CRISTO REVELADO NO ANTIGO TESTAMENTO
Em Gênesis:
O Cristo preexistente, a Palavra viva, estava muito envolvido na criação. “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).
O ministério de Jesus está antecipado em Gn 3.15, sugerindo que a “semente” da mulher que ferirá a cabeça da serpente (satanás) é Jesus Cristo, a “posteridade” de Abraão mencionada por Paulo em Gl 3.16.
Melquisedeque é o misterioso rei-sacerdote do cap. 14. Uma vez que Jesus é rei e também sumo sacerdote, a carta aos Hebreus faz, de forma apropriada, esta identificação (Hb 6.20).
A grande revelação de Cristo em Gn se encontra no estabelecimento do concerto de Deus com Abraão nos caps. 15 e 17.
Deus fez promessas gloriosas a Abraão, e Jesus é o maior cumprimento destas promessas, uma verdade que é explicada de forma detalhada por Paulo em Gálatas. Boa parte da Bíblia está fundamentada sobre o concerto abraâmico e o seu desenvolvimento em Jesus Cristo.
A dramática história da prontidão de Abraão em sacrificar a Isaque segundo a ordem de Deus apresenta uma incrível semelhança com o evento crucial do NT. “Toma agora teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas… E oferece-o em holocausto” (22.2), lembra-nos da prontidão de Deus em sacrificar o seu único Filho pelos pecados de todo o mundo.
Por fim, a bênção de Jacó sobre Judá antecipa a vinda de “Siló”, a ser identificada como o Messias. “ E a Ele se congregarão os povos (49.10).
Em Exodo
Moisés é um tipo de Cristo, pois ele liberta da escravidão.
Arão funciona como um tipo de Jesus assim como o sumo sacerdote (28.1) faz intercessão junto ao altar do incenso (30.1). A Páscoa indica que Jesus é o Cordeiro de Deus que foi oferecido pela nossa redenção (12.1-22).
As passagens “EU SOU” no evangelho de João encontram a sua origem primeira no livro deÊxodo. João afirma que Jesus é o Pão da Vida; Moisés fala de duas maneira do pão de Deus: o maná (16.35) e os pães da proposição (25.30).
João nos conta que Jesus é a luz do Mundo; no tabernáculo, o candelabro serve como fonte deluz permanente (25.31-40).
Em Levítico
Cristo não é especificamente mencionado em Levítico.
Entretanto, o sistema de sacrifícios e o sumo sacerdote no Livro de Levítico são tipos que retratam a obra de Cristo.
O Livro de Hebreus descreve Cristo como o sumo sacerdote e usa o texto de Levítico como base para ilustrar a sua obra.
Alguns usaram formas extremas de alegoria do Livro de Levítico a fim de revelar Cristo, entretanto, esse método de interpretação bíblica deve ser cautelosamente usado a fim degarantir que o significado original histórico e cultural sejam preservados.
O Livro de Levítico enfoca a vida e o louvor do antigo povo de Israel.
Números
Jesus Cristo é retratado em Nm como aquele que provém.
O Apóstolo Paulo escreve sobre Cristo que ele era a pedra espiritual que seguiu os israelitas pelo deserto e deu-lhes a bebida espiritual (1Co 10.4).
A pedra que deu água aparece duas vezes na história do deserto (cap 20; Ex 17). Paulo enfatiza a provisão de Cristo às necessidades de seu povo, a quem libertou do cativeiro.
A figura messiânica do rei de Israel é profetizada por Balaão em 24.17, “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel”.
A tradição judaica interpretava este verso messianicamente, conforme atestado pelos textos deQumran.
Jesus Cristo é o Messias, de acordo com o testemunho uniforme do NT, e o verdadeiro rei sobre quem Balaão fala.
Deuteronômio
Moisés foi o primeiro a profetiza a vinda do Messias, um Profeta como o próprio Moisés (18.15).
Notadamente, Moisés é a única pessoa com quem Jesus se comparou: “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (jo 5.46,47).
Jesus costumava citar Dt. Quando lhe perguntavam o nome do mandamento mais importante, ele respondia com Dt 6.5.
Quando confrontado por satanás em sua tentação, ele citava exclusivamente Dt (8.3; 6.16; 6.13; 10.20).
É muito significativo o fato de Cristo, que era perfeitamente obediente ao Pai, mesmo até a morte, ter usado este livro sobre a obediência para demonstrar a sua submissão à vontade do Pai.
Josué
Cristo é revelado no Livro de Js de três maneiras; por revelação direta, por modelos e por aspectos iluminantes de sua natureza.
Em 5.13-15, o Deus Triúno apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do SENHOR” .
Através de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era o responsável.
Era tarefa de Josué, bem como nossa , seguir os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe.
Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva.
Pode-se encontrar tipos em uma pessoa, em um ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico.
O próprio Josué era um modelo de Cristo. Se nome, que significa ”Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a possessão de sua herança prometida, bem como cristo nos leva à possessão da vida eterna.
O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (2.18,21) ilustra a obra de redenção de Cristo na cruz.
