CRISTO REVELADO NO LIVRO DE AGEU

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CRISTO REVELADO NO LIVRO DE AGEU

        Duas referências a Cristo no Livro de Ageu são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando que o que Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional. Após um transtorno entre os povos da Terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que todas as nações desejaram será mostrando em esplendor no templo. A presença dele irá fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.
         A segunda referência à vinda do Messias é 2.23. O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro livro do NT: Zorobabel significativo e o ligam a Cristo:
1.Zorobabel é um sinal de um homem escolhido por Deus, de cuja natureza dedicada Deus faz fluir vida, liderança e ministério. O que zorobabel fez em partes Jesus fez por completo como o Servo do Senhor.
2.Zorobabel está, também, na linhagem do Messias. As listas dos ancestrais de Jesus em Mateus e Lucas incluem o nome de Zorobabel, o filho de Sealtiel, cuja própria importância pessoal foi excedida por seu papel como um dos que apontaram à frente para a vinda do Salvador ao mundo.
*Extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal

O profeta Ageu foi o autor do livro do Antigo Testamento que traz seu nome. Ageu foi um profeta pós-exílico, ou seja, ele aparece na narrativa bíblica no período após o retorno dos exilados da Babilônia. Neste texto, conheceremos um pouco mais sobre quem foi Ageu na Bíblia.

O Profeta Ageu

Não há qualquer referência sobre quem foi Ageu além do que é revelado em seu livro no Antigo Testamento. A única menção sobre Ageu em algum outro livro da Bíblia ocorre no livro de Esdras (5:1; 6:14), onde ele é citado ao lado do profeta Zacarias como alguém que profetizou em nome do Deus de Israel aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém.
O nome Ageu significa “festivo” ou “festival”, do hebraico hag. É possível que este nome tenha lhe sido dado por ele ter nascido em algum dia importante das festas judaicas. Se for assim, isto também pode implicar que seus pais eram religiosos.
É muito provável que o profeta Ageu tenha nascido ainda na Babilônia, e tenha ido para Jerusalém após o decreto de 538 ou 537 a.C. emitido por Ciro, rei da Pérsia, o qual permitiu que os judeus retornassem à sua terra natal (2Cr 36:22,23; Ed 1:1-4).
Como o profeta Ageu não é citado antes de aproximadamente 520 a.C., alguns sugerem que ele ainda era criança na época do decreto, e que tenha retornado do exílio com seus pais. Outros também apontam para a possibilidade do profeta Ageu ter retornado juntamente com um novo grupo de exilados mais ou menos nessa mesma data, porém neste caso talvez já fosse um jovem ou adulto.
Seja como for, o que se sabe é que o profeta Ageu de alguma forma testemunhou a crescente apatia durante o período pós-exílico, e no momento apropriado, foi usado por Deus como profeta entre seu povo.
Pelos relatos de seu livro, podemos perceber que Ageu foi um profeta muito ativo em Judá durante o período da reconstrução do segundo Templo, em aproximadamente 520 e 515 a.C. Como já foi dito, o profeta Ageu foi contemporâneo de Zacarias.
Quando os exilados retornaram do cativeiro, de forma bastante entusiasmada começaram a reconstruir o Templo em aproximadamente 536 a.C. Entretanto, devido à oposição dos samaritanos, a reconstrução foi paralisada, até ser retomada novamente em 520 a.C. (Ed 4:4,5,20).
Existe também a possibilidade de que saqueadores persas, por volta 525 a.C., tenham castigado a Palestina de tal forma que a reconstrução do Templo parecia ser algo praticamente impossível.
Assim, foi nesse cenário que Ageu foi levantado como profeta do Senhor, a fim de que profetizasse ao povo de maneira que eles fossem estimulados a se esforçarem para reconstruir o Templo (Ag 1:12-15; Ed 5:1,2; 6:13-15).
Certamente a frase mais conhecida dentre as profecias do profeta Ageu está registrada nos versículos 8 e 9 do capítulo 2 de seu livro, onde é dito: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos.
A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos“.
As profecias contidas em seu livro são datadas de 520 a.C., o que corresponde ao segundo ano do reinado de Dario I. Basicamente, as profecias de Ageu podem ser organizadas em quatro mensagens:
  • Ele chamou o povo para reconstruir o Templo, mostrando a importância de abandonarem a negligência em que estavam (Ag 1:1-15).
  • O profeta Ageu falou sobre as bênçãos de Deus que seriam derramadas, e o potencial de uma glória maior que haveria no novo Templo (Ag 2:1-9).
  • O profeta Ageu ressaltou as bênçãos futuras de Deus para um povo que havia se corrompido (Ag 2:10-19).
  • Ageu também profetizou sobre a promessa de Deus acerca da vitória de seu povo sobre as nações. Na ocasião, Zorobabel, neto do rei Jeoaquim, era o representante da casa de Davi.

