
1Ts.5:23: “E todo o
vosso espírito, e alma (homem interior) e corpo (homem exterior), sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
Embora distintos,
espírito e alma (Hb. 4:12) nunca são separados. Todos os homens, como seres
criados por Deus (Gn. 1:26-27) consiste de espírito, alma e corpo, mas o
cristão tem o que o homem natural não tem (1Co. 2:14). Sendo o cristão nascido
de novo (Jo. 3:3-5) tem recebido uma nova natureza (2Co. 5:17) e esta nova
natureza é chamada “espírito”, isto é, possui as características do “homem
interior”:
Jo. 3:6: “O que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te
maravilhes de ter dito: necessário vos é nascer de novo. “O vento assopra onde
quer, e ouves a sua voz , mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é
todo aquele que é nascido do Espírito”.
Embora possamos
considerar um privilégio estarmos vivos para a vinda de Jesus, tendo o nosso
corpo vivo, pode acontecer que venhamos a morrer fisicamente. Nossa casa
terrestre deste tabernáculo será desfeita. Então, qual é o estado do cristão
neste intervalo entre a morte do corpo e a sua ressurreição por ocasião desse
evento aguardado, que é a vinda de Cristo? Quando meu corpo dorme na morte, o
homem interior vai dormir com o corpo? Ou deixamos o corpo e ascendemos para
outro lugar chamado o céu?
2Pe. 1:13-14: “E
tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com
admoestações, sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como
nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado”.
Agora, o que é o
espírito do homem? Os Adventistas do Sétimo Dia (Daqui pra frente ASD)
respondem:
“O que o homem possui
é o “fôlego da vida” ou “vida” (o que dá animação ao corpo), que lhe é retirado
por Deus quando expira. E o fôlego é reintegrado no ar por Deus. Mas não é
entidade consciente ou o homem real como querem os imortalistas” (Subtilezas do
Erro, p. 249).
Ofendem-se quando
seus opositores declaram que isso não passa de “crasso materialismo”, pois
quando o homem morre simplesmente seu espírito é reintegrado no ar. Confunde-se
assim o espírito com respiração. Respiração é a entrada de ar nos pulmões para
que vivam as células orgânicas e não deve ser confundida com espírito.
Jó 34:14: “Se ele
pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o
seu fôlego”.
Is. 42:5: “Assim diz
Deus, o Senhor, que criou os céus, e os estendeu, e formou a terra e a tudo
quanto produz, que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que
andam nela”.
E continuam com mais
esclarecimentos sobre o que é o espírito do homem:
“Ruach ocorrer 377
vezes no Antigo Testamento, e maior frequência é traduzido como ‘espírito’,
‘vento’ ou ‘fôlego’ (Gên. 8:1, etc.). É também um termo utilizado para denotar
vitalidade (Juí. 15:19), coragem (Jos. 2:11), temperamento ou ira (Juí. 8:3),
disposição (Isa. 54:6), caráter moral (Ezeq. 11:19) e a sede das emoções (ISam.
1:15).
No sentido de
respiração, o ruach do homem é idêntico ao ruach dos animais (Ecles. 3:19). O
ruach do homem abandona o corpo por ocasião da morte (Sal. 146:4) e retorna a
Deus (Ecles. 12:7; cf. Jó 34:14). Ruach é utilizado frequentemente para
identificar o Espírito de Deus, como em Isaías 63:10. Jamais no Velho
Testamento, no que diz respeito ao Homem, ruach denota uma entidade
inteligente, capaz de existência independente do corpo físico.
O equivalente
neotestamentário de ruach é pneuma, ‘espírito’, proveniente de pneo, soprar ou
respirar. Tal como ocorre com ruach, não há coisas alguma entidade capaz de
existência consciente separada do corpo, tampouco o uso que o Novo Testamento
faz da palavra, com respeito ao homem, de alguma forma implica em tal conceito”
(Nisto Cremos p. 120-121).
Das afirmações acima,
esclarece-se principalmente que:
a) “Ruach” é
utilizado frequentemente para identificar o Espírito de Deus, como em Is.