O Pano cor de sangue pendurado na janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também derramou seu sangue e foi pendurado na cruz para nos salvar da morte.
Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa cumprida. No final de sua vida, Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus” (23.14).
Deus, em sua graça e fidelidade, sustentou e preservou seu povo tirando-os do deserto e levando-o à Terra Prometida.
Ele fará o mesmo por nós através de Cristo, que é a Promessa.
Rute
Boas representa uma das mais dramáticas figuras do AT que antecipa a obra redentora deJesus.
A função de “parente remidor” cumprida de forma tão elegante nas ações que promoveram a restauração pessoal de Rute, dá testemunho eloqüente a respeito disso.
As ações de Boaz efetuam a participação de Rute nas bênçãos de Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias (Ef 2.19).
Eis aqui uma magnífica silhueta do Mestre, antecipando em muitos séculos a sua graça redentora. Como nosso “parente chegado”, ele se torna carne—vindo como um ser humano (Jo 1.14; Fp 2.5-8)
Isaías
Depois de sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de seus discípulos e “explicava-lhes o que dele se achava em todas a Escrituras” (Lc 24.27).
Para fazer isso, ele deve ter extraído muita coisa do Livro de Is, porque dezessete capítulos contém referências proféticas a Cristo.
Cristo é citado como o “Senhor, Renovo do Senhor, Emanuel, Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Raiz de Jessé, Pedra Angular, Rei, Pastor, Servo do SENHOR, Eleito, Cordeiro de Deus, Líder e Comandante, Redentor e Ungido”
O Cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do Messias.
Nenhum texto em ambos os testamentos expõe de um modo tão completo o propósito da morte vicária de Cristo na cruz.
Ele é citado diretamente nove ou dez vezes por escritores do NT: 52.15 (Rm 15.21); 53.1 (Jo 12.38; Rm 10.16); 53.4 (Mt 8.17); 53.5 (Rm 4.25; 1Pe 2.24); 53.7-8 (At 8.32-33); 53.9 (1Pe 2.22); 53.10 (1Co 15.3-4); 53.12 (Lc 22.37).
Jeremias
Através de sua ação e atitude, Jeremias retrata um estilo de vida similar ao de Cristo e, por esta razão, pode ser considerado um tipo de Cristo no AT.
Ele demonstrou grande compaixão pelo seu povo e chorou por ele. Sofreu muito nas mãos do povo, mas perdoou. Jeremias é uma das personalidades mais parecidas com Cristo no AT.
Diversas passagens de Jeremias são aludidas por Jesus em seu ensino:
“é, pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, um caverna de salteadores aos vossos olhos?” (7.11; Mt 21.13); “que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvido e não ouvis” (5.21; Mc 8.18); “achareis descanso para a vossa alma”(6.16; Mt 11.19); “ovelhas perdidas forma o meu povo” (50.6; Mt 10.6).
Também existem muitos cumprimentos de detalhes no cap. 53 em adição às citações diretas.
Daniel
A primeira vez que se vê Cristo é na figura do “quarto” (homem) ao lado de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha de fogo (3.25).
Os três permaneceram fiéis ao seu Deus; agora, Deus permanece fiel a eles no fogo do julgamento e livra-os, inclusive do “cheiro de fogo” (3.27).
Outra referência a Cristo se encontra na visão da noite de Daniel (7.13). Ele descreve “que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do Homem”, referindo-se à segunda vinda de Cristo.
Outra visão de Cristo, se acha em 10.5-6, onde a descrição de Jesus é bastante idêntica à deJoão em Ap 1.13-16.
Oséias
Os escritores do NT descrevem Oséias como o responsável por ensinar a vida e o ministério deCristo.
Mateus vê em 11.1, uma profecia cumprida quando Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do Egito, um paralelo com a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt 2.15).
O Escritor de Hebreus acha em Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis de louvor pelos quais nós nos tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus (14.2; Hb 13.15).
A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles que estavam fora da família de Deus agora são admitidos a um relacionamento com ele (1.6,9; 1Pe 2.10).
A Paulo Jesus cumpre a promessa de Oséias de que Alguém quebraria o poder da morte e da sepultura e traria a vitória da ressurreição (13.14; 1Co 15.55).
Os ensinamentos de Paulo acerca de Cristo como o Noivo e a igreja como a noiva correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus entra num permanente relacionamento com Israel (2.19,20; Ef 5.25-32).

Miquéias
As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento.
O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias posteriores afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no princípio.
A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunidos como ovelhas num curral.
Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu “rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e físicos.
Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como “a Palavra do Senhor” (1.1; 2.7; 4.2).
A expressão “a Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13).
A profecia de Mq 5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”) e especifica seu lugar denascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida.
Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer.
Outra característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”
Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.
A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor de Messias (“apascentará o povo”), sua unção (“na força do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”) e sua humanidade (“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até aos fins da terra”) e a sua posição como líder de um reino de paz (“E este será a nossa paz”).
O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, definitivamente refere-se a ele.
Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que “subjugará as nossas iniqüidade”, lançando-as nas profundezas do mar para que Deus possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.
Nenhum comentário
Postar um comentário