Introdução ao Livro de Ageu – Mãos à obra!

Ageu e Zacarias são contemporâneos. Eles tiveram seu ministério profético no período persa da história dos hebreus (550 – 330 a.C.). Os profetas Daniel, Joel e Malaquias completam o quadro da atividade e da literatura profética hebraica desta época. A menção ao templo de Salomão (2:13) parece sugerir que Ageu fora testemunha ocular do templo de Salomão, tenha sido levado ao exílio e retornou. Portanto, ele tinha por volta de 80 anos quando iniciou seu curto ministério profético.

O profeta Ageu animou os judeus que retornaram do cativeiro babilônico a restaurar todos os aspectos litúrgicos do culto veterotestamentário tais como: o calendário religioso, a adoração, as festas levíticas e os sacrifícios. Pouco tempo depois, o profeta Zacarias reforçou o chamado de Ageu para uma renovação espiritual quando conclamou o povo a reconstruir o templo. Este trabalho foi necessário em virtude do fracasso na reconstrução do templo durante o primeiro retorno dos exilados.
Nem todos os exilados desejavam retornar para Jerusalém, pois haviam estabelecido raízes em sua nova terra (Jr. 29:4-9), tornando-se prósperos comerciantes. Seus filhos já estavam com mais de 50 anos, sendo até mesmo avós. Essa nova geração não conhecia a terra de seus ancestrais e não tinham o mesmo senso nacionalista de seus pais. Isso explica a razão do desânimo e falta de interesse na reconstrução do templo.
Ageu é designado como profeta (1:1; Ed. 6:14) e mensageiro do Senhor (1:13). Estes títulos corroboram seu comissionamento divino. Embora ele não seja mencionado entre os que retornaram do cativeiro na lista de Esdras 1 e 2, acredita-se que tenha voltado para Jerusalém sob a liderança de Sesbazar, filho de Joaquim, o último rei de Judá.
Seus oráculos foram transmitidos em um período de quatro meses a partir do segundo ano do reinado de Dario (520 a.C.), o rei persa, embora um intervalo entre o anúncio dos oráculos e seu registro não seja descartado. Portanto, é muito provável que seu livro tenha sido escrito até a finalização do templo em 515 a.C.
O ministério de Ageu aconteceu durante o reinado de Dario I, rei da Pérsia (521 – 486 a.C.), que permitiu que os povos conquistados anteriormente pelos babilônios retornassem à sua terra de origem, incluindo os judeus.
Nos primeiros anos do retorno os judeus tentaram reconstruir o templo; mas, devido também à seca, à péssima colheita, mencionada pelo profeta Joel, o projeto foi abandonado. Outro fator que influenciou igualmente na desistência da reconstrução do templo foi o desânimo dos judeus frente às péssimas condições de vida sob o domínio persa em detrimento da visão do Estado judeu e do templo descritos pelo profeta Ezequiel.
Sob a inspiração de Ageu e Zacarias, o grupo liderado por Zorobabel e Josué reiniciou os trabalhos de reconstrução do templo em 520 a.C, dezessete anos depois da primeira tentativa, com término em 515 a.C. (Ed. 6:15).
Estrutura de Ageu
O livro de Ageu estrutura-se da seguinte forma:
  1. Oráculo 1: o desafio da renovação da Aliança – 1:1-15
  2. Oráculo 2: a promessa da renovação – 2:1-9
  3. Oráculo 3: o chamado à santidade – 2:10-19
  4. Oráculo 4: Zorobabel como descendente davídico – 2:20-23
As mensagens de Ageu são pormenorizadamente datadas. Provavelmente ele tenha seguido a tradição iniciada por Jeremias e Ezequiel, os profetas do período do exílio. Sua mensagem começa com o apelo à população para reconstruir o templo de Jerusalém. Fundamentados nas profecias de Ezequiel (caps. 40 a 48), tanto Ageu quanto Zacarias, provavelmente, consideravam a reconstrução do templo como o início da era messiânica.
Ageu passa um sentido de urgência e gravidade em sua mensagem ao usar por 29 vezes a expressão “assim diz o Senhor”. Sua mensagem foi endereçada aos líderes de Judá, Zorobabel (político) e Josué (religioso).
Ageu utilizou-se de uma disposição de textos invertida, chamada de quiasmo. Este padrão é notado quando lemos que a primeira e a terceira mensagens começam como o termo “assim diz o senhor” (1:2; 2:11) e tratam sobre a agricultura, terminando com uma advertência. A segunda e quarta mensagens terminam com a expressão “declara o Senhor dos exércitos” (2:9; 2:23) e tratam sobre a restauração de Israel e contém uma benção.
A primeira mensagem era um chamado à reconstrução do templo, que havia parado na época de Sesbazar. O povo, em virtude das condições escassas, estava cuidando em primeiro lugar de seus interesses pessoais. Ageu os confronta associando o fracasso das colheitas ao abandono pela casa de Javé. Ageu os anima a colocar os interesses de Javé à frente dos interesses particulares a fim de obter a benção divina (1:8; 1:13).