63:10. Ora, o texto apontado traz: “Mas eles foram rebeldes e contristaram o
seu Espírito Santo”. Segundo o ensino dos ASD, o Espírito Santo, embora sem
corporeidade, é uma personalidade com os atributos próprios de inteligência,
volição e sensibilidade. Pode existir uma personalidade independentemente de uma
corporeidade (comparar 2:10; 1Co. 12:11; Ef. 4:30).
b) “Tal como ocorre
com ruach, não há coisa alguma inerente à palavra pneuma que possa denotar uma
entidade capaz de existência consciente separada do corpo…” Ora, a palavra
pneuma é a única palavra grega traduzida por espírito, seja de Deus ou seja do
homem. E é assim que encontramos em:
Jo 4:24: “Deus é
Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.
Mas, Jesus
ressuscitado disse aos discípulos, quando o viram pela primeira vez e o
julgavam um espírito:
Lc. 24:39: “…um
espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”.
Logo Deus é Espírito,
e independentemente de um corpo material e tangível como o nosso, pode ver,
ouvir, falar, sentir como qualquer personalidade revestida de corpo humano. Só
que Ele é Espírito, incriado e eterno (Sl. 90:2) e nós como seres criados à sua
imagem e semelhança, possuímos no nosso espírito faculdades idênticas às de
Deus, porém limitadas.
Gn. 1: 26: “E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar…”
Hb. 12:9: “Além do
que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os
reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para
vivermos?”
Indo ao livro de
Gênesis lemos:
Gn. 1:1: “No
princípio criou Deus os céus e a terra”.
Aqui temos a origem
do universo, do mundo material.
De novo, lemos:
Gn. 1:21: “E Deus
criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas
abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas
conforme a sua espécie”.
Aqui, a origem da vida
de toda a espécie de seres vivos. Por último lemos:
Gn. 1:27: “E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”.
Por que essa
distinção na criação, se como dizem os ASD:
“O termo hebraico de
Gênesis 2:7, aqui traduzido como “alma vivente” ou “ser vivente”, é ‘nephesh
chayyah’. Esta expressão não designa exclusivamente o homem, pois também é
aplicada a animais marinhos, insetos, répteis e bestas – Gên. 1:20 e 24; 2:19”
(Nisto Cremos p.116).
Donde se conclui que
se “alma vivente” de Gn. 1:20 e Gn. 2:7 significam a mesma coisa, então, é
inevitável a seguinte conclusão:
1) As pessoas e os
animais são todos animais; ou
2) as pessoas e os
animais são todos pessoas.
Examinemos o primeiro
caso: se as pessoas e os animais são todos animais, reconheceriam os ASD que
eles são animais como os animais? Considerar-se-iam iguais aos ratos,
lagartixas e crocodilos?
E, por outro lado, se
os animais e as pessoas são todos pessoas, então é indispensável e
absolutamente justo que à gata não digamos mais gata, mas sim com todo o
respeito de um ser humano – Dona Gata. E aí por diante, Sr. Tigre, Dona
Pantera, Sr. Hipopótamo etc. ???
Agora, o que é o
Espírito do homem?
1Co. 2:11: “Porque,
qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele
está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”.
Aqui, o espírito do
homem é a sede da sua inteligência. É pelo espírito que o homem conhece, raciocina.
É o espírito do homem que recebe instrução de Deus.
Ap. 1:10-11: “Eu fui
arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz,
como de trombeta, que dizia : O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete
igrejas que estão na Ásia”.
Ap. 4:2: “E logo fui
arrebatado em espírito, e eis que um trono estava no céu, e um assentado sobre
o trono”.
Outras referências
bíblicas alicerçam o ponto de vista da personalidade do espírito do homem:
Rm. 1:9: “Porque
Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha
de como incessantemente faço menção de vós”.
Rm. 8:16: “O mesmo
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.
Jó 32:8: “Na verdade,
há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-poderoso os faz entendidos”.
