O CONCEITO BIBLICO DE PECADO, hebraico e grego, mais teologia.

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O CONCEITO BIBLICO DE PECADO


Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade. 1 João 3:4 A Bíblia utiliza muitas palavras, tanto em hebraico como em grego, para definir o conceito de pecado:


A) NO ANTIGO TESTAMENTO


1. hata – Significa “errar o alvo”. Seu equivalente grego é hamartano. A ideia é que o homem, ao errar o alvo, atinge outro lugar, o lugar errado. Essa palavra designa pecados morais, idolatria e pecados cerimoniais (Ex 20.20; Jz 20.16; Pv 8.36; 19.2);
2. Ra – Muitas vezes indica calamidade e frequentemente é traduzindo como “mal” ou “perverso”. Pode indicar algo moralmente errado (Gn 3.5; 38.7; Jz 11.27). O texto de Isaías 45.7 é controverso quanto ao sentido entre calamidade e mal, cuja interpretação mais aceita é calamidade ou “mal punitivo”;
3. Pecha – “Rebelar”, “transgredir” ou “revoltar” (1Rs 12.19; 2Rs 3.5; Sl 51.13; Is 1.2);
4. Aon – “Iniquidade” ou “culpa” (1Sm 3.13; Is 53.6; Nm 15.30-31);
5. Shagah – “Errar” ou “extraviar-se” como uma ovelha ou um bêbado (Is 28.7; Nm 15.22);
6. Asham – Significa “culpado”, tem a ideia de “culpa perante Deus” e aparece muito em rituais no tabernáculo e no templo (Lv 4.13; 5.2-3);
7. Rasha – “Perverso” ou “impiedade”, o contrário de justiça (Ex 2.13; Sl 9.16; Pv 15.9; Ez 18.23);
8. Taah – “Vaguear” ou “extraviar-se”. Indica pecado deliberado, não incidental (Nm 15.22; Sl 58.3; 119.21; Is 53.6).
Com o estudo dessas palavras hebraicas podemos chegar a estas conclusões sobre o pecado:
a) O pecado pode assumir muitas formas e cada homem podia estar ciente da forma particular do seu pecado;
b) O pecado é aquilo que contraria uma norma e, por fim, acaba sendo desobediência a Deus; c) A desobediência envolve tanto a omissão como o erro deliberado. O pecado também não é apenas errar o alvo, mas acertar o lugar errado.


B) NO NOVO TESTAMENTO


1. Kakós – Significa “algo ruim”. Pode referir-se a um mal físico, mas normalmente indica um mal moral (Mt 21.41; Mc 7.21; At 9.13; Rm 12.17);
2. Ponerós – Termo básico para mal e quase sempre indica mal moral (Mt 7.11; Rm 12.9). Também é usado para referir-se a Satanás (Mt 13.19,38; 1Jo 2.13-14). Demônios também são chamados de “espíritos malignos” (Lc 11.26; At 19.12); 3. Asebês – Significa “ímpio” e designa aqueles que não foram salvos (Rm 4.5; 5.6; 1Tm 1.9; 1Pe 4.18);
4. Énochos – “Réu” ou “culpado” e geralmente denota alguém que pratica um crime passível de morte (Mt 5.21-22; Mc 14.64; 1Co 11.27; Tg 2.10);
5. Hamartia – Palavra mais usada para falar de pecado. Significa “errar o alvo”. No NT quase sempre ocorre no contexto que fala de perdão ou de salvação (Mt 1.21; Jo 1.29). Outras referências úteis são Rm 5.12; 1Co 15.3;e Tg 1.15;
6. Adikía – Em sentido amplo se refere a qualquer conduta errada. É usado para falar de pessoas não salvas (Rm 1.18), dinheiro (Lc 16.9) e ações (2Ts 2.10); 7. Anomos – Significa “sem lei” e é frequentemente traduzido como “transgressão” ou “iniquidade” (Mt 13.41; 24.12; 1Tm 1.9);
8. Parabátes – “Transgressor” e é usada quando há violações específicas da lei (Rm 2.23; Gl 3.19; Hb 9.15);
9. Agnoema – Se refere ao adorador que pratica uma adoração falsa, o que o torna culpado e necessitado de um sacrifício (At 17.23; Rm 2.4; Hb 9.7);
10. Planáo – “Desgarrar” (1Pe 2.25), levar alguém para um caminho mau (Mt 24.5-6) e enganar-se a si mesmo (1Jo 1.8).
11. Paraptôma – A ideia dessa palavra é de “cair ao lado de”, na maioria das vezes de modo deliberado. Com frequência é traduzida como “ofensa” (Mt 6.14; Rm 5.15-20; Gl 6.1);
12. Hypókrisis – Incorpora três ideias: “Interpretar falsamente”, como faria um oráculo; “fingir”, como faria um ator; e “seguir uma interpretação” reconhecidamente falsa (1Tm 4.2). O estudo dessas palavras gregas nos leva a algumas conclusões sobre o pecado:


a) Sempre existe um padrão claro contra o qual o pecado é cometido;
b) No final de tudo, o pecado é uma rebelião contra Deus e uma transgressão de seus padrões;
c) O mal pode assumir muitas formas;
d) A responsabilidade do homem é entendida de forma clara e definitiva. Poderemos definir o pecado das seguintes forma: Errar o alvo, maldade, rebelião, iniquidade, desaviar-se do caminho, impiedade, desgarrar-se, crime, desobediência a lei, transgressão, ignorância e queda. qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade. 1 João 3:4 - Afastamento dos padrões estabelecidos por Deus. -
Inconformidade à lei moral de Deus, seja por meio de atos, disposição ou estado. - O pecado pode ser definido como algo contra o caráter de Deus (Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Romanos 3:23) - Tudo que te direciona contra Deus, isso também podemos dizer contra a Lei de Deus é pecado, então qualquer definição que não refletir isso não é bíblica.
Mas não podemos deixar que nossa visão sobre o pecado se torne técnica e esqueçamos como o pecado é terrível aos olhos de um Deus Santo, Habacuque retrata bem isso de uma forma bem sucionta, “Teus olhos são tão puros, que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade.
Por que toleras então esses perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios engolem os que são mais justos do que eles? Habacuque 1:13” Quero que vocês saibam que o pecado e tao destrutivo que somente a morte do filho de Deus pode retirá-lo “No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! João 1:29” Quais os Ensinos de Cristo a respeito do pecado


A) ALGUNS PECADOS ESPECÍFICOS
1. Sacrilégio (Mc 11.15-18) – Significa “uso profano de pessoa, lugar ou objeto sagrado; profanação” (Dic. Aurélio);
2. Hipocrisia (Mt 23.1-36)  Não praticavam o que pregavam (1-4);  Buscavam exaltar a si mesmos (5-12);  Fugiam de seus juramentos, tentando estabelecer diferenças entre jurar pelo santuário ou pelo ouro do santuário (16-22);  Davam o dízimo, mas não faziam o que era justo (23);  Externamente pareciam justos, mas seus interiores eram hipócritas (25).
3. Avareza (Lc 12.15);
4. Blasfêmia (Mt 12.22-37);
5. Transgressão da Lei (Mt 15.3-6);
6. Orgulho (Mt 20.20-28; Lc 14.7-11);
7. Pedra de tropeço (Mt 18.6);
8. Deslealdade (Mt 8.19-22);
9. Imoralidade (Mt 5.27-32);
10. Ausência de frutos (Jo 15.16);
11. Ira (Mt 5.22);
12. Pecados com palavras (Mt 5.33-37; 12.36);
13. Exibicionismo (Mt 6.1-18);
14. Falta de fé (Mt 6.25);
15. Mordomia irresponsável (Mt 25.14-30; Lc 19.11-27);
16. Falta de oração (Lc 18.1-8).


B) ALGUMAS CATEGORIAS DE PECADO
1. Violações da Lei Mosaica (Mc 7.9-13);
2. Pecados abertos (apesar de todos os pecados incorrerem em culpa, há pecados mais graves – Mt 7.1-5; 12.22-37; 21.33-46; Jo 19.11);
3. Atitudes internas erradas (Lc 12.13-15; Mt 20.20-22);
4. Fermento a) dos fariseus (Mt 23.14,26,29; Mc 8.15; Lc 12.1); b) dos saduceus (Mt 16.6); c) dos herodianos (Mc 8.15).


C) ALGUMAS ORIGENS DO PECADO
1. Satanás (Mt 12.26; 13.19,39; Jo 8.44; 12.31);
2. O mundo (Jo 15.18-19); 3. O coração (Mt 15.19).


D) A UNIVERSALIDADE DO PECADO
Jesus afirmou, com uma declaração direta, que somente Deus é bom e que nenhum ser humano pode ser considerado bom (Mt 19.17). Ele também declarou que até seus discípulos escolhidos eram maus (Lc 11.13).


E) ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
1. Afeta nossa vontade (Jo 8.44; Lc 4.18);
2. Afeta os outros (Lc 15.20; 20.46-47).


F) O PERDÃO DO PECADO
1. As bases do perdão são o Senhor Jesus (Jo 1.29) e sua obra na cruz (Mt 20.28; 26.28);
2. Uma das consequências do perdão é que os que são perdoados devem também perdoar os outros (Mt 6.14-15; 18.21-35; Lc 17.3-4).

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