A segunda mensagem veio um mês depois como continuação do encorajamento à reconstrução e também foi endereçado ao governador e ao sumo sacerdote. O desânimo abateu-se sobre a população quando comparou-se a nova estrutura do templo com a antiga forma nos tempos de Salomão (2:3; Ed. 3:12). Ageu os incentiva a continuar e anuncia uma promessa escatológica de que todas as nações viriam a Jerusalém, e essa nova casa seria cheia da glória do Senhor (2:6-7). Ageu transmite que a benção não estava na aparência ou riqueza externa, mas na presença de Deus entre seu povo. Entretanto, essa promessa teve um cumprimento imediato quando Dario encontrou o decreto de Ciro e permitiu que não apenas o templo fosse reconstruído, mas também enviou provisões para que se terminasse o templo o mais breve possível (Ed. 6:4, 8-10).
A terceira mensagem de Ageu veio um mês após a primeira profecia de Zacarias (Zc. 1:1-6), que anunciava a necessidade de arrependimento do povo. Por isso a mensagem de Ageu insiste nessa atitude (Ag. 2:17). Ageu afirma que a impureza contamina muito mais do que a santidade, e confronta os sacerdotes que tinham a função de interpretar as escrituras. Contanto que os sacrifícios servissem para a remoção do pecado a iniquidade do povo era tamanha que estava contaminando o sacrifício (Ag. 2:14). O pecado do povo era a apatia em não colocar os alicerces do templo (Ag. 2:15); por essa razão Javé os castigara com uma produção menor do que estavam acostumados (2:16-17). A mensagem de Ageu exigia o retorno do povo (2:17) que termina com o lançamento dos fundamentos do templo e um tom positivo do Senhor (2:18-19).
A quarta mensagem (2:20-23) foi endereçada a Zorobabel e é muito parecida com a primeira com o acréscimo de uma linguagem escatológica (“destruir o trono dos reinos”). Essa mensagem também inclui elementos messiânicos ao comparar Zorobabel com um anel de selar (2:23). Zorobabel, um descendente de Joaquim é a esperança messiânica. O profeta Zacarias também associou Zorobabel com as esperanças messiânicas, pois descendia da família do rei Davi (Zc. 3:8; 6:12).
Essa esperança messiânica serviu para encorajar toda a nação na reconstrução do templo, que foi finalizada em 515 (Ed. 6:14-15).
Propósito e conteúdo
Ageu trata sobre os seguintes assuntos:
  • A definição das prioridades corretas
  • A fidelidade de Javé na renovação da Aliança
  • O templo como símbolo da Aliança
A tarefa de Ageu era incentivar os judeus que retornaram do exílio a reconstruir o templo de Jerusalém que fora destruído por Nabucodonosor setenta anos antes. Suas quatro mensagens tinham o objetivo de animar o povo para suas responsabilidades, direitos e deveres para com a Aliança.
O templo
O livro de deuteronômio estabelece um lugar para a adoração de Deus (Dt. 14:23-25; 16:2-11). Durante a época dos juízes, Siló foi este lugar (Js. 18:1). O lugar definitivo tom ou forma apenas no reinado de Davi, que, embora, não tenha construído o templo, deixou tudo planejado e reunido para a execução do projeto (1 Cr. 22:1-16).
O templo simbolizava a presença de Javé entre o povo de Israel e tinha a função de lembrar o povo sobre a verdadeira adoração que deveria ser prestada a Deus.
Entretanto, na época de Jeremias (627 – 582 a.C.) o templo havia se tornado uma espécie de objeto mágico para o povo de Israel. Os judeus pensavam que simplesmente o templo, por si só, garantiria segurança e bem-estar. Em razão dessa confiança mal depositada Jeremias previu sua destruição. Ezequiel, pouco tempo depois, viu a glória de Deus deixar o templo. Isso representava a insatisfação de Deus por causa de suas transgressões, mas também a presença de Deus no meio do povo durante o exílio. Deus não estava restrito a apenas um lugar.
A mensagem de reconstrução do templo não deve ser vista como contraditória a Jeremias, pois Ageu estava convidando o povo à correta adoração a Javé e não à confiança cega em uma construção. A atitude de humildade e reverência diante de Deus seria acompanhada pela reconstrução daquilo que simbolizava a presença de Deus entre o povo.
A sociedade estava se renovando e renovava-se também a presença de Javé entre Israel, por isso a reconstrução do templo foi tão importante naqueles dias.

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