Deus ilumina o homem
pela comunicação da sua verdade ao seu espírito. O espírito do homem é aquela
parte do ser humano ao qual Deus, que também é Espírito (Jo. 4:24), comunica a
sua vontade.
Embora a contra
gosto, são os ASD obrigados a reconhecer que:
“Tal como ocorre com
ruach, pneuma também aparece em conexão com o Espírito de Deus (I Cor. 2:11 e
14; Efés. 4:30; Heb. 2:4; IS.Ped. 1:12; IIS.Ped. 1:21 etc.” (Nisto Cremos p.
121).
Entretanto, afirmam
no livro Nisto Cremos, p. 120,121 (vide folha 11), que:
“RUACH ocorre 377
vezes no Antigo Testamento, e com maior frequência é traduzido como “espírito”,
“vento” ou “fôlego” etc.”
Se RUACH significasse
simplesmente “vento”, “fôlego” e acrescentamos mais “ar” e nunca entidade
inteligente, bastaria substituir a palavra ruach ou pneuma por qualquer das
palavras mencionadas e não haveria diferença de sentido. Mas, observemos as
aberrações que resultam ao substituirmos a palavra espírito (ruach = hebraico)
ou (pneuma = grego) por vento, sopro, ar, fôlego, etc.
Mt. 26:41: “Na
verdade [o vento , sopro, ar , fôlego] está pronto , mas a carne é fraca”.
Lc. 23:46: “Pai, nas
tuas mãos entrego o meu [vento, sopro, ar, fôlego]”.
Jo. 4:24: “Deus é
[vento, sopro, ar, fôlego] e importa que os que o adoram o adorem em [vento,
sopro, ar, fôlego] e em verdade”.
1Co. 5:5: “Seja
entregue a Satanás para destruição da carne, para que o [vento, sopro, ar,
fôlego] seja salvo no dia do Senhor Jesus”.
2Co. 7:1:
“Purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne do [vento, sopro, ar, fôlego],
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”.
Assim, embora se
zanguem com a afirmação inequívoca de que seus ensinos são francamente
materialistas, todas as suas declarações são feitas para confirmar essa posição
religiosa decorrente do ensino da Sra. Ellen Gould White da redenção incompleta
de Cristo (Juízo Investigativo ) e da falta de segurança quanto ao CANCELAMENTO
DE SEUS PECADOS dos quais só serão livres quando forem definitivamente jogados
sobre Satanás (o bode emissário). E assim confirmam:
“O termo hebraico
ruach, do Antigo Testamento — e que aparece traduzido como espírito —,
refere-se à energizante centelha de vida que é essencial à existência de um
indivíduo. É um termo que representa a energia divina ou princípio vital, que
anima os seres humanos” (Nisto Cremos, p. 120).
Aplicando-se a
declaração acima a Gn. 1:2, onde se lê “…e o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas” poder-se-ia dizer que a “energia divina” se movia sobre a face
das águas??? E onde fica a declaração de fé dos ASD quanto à doutrina da
Trindade?
A Bíblia revela que o
Espírito Santo é uma pessoa, e não uma força ou poder impessoal. Afirmações
como esta: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (Atos 15:28), revelam que os
cristãos primitivos O vislumbravam como uma pessoa. Cristo igualmente falou
dEle como uma pessoa distinta” (Nisto Cremos, p.89).
O que é a alma do
homem? Os ASD afirmam o seguinte:
“Nephesh não
representa parte de uma pessoa; é a própria pessoa, sendo, em muitos casos,
traduzido exatamente como “pessoa” (veja Gên. 14:21, Núm. 5:6, Deut. 10:22, cf.
Sal. 3:2) ou “eu” (Lev. 11:43; 1Reis 19:4: Isa. 46:2, etc.).
Por outro lado,
expressões tais corno ‘minha alma’, ‘vossa alma’ etc. são geralmente expressões
que equivalem aos pronomes pessoais ‘eu’, ‘me’, ‘vós’, ‘ele’, etc. (veja Gên.
12:13; Lv. 11:43 e 44; 19:8; Jos. 23:11; Sal. 3:2; Jer. 37:9 etc.). Em mais de
100 ocorrências dentre as 755 que acontecem no Antigo Testamento, nephesh é
traduzido como ‘vida’ (Gên. 9:4 e 5; ISam. 19:5; Jó 2:4 e 6; SaL_31:13 etc.)”
(Nisto Cremos, p. 119).
E acrescentam o
sentido do vocábulo no Novo Testamento:
“O uso do termo grego
psyche em o Novo Testamento é similar àquele de nephesh no Antigo. É utilizado
tanto para a vida animal quanto para a vida humana (Apoc 16:3). Na versão
(inglesa) King James, a palavra é traduzida quarenta vezes simplesmente como
‘vida’ ou ‘vidas’ (veja S. Mat. 2:20; 6:25; 16:25, etc). Em algumas
oportunidades, seu uso se refere simplesmente a ‘pessoa’ (veja Atos 7:14;
27:37; Rom. 13:1; 1S.Ped. 3:20 etc.), e ainda em outros casos ela equivale a um
pronome pessoal (veja S. Mat. 12:18; IICor. 12:15, etc.). Algumas vezes
refere-se a emoções (S. Mar. 14:34; S. Luc. 2:35), à mente (Atos 14:2; Filip.
1:27) ou ao coração-(Efes. 6:6)” (Nisto Cremos, p. 119).
E agora fazem uma
afirmação contundente, limitadíssima quanto à palavra alma:
“O corpo e a alma
existem em conjunto; ambos formam uma união indivisível. A alma não possui
consciência separada do corpo. Não existe qualquer texto que indique a
possibilidade de a alma sobreviver ao corpo, mantendo-se como entidade
consciente” (Nisto Cremos, p. 120).
De tudo que acima
está declarado pelos ASD tiramos as seguintes conclusões:
a) que reconhecem o
emprego da palavra alma como “pessoa”,
b) que reconhecem o
emprego da palavra alma como “vida” ou “vidas”,
c) que reconhecem o
emprego da palavra alma como “expressões que equivalem aos pronomes pessoais
“eu”, “me”, “vós”, “ele”.
E afirmam: “Não
existe qualquer texto que indique a possibilidade de a alma sobreviver ao
corpo, mantendo-se como entidade consciente”!
Antes de comentarmos
as conclusões acima, partamos para a refutação desta última:
Mt. 10:28: “Não
temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que
pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”.
Arrazoam com o texto
de Mt. 10:28 dizendo:
“Não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer
perecer no inferno a alma e o corpos. Mat. 10:28. Querem provar com esse texto
que há corpo e alma imortal. Mas se o texto prova alguma coisa é que a alma é
perecível, pois diz “perecer a alma e o corpo. Alma aqui tem o sentido de
“vida”, a “natureza espiritual do homem”. Temos a promessa da vida eterna que
os ímpios não nos podem tirar, ainda que nos matem, e neste sentido é que eles
não nos podem matar a alam. Se somos crentes fiéis a Deus, ainda que nos matem,
não pereceremos” (Subtilezas do Erro , p. 250).
É digno de nota que
os ASD raciocinam tendo a palavra alma (do grego psyche) com o sentido de vida
eterna, dizendo “temos a promessa da vida eterna que os ímpios não nos podem
tirar…” esquecidos de que a palavra alma é empregada na Bíblia com o sentido de
vida eterna. E por que? Porque como os próprios ASD reconhecem o vocábulo grego
para alma é psyche e o vocábulo grego para a expressão vida eterna é zoen
aionios (1Jo. 5:12-13; Jo. 5:24; Jo. 3:16; 6:47).
Por outro lado, a
palavra traduzida por “perecer” (no inferno a alma e o corpo) não significa
aniquilar como querem os ASD. A palavra perecer é tradução da palavra grega
APOLLUMI e esta palavra aparece em:
Lc. 15:4: “Que homem
dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo [apollelas] uma delas, não deixa no
deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida [apollolos] até que venha a
achá-la?”
Lc. 15:6:
“Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida [apollolos]”.
ovelha perdida (a
centésima) estava aniquilada? Ou estava perdida e ainda viva?
Lc. 15:8: “Ou qual a
mulher que, tendo dez dracmas, se perder [apollese] uma dracma, não acende a
candeia, e varre a casa e busca com diligência até a achar?”
A dracma estava
aniquilada ou apenas perdida?
Lc. 15:24: “Porque
este meu Filho estava morto, e reviveu, tinha se perdido [apollolos], e foi
achado”.
Por ventura estava
aniquilado o Filho pródigo? Como vemos também de outras escrituras bíblicas, o
mesmo é o sentido para a palavra perecer em:
Mt. 9:17: “Nem se
deita vinho em odres velhos, aliás rompem-se os odres e entorna-se o vinho, e
os odres estragam-se [apolluntai].
Mt. 16:25: “porque
aquele que quiser salvar a sua vida, perde-la-á [apollesai], e quem perder
[apollese] a sua vida por amor de mim, acha-la-á”.
Observe que perder a
vida por amor de Jesus significaria, segundo o entendimento dos ASD, ser
aniquilado, pois “quem perder [apollese] a sua vida por amor de mim, perde-la-á
se perecer (do grego apollumi) significa ser aniquilado!!!
Os ASD costumam
dialogar com mais lógica. Outro texto bíblico que desfaz a declaração de que
não existe base bíblica para a possibilidade de a alma sobreviver ao corpo:
Ap. 6:9-11: “E,
havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos
por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com
grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e
vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um
compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de
tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos,
que haviam de ser mortos como eles foram”.
Explicando a passagem
acima, dentro do seu conceito materialista do homem, argumentam os ASD:
“Portanto o clamor
por vingança era simbólico. Diz-se que o sangue de Abel clamava a Deus, Gên.
4:9 e 10. O salário dos trabalhadores, retido por fraude, clamava, e seu clamor
aos ouvidos de Deus. S. Tia. 5:4. Houve, na visão, a mesma personificação
atribuída ao rico e Lázaro. Nada mais” (Subtilezas do Erro, p. 265).
Se os mortos estão
inconscientes, como podiam as almas dos que foram mortos clamar em grande voz:
“Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue
dos que habitam sobre a terra?”
A comparação que
fazem os ASD com Gn. 4:10 não precede, pois o clamor do sangue de Abel não era
audível, enquanto que o clamor daquelas almas, de que trata Ap. 6:9-11 se diz
que clamavam com grande voz, isto é, audivelmente. A seguinte ilustração pode
ser feita para esclarecer melhor a distinção entre Gn. 4:10 e Ap. 6:9-11. Um
caçador experimentado sabe diferenciar as pisadas de um animal na selva. Esses
sinais do animal comunicam ao caçador algo do seu paradeiro. Mas não se trata
de uma linguagem audível. Semelhantemente o sangue de Abel foi um sinal dado de
um clamor a Deus numa linguagem simbólica, muda, mas entendida pelos que
cometem erros contra inocentes como Abel e que não ficarão impunes. Assim, os
dois casos não tem paralelismo e não se tratam então de casos idênticos, pois
em Ap. 6:9-10 o clamor é audível, em alta voz, e o de Gn. 4:10 é um sinal mudo,
imperceptível. O mesmo se dá com Tg. 5:4.
Voltemos agora aos
sentidos dados à palavra ALMA nas letras “a, b, c”, onde os ASD reconhecem o
emprego da palavra com o significado de:
a) “pessoa”
b) “vida” ou “vidas”
c) “eu”, “vós”, “ele”
Com isso torna-se
claro que entendem que o vocábulo alma do hebraico nephesh e do grego psyche
não tem um sentido único na Bíblia. Realmente, a palavra ‘alma’ pode ser
comparada à palavra leite na Bíblia.
Há pelo menos 3
sentidos para a palavra leite na Bíblia:
a) leite – com o
sentido de líquido branco, alimento – Gn. 18:8;
b) leite – com o
sentido de bênção material – Nm. 14:8;
c) leite – a palavra
de Deus como alimento para a alma – 1Pe. 2:2;
Emprega a Bíblia a
palavra alma com o sentido de pessoa? A resposta é: Sim! Exemplos: Gn. 46:27;
Ex 1:5; At. 27:37 e muitos outros textos.
Limita a Bíblia o
emprego da palavra alma, significando unicamente pessoa? Não! Se assim fosse,
em todas as referências bíblicas onde encontrássemos a palavra alma,
bastaríamos substituí-la por pessoa e o sentido seria o mesmo. Façamos algumas
provas substituindo a palavra alma por pessoa:
Gn. 1:20: “Produzam
as águas abundantemente répteis de [pessoa] vivente .”
Gn 1:24: “Produza a
terra [pessoa] vivente conforme a sua espécie…”
Mt. 10:28: “E não
temais os que matam o corpo, e não podem matar a pessoa; temei antes aquele que
pode fazer perecer no inferno a pessoa e o corpo”.
Assim, nem sempre a
Bíblia usa a palavra alma com o sentido de pessoa e, quando o faz, fá-lo só
figuradamente. Não basta ter um corpo e urna vida, como os animais, para ser
uma pessoa racional (Gn. 1:26,27).
Emprega a Bíblia a
palavra alma com o sentido de vida ou vidas? Sim, é a resposta. Exemplos:
Gn. 9:5: “E
certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas”.
Gn. 19:1″: “Escapa-te
por tua vida.”
Alma e vida são
distintas? Sim. Para provar que são distintas, leiamos:
Jó 33:18,22: “Para
desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada”.
“E a sua alma se vai
chegando à cova, e a sua vida ao que traz morte”.
Sl. 88:3: “Pois a
minha alma já teve bastante calamidades, e a minha própria vida entrou até em
contato com o Seol”.
Agora, o que é
surpreendente é que os ASD reconhecem o emprego da palavra alma com sentido de
‘eu’ pessoal. Ora, a Bíblia define a natureza de Deus como sendo alma e
declara:
Mt 12:18: “Eis aqui o
meu servo que escolhi, o meu amado em quem a minha alma se agrada”.
Hb. 10:38: “Mas o meu
justo viverá da fé, e se ele recuar, nele não tem prazer a minha alma”.
Is. 1:14: “As vossas
luas novas e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece”.
Se a Bíblia declara
que Deus é sapientíssimo, que vive independentemente de um corpo material,
tangível, com plena consciência, por que então o homem criado à imagem e
semelhança de Deus não pode existir conscientemente, no intervalo entre a morte
e a ressurreição do corpo nesta forma, como Deus sempre existiu?
Assim, ao morrer o
corpo, a Bíblia esclarece que:
a) a alma se retira –
Gn. 35:18;
b) ao ressuscitar, a
alma retorna – 1Rs. 17:21-22;
c) a alma não pode
morrer – Mt. 10:28
d) a alma do cristão
vai estar com Cristo – Ap. 6:9-11.
De modo que a palavra
DORMIR emprega-se estritamente ao corpo:
Mt 27:52: “E
abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram
ressuscitados”.
Jo. 11:11,14,39: “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou
despertá-lo do sono”.
“Lázaro está morto.”
“Marta, irmã do
defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”.
Assim a palavra grega
KOIMAOMAI é usada:
a) para referir-se ao
sono natural do corpo: Mt. 28:13; Lc. 22:45; Jo. 11:12.
b) para referir-se à
morte do corpo, como já demonstrado acima, mas só empregada para referir-se aos
que estão em Cristo: 1Co. 15:20; Jo .11:11; Mt. 27:52; At. 13:36; aos cristãos
a partir da ascenção de Cristo:
1Ts. 4:13,14: “Não
quero porém irmãos que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não
vos entristeçais, como os demais que não tem esperança, porque se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com ele”.
A palavra chave para
o entendimento de 1Ts. 4:13-14 está na preposição grega “sun” (com) no v.14.
Declara que Deus os tornará a trazer “com ele” (sun auto), isto é, com Jesus na
sua vinda, os que já provaram a morte física. Seus corpos são descritos como
dormindo, uma linguagem de metáfora comum no Novo Testamento para referir-se ao
corpo, nunca ao espírito e alma (Mt. 27:52). A segunda vez que se usa (sun-com)
é no v.1 referindo-se aos que sobrevivem até a vinda de Cristo serão
arrebatados juntamente com eles (sun autois), isto é, com os mortos em Cristo
(oi nekron en Christo) a encontrar o Senhor nos ares. Aqui, de novo, “sun”
(com) não tem outro sentido senão “juntamente com”. A última vez que se usa a
preposição “sun” (com) é encontrada ainda no v.17 “assim estaremos sempre com o
Senhor (sun kurio). É óbvio pois que aqueles que partiram estão com Cristo (Fp.
1:21-23) e retornarão com ele (1Ts. 3:13) para a ressurreição de seus corpos
imortalizados e incorruptíveis. Esses corpos, descritos como dormindo, serão
instantaneamente metamorfoseados. Os primitivos cristãos se utilizaram da
palavra koimeterion, usada como sinônimo de casa de repouso para estrangeiros,
para indicar o lugar de repouso dos que já tinham morrido (cemitério ou
dormitório), onde os corpos jaziam.
A Bíblia não tem
doutrina independente acerca do estado intermediário. Seu ensino sobre esse estado
deve ser separado de seu ensino sobre a ressurreição do corpo. Aguardamos uma
existência que culminará na ressurreição. Os que já morreram são:
a) os mortos em
Cristo – 1Ts. 4:16;
b) estejam vivos ou
mortos, eles são do Senhor (Rm. 14:8);
c) nem a morte, nem a
vida, nem qualquer outra coisa em toda a criação, será capaz de separá-los do
amor de Deus em Cristo (Rm. 8:38-39).
Não é esta uma
esperança bem mais atraente, do que a ideia materialista dos ASD, que se
consolam com:
“Em conclusão: para o
crente a morte não é senão de somenos importância. Cristo falou dela como se
fora de pouca monta. ‘Se alguém guardar a Minha Palavra, nunca verá a morte’.
Para o cristão a morte nada é mais que um sono, um momento de silêncio e
escuridão” (Subtilezas do Erro, p. 272).
A esperança dos ASD,
enquanto aguardam a ressurreição do corpo: “UM SONO, UM MOMENTO DE SILENCIO E
ESCURIDÃO”.
Pode alguém
consolar-se com tal esperança? E tudo por causa da doutrina conhecida como
“heresia de perdição”, ensinada pela profetisa Ellen G. White, com sua doutrina
do Juízo Investigativo ou da Redenção Incompleta de Cristo.
E nós perguntamos:
Por acaso preciso crer:
a) Que os redimidos
no Céu estão experimentando a plenitude de gozo, delícias para sempre (Sl.
16:11), ENQUANTO DORMEM?
b) Que o homem rico,
depois de sua morte, estava em tormentos, clamava, rogava (Lc. 16:23),
DORMINDO? E que Lázaro era CONSOLADO enquanto dormia?
c) Que, logo que nos
ausentamos do corpo, estaremos presentes com o Senhor, deleitando-nos com uma
maravilhosa comunhão com ele, melhor do que nunca (2Co. 5:6-8), ENQUANTO
DORMIMOS?
d) Que a morte , para
nós, os cristãos, será lucro e muito melhor do que qualquer coisa que tenhamos
experimentado aqui na terra (Fp. 1:21-23), embora ESTEJAMOS TOTALMENTE
ADORMECIDOS?
e) Que a congregação
dos primogênitos inscritos no céu (Hb. 12:23) é uma congregação de ADORMECIDOS?
f) Que as almas, debaixo
do altar, clamam com alta voz (Ap. 6:10), embora estejam DORMINDO